Profa. Fernanda Oliveira Magalhães



Documentos relacionados
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DO DIABETES MELLITUS: SULFONILUREIAS E BIGUANIDAS

DIABETES MELLITUS. Prof. Claudia Witzel

Como prescrever o exercício no tratamento do DM. Acad. Mariana Amorim Abdo

Os portadores de diabetes representam 30% dos pacientes que se internam em unidades coronarianas.

DIABETES E CIRURGIA ALVOS DO CONTROLE GLICÊMICO PERIOPERATÓRIO

Cartilha de Prevenção. ANS - nº Diabetes. Fevereiro/2015

NÚMERO: 002/2011 DATA: 14/01/2011 ASSUNTO: PALAVRAS CHAVE: PARA: CONTACTO:

Alterações Metabolismo Carboidratos DIABETES

Congresso do Desporto Desporto, Saúde e Segurança

Tópicos da Aula. Classificação CHO. Processo de Digestão 24/09/2012. Locais de estoque de CHO. Nível de concentração de glicose no sangue

Cadernos de. Informação. Científica. Ano 7 nº Diabetes Mellitus

ESPECTRO. ALTERAÇÕES METABÓLICAS DA OBESIDADE e DMT2 EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Diabetes Tipo 2 em Crianças. Classificação de Diabetes em Jovens

Saiba quais são os diferentes tipos de diabetes

Diabetes Mellitus em animais de companhia. Natália Leonel Ferreira 2º ano Medicina Veterinária

Diagnóstico. Exame Laboratorial. Poliúria Polidpsia Polifagia

Protocolo para controle glicêmico em paciente não crítico HCFMUSP

PERFIL PANCREÁTICO. Prof. Dr. Fernando Ananias. MONOSSACARÍDEOS Séries das aldoses

Conheça mais sobre. Diabetes

Incretinomiméticos e inibidores de DPP-IV

DM Tipo 1 e Tipo 2: Principais abordagens terapêuticas e medicamentosas Marcio Krakauer

EXERCÍCIO E DIABETES

DIABETES TIPO 2 PREVALÊNCIA DIAGNÓSTICO E ABORDAGEM. Paula Bogalho. S. Endocrinologia Diabetes e Metabolismo

DIABETES MELLITUS. Ricardo Rodrigues Cardoso Educação Física e Ciências do DesportoPUC-RS

PALAVRAS CHAVE Diabetes mellitus tipo 2, IMC. Obesidade. Hemoglobina glicada.

Tratamento de diabetes: insulina e anti-diabéticos. Profa. Dra. Fernanda Datti

DIABETES MELLITUS DIABETES MELLITUS DIABETES MELLITUS DIABETES MELLITUS DIABETES MELLITUS DIABETES MELLITUS 18/9/2014


ALTERAÇÕES METABÓLICAS NA GRAVIDEZ

Sessão Televoter Diabetes

Que tipos de Diabetes existem?

Epidemiologia DIABETES MELLITUS

FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIA CURSO DE NUTRIÇÃO DISCIPLINA: FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA II. Diabetes Mellitus

VI CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM DIABETES DIETOTERAPIA ACADÊMICA LIGA DE DIABETES ÂNGELA MENDONÇA

AS MODERNAS INSULINAS

à diabetes? As complicações resultam da de açúcar no sangue. São frequentes e graves podendo (hiperglicemia).

ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR PRESENCIAL

DROGAS HIPOGLICEMIANTES

ATIVIDADE FÍSICA E DIABETES. Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior

INSULINOTERAPIA. Aluna: Maria Eduarda Zanetti

Programa de Reabilitação Metabólica no DM2

RESPOSTA RÁPIDA 219/2014 Insulina Glargina (Lantus ) e tiras reagentes

Uso Correto da Medicação. Oral e Insulina Parte 2. Denise Reis Franco Médica. Alessandra Gonçalves de Souza Nutricionista

Abordagem Diagnóstica e Terapêutica da Diabete Melito Não Complicada em Cães

Programa Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) Campanha de Prevenção e Controle de Hipertensão e Diabetes

DIABETES MELLITUS. Profa. Ms. Priscilla Sete de Carvalho Onofre

DIABETES E SINAIS VITAIS

Pré diabetes. Diagnóstico e Tratamento

Bruno de Oliveira Fonseca Liga de Diabetes UNIUBE 11/06/2012

ENFRENTAMENTO DA OBESIDADE ABORDAGEM TERAPÊUTICA

Diabetes INVESTIGAÇÕES BIOQUÍMICAS ESPECIALIZADAS

PERFIL NUTRICIONAL DE INDIVÍDUOS DIABÉTICOS ATENDIDOS PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DE UM MUNICÍPIO DO NORTE DO PARANÁ

Veículo: Jornal da Comunidade Data: 24 a 30/07/2010 Seção: Comunidade Vip Pág.: 4 Assunto: Diabetes

Na diabetes e dislipidemia

RESPOSTA RÁPIDA /2014

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

Insulinização. Niepen Programa de Educação Continuada Educação Continuada para APS. Dra Carla Lanna Dra Christiane Leite

EPIGENÉTICA E NUTRIÇÃO MATERNA. Augusto Schneider Faculdade de Nutrição Universidade Federal de Pelotas

TRABALHO SUBMETIDO AO 4º ENDORIO PRÊMIO INGEBORG LAUN (MÉRITO CIENTÍFICO) CONTROLE GLICÊMICO DE MULHERES COM DIABETES GESTACIONAL

17/08/2014. Prof. Me. Alexandre Correia Rocha Prof. Me Alexandre Rocha

Sybelle de Araujo Cavalcante Nutricionista

Novas diretrizes para pacientes ambulatoriais HAS e Dislipidemia

IDENTIFICANDO AS COMPLICAÇÕES DO DIABETES MELLITUS EM FREQÜENTADORES DE UM CENTRO REGIONAL DE ESPECIALIDADES (CRE) 1

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO

Tipos de Diabetes. Diabetes Gestacional

INTRODUÇÃO. Diabetes & você

24 de Outubro 5ª feira insulinoterapia Curso Prático Televoter

Diabetes: diagnóstico e clínica

Diabetes mellitus em felinos Ricardo Duarte

Diabetes Mellitus e Exercício

Sessão Televoter Diabetes

REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO

Os efeitos endocrinológicos na cirurgia da obesidade.

Identificar como funciona o sistema de gestão da rede (espaços de pactuação colegiado de gestão, PPI, CIR, CIB, entre outros);

CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DE DEFESA DA SAÚDE CESAU

AS SOLUÇÕES A prevalência da diabetes na população portuguesa entre os anos é:

Mapa do Conhecimento do Paciente de Diabete Mellitus

Diabetes. Fisiopatologia e Farmacoterapia II. Introdução. Insulina 12/02/2012. Introdução Ilhotas de Langerhans

5.1 Doenças do esôfago: acalasia, esofagite, hérnia hiatal, câncer de cabeça e pescoço, câncer de esôfago, cirurgias

Células A (25%) Glucagon Células B (60%) Insulina Células D (10%) Somatostatina Células F ou PP (5%) Polipeptídeo Pancreático 1-2 milhões de ilhotas

O que é O que é. colesterol?

11º Curso Pós-Graduado NEDO 2010 Endocrinologia Clínica Diabetes. Diabetes: avaliação da evolução e do tratamento

Teste seus conhecimentos: Caça-Palavras

Visão geral dos antidiabéticos orais tradicionais: secretagogos, inibidores da alfa-glicosidase e sensibilizadores de insulina

Tome uma injeção de informação. Diabetes

Diabetes Mellitus Tipo 1

Transcrição:

Profa. Fernanda Oliveira Magalhães

Conceito Importância - Prevalência Classificação Diagnóstico Tratamento Não farmacológico Farmacológico Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2011 www.diabetes.org.br

Grupo de doenças metabólicas, caracterizado por hiperglicemia, resultante de defeitos na secreção insulínica, ação insulínica ou ambos

Conceito Prevalência - importância Classificação Diagnóstico Tratamento Não farmacológico Farmacológico Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2011 www.diabetes.org.br

Prevalência estimada do diabetes no mundo inteiro em 2025 Número de pessoas: <5,000 5,000 74,000 75,000 349,000 350,000 1,500,000 >1,500,000 Nenhum dado disponível OMS. Relatório Mundial de Saúde1998; 91.

IDF Diabetes Atlas, 2011

Prevalência de Diabetes Mellitus (população entre 30 e 69 anos) Belém - 7,2 % Fortaleza - 6,5 % João Pessoa - 7,9 % Recife - 6,4 % Brasil - 7,6% Brasilia - 5,2% Salvador - 7,9 % Censo Brasileiro Ministério da Saúde, 1993 Rio de Janeiro - 7,5 % São Paulo - 9,7% Porto Alegre - 8,9%

25 20 17,4 21,7 15 13,6 12,6 12,1 Brasil (1989) 10 5 2,7 3,3 5,5 7,1 7,5 Ribeirão Preto 0 30-39 40-49 50-59 60-69 30-69 MTCG Torquato, RM Montenegro, LAL Viana et al. Arq Bras. Endocrinologia e Metabologia, 43 (Supl 1): S190, 1999

66,5% Normal Pré-diabetes Diabetes 20,8% 12,7%

25 20 17,4 21,7 15 10 5 2,73,3 7,1 5,5 13,6 12,6 7,5 12,1 Brasil (1989) Ribeirão Preto Uberaba (2005-7) 0 30-39 40-49 50-59 60-69 30-69

Conceito Importância - Prevalência Classificação Diagnóstico Tratamento Não farmacológico Farmacológico Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2011 www.diabetes.org.br

CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA DO DIABETES MELLITUS Diabetes tipo 1 Diabetes tipo 2 Outros tipos específicos Diabetes Mellitus Gestacional Intolerância à glicose Glicemia de jejum alterada PRÉ- DIABETES Expert Committee on the Diagnosis and C lassification of Diabetes Mellitus. Diabetes Care 20:7, 1997

Destruição das células b, usualmente levando a deficiência insulínica absoluta Imune mediado Idiopático 5 a 10% dos casos Associação com sistema HLA Taxa de destruição das células beta variável mais rápida nas crianças. LADA Latent autoimmune diabetes in adult Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2011 www.diabetes.org.br

Massa Céls - Doença auto-imune órgão-específica, progressiva, que começa anos antes do início do quadro clínico (auto-imunidade), acomete as células das ilhotas de Langerhans e que ao início do quadro clínico já existe a destruição de no mínimo 70% destas células pelo processo auto-imune. Genética & Ambiente Auto-Imunidade e Perda Metabólica Início Clínica Peptídeo C Indetectável Pré-Diabetes Diabetes Franco

Marcadores de autoimunidade presentes meses ou anos antes do diagnóstico e em 90% dos casos no início da hiperglicemia Ac Anti-insulina Ac Anti-GAD (Descarboxilase do ácido glutamico) Ac Antitirosina-fosfatases (IA2 e IA2B)

Vírus Coxsackie B Rubéola Caxumba Citomegalovírus Mononucleose Infecciosa Retrovírus Reovírus 1 Hepatite Bactérias Albumina Bovina Toxinas Estresse

DIABETES TIPO 2 Cetoacidose é rara Hiperglicemia gradual - assintomático por anos Fatores de risco: obesidade, obesidade abdominal, idade, sedentarismo Predisposição genética forte (maior que no tipo 1) - complexa e não definida Mais frequente em: indivíduos com HAS e dislipidemia e após diabetes gestacional Frequência varia em subgrupos raciais e etnicos Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2011 www.diabetes.org.br

Diabetes Mellitus tipo 2 Aproximadamente 90% dos casos de diabetes são do tipo 2 Causa principal de cegueira, insuficiência renal, amputações, AVC e doença arterial coronariana Proporções epidêmicas em muitos países em desenvolvimento Imenso impacto econômico nos recursos da Saúde Urge a adoção de novas estratégias para o tratamento e prevenção da doença Zimmet et al. Diabetologia 1999; 42:60 68. OMS. Relatório Mundial de Sáude 1997; 6. American Diabetes Association. Diabetes Care 1998; 21:296 309.

História Natural do Diabetes tipo 2 mg/dl Glicose 350 300 250 200 150 100 Glicose Pós-prandial Glicose de Jejum Relação ao normal (%) 250 200 150 100 50 0 Risco para diabetes Disfunção da célula Beta Insulino-resistência -10-5 0 5 10 15 20 25 30 Anos Nível de Insulina R. Bergenstal and D. Kendall, International Diabetes Center

OUTROS TIPOS ESPECÍFICOS A - Defeitos genéticos na função das células b B - Defeitos genéticos da ação da insulina C - Doenças do pâncreas exócrino D - Endocrinopatias E - Induzido por medicamentos ou agentes químicos F - Infecções G - Formas incomuns de diabetes auto-imune H -Outras síndromes genéticas associadas à diabetes

DIABETES GESTACIONAL 1 a 14% das gestações Qualquer grau de intolerância à glicose com início na gravidez Reclassificação 4 a 6 semanas pósparto Maioria - normaliza a tolerância à glicose no pós-parto 10-63% - desenvolvem diabetes em 5 a 16 anos após o parto

Estado intermediário entre homeostase normal e diabetes. Importância: Maior risco cardiovascular Glicemia de jejum alterada Intolerância à glicose

Conceito Importância - Prevalência Classificação Diagnóstico Tratamento Não farmacológico Farmacológico Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2011 www.diabetes.org.br

Jejum de 10 a 16 horas Ingestão de pelo menos 150 gr CHO/dia nos 3 dias anteriores ao teste. atividade física normal Comunicar a presença de infecções, ingestão de medicamentos ou inatividade 1,75 gr glicose/kg peso até 75 gr (máximo)

Conceito Importância - Prevalência Classificação Diagnóstico Tratamento Não farmacológico Farmacológico Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2011 www.diabetes.org.br

Metas glicêmicas Redução dos fatores de risco cardiovascular Recomendação Nutricional Exercícios Físicos Tratamento Farmacológico Insulinoterapia Antidiabéticos Orais

Metas glicêmicas Redução dos fatores de risco cardiovascular Recomendação Nutricional Exercícios Físicos Tratamento Farmacológico Insulinoterapia Antidiabéticos Orais

Interrupção do tabagismo Tratamento da hipertensão Tratamento da hiperlipidemia Melhora do controle glicêmico Redução de peso em obesos Exercícios regulares

Metas glicêmicas Redução dos fatores de risco cardiovascular Recomendação Nutricional Exercícios Físicos Tratamento Farmacológico Insulinoterapia Antidiabéticos Orais

Macronutrientes Valor Calórico Total (VCT) CHO Sacarose Até 10% Frutose Fibra alimentar Gordura total Ácidos Graxos saturados Ácidos graxos trans Ácidos Graxos Poliinsaturados Ácidos Graxos Monoinsaturados Colesterol Proteina Vitaminas e minerais Sódio Ingestão recomendada De acordo com as necessidades do indivíduo 45 a 60% - não inferior a 130 gr/dia Não se recomenda Mínimo de 20 gr/dia Até 30% do VCT total < 7% do total 2 gr/dia Até 10% do VCT Individualizado < 200 mg/dia 15 a 20% do VCT Recomendações da população não diabética Até 2400 mg (6 gr cloreto sódio)

Metas glicêmicas Redução dos fatores de risco cardiovascular Recomendação Nutricional Exercícios Físicos Tratamento Farmacológico Insulinoterapia Antidiabéticos Orais

Exercício aeróbico Três a cinco vezes por semana 30 a 60 min/dia Intensidade moderada 40-60% do VO2 máx Exercícios de resistência 3 vezes/semana maiores benefícios no diabetes tipo 2 para controle glicêmico Prevenção do DM2: 150 minutos/semana de exercício comedido

Maior possibilidade de hipoglicemia no DM1 monitorização da glicemia e redução da dose de insulina pré-exercício. Hiperglicemia e cetose (contra-indicado com glicemia> 250 mg/dl e cetose) Complicações cardiovasculares: arritmias, IAM, crise hipertensiva, hipertensão pósexercício, morte súbita Piora das complicações crônicas: retinopatia, nefropatia, neuropatia periférica e neuropatia autonômica

Metas glicêmicas Redução dos fatores de risco cardiovascular Recomendação Nutricional Exercícios Físicos Tratamento Farmacológico Insulinoterapia Antidiabéticos Orais

Diabetes Mellitus tipo 1 Cetoacidose, estado hiperosmolar não cetótico Diabetes tipo 2 em situações de estresse, como cirurgias, traumas, infecções graves Diabetes tipo 2 na gestação, em uso de droga hiperglicemiante ou falência secundária ao hipoglicemiante

Metas glicêmicas Redução dos fatores de risco cardiovascular Recomendação Nutricional Exercícios Físicos Tratamento Farmacológico Insulinoterapia Antidiabéticos Orais

Sulfoniluréias Biguanidas Inibidores da alfa-glicosidase intestinal Glinidas Tiazolinedionas Incretinomiméticos e Inibidores de DPP-IV

Carboidrato Ação Secretagoga sulfoniluréias, glinidas, incretinas Insulina Glicemia Diminuição absorção intestinal (acarbose) Diminui a lipólise excessiva e reduz os ácidos graxos livres Diminui a produção hepática de glicose Melhora a captação de glicose mediada pela insulina Glitazonas, Biguanidas e Glitazonas, Biguanidas Incretinas