TRADUTORES-INTÉRPRETES BACHARELANDOS DO CURSO LETRAS-LIBRAS: UMA REFLEXÃO ACERCA DA INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DOCENTE E FORMAÇÃO PRECEDENTE AO CURSO

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CURRÍCULO DO CURSO. Formar o tradutor e intérprete de Libras-Português apto para atuar em diferentes contextos sociais. Mínimo: 8 semestres

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Transcrição:

TRADUTORES-INTÉRPRETES BACHARELANDOS DO CURSO LETRAS-LIBRAS: UMA REFLEXÃO ACERCA DA INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DOCENTE E FORMAÇÃO PRECEDENTE AO CURSO Fabíola Sucupira Ferreira Sell Marcos Luchi

Letras -Libras como 1ª graduaç ão C urs ando ou formados em P edagogia ou E duc E s pec ial C urs ando outros curs os

Analisando os alunos do curso Letras Libras Bacharelado do pólo UFSC verificamos que de 17 apenas 4 ainda não haviam ingressado no Ensino Superior. Dentre os 13 que possuem curso superior ou em andamento, 10 são de cursos de Pedagogia ou Educação Especial.

Identidade Análise de Discurso Crítica (ADC) Pessoa se torna mais fluente linguisticamente ao processo já internalizado de uso da língua. Professor bilíngüe independentemente das línguas que ele domine, ele será mais capacitado para ensinar se a prática lingüística dele for neste contexto.

58% dos entrevistados atuam ou pretendem atuar como docentes devido a suas formações anteriores.

Currículo Terrazzan e outros (2008, p. 74) mostram que o modelo curricular adotado pela maioria das universidades apresenta a configuração 3 + 1, ou seja, 3 anos de conteúdos conceituais específicos e 1 ano de conteúdos voltados para a metodologia e prática pedagógica. Essas últimas disciplinas sempre que se referem à formação de professores enfocam mais a formação do sujeito enquanto educador.

Coleta qualitativa de dados professora formada em pedagogia com anos de prática docente; intérprete de LIBRAS sem formação acadêmica anterior e com pouquíssima prática de ensino;

Elas interpretaram para uma surda a sua frente, numa situação real de interpretação. O texto que pedimos para interpretarem é do livro de Vitor Ramil (2004), intitulado Estética do Frio. Ambas não tiveram conhecimento prévio do texto.

Resultados A intérprete Y acompanhou a voz do locutor durante a interpretação com diferença de uma linha ou menos de distância da interpretação. Ela olhava para a surda durante a interpretação, mas em nenhum momento voltou para explicar algo novamente. A intérprete Y usou sinais específicos para o léxico da língua oral, isto é, um conhecimento terminológico mais amplo, conhecimento este que a intérprete X não apresentou.

A intérprete X não acompanhou em alguns momentos a fala, a voz do locutor. A intérprete X ficava muito mais distante que uma linha não conseguindo retomar muitas das falas do texto, surgindo omissões involuntárias As paradas que a intérprete X faz, que fazem com que ela não acompanhe a fala do locutor, ocorrem devido a alguns momentos em que ela tenta se certificar se a surda tinha entendido e a surda não entendendo a intérprete explica o que havia dito.

Discussões Parece haver dois tipos de intérpretes que se delineiam a partir desta pesquisa: Aqueles que a muito tempo aguardavam uma formação acadêmica, mas por falta de opção ou orientação acabaram se formando em outros cursos de licenciatura e acabaram por exercer profissionalmente a função de educador.

E por essa formação e exercício da mesma acabam por não se desvincular no momento da interpretação do papel que até então vinham exercendo, de professor. O segundo tipo intérpretes de língua de sinais são aqueles que estão tendo sua primeira formação formal agora, e será voltada diretamente para interpretação.

Pesquisa embrionária. Obrigado! marcosluchiils@hotmail.com

Referências TERRAZZAN, A. et al, Configurações Curriculares em Cursos de Licenciatura e Formação Identitária de Professores. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 8, n. 23, p. 71-90, jan./abr. 2008. LIMA, E. S. Discurso e Identidade: Um Olhar Crítico Sobre a Atuação do (a) Intérprete de LIBRAS na Educação Superior. 2008. Dissertação Mestrado Universidade de Brasília. Brasília, 2008. BERLITZ, A. Introdução a Teorias de Ensino-Aprendizagem. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. São Leopoldo,1994. ROSA, A. Tradutor ou Professor? Reflexão preliminar sobre o papel do intérprete de língua de sinais na inclusão do aluno surdo. In: Ponto de Vista. Florianópolis, n. 8, p. 75-95, 2006. RAMIL, V. A estética do frio: conferência de Genebra Porto Alegre: Satolep, p. 7-8, 2004. VIEIRA, M. E. M. A Auto-Representação e Atuação dos Professores- Intérpretes de Línguas de Sinais: Afinal... Professor ou Intérprete? 2007. Dissertação Mestrado Universidade Federal de Santa Catarina, 2007.