GISELI PAVEZZI MIXOMA ODONTOGÊNICO: REVISÃO DE LITERATURA

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Transcrição:

GISELI PAVEZZI MIXOMA ODONTOGÊNICO: REVISÃO DE LITERATURA Londrina 2014

GISELI PAVEZZI MIXOMA ODONTOGÊNICO: REVISÃO DE LITERATURA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Medicina Oral e Odontologia Infantil da Universidade Estadual de Londrina, como requisito à obtenção do título de Cirurgiã Dentista. Orientador: Prof. Dr. Ricardo Alves Matheus Londrina 2014

GISELI PAVEZZI MIXOMA ODONTOGÊNICO: REVISÃO DE LITERATURA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Medicina Oral e Odontologia Infantil da Universidade Estadual de Londrina, como requisito à obtenção do título de Cirurgiã Dentista BANCA EXAMINADORA Orientador: Prof. Dr. Ricardo Alves Matheus Universidade Estadual de Londrina - UEL Prof. Dr. Hedelson Odenir Iecher Borges Universidade Estadual de Londrina - UEL Londrina, 11 de Novembro de 2014.

Dedico este trabalho primeiramente a Deus e Nossa Senhora das Graças, a quem eu sempre me voltava nos momentos de aflição. A meus pais, Sergio e Maria Eliza, e ao meu irmão, Sergio Pavezzi Júnior, que sempre estiveram ao meu lado e me deram todo o apoio necessário em todos esses anos de faculdade.

AGRADECIMENTOS Agradeço ao meu orientador não só pela constante orientação neste trabalho, mas sobretudo pela sua amizade e paciência. A minha família, que sempre me apoiou e depositou total confiança em mim, acreditou no meu futuro e me ajudou sempre a correr atrás dos meus objetivos, muito obrigada pai, mãe e irmão. Aos meus sinceros amigos, que estiveram comigo durante a faculdade e que tornaram esse anos muito mais agradáveis e, com certeza, os levarei para todo sempre na minha memória e no meu coração. E é claro, aos meus professores (as), que dedicaram seu tempo e paciência para transmitir para nós a sabedoria e o aprendizado de cada matéria.

PAVEZZI, Giseli; MATHEUS, Ricardo Alves. Mixoma Odontogênico: revisão de literatura. 2014. 28. Trabalho de Conclusão de Curso de Odontologia Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2014. RESUMO Mixoma odontogênico é um tumor de origem mesenquimal, benigno que atinge os maxilares e tem crescimento lento. Trata-se de um tumor raro, não encapsulado e de características radiográficas semelhantes a outras lesões que podem acometer maxila e mandíbula. O fundamental para o diagnóstico correto dessa lesão, além do exame clínico, é o exame histopatológico, pois assim como todas as lesões, o mixoma também tem células específicas que caracterizam seu histopatológico. Para o tratamento temos relatos desde a ressecção cirúrgica com margem de segurança, curetagem até tratamentos alternativos como a crioterapia, mas todos objetivando a não recidiva da lesão que pode infiltrar os tecidos adjacente. Posterior ao tratamento de escolha, tratamento esse que traz implicações para o paciente por causa da grande perda óssea e dentária, faz-se necessário reconstruir a área óssea perdida e reabilitar o paciente seja com prótese ou implantes. O presente trabalho tem o objetivo de rever casos sobre mixoma odontogênico na literatura, abordando as características clínicas, radiográficas e histopatológicas mais presentes relatados pelos autores que serviram como base para essa revisão, como também mostrar as alternativas de tratamento e os possíveis diagnósticos diferenciais para o mixoma. Palavras chaves: mixoma odontogênico, lesão óssea, maxilares.

PAVEZZI, Giseli; MATHEUS, Ricardo Alves. Odontogenic myxoma: literature review. 2014. 28. Trabalho de Conclusão de Curso de Odontologia Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2014. ABSTRACT Odontogenic myxoma is a tumor of mesenchymal origin, benign which affects the jaw and grow slowly. It is a rare tumor, not encapsulated and similar to other injuries that can affect the jaws radiographic features. The key to the correct diagnosis of this lesion, besides the clinical examination is histopathological examination, as well as all injuries, myxoma also has special cells that characterize its histopathology. For treatment we have reports from surgical resection with safety margin, curettage to alternative treatments such as cryotherapy, but all claiming the non recurrence of the injury that may infiltrate the adjacent tissues. After the treatment of choice, treatment which has implications for the patient because of the large bone and teeth loss, it is necessary to rebuild lost bone area and rehabilitate the patient either with implants or prosthesis. This paper aims to review cases of odontogenic myxoma in literature addressing the most common clinical, radiographic and histopathological features, reported by the authors that weres the basis for this review, but also show alternative treatments and possible differential diagnoses for myxoma. Key words: odontogenic myxoma, bone injury, jaws

IMAGENS Imagem 1 Imagem panorâmica dos maxilares, nota-se a presença do mixoma odontogênico na região posterior de mandíbula, se estendendo desde a região de canino até ramo da mandíbula... 22 Imagem 2 Reconstruções tridimensionais... 23 Imagem 3 Exame histopatológico mostrando células fusiformes e estreladas com núcleos arredondados... 26 Imagem 4 Mixoma odontogênico em mandíbula (A radiografia panorâmica inicial; B aspecto transcirúrgico: ressecção da lesão e reconstrução por placa de titânio bicortical; C aspecto macroscópico da peça operatória; D aspecto radiográfico com 15 meses de pós-operatório)... 27

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 10 2 REVISÃO DE LITERATURA... 11 3 DISCUSSÃO... 17 4 CONCLUSÃO... 21 5 IMAGENS... 22 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...28

10 1. INTRODUÇÃO Mixoma odontogênico é uma lesão óssea, rara, benigna mas que pode causar uma grande destruição óssea, por se tratar de uma lesão que infiltra o tecido ósseo adjacente e ela só é percebida pelo paciente quando já tomou dimensões notáveis. Na maioria dos casos, a lesão não apresenta dor, sendo raras as vezes que apresenta ulcerações de mucosa e deslocamento de algum elemento dental. Ocorre na região posterior de mandíbula e tem uma predileção pelo sexo feminino entre a segunda e a terceira década de vida. Radiograficamente o mixoma apresenta formação de septos radiopacos, dando um aspecto característico para esse tipo de lesão, aspecto que muitos autores chamam de bolha de sabão, raquete de tênis ou favo de mel. Pelas características radiográficas não é possível chegar a um diagnóstico certo, o que conta para o diagnóstico é o exame histopatológico, que vai diferenciar as células características do mixoma dos demais diagnósticos diferenciais O tratamento do mixoma odontogênico é considerado agressivo, pois é necessário fazer ressecção em bloco da área óssea envolvida na lesão com margem de segurança para se evitar que ocorram recidivas. Existe também o tratamento com a crioterapia, que consiste na aplicação de nitrogênio líquido na região óssea de onde foi tirado a lesão. O objetivo desse trabalho foi fazer uma revisão de literatura sobre mixoma odontogênico, abordando suas características clínicas, radiográficas e histopatológicas e as implicações que pode trazer para o paciente.

11 2. REVISÃO DE LITERATURA ALTUG, H. A., SENCIMEN, M., GULSES, A. em 2010 relataram que o mixoma odontogênico é um tumor benigno invasivo, com crescimento lento e assintomático, de etiologia desconhecida que ocorre geralmente na segunda e terceira década de vida, tendo maior ocorrência em mulheres do que em homens, incidindo mais em mandíbula do que em maxila. É um tumor agressivo, que pode apresentar infiltração no tecido adjacente por não ser encapsulado e mesmo após a remoção cirúrgica pode ocorrer recidivas. Radiograficamente a lesão se mostra radiolúcida, podendo ser unilocular ou multilocular. As lesões multiloculares são denominadas de raquete de tênis ou bolha de sabão (Imagem 1). A reabsorção radicular raramente é vista embora o deslocamento dos dentes seja comum para o mixoma. No caso clínico relatado no artigo, a lesão se apresenta em maxila com envolvimento do terceiro molar. Neste caso destaca a dificuldade em estabelecer um diagnóstico correto, o que exige interação entre radiologista, cirurgião e patologista. O aspecto radiográfico também deve ser anexado com a história clínica e achados físicos. SILVA, B.F. et al. descrevem o mixoma como uma neoplasia benigna, de origem mesenquimal, localmente invasiva, com células arredondadas em um estroma mucóide (Imagem 3). Relatam não ter predileção por sexo, ocorrendo na faixa etária entre 20 a 30 anos de idade e é encontrado com maior freqüência no corpo e ramo da mandíbula apresentando aspecto gelatinoso de coloração branco amarelado. Radiograficamente apresenta imagem multilocular (Imagem 1), com áreas radiolucidas separadas por septos raiopacos lembrando aspecto de raquete de tênis. Os limites não são nítidos, indicando uma lesão invasiva, provocando deslocamento dos dentes e reabsorção radicular dos dente vizinhos. O tratamento é radical, com cirurgia excisional com uma margem de segurança para evitar recidivas. No caso de lesões pequenas sem envolvimento ósseo, o tratamento conservador é indicado (excisão completa, enucleação ou curetagem seguida de cauterização química das paredes ósseas circundantes afim de manter a função do paciente), mas o tratamento conservador é complicado pois não se trata de uma lesão

12 encapsulada e o tecido mixomatoso pode infiltrar no tecido ósseo próximo tendo maiores chances de ocorres recidivas. REIS, S. R. A. e col. em 2006 apresentaram um caso de mixoma odontogênico que foi tratado com crioterapia. Em sua revisão foi relatado que o mixoma odontogênico é um tumor benigno, pouco freqüente, de crescimento lento e que infiltra o tecido ósseo adjacente, apresentando características clinicas como aumento de volume, deslocamento dos dentes e, em alguns casos, ulcerações na mucosa. Radiograficamente apresenta imagem de uni ou multilocular com presença de septos radiopacos distribuídos em ângulos retos (Imagem 1). Histologicamente o tumor apresenta células estreladas ou alongadas mergulhadas em uma matriz frouxa abundante em mucopolissacarídeos (Imagem 3). A abordagem cirúrgica com a crioterapia foi utilizada para complementar um procedimento menos invasivo. A ação da crioterapia com nitrogênio liquido sobre a célula ocorre com a formação de cristais de gelo no ambiente intra e extracelular o que ocasiona alterações na estrutura da membrana celular, causando a morte das células, mas mantendo a arquitetura inorgânica inalterada, o que ajudará na formação de novo osso, isento de tumor. Com esse procedimento, obtém-se a margem de segurança preconizada. Mas a crioterapia também pode apresentar conseqüências, como a fratura da mandíbula, pois com o congelamento do osso diminui a resistência mecânica do mesmo levando a uma possível fratura no futuro, então para prevenir esse possível acidente, pode-se usar uma placa de reconstrução que é fixada na mandíbula da paciente para assegurar a resistência do corpo mandibular. CASTRO, A. L. et al. (2003) descreveram o mixoma odontogênico como sendo uma rara neoplasia benigna, que histopatológicamente apresenta semelhança com o tecido mesenquimal de um dente em desenvolvimento, mostrando células estreladas em um estroma abundante em mucopolissacarídeos ácidos (Imagem 3). Por se tratar de uma lesão rara, o diagnóstico tem de ser feito buscando todos os detalhes clínicos e radiográficos. E pelo crescimento lento, muitas vezes o diagnóstico é feito muito tarde, quando a lesão já está com um grande volume, trazendo maiores conseqüências como má oclusão, invasão de estrutura anatômica, instabilidade dental, obstrução nasal e diplopia. Dor também pode estar presente mas não é comum.

13 O aspecto radiográfico a lesão apresenta imagem radiolúcida multilocular lembrando a forma de uma raquete de tênis pela presença de trabéculas ósseas delgadas, sempre dispostas em ângulos retos (Imagem 1). Característica essa que a torna semelhante para outras lesões, o que dificulta fazer diagnostico apenas pela imagem radiográfica sendo necessário a biópsia e análise histopatológico para o correto diagnóstico. Lesões como ameloblastoma, queratocisto odontogênico, lesão de célula gigante central e fibroma odontogênico central são diagnóstico diferencial para o mixoma odontogênico. VERAS FILHO, R. O. et al. em 2007 citaram que tumores odontogênicos como o mixoma, são derivados de elementos epiteliais e mesenquimais que formam os dentes, por esse motivo que são encontrados nos ossos maxilares e devem servir de diagnóstico diferencial para outras doenças quando relacionados com essas estruturas. O mixoma odontogênico trata-se de uma neoplasia benigna comum de crescimento lento, assintomático e infiltrativo. Pode ocorrer em qualquer idade, mas a segunda e a terceira década de vida são as mais acometidas por essa lesão, sendo mais comum aparecerem na região posterior de mandíbula, e quando presente em maxila, este localiza-se na região de molares e osso zigomático. Radiograficamente esse tipo de tumor pode apresentar imagem uni ou multilocular, ser bem delimitado ou difuso podendo causar reabsorção ou deslocamento dos dentes na área do tumor (Imagem 1). Para o tratamento, eles relatam que a ressecção cirúrgica é o tratamento de escolha, sendo o prognóstico bom, não ocorrendo metástase e a taxa de recidiva ser significativa. A reabilitação do paciente é imprescindível. BRITES, F. C. (2012) refere-se ao mixoma como um tumor agressivo, benigno e raro que acomete adultos jovens e não tem predileção por sexo, aparecendo em quase todas as regiões dos maxilares, sendo a mandíbula a mais afetada. Pode apresentar dor, ulcerações, invasão de tecidos moles e mobilidades dentárias junto com a expansão da cortical óssea. Radiograficamente apresenta aspecto radiolúcido, podendo ser uni ou multilocular, com aspecto de favo de mel (Imagem 1). Pode aparecer como uma lesão bem delimitada ou difusa.

14 Histologicamente, o mixoma é um tumor não encapsulado, consistindo de substância mixomatoide, relativamente acelular. Embora a origem do mixoma seja atribuída ao mesênquima de um dente em desenvolvimento ou ao ligamento periodontal, tipicamente há ausência de restos odontogênicos nesses tumores. Suas células são esféricas e fusiformes com arranjo estrelado dispostas em estroma mixoide e são encontradas na matriz de mucopolissacarídeo (Imagem 3). A biópsia é imprescindível para o diagnóstico correto e o tratamento de escolha é a cirurgia radical, com uma margem de segurança de 1,5 a 2 cm. A reconstrução imediata ainda é uma dúvida, pois por se tratar de uma lesão não encapsulada pode haver restos epiteliais onde a lesão se localizava, e também a necessidade de uma equipe de micro-cirurgia plástica, aumentando, dessa forma, os custos da cirurgia e o tempo de anestesia. TARRAGÓ, MSC. DRA. J. D. M. et al. (2008) relata que mixoma odontogênico é um tumor benigno raro, de crescimento lento, que pode ser confundido com um tumor maligno devido a sua agressividade e recidiva. Afeta maxila e mandíbula mas é mais freqüente em mandíbula e tem predileção pelo sexo feminino. É um tumor assintomático mas que pode apresentar dor, ulcerações, mobilidade dentaria e invasão de tecidos moles. Em radiografias apresenta imagem radiolúcida multilocular (Imagem 1) que pode ser confundida com ameloblastoma. No histopatológico, o mixoma é constituído por células estreladas, redondas e fusiformes em um estroma mixóide frouxo com poucas fibras colágenas (Imagem 3). Um bom exame clínico da lesão e radiográfico são de extrema importância, mas pela semelhança do mixoma com outras lesões, o exame histopatológico é indispensável para o diagnóstico definitivo da lesão. O tratamento indicado vai desde a curetagem até a ressecção em bloco da área afetada. NEVILLE, B. W. et al. (2008) escreveram que o mixoma é geralmente encontrado em adultos jovens, mas que podem ocorrer em qualquer idade, não há predileção por sexo e pode estar presente em quase todas as regiões dos maxilares, sendo que a mandíbula é um pouco mais afetada que a maxila. As lesões menores geralmente são assintomáticas já as maiores geralmente estão associadas com a expansão indolor da cortical óssea. Pode apresentar crescimento rápido com acúmulo de substância fundamental mixóide.

15 Apresenta-se como uma lesão radiotransparente uni ou multilocular (Imagem 1), que pode deslocar ou causar reabsorção dos dentes na área do tumor. As margens podem mostrar-se irregulares e festonadas, e o interior da lesão apresenta finas trabéculas de osso que muitas vezes formam ângulos reto entre si, dando aspecto de bolha de sabão que é muito semelhante ao ameloblastoma. Microscopicamente o tumor é constituído de células redondas e fusiformes com arranjo estrelado, disposta em um abundante estroma mixóide frouxo contendo poucas fibras colágenas (Imagem 3). Quanto ao tratamento, NEVILLE, B. W. e col. (2008), dizem que lesões pequenas podem ser tratadas com curetagem, mas a reavaliação periódica é necessária. E para lesões maiores é necessário uma ressecção mais extensa, por não se tratar de um tumor encapsulado que tende a infiltrar o tecido circunjacente. MELO, A. U. C. et al. (2008) dizem que o mixoma odontogênico geralmente aparecem mais em adolescente e adultos jovens, entre a segunda e terceira década de vida, não havendo um consenso a respeito de predileção por localização, por sexo mais afetado e não há predileção racial. Eles são assintomáticos, causando dor, parestesia ou assimetria quando assumem maior tamanho. Tem crescimento lento, podendo causar divergência ou reabsorção radicular, deslocamento ou mobilidade dentária. Radiograficamente se apresentam bastante variáveis, mas sempre radiolúcidos. Podem apresentar aparência de bolhas de sabão, raquete de tênis e favos de mel (Imagem 1). Tanto as radiografias convencionais como a tomografia computadorizada devem ser utilizadas na investigação radiográfica para determinação do tamanho do tumor, da definição das margens, do padrão de septos ósseos e da possibilidade de perfuração da cortical. No seu aspecto histológico, o mixoma odontogênico apresenta uma abundante substância intercelular mucosa composta por tecido conjuntivo frouxo eosinofílico. Imersas neste estroma encontram-se células fusiformes e estreladas com citoplasmas alongados, com ou sem pequenas massas de epitélio odontogênico inativo (Imagem 3). Como os mixomas odontogênicos possuem alto índice de recidiva, devido principalmente a sua consistência gelatinosa e ausência de cápsula, faz-se necessário que o tratamento inicial seja bastante eficaz. A ressecção cirurgica com margem de segurança acaba sendo o tratamento mais indicado.

16 A proservação pós-operatória deve ser feita principalmente nos dois primeiros anos, pois este é o período de maior recidiva

17 3. DISCUSSÃO Os primeiros relatos sobre mixoma odontogênico encontrados na literatura datam do ano de 1947 por Thoma e Goldman (MELO, A. U. C. et al. 2008). O mixoma odontogênico é uma neoplasia benigna (ALTUG, H. A., SENCIMEN, M., GULSES, A. 2010; SILVA, B.F. et al.; REIS, S. R. A et al. 2006; CASTRO, A. L. et al. 2003; VERAS FILHO, R. O. et al. 2007; BRITES, F. C. 2012; TARRAGÓ, MSC. DRA. J. D. M. et al. 2008), pouco frequente de ser encontrado casos na literatura e que acomente os tecidos ósseos, tem crescimento lento e possui capacidade de infiltrar os tecidos ósseos adjacentes (REIS, S. R. A et al. 2006) por apresentar característica de não ter suas células encapsuladas. Apresenta coloração branco amarelado, de aspecto gelatinoso (SILVA, B.F. et al.), que contradiz o que CASTRO, A. L. et al. em 2003 fala, que o mixoma possui coloração clara de aspecto não gelatinoso. Há relatos que a prevalência desse tipo de tumor em adolescentes e adultos jovens, entre a segunda e a terceira década de vida (ALTUG, H. A., SENCIMEN, M., GULSES, A. 2010; SILVA, B.F. et al.; VERAS FILHO, R. O. et al. 2007; BRITES, F. C. 2012; NEVILLE, B. W. et al. 2008) são maiores que nas outras idades, tendo predileção pelo sexo feminino e localização mais comum em mandíbula, mais para a região posterior de mandíbula (MELO, A. U. C. et al. 2008). Já outros autores relatam que o mixoma odontogênico podem aparecer em qualquer região dos maxilares (TARRAGÓ, MSC. DRA. J. D. M. et al. 2008), mas geralmente a mandíbula é a parte mais afetada (BRITES, F. C. 2012) principalmente a região posterior (VERAS FILHO, R. O. et al. 2007) com maior freqüência no corpo e ramo da mandíbula (SILVA, B.F. et al.). Quando ocorre em maxila, a região mais comumente onde é encontrado esse tipo de tumor é onde se localiza os molares e o osso zigomático (VERAS FILHO, R. O. et al. 2007). Clinicamente são assintomáticos (CASTRO, A. L. et al. 2003; VERAS FILHO, R. O. et al. 2007; TARRAGÓ, MSC. DRA. J. D. M. et al. 2008; NEVILLE, B. W. et al. 2008; MELO, A. U. C. et al. 2008) mas podem apresentar dor e parestesia quando assumem um tamanho maior (MELO, A. U. C. et al. 2008). Em alguns casos, mostraram a presença de ulcerações, mobilidade dentária e invasão de tecidos moles (TARRAGÓ, MSC. DRA. J. D. M. et al. 2008). Visto que também podem

18 apresentar mobilidade dentária (BRITES, F. C. 2012; MELO, A. U. C. et al. 2008) e invasão de tecidos moles junto com a expansão da cortical óssea (BRITES, F. C. 2012; NEVILLE, B. W. et al. 2008). A maioria dos autores tem o mesmo relato quanto as características radiográficas, onde o mixoma se apresenta radiolúcido, podendo ser unilocular ou multilocular formando imagens que pode ser comparadas com favo de mel (BRITES, F. C. 2012; MELO, A. U. C. et al. 2008), raquete de tênis (ALTUG, H. A., SENCIMEN, M., GULSES, A. 2010; SILVA, B.F. et al.; CASTRO, A. L. et al. 2003; MELO, A. U. C. et al. 2008), bolhas de sabão (ALTUG, H. A., SENCIMEN, M., GULSES, A. 2010; NEVILLE, B. W. et al. 2008; MELO, A. U. C. et al. 2008). Segundo ALTUG, H. A., SENCIMEN, M., GULSES, A. em 2010 diz que a reabsorção radicular raramente é vista, e SILVA, B.F. et al. relata que a imagem multilocular apresenta-se separada por septos radiolúcidos que formam ângulos retos entre si, onde os limites não são nítidos que indica ser uma lesão invasiva provocando deslocamento dos dentes e reabsorção radicular dos dentes vizinhos. Alguns outros autores concordam com a presença de septos dispostos em ângulos retos. (REIS, S. R. A et al. 2006; CASTRO, A. L. et al. 2003; NEVILLE, B. W. et al. 2008). Com o advento da tomografia computadorizada ficou mais fácil fazer o diagnóstico das lesões, o mixoma se enquadra nesse benefício, pois com a imagem tomográfica é possível saber a dimensão exata da lesão através dos vários cortes que ela possibilita fazer, da montagem em terceira dimensão, que permite analise completa da situação da lesão, das áreas anatômicas que estão envolvidas na mesma possibilitando assim o planejamento mais adequado para cada situação, individualizando o tratamento de cada paciente. No aspecto histopatológico, enquanto um autor afirma que o tumor apresenta células arredondadas em um estroma mucóide e é um tumor encapsulado com delimitações precisas (SILVA, B.F. et al.), outro já contradiz essa informação dizendo que esse tipo de tumor apresenta células estreladas ou alongadas mergulhadas em uma matriz frouxa abundante em mucopolissacarídeos (REIS, S. R. A et al. 2006; CASTRO, A. L. et al. 2003) onde essas células tem núcleo arredondado (CASTRO, A. L. et al. 2003) e tecido semelhante ao tecido mesenquimal de um dente em desenvolvimento (CASTRO, A. L. et al. 2003; VERAS FILHO, R. O. et al. 2007). De acordo com BRITES, F. C. em 2012, o mixoma odontogênico é consistido de substância mixomatóide relativamente acelular, onde as células esféricas e

19 fusiformes com arranjo estrelados estão dispostos em estroma mixódie são encontradas na matriz de mucopolissacarídeos. E NEVILLE, B. W. et al. em 2008 afirma que essas células redondas e fusiformes com arranjo estrelados estão dispostas em um abundante estroma mixóide frouxo que contém poucas fibras colágenas, sendo essa afirmação igual a do autor TARRAGÓ, MSC. DRA. J. D. M. et al. em 2008. O tratamento preconizado pela maioria dos autores é a ressecção cirúrgica radical (ALTUG, H. A., SENCIMEN, M., GULSES, A. 2010; BRITES, F. C. 2012) com margem de segurança para evitar recidivas (ALTUG, H. A., SENCIMEN, M., GULSES, A. 2010; MELO, A. U. C. et al. 2008), alguns autores indicam margem de 1,5cm a 2cm de seguraça (BRITES, F. C. 2012), outros indicam a curetagem (CASTRO, A. L. et al. 2003; TARRAGÓ, MSC. DRA. J. D. M. et al. 2008; NEVILLE, B. W. et al. 2008) principalmente por se tratar de uma extensa lesão e que pode trazer recidivas. Outra opção de tratamento apresentado foi a crioterapia (REIS, S. R. A et al. 2006; CASTRO, A. L. et al. 2003), que consiste em uma técnica onde se usa nitrogênio líquido e após a remoção do tecido ósseo afetado aplica-se o nitrogênio no leito ósseo. O tempo de cada aplicação corresponde ao necessário para se obter o aspecto visual do osso congelado. Os intervalos entre cada ciclo eram dependentes do sangramento no leito previamente congelado. (REIS, S. R. A et al. 2006). Esse tratamento agressivo traz grandes implicações para o paciente devido a grande perca óssea e conseqüentemente a perca dos elementos dentais, para reverter essa sequela, é feito enxerto ósseo na região onde foi retirado a lesão e após a formação do osso o paciente é reabilitado com prótese ou implantes. Quanto ao diagnóstico diferencial, os autores tem as mesmas opiniões, sempre relatando ameloblastoma (TARRAGÓ, MSC. DRA. J. D. M. et al. 2008), ceratocisto odontogênico, lesão central de células gigantes, fibroma odontogênico (REIS, S. R. A et al. 2006; CASTRO, A. L. et al. 2003; VERAS FILHO, R. O. et al. 2007; BRITES, F. C. 2012). Mas alguns ainda relatam mais alguns diagnósticos que podem ser confundidos com o mixoma odontogênico como neurofibroma mixóide, fibroma condromixóide (NEVILLE, B. W. et al. 2008), rabdomiossarcoma, lipossarcoma mixóide (MELO, A. U. C. et al. 2008), hemangioma intraósseo (BRITES, F. C. 2012; MELO, A. U. C. et al. 2008).

20 A maneira de diferenciar e ter o diagnóstico correto é através do exame histopatológico.

21 4. CONCLUSÃO Conclui-se que: Mixoma odontogênico são lesões benignas altamente invasivas que atingem o tecido ósseo; O exame clínico é muito importante, mas exames complementares são essenciais para o diagnóstico correto dessa lesão, principalmente o exame histopatológico; O tratamento cirúrgico é agressivo, pois é necessário margem de segurança para que seja evitado casos de recidivas.

22 5. IMAGENS Imagem 1 Imagem panorâmica dos maxilares, nota-se a presença do mixoma odontogênico na região posterior de mandíbula, se estendendo desde a região de canino até ramo da mandíbula. Fonte: imagem cedida pelo Professor Dr. Ricardo Alves Matheus

23 Imagem 2 Reconstruções tridimensionais Imagem 2.A - Vista da face vestibular da lateral esquerda de mandíbula Fonte: imagem cedida pelo Professor Dr. Ricardo Alves Matheus

24 Imagem 2.B Vista da face lingual da lateral esquerda de mandíbula Fonte: imagem cedida pelo Professor Dr. Ricardo Alves Matheus

25 Imagem 2.C Vista ínfero-superior com expansão das corticais na região acometida pelo processo patológico Fonte: imagem cedida pelo Professor Dr. Ricardo Alves Matheus

26 Imagem 3 Exame histopatológico mostrando células fusiformes e estreladas com núcleos arredondados Fonte: CASTRO, Alvimar Lima de; KANNO, Cláudia Misue; CALLESTINI, Renata; SICCHIERI, Luciana Gonçalves; MUNHOZ, Felipe Camargo. Revista Odontológica de Araçatuba, v.24, n.2, p. 23-27, Agosto/Dezembro, 2003 - MIXOMA ODONTOGÊNICO EM MANDÍBULA

27 Imagem 4 Mixoma odontogênico em mandíbula (A radiografia panorâmica inicial; B aspecto transcirúrgico: ressecção da lesão e reconstrução por placa de titânio bicortical; C aspecto macroscópico da peça operatória; D aspecto radiográfico com 15 meses de pós-operatório) Fonte: BRITES, Fabio Caetano. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-Fac., Camaragibe v.12, n.4, p. 33-38, out./dez. 2012 Mixoma odontogênico tratamento cirúrgico radical

28 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALTUG, Hasan Ayberk; SENCIMEN, Metin; GULSES, Aydin. Clinico-Radiographic Examination of Odontogenic Myxoma with Displacement of Unerupted Upper Third Molar: Review of the Literature. International Journal of Morphology, Temuco, v.29, n.3, p. 930-933, set. 2011. Disponível em: < http://www.scielo.cl/scielo.php?pid=s0717-95022011000300045&script=sci_arttext>, acesso em: 20 de Abril de 2014. BRITES, Fabio Caetano. Mixoma Odontogênico tratamento cirúrgico radical. Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, Camaragibe, v.12, n. 4, p. 33-38, out./dez. 2012. Disponível em: < http://www.revistacirurgiabmf.com/2012/v12.n4/v12n4.5.pdf>, acesso em: 24 de Junho de 2014. CASTRO, Alvimar Lima de; KANNO, Cláudia Misue; CALLESTINI, Renata; SICCHIERI, Luciana Gonçalves; MUNHOZ, Felipe Camargo. Mixoma Odontogênico em Mandíbula. Revista Odontológica de Araçatuba, Araçatuba, v.24, n.2, p. 23-27, ago./dez. 2003. Disponível em: < http://www.apcdaracatuba.com.br/revista/2402/pag23-27.pdf>, acesso em: 24 de Junho de 2014. MELO, Allan Ulisses Carvalho de; MARTORELLI, Sérgio Bartolomeu de Farias; CAVALCANTI, Paulo Henrique de Holanda; GUEIROS, Luiz Alcino; MARTORELLI, Fernando de Oliveira. Mixoma odontogênico maxilar: relato de caso clínico comprometendo seio maxilar. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, São Paulo, v.74, n.3, maio/jun. 2008. Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0034-72992008000300026&script=sci_arttext>, acesso em: 04 de Outubro de 2014.

29 NEVILLE, Brad W.; DAMM, Douglas D.; ALLEN, Carl M.; BOUQUOT, Jerry E.. Patologia Oral e Maxilofacial. 2ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 798. REIS, Silvia Regina de Almeida; ANDRADE, Miguel Gustavo Setúbal; KNOP, Luegya Amorim Henriques; HOSHI, Ryushi; RABELLO, Iêda Crusoé. Mixoma Odontogênico avaliação imaginológica de um caso tratado com crioterapia. Revista da ABRO Associação Brasileira de Radiologia Odontológica, v.7, n.2, p. 21-26, jul./dez. 2006. Disponível em: < http://www.ceccilheus.com.br/images/downloads/17_310120130916200.pdf>, acesso em: 24 de Junho de 2014 SILVA, Bruna Fontes da; CERRI, Artur; SILVA, Carlos Eduardo Xavier S. Ribeiro da; MACEDO, Adriana Lopes. Mixoma Odontogênico com invasão sinusal. Disponível em: < http://www.odontologiadiferenciada.com.br/?cont=mixomaodontogenico>. Acesso em: 24 de Junho de 2014. TARRAGÓ, MSc. Dra. Josefa Dolores Miranda; FERNÁNDEZ, Dr. Rafael Delgado; VÉLEZ, Dr. Joaquín Urbizo; QUINTANA, Dr. Juan Carlos; MIRANDA, Dra. Eglys Trujillo; ROJAS, Dra. Isis C Contreras. Mixoma odontogénico, un reto para el diagnóstico. Revista Cubana de Estomatologia, Ciudad de La Habana, v.45, n.3-4, jul./dic. 2008. Disponível em: < http://bvs.sld.cu/revistas/est/vol45_3-4_08/est123_408.htm>, acesso em: 20 de Abril de 2014. VERAS FILHO, Ruy de Oliveira; PINHEIRO, Silvano Santos; ALMEIDA, Isabel Cristina Pinheiro de; ARRUDA, Maria de Lourdes Silva; COSTA, Antonio de Lisboa Lopes. Mixoma Odontogênico em maxila com invasão do seio maxilar. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, São Paulo, v.74, n.6, nov./dez. 2008.

30 Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0034-72992008000600021>, acesso em: 20 de Abril de 2014.