Valores e Felicidade na Europa e em Portugal



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alores e Felicidade na Europa e em Portugal Rui Brites Professor Associado convidado do ISEG-Instituto Superior de Economia e Gestão Estudo completo alores e Felicidade no século XXI: um retrato sociológico dos portugueses numa comparação europeia. Disponível para consulta e download em: http://repositorio-iul.iscte.pt/handle/10071/2948 Fonte: European Social Survey, 2008 (www.europeansocialsurvey.org) ruibrites@iseg.utl.pt Tel.: 969073534

Afinal os portugueses são felizes ou infelizes? Uma pergunta tão simples, só pode ter uma resposta simples: Claro que são felizes! Se dúvidas houvesse, bastava ver o que os portugueses, e os europeus, respondem à seguinte questão: - Considerando todos os aspectos da sua vida, qual o grau de felicidade que sente? Total Dinamarca Suíssa Finlândia Noruega Suécia Holanda Bélgica Espanha Reino Unido França Alemanha Eslovénia Polónia Portugal Hungria 6,3 6,6 6,8 7,3 7,2 7,1 7,5 7,6 7,5 7,8 7,7 7,9 7,9 8,1 8,0 8,3 (médias) Em 15 países europeus, Portugal ocupa a 14ª posição Extremamente 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 Extremamente 10,0 infeliz Centro feliz Infelicidade da escala Felicidade Fonte: ESS, base acumulada, 2002-2008 2

Os resultados são claros: os portugueses são felizes! Só 10,8% dizem que são infelizes (0 a 4 na escala de 11 pontos). Cerca de ¼ (25,6%) está numa situação ambígua (5), não se considerando felizes nem infelizes. Estarão conformados? Os restantes 63,6% dizem-se felizes. Note-se, no entanto, que todos os países analisados são felizes. Parafraseando Orwel, diríamos que todos os europeus são felizes, mas uns são mais que outros. Também no ranking mundial da felicidade, elaborado por eenhoven e a sua equipa, que coligiu informação sobre a felicidade em 149 países no período 2000 a 2009, se vê que os portugueses são felizes. Portugal ocupa a 83ªposição (média de 5,7numa escala de 0 a 10). 3

Recentemente, o bem-estar subjectivo tem conhecido grande interesse por parte dos investigadores e atenção por parte dos media, especialmente devido à ampla divulgação dos trabalhos de eenhoven e da sua equipa, agora reunidos na World Database of happiness*, criada com o objectivo de juntar num mesmo local toda a pesquisa científica sobre a felicidade. Em conferências, entrevistas e trabalhos publicados, eenhoven enfatiza o facto de que as pessoas nunca viveram tanto tempo nem nunca foram tão felizes. Em síntese, afirma que a riqueza material na maioria dos países desenvolvidos tem crescido muito nas últimas décadas e tem conduzido a um aumento da felicidade, embora nem sempre se possa encontrar uma relação de causa efeito entre a primeira e a segunda. Ser mais rico não é sinónimo de ser mais feliz. As mesmas causas nem sempre produzem os mesmos efeitos, pelo que não é possível afirmar com toda a certeza o que é que torna as pessoas mais felizes. Não obstante, O rabugento homem rico poderá muito bem ser menos feliz do que o resignado camponês, mas a verdade é que tem um padrão de vida mais elevado do que ele. Amartya Sen * http://worlddatabaseofhappiness.eur.nl/ e ttp://www2.eur.nl/fsw/research/veenhoven/ 4

A busca da felicidade sempre existiu, contudo actualmente as pessoas são mais responsáveis pela sua própria felicidade, pois têm mais alternativas quanto ao rumo que querem dar às suas vidas e estão mais conscientes da possibilidade de alcançarem a felicidade, defende eenhoven, em entrevista recente ao jornal Metro Holanda. A inexistência de uma correlação muito forte entre os níveis de riqueza de um país, medida através de um indicador como o PIB per capita, e a felicidade, como mostram variadíssimos estudos, não impede que no ranking da felicidade entre 149 nações no período 2000 a 2009, elaborado por eenhoven e a sua equipa, entre os 10 primeiros classificados estejam 6 países europeus que, para além de registarem valores do PIB per capita elevados, estão entre os países com maiores níveis de satisfação com a vida e de felicidade: 1º Costa Rica 2º Dinamarca 3º Islândia 4º Suíça 5. Finlândia 6. México 7. Noruega 8. Canadá 9. Panamá 10. Suécia * Disponível em http://worlddatabaseofhappiness.eur.nl/hap_nat/findingreports/rankreport_averagehappiness.php 5

Dos países que integram o G7, que registam os PIBs per capita mais elevados do mundo, apenas consta o Canadá, na 8ª posição. Os restantes países do grupo estão assim classificados: 21º Estados Unidos 29º Alemanha 32º Reino Unido 43º Itália 47º França 54º Japão Portugal está classificado em 83º, e entre os países da UE apenas tem atrás de si a Roménia (84º) e a Hungria (87º). Os nossos vizinhos espanhóis estão em 26º lugar. 6

Produto Interno Bruto (PIB), Desigualdade na repartição de rendimentos (Gini) e Felicidade Posição relativa dos países com PIB per capita mais elevado* Posição relativa 31 30 29 28 27 26 25 24 23 22 21 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 Luxemburgo Noruega Singapura EUA Irlanda Hong Kong Islândia Suíssa Canadá Holanda Áustria Suécia Dinamarca Austrália Bélgica PIB per capita Desigualdade na Repartição de rendimentos (GINI) Felicidade Correlações positivas e estatisticamente significativas: Felicidade vs.pib per capita (r=0,645); Felicidade vs.índice de GINI (=0,455) 7 * Apresentam-se apenas os resultados dos países com informação disponível sobre os três indicadores. Reino Unido Finlândia Alemanha Japão Espanha França Itália Grécia Nova Zelândia Eslovénia Israel Coreia do Sul Rep. Checa Malta Portugal Estónia

Medida do Bem-estar subjectivo A medida do Bem-estar subjectivo é operacionalizada com base nas dimensões sugeridas no relatório* apresentado pela designada Comissão Stiglitz, criada por Sarkozy em Fevereiro de 2008, presidida por dois prémios Nobel de grande prestígio: Joseph Stiglitz, da Universidade de Columbia, ex-director do Banco Mundial e Amartya Sen, da Universidade de Harvard e por Jean-Paul Fitoussi, director de pesquisa do OFCE e professor emérito do IEP em Paris. Os autores consideram que a felicidade é uma expressão do bem-estar subjectivo, conceito multidimensional, assente nas seguintes dimensõeschave, que devem ser consideradas em simultâneo: i. Padrões materiais de vida (rendimento, consumo, e riqueza); ii. Saúde; iii. Educação; iv. Actividades pessoais, incluindo o trabalho; v. oz política e governação; vi. Conexões e relações sociais; vii. Ambiente (condições actuais e futuras); viii. Segurança de natureza económica e física * Disponível em http://stiglitz-sen-fitoussi.fr/en/index.htm

A medição do bem-estar subjectivo tem sido uma das preocupações do European Social Survey que inclui nos módulos permanentes, para além da estrutura social, a recolha de informação, sobre política, orientações sócio-políticas, orientações de valores e mudanças da governação. Os módulos rotativos, com eventual repetição, incluem informação adicional sobre determinados temas. Neste domínio salientamse Cidadania, Envolvimento e Democracia no round 1; Família, Trabalho e Bemestar, Saúde e Prestação de cuidados e Moralidade económica na Europa: sociedade de mercado e cidadania no round 2; Bem-estar pessoal e social e Organização do tempo ao longo da vida, no round 3 e Expressões do Idadismo (Ageísm) e Atitudes face ao Bem-estar na Europa em mudança, no round 4. É com base nos indicadores disponibilizados no round 4 (2008) que, seguindo a sugestão do denominado relatório Stiglitz, procedemos à construção do Índice de Bem-estar subjectivo(bes). Embora com a limitação decorrente do facto de os indicadores disponíveis recobrirem apenas parcialmente as dimensões enunciadas pelos autores, eles parecem ser um bom instrumento de avaliação da Felicidade Interna Bruta.

Medida do Bem-estar subjectivo i. Padrões materiais de vida (rendimento, consumo e riqueza) iii. Educação ii. Saúde iv. Actividades pessoais, incluindo o trabalho v. oz política e Governação viii. Insegurança económica e física Fonte: ESS4, 2008 Legenda: Observado Latente vii. Ambiente (condições actuais e futuras) Os valores referem-se aos Betas, que indicam o sentido da relação e quantificam o quanto a variável é explicada pelo BES 10 vi. Conexões e relações sociais

11

1,00 0,75 0,50 0,25 0,00-0,25-0,50-0,75-1,00-1,25 Bem-estar subjectivo, Satisfação com a vida e Felicidade declarada na Europa Noruega Suécia Finlândia Dinamarca R.Unido Alemanha França Bem-estar subjectivo (medida indirecta) Grau de felicidade (declarado) Bélgica Suíça A relação entre as três medidas de Bem-estar subjectivo, revela um padrão idêntico de distribuição, mostrando que as avaliações subjectivas que os indivíduos fazem do seu bem-estar são bastante realistas e estão bem ligados às suas disposições objectivas no quadro social. A medida do Bem-estar subjectivo que construímos incorpora, por conseguinte, as duas dimensões: objectiva(medida indirecta) e subjectiva(declarada). Holanda Hungria Polónia Eslovénia Eslováquia (valores estandardizados) Estónia Bulgária Espanha Satisfação com a vida em geral (declarada) Portugal

Bem-estar subjectivo em Portugal, por Região Mais BES Norte Menos BES Centro Lisboa e ale do Tejo Alentejo Algarve

Felicidade Interna Bruta (FIB) Aexemplode medidascomoopib,hdi,etc. a Felicidade Interna Bruta (FIB) traduz o stock de Bem-estar subjectivo em cada país

Dinamarca Noruega Suíça Finlândia Suécia Holanda Bélgica Alemanha Espanha R.Unido Eslovénia França Polónia Eslováquia Estónia Portugal Felicidade Interna Bruta na Europa (alores estandardizados) 0,876 0,631 0,577 0,555 0,508 0,463 0,154 0,137 0,102 0,027-0,011-0,130-0,131-0,201-0,384-0,573 Em 18 países europeus, Portugal ocupa a 16ª posição Hungria -0,781 Bulgária -1,00-0,80-0,60-0,40-0,20 0,00 Média Total 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 Fonte: ESS4, 2008 15

Felicidade Interna Bruta na Europa

Felicidade Interna Bruta na Europa (média e desvio-padrão) 17

Optimismo (%)* Felicidade Interna Bruta e Optimismo na Europa 86 84 81 78 75 72 70 67 64 61 59 56 53 50 47 45 42 39 36 33 Bulgária Estónia Hungria Polónia Eslovénia Alemanha R.Unido França Eslováquia Portugal média europeia Suécia Dinamarca Espanha Bélgica Finlândia Holanda r =0,812; p<0,001-1,08-0,90-0,72-0,54-0,36-0,18 0,00 0,18 0,36 0,54 0,72 0,90 Felicidade Interna Bruta (medida indirecta e directa) A correlação entre a Felicidade Interna Bruta e o Optimismo é positiva e muito forte (0,812). A tendência é para que os países mais felizes sejam, também, mais optimistas relativamente ao futuro. Ao contrário, os países menos felizes são menos optimistas. Portugal encontra-se entre estes últimos. * % indivíduos maiores de 18 anos que concordam totalmente ou um pouco com a afirmação: Eu sou optimista sobre o futuro. Fontes: FIB ESS4, 2008; Optimismo Eurofond, EQLS 2007 18

Porque é que parecemos menos felizes do que os europeus com que nos comparamos? Tentativa de explicação

Bem-estar subjectivo, Satisfação com a vida e Felicidade declarada na Europa 1,00 (valores estandardizados) 0,75 0,50 0,25 0,00-0,25-0,50-0,75-1,00-1,25 Noruega Suécia Finlândia Dinamarca R.Unido Alemanha França Bélgica Suíça Holanda Hungria Polónia Eslovénia Eslováquia Estónia Bulgária Espanha Portugal Bem-estar subjectivo (medida indirecta) Grau de felicidade (declarado) Satisfação com a vida em geral (declarada) Portugal é um dos países com maior gap entre a felicidade declarada e a felicidade medida indirectamente, o que não deixa de ser surpreendente. É caso para dizer: dizem-se felizes apesar de tudo!

Dimensões e indicadores do Bem-estar subjectivo, na Europa e em Portugal

Fonte: European Social Survey, 2008 (www.europeansocialsurvey.org)

Relação entre alores e Bem-Estar Subjectivo 24

Relação entre alores e Bem-Estar Subjectivo

Principais conclusões que sintetizam o perfil sociológico dos portugueses face aos valores preditores da felicidade 26

alores humanos transituacionais Os portugueses apresentam um padrão de identificação mais próximo dos cidadãos dos países Pós-comunistas - o que se verifica relativamente a outros valores que aqui analisamos - do que dos cidadãos dos restantes países europeus. Em comparação com os escandinavos e os cidadãos da Europa do norte e do centro, revelam-se menos igualitários, menos solidários, menos criativos e menos adeptos de uma vida excitante. Ao invés, revelam-se mais ambiciosos, mais adeptos da autoridade e da ordem social, mais obedientes, mais humildes, mais devotos e mais conservadores. 27

Confiança Os portugueses, juntamente com os cidadãos dos países Póscomunistas, revelam menores níveis de confiança social* e nas instituições nacionais** do que os cidadãos dos restantes países europeus. Nas instituições internacionais*** revelam-se mais confiantes, com valores médios próximos da média europeia. Só confiam, ainda que moderadamente, na Honestidade dos outros, na Polícia e nas Nações Unidas. Relativamente aos políticos, são claramente desconfiados. * Confiança nos outros, na honestidade dos outros e no altruísmo dos outros ** Confiança no Parlamento, no Sistema Jurídico, na Polícia e nos Políticos *** Parlamento Europeu e Nações Unidas 28

Política Entre os europeus, os portugueses são os cidadãos que mais admitem que: Não se interessam pela política; Acham que a política é uma coisa complicada; Têm dificuldades em tomar posições políticas Massãodosquemaisdizemquetêmsimpatiaporumpartido Embora estejam entre os que menos dizem que votaram nas últimas eleições nacionais 29

Cidadania Os Portugueses situam-se entre os europeus que: Maisachamquesedeverespeitaralei; Maisconcordamqueoscidadãosdevemocuparalgumdoseutempolivreaajudaros outros; Menos concordam que a sociedade estaria melhor se cada um se preocupasse apenas consigo; Mas, simultaneamente, são dos europeus com níveis de participação cívica mais baixos e que menos colaboram com organizações de voluntariado e de caridade 30

Regulação da Esfera Económica Portugal salienta-se por ser o país europeu onde mais se concorda que o Governo deve intervir para regular a distribuição de rendimentos. As mulheres mais do que os homens, como acontece, aliás, em todos os países europeus analisados Ao mesmo tempo, está entre os países que menos consideram que quanto menos o Governo intervier na economia, melhor será para o país Ou seja, são maioritariamente contra o liberalismo na economia, sobretudo as mulheres 31

Religião A Europa está a tornar-se secular pois, embora mais de metade dos europeus (59,6%) digam que sentem pertencer a uma religião (Portugal=86,8%): O grau de religiosidade declarada é moderado (numa escala de 0 a 10, Europa=4,67 e Portugal=5,66); A frequência de serviços religiosos não extraordinários é baixa, apenas 20% dizem que os frequentam pelo menos uma vez por semana (Portugal=30,4%); A obrigação da oração diária prescrita pelas religiões cristãs, que prevalecem largamente na Europa nas confissões católica e protestante, é cumprida por apenas 27,9 (Portugal=48,4%); 36% dos Europeus diz que nunca reza (Portugal=17,9%). 32

Família e responsabilidades familiares Em todos os países europeus, sem excepção, entre sete aspectos da vida social Família, Amigos, Trabalho, Tempos Livres, Política, Religião e oluntariado a família é o mais valorizado (85,7% dos inquiridos). Em Portugal, são cerca de 82%, Os portugueses, tal como acontece em todos os países europeus, consideram que o tempo passado com a família próxima é agradável e pouco stressante, embora seja ligeiramente mais agradável e também mais stressante para as mulheres, em todos os escalões etários, tanto na Europa como em Portugal. Em todos os países da UE as mulheres ocupam, por semana, cerca do dobro do tempo que os homens em tarefas domésticas e cuidados familiares. Portugal não é excepção. Portugal é um dos países europeus onde a diferença de satisfação com a repartição de tarefas domésticas entre homens e mulheres é mais expressiva: 63,8% de mulheres e 91,3% de homens, situando-se a percentagem média europeia em 79,9%. Ou seja, elas muito menos e eles muito mais do que a percentagem média europeia. 33

Trabalho Os portugueses hierarquizam os valores sobre o trabalho da seguinte forma: 1º Trabalho seguro (1º na Europa) 2º Conciliação família-trabalho (2º na Europa) 3º Remuneração elevada (4º na Europa) 4º Boas oportunidades de promoção (5º na Europa) 5º Um trabalho em que possa ter iniciativa (3º na Europa) Entre os europeus os portugueses são dos que: Mais consideram que os trabalhadores precisam de sindicatos fortes que os defendam; Menos estão filiados num sindicato ou associação profissional, o que é especialmente notório entre os mais jovens, homens e mulheres (síndroma do free riding ). 34

Trabalho (continuação) São também dos que: Mais admitem que não trocariam a organização onde trabalham por outra, mesmo com remuneração superior; Mais acham que a remuneração que recebem não está adequada ao esforço e resultados do trabalho que desenvolvem; Estão menos satisfeitos com o trabalho que desenvolvem. Mostram-se, por conseguinte, adeptos da ideia do emprego para toda a vida, sem desafios, mas também sem sobressaltos. 35

alores na Europa Alguns resultados 36

1. alores Humanos ["Abertura à mudança" - "Conservação"] Abertura à mudança Conservação 0,27 0,18 0,09 0,00-0,09-0,18-0,27-0,36-0,45-0,54-0,63-0,72-0,81-0,90-0,99 2º (média) Eslovénia Hungria Portugal Polónia Holanda Reino Unido Alemanha Noruega Dinamarca Suíça Suécia Bélgica Espanha França Finlândia 3º (média) 4º 0,86 0,94 1,03 1,11 1,20 1,28 1,37 1,45 1,54 1,62 1,71 1,80 Autopromoção Autotranscendência ["Autotranscendência" - "Autopromoção"] 1º Fonte: ESS, base acumulada, 2002-2008 Fonte: ESS4, 2008 37

2. Confiança Mais confiança 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0-0,1-0,2-0,3-0,4-0,5-0,6-0,7-0,8 (média) Polónia Eslovénia Hungria Portugal Alemanha Bélgica Espanha França (média) Suíça Reino Unido Holanda Dinamarca Suécia Finlândia Noruega r=0,97; P<0,001 Índice sintético de Confiança Institucional (Instituições nacionais) Fonte: ESS, base acumulada, 2002-2008 -0,75-0,60-0,45-0,30-0,15 0,00 0,15 0,30 0,45 0,60 0,75 Índice sintético de Confiança Social Mais confiança 38

Confiança na Europa Mais confiança Menos confiança Fonte: ESS, base acumulada, 2002-2008 39

Optimismo (% 2007)* 85,0 80,0 75,0 70,0 65,0 60,0 55,0 50,0 45,0 Confiança e optimismo na Europa Espanha Polónia Eslovénia Alemanha Reino Unido Bélgica França Suécia Holanda Dinamarca Finlândia 40,0 35,0 Portugal Hungria Média total 30,0-0,71-0,56-0,41-0,26-0,11 0,04 0,19 0,34 0,49 0,64 0,79 Índice sintético de Confiança * % indivíduos maiores de 18 anos que concordam totalmente ou um pouco com a afirmação: Eu sou optimista sobre o futuro. Fontes: Confiança - ESS, base acumulada, 2002-2008; Optimismo - Eurofond, EQLS 2007 40

3. Política Interesse pela política na Europa Mais interesse Menos interesse Fonte: ESS, base acumulada, 2002-2008 41

Dificuldades com a política A política é uma coisa complicada, na Europa Fonte: ESS, base acumulada, 2002-2008 42

Simpatia partidária e voto Simpatia por um partido e voto na Europa Fonte: ESS, base acumulada, 2002-2008 43

Autoposicionamento político Autoposicionamento político na Europa, por sexo (médias centradas no país) 0,25 0,20 0,15 0,10 Direita 0,05 Centro 0,00-0,05-0,10-0,15-0,20 E s querda -0,25 Din am arca Rein o Un ido Holan da Bélgica Alem anha S u íça F ran ça P o lónia Hungria E slovénia E sp anha P o rtugal Total No ruega S uécia F inlân dia Homens Mulheres 44 Fonte: ESS, base acumulada, 2002-2008

4. Cidadania Cidadania e Participação cívica na Europa 1,50 Suécia Noruega Índice de Participação cívica 1,40 1,30 1,20 1,10 1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 Bélgica França Suíça Alemanha Reino Unido % média Espanha Holanda Eslovénia Hungria % média Finlândia Dinamarca Polónia Portugal -0,45-0,38-0,30-0,23-0,15-0,08 0,00 0,08 0,15 0,23 0,30 0,38 Índice sintético de Cidadania Fonte: ESS, base acumulada, 2002-2008 (Participação cívica) e ESS1, 2002 (cidadania) 45

5. Trabalho Prioridade dos valores sobre o trabalho na Europa 0,40 (médias centradas individualmete na média do conjunto de valores) 0,30 0,20 0,10 Média 0,00-0,10-0,20-0,30-0,40-0,50-0,60 Islândia Reino Unido França Áustria Bélgica Luxemburgo Irlanda Eslovénia Hungria Rep.Checa Polónia Eslováquia Estónia Espanha Portugal Grécia Cluster 1 Cluster 2 Cluster 3 Total Seguro (1º) Que permitisse conciliar com as responsabilidades familiares (2º) Em que pudesse ter iniciativa (3º) Remuneração elevada (4º) Boas oportunidades de promoção (5º) Noruega Suécia Finlândia Dinamarca Alemanha Holanda Suíça Fonte: ESS2, 2004 46

Filiação sindical/associativa na Europa Fonte: ESS, base acumulada, 2002-2008 55,2-63,5 31,8-55,2 16,1-31,8 9,1-16,1 6,8-9,1 % 47

Índice de envolvimento com o trabalho na Europa* Mais envolvimento Menos envolvimento Fonte: ESS2, 2004 - Ficar preocupado com problemas de trabalho quando não está a trabalhar - Sentir-se tão cansado depois do trabalho que não consegue tirar proveito das coisas que gostaria de fazer em casa - Chegar à conclusão que o seu trabalho o(a) impede de dedicar o tempo que gostaria ao seu cônjuge/companheiro(a) ou família 48

6. Regulação da esfera económica O Governo devia tomar medidas para reduzir as diferenças de rendimentos Fonte: ESS1, 2002 Regulação da esfera económica na Europa (concorda + concorda totalmente) % 92,0 88,0 84,0 80,0 76,0 72,0 68,0 64,0 60,0 56,0 52,0 48,0 44,0 Hungria França Polónia Espanha Finlândia Irlanda Noruega Bélgica % média (71,2%) Suécia Luxemburgo Reino Unido Holanda Portugal Dinamarca Grécia Itália % média (29,7%) Rep.Checa Áustria Suíça Eslovénia Alemanha 16,0 20,0 24,0 28,0 32,0 36,0 40,0 44,0 48,0 52,0 Quanto menos o Governo intervier na economia, melhor será para o país (concorda + concorda totalmente) % 49

7. Religião Total Grau de religiosidade na Europa 4,67 (médias) Polónia 6,56 Portugal 5,66 Finlândia Suíça 5,35 5,28 Holanda Bélgica Eslovénia 4,86 4,78 4,98 Espanha Hungria Dinamarca Alemanha Reino Unido Noruega França Suécia 4,50 4,28 4,27 4,26 4,16 3,93 3,70 3,56 Escala: 0=nada religioso(a); 10=muito relgioso(a) 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 Fonte: ESS, base acumulada, 2002-2008 50

8. Família e responsabilidades familiares Gap entre homens e mulheres nas horas dedicadas por semana a cuidar de crianças e familiares e tarefas domésticas, na Europa (mulheres homens) 30 (médias) 25,5 26,7 26,7 26,9 27,5 25 21,8 20 15,7 16,2 16,3 16,5 16,6 17,4 18,2 18,5 18,6 19,1 17,3 15 12,7 13,4 14,9 10 8,9 10,2 10,3 10,5 5 5,3 0 B élgica Dinam arca Irlanda Holanda Suécia Estónia Hungria Alem anha Polónia Letónia R eino U nido Á ustria Rom énia Finlândia Lituânia Eslováquia B ulgária Espanha Eslovénia Itália R ep.checa Grécia França Portugal Gap m édio total Fonte: EB 60.3 e CEEB 2003 51

Satisfação com a vida em geral Satisfação com o estado actual da economia do país Satisfação com a forma como o Governo está a governar Satisfação com o estado da Democracia Satisfação com o estado da Educação Satisfação com os Serviços de Saúde Noruega 7,9 6,5 5,2 6,7 6,3 6,0 Suécia 7,9 5,0 5,1 6,5 5,7 6,0 Finlândia 7,9 6,1 5,9 6,5 7,7 6,6 Dinamarca 8,5 6,2 5,5 7,4 7,5 5,8 Reino Unido 7,1 3,1 3,6 4,9 5,8 5,9 Alemanha 7,0 4,2 4,2 5,5 4,5 4,7 França 6,3 3,0 3,9 4,6 5,0 6,0 Bélgica 7,3 4,3 3,9 5,2 6,6 7,4 Suíça 8,0 5,9 6,0 6,9 6,5 7,0 Holanda 7,7 5,5 5,5 6,2 5,8 6,2 Hungria 5,3 1,8 1,9 3,0 4,6 3,8 Polónia 6,9 4,4 3,6 4,8 5,6 3,8 Eslovénia 6,9 4,3 4,5 4,8 5,6 4,8 Eslováquia 6,5 4,8 4,8 5,0 5,4 4,4 Estónia 6,2 3,5 3,5 4,5 5,9 5,1 Bulgária 4,4 2,3 2,2 2,4 3,9 3,2 Espanha 7,3 3,6 4,0 5,8 5,2 6,1 Portugal 5,7 2,8 3,3 4,1 4,0 4,3 Chipre 7,1 4,9 5,9 6,6 5,8 5,8 Rússia 5,5 3,5 4,9 3,9 4,5 3,6 Israel 7,4 4,3 3,7 5,1 3,9 6,3 Total 6,9 4,2 4,3 5,2 5,4 5,4 Fonte: European Social Survey, round 4, 2008 Satisfação com a vida e satisfação política Escala: 0=extremamente insatisfeito; 10=extremamente satisfeito 52