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Transcrição:

Simpósio Ambiente e Saúde Legionella species Cristina Pizarro (cristina.bravo@insa.min-saude.pt) Raquel Rodrigues (raquel.rodrigues@insa.min-saude.pt) Referência histórica 1976 Surto inexplicável de pneumonia nos E.U.A 3.000 participantes na Convenção anual da Pennsylvania Division of the American Legion 221 casos de doença 34 mortes DOENÇA DO LEGIONÁRIO 2 Legionella 1977 Isolamento de uma nova bactéria, removida dos tecidos dos pulmões; NOVA FAMÍLIA: Legionellaceae NOVO GÉNERO: Legionella ESPÉCIE: Legionella pneumophila 3 1

Actualmente > 50 espécies e 70 serogrupos distintos; Pelo menos 20 espécies de Legionella estão associadas a doenças no ser humano, como por exemplo, Legionella micdadei, L. bozemanii, L. dumoffii, e L. longbeachae; Legionella pneumophila (16 serogrupos) é responsável por 70 a 90% das infeções no Homem. Raquel Rodrigues 4 Características gerais Bacilos gram-negativos; 0,3 a 0,9 µm de largura e 2 a 20 µm de comprimento; Móveis, exceto Legionella oakridgensis; Algumas espécies exibem fluorescência quando observadas sobre U.V; L-cisteína e sais de ferro; Crescem em BCYE e GVPC aspeto vidro martelado 5 Habitat Ambiente : rios, lagos, ribeiros, nascentes, solos húmidos e águas subterrâneas Reservatórios artificiais: torres de arrefecimento de ar condicionado, sistemas de distribuição de água, condensadores, entre outros; Capazes de se multiplicarem em 14 espécies de amibas e em 2 espécies de protozoários ciliados; Bactérias do género Legionella, tornam-se mais resistentes a condições adversas quando associadas a biofilmes. 6 2

Principais locais a monitorizar Sistemas de arrefecimento: Torres arrefecimento; Humidificadores; etc; Redes prediais de água quente e fria; Sistemas de água climatizada de uso recreativo ou terapêutico; Sistemas de água contra incêndios Sistemas de rega por aspersão Lavagem de automóveis etc Estâncias termais 7 Condições favoráveis ao desenvolvimento da Legionella Temperatura da água entre 20ºC e 45ºC Redução dos níveis de cloro Estagnação da água, pontos mortos na rede de abastecimento Matéria orgânica, sedimentos, biofilmes Presença de algas, fungos, protozoários e outras bactérias Reservatórios de água artificiais: corrosão, incrustações 8 Infeções e sintomas provocados nos seres humanos LEGIONELOSE Doença dos Legionários (pneumonia) Má disposição (dores de cabeça e tosse) Febres muito altas, arrepios Falta de ar (dores torácicas) Diarreia e vómitos Período de incubação 2 a 10 dias Febre de Pontiac (síndrome gripal) Sintomas idênticos a uma constipação Período de incubação 24 a 48 horas 9 3

Transmissão 10 Risco de infeção depende de fatores como: Concentração de Legionella na água Condições para a sua multiplicação Patogenicidade da bactéria Formação de aerossóis Tempo de exposição Susceptibilidade do indivíduo exposto 11 Susceptibilidade do indivíduo exposto Hábitos tabágicos Doença pulmonar crónica Sexo e idade (homens com mais de 50 anos) Imunodepressão (HIV, transplantados, corticoterapia, quimioterapia) Doenças crónicas (diabetes, alcoolismo, neoplasias, insuficiência renal) 12 4

Caracterização da Doença dos Legionários em Portugal A Doença dos Legionários é reconhecida como uma doença sub notificada uma vez que nem todos os casos diagnosticados pelos laboratórios do País são notificados através do sistema DDO. Além de sub notificada, esta doença é também sub diagnosticada. 13 Caracterização da Doença dos Legionários em Portugal (cont). 1979 1º descrição da Doença (boletim da OMS); Janeiro de 1999 Classificada como Doença de Declaração Obrigatória; Abril de 2004 Programa de Vigilância Epidemiológica da Doença dos Legionários 14 Circular Normativa N.º 05/DEP de 22/04/04 O circuito de notificação clínica e laboratorial de casos de Doença dos Legionários é considerado apenas no âmbito da vigilância epidemiológica da doença. Para a prevenção da Doença dos Legionários deverá também ser desenvolvido um Programa de Vigilância Ambiental. 15 5

Legislação Nacional Portaria 1220/2000 de 29 de Dezembro, aplicada às águas minerais naturais e às águas de nascente. Decreto-Lei 79/2006 de 4 de Abril, aprova o Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios (RSECE). NOTA TÉCNICA NT-SCE-02, 2009 - Metodologia para auditorias periódicas de QAI em edifícios de serviços existentes no âmbito do RSECE 16 Portaria 1220/2000 Água mineral natural utilizada nos estabelecimentos termais Parâmetros Microrganismos Viáveis 22ºC Microrganismos Viáveis 37ºC Valores Máximos Recomendados Por ingestão e em contacto com as mucosas 20/ml 5/ml Por via externa 100/ml 20/ml Legionella pneumophila Não detectada/l Não detectada/l Legionella spp. não pneumophila 100 ufc/l 100 ufc/l 17 Decreto-Lei 79/2006 Artigo 29.º - Requisitos de qualidade do ar Artigo 9º. Em edifícios com sistemas de climatização em que haja produção de aerossóis, nomeadamente onde haja torres de arrefecimento ou humidificadores por água líquida, ou com sistemas de água quente para chuveiros onde a temperatura de armazenamento seja inferior a 60ºC as auditorias da QAI incluem também a pesquisa da presença de colónias de Legionella em amostras de água recolhidas nos locais de maior risco, nomeadamente tanques das torres de arrefecimento, depósitos de água quente e tabuleiros de condensação, não devendo ser excedido um número superior a 100 UFC. 18 6

Outros documentos Doença dos Legionários- Guia Prático - DGS e DGT, 2001 European guidelines for control and prevention of travel associated legionnaires disease - EC, 2005 Prevenção e controlo de Legionella nos sistemas de água IPQ, 2012 Water safety in buildings - OMS, 2011 European Legionnaires Disease Surveillance Network (ELDSNet) ECDC, 2012 19 Método Cultural Norma ISO 11731-1 :1998 Detection and enumeration of Legionella Filtração e Centrifugação Norma ISO 11731-2 :2004 Detection and enumeration of Legionella Direct membrane filtration method for waters with low bacterial counts 20 Método Cultural Filtração e Centrifugação Sementeira da amostra Sem tratamento Tratamento da amostra Calor Ácido 0,1 ml GVPC Incubação 10 dias, a 36±1 ºC Leitura e Confirmação das colónias suspeitas; Identificação Legionella pneumophila ou Legionella spp. não pneumophila (Teste de aglutinação) 21 7

Expressão dos resultados Não detetada / L Positiva Nº UFC / L (UFC Unidades Formadoras de Colónias) Legionella pneumophila serogrupo 1 Legionella pneumophila serogrupo 2-14 ou 2-15 Legionella spp. não pneumophila 22 Resultados INSA 2010-2012 Apresentação dos dados laboratoriais, para o período de 2010 a 2012, no âmbito do controlo de rotina, da Vigilância Sanitária e Inquéritos Epidemiológicos. Os métodos utilizados para a pesquisa, identificação e quantificação de Legionella foram baseados na Norma ISO 11731:1998. 23 Resultados INSA 2010-2012 (cont). Os dados foram divididos em 5 grupos de acordo com a sua natureza: Águas destinadas ao consumo humano Águas termais Águas industriais Águas provenientes de sistemas de refrigeração Jacuzzis Foram analisadas 1263 amostras 24 8

Apresentação dos resultados 600 549 2010 a 2012 500 400 314 300 241 200 154 (28,1%) 150 100 10 (4,1%) 15 (10,0%) 45 (14,3 %) 9 4 (44,4%) 0 Consumo Humano Águas Termais Águas Industriais Águas de Torres de refrigeração Jacuzzi Total amostras Positivas 25 Apresentação dos resultados 2010 a 2012 0 Jacuzzi 1 (25,0%) 3 ( 75,0 %) 4 5 (11,1% ) Águas Torres refrigeração 14 (31,1 %) 26 (57,8 %) 45 2 (13,3 %) Águas Industriais 3 (20,0%) 10 (66,7 %) 15 1 (10,0 %) Águas Termais 3 (30,0 %) 6 (60,0 %) 10 33 (21,4 %) Consumo Humano 29 (18,8 %) 92 (59,7%) 154 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 L. pneumophila e L. não pneumophila L. não pneumophila L. pneumophila Total amostras Positivas 26 Legionella Percentagem de amostras positivas para Legionella foi de 18% Encontra-se presente nos 5 tipos de amostras analisadas; Espécie mais frequente neste estudo foi a Legionella pneumophila; 27 9

As equipas dos Laboratórios de Microbiologia Lisboa Raquel Rodrigues Cecília Silva Clélia Costa Pedro Sardinha Porto Cristina Pizarro Alcina Reinas Maria Sameiro Carla Coelho Luísa Almeida 28 10