MANUSEIO, CONTROLE E DESCARTE DE PRODUTOS BIOLÓGICOS. CLAUDIA PINHO HARTLEBEN

Documentos relacionados
Comissão de Biossegurança do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo

24/02/2016. Instrumentação e técnicas básicas de assepsia. Sobre as aulas práticas Profa. Dra. Ilana Camargo. Aula 1

Segurança do Trabalho e Biossegurança

ENFERMAGEM BIOSSEGURANÇA. Parte 3. Profª. Tatiane da Silva Campos

Biossegurança em Organismos Geneticamente Modificados

Noções Gerais de Biossegurança. Prof. Msc. Roberpaulo Anacleto Neves

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA

ANEXO I. A Biossegurança tem por objetivo evitar e/ou minimizar os riscos de se contrair enfermidades em ambientes de trabalho ou situação de risco.

IMPORTÂNCIA DOS NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS NO MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS-MS

Trabalho com animais: Biossegurança e Boas Práticas em Biotérios de Experimentação.

Biossegurança no Laboratório de Microbiologia

NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA APLICADOS À SAÚDE

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO PARA MANIPULAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS E AMOSTRAS BIOLÓGICAS. LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA Bacteriologia e Micologia

IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS BIOLÓGICOS DE ACORDO COM A NR 32

Curso Básico de Biossegurança

MEMORIAL DESCRITIVO. Serviço Laboratorial Avançado Slav-RJ

BIOSSEGURANÇA. Diogo Domingues Sousa Gerente de Segurança e Saúde Ocupacional

de laboratório em pesquisas Segurança dos animais Segurança do experimentador

BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS de ZOONOSES e SAÚDE PÚBLICA

C o n c e i t o d e B i o s s e g u r a n ç a

Influenza aviária ( gripe aviária ) e o significado de sua transmissão aos humanos

Doenças Infecciosas e Transmissão de Doenças: Conceitos Básicos

BIOSSEGURANÇA EM CLASSES HOSPITALARES

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO PARA MANIPULAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS E AMOSTRAS BIOLÓGICAS

Microbiologia ambiental Água necessidade para microrganismos uso na produção e processamento alimentos fonte de contaminações análise e tratamento de

06/10/2017. Microbiologia da água

Manual de Biossegurança Biotério DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR E BIOAGENTES PATOGÊNICOS - FMRP

BOAS PRÁTICAS: ÁREA FÍSICA

Introdução Classificação dos riscos biológicos: Classe de Risco 1: Classe de Risco 2: Classe de Risco 3:

Biossegurança nos laboratórios de pesquisa do Departamento de Microbiologia. Denise M S Bazzolli - DMB

Microbiologia ambiental 30/09/201 4

Biossegurança 14/02/2019

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO PARA MANIPULAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS

ESTRATÉGIA DE ASSISTÊNCIA E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE EBOLA. Versão 1 14 de agosto de 2014

BOAS PRÁTICAS EM LABORATÓRIO

TEL: (77)

A r g avo v s o s Ep E i p de d m e i m ol o óg ó i g co c s CON O CEI E T I OS DOE O N E ÇA

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO PARA MANIPULAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS E AMOSTRAS BIOLÓGICAS

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO PARA MANIPULAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS E AMOSTRAS BIOLÓGICAS

Epidemiologia das Doenças Infecciosas HEP0142_EDI

Controle de infecção Hospitalar e as interfaces com as estruturas físicas ANTONIETA MACHADO

FORMULÁRIO DE APRESENTAÇÃO DE DISCIPLINA. Nome da Disciplina: BIOSSEGURANÇA E BIOCONTENÇÃO EM LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA

Ambiência: Manuseio do Lixo e Material de Descarte

Cadeia epidemiológica

Ética e Biossegurança em investigações de surtos e epidemias

Treinamento: Limpeza e descontaminação de áreas e superfícies. Maio de 2013

HC UFPR COMITÊ DE INFLUENZA SUÍNA

Riscos ambientais empresariais. 4.1 Programa de prevenção de acidentes (PPRA)

Técnicas Microbiológicas

EXAMES LABORATORIAIS: IMUNOLOGIA

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO PARA MANIPULAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS E AMOSTRAS BIOLÓGICAS

Instrumentos para precaução e prevenção de Riscos Biológicos em Laboratórios de Análises Clínicas

Carbúnculo ou antraz Bacillus anthracis

Resolução Conselho de Ensino da Faculdade Ubaense Ozanam Coelho Estabelece normas especificas para organização e o funcionamento

RESOLUÇÃO NORMATIVA No- 2, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2006 DOU

Conjunto de medidas voltadas para prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino,

RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 2, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2006

Classificação de risco e níveis de biossegurança/classificação de OGM. Dra. Laura Sichero laura.sichero@icesp.org.br

BIOSSEGURANÇA. CLAUDIA PINHO HARTLEBEN

PRECAUÇÕES PADRÃO Contato Respiratório (Gotículas, aerossóis)

Doenças Transmitidas por Alimentos. Prof.: Alessandra Miranda

Plano de Ensino-Aprendizagem Roteiro de Atividades Curso: Medicina

GRIPE PERGUNTAS E RESPOSTAS

O capítulo das Precaucões Toxicológicas, Ecotoxicológicas e Ambientais, faz referência ao EPI a utilizar.

Alterações microbianas em alimentos Wladimir Padilha da Silva

DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS (DTA)

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO PARA MANIPULAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS E AMOSTRAS BIOLÓGICAS

ENFERMAGEM BIOSSEGURANÇA. Parte 4. Profª. Tatiane da Silva Campos

Exames Periódicos. Admissão do Profissional SMO. Admissão do Profissional Orientações. Integração do Profissional

Medidas de precaução

O quê é Biossegurança?...e por quê você tem tudo a ver com ela.

ENSINO E BIOSSEGURANÇA

Chuveiro e lava-olhos de emergência: Equipamentos imprescindíveis para o manuseio de produtos químicos

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO PARA MANIPULAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS E AMOSTRAS BIOLÓGICAS

Dannubia Bastos. Acadêmica de Medicina / UECE

Qualificação dos Profissionais da Administração Pública Local MÓDULO 6 A G E N T E S B I O L Ó. Formadora - Magda Sousa

Morfologia e Coloração de bactérias

INTEGRAÇÃOESTAGIÁRIOS

Poluição Ambiental Indicadores Microbiológicos de Poluição Hídrica. Prof. Dr. Antonio Donizetti G. de Souza UNIFAL-MG Campus Poços de Caldas

Precauções em controlo de. Maria Teresa Neto

Enfermidades Infecciosas em Bubalinos. Prof. Raul Franzolin Neto FZEA/USP Bubalinocultura 1

Ministério da Saúde Plano Brasileiro de Preparação para uma Pandemia de Influenza

ENFERMAGEM BIOSSEGURANÇA. Parte 17. Profª. Tatiane da Silva Campos

Procedimento de uso de cabine de segurança biológica (FLUXO LAMINAR) Antes de iniciar o trabalho:

ROTEIRO PARA POSTO DE COLETA DE ANÁLISES CLÍNICAS

Microbiologia Básica. Aula 07 Profº Ricardo Dalla Zanna

Conceitos Gerais Relação Parasita Hospedeiro. Prof. Cor

PROCEDIMENTO PARA ACONDICIONAMENTO E SEGREGAÇÃO DE RESÍDUOS DOS GRUPOS A e E Prefeitura do Campus USP Fernando Costa (PUSP-FC)

Fundamentos de Epidemiologia

10º Encontro de Higienização e Lavanderia Hospitalar da Região Sul AÇÃO DESINFETANTE NO PROCESSO DE LAVAGEM EM ROUPAS HOSPITALARES

RADIOLOGIA PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM EM RADIOLOGIA

08/08/2011 HISTÓRICO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO. Riscos nos ambientes em saúde. Riscos nos ambientes em saúde BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO : BIOSSEGURANÇA

Ambiência: Localização e Área Física

FRENTE. Direção Geral de Alimentação e Veterinária DSMDS Última revisão do texto 17 de abril de 2014 Página 1 de 6

1.4 Metodologias analíticas para isolamento e identificação de micro-organismos em alimentos

HIDROSFERA: 3/4 DO PLANETA

Vírus associados à surtos alimentares (Rotavirus, Norovirus e Hepatite A)

Enfª Francielle Toniolo Enf ª Luiza Casaburi

Transcrição:

MANUSEIO, CONTROLE E DESCARTE DE PRODUTOS BIOLÓGICOS CLAUDIA PINHO HARTLEBEN (hartlebenclaudia@gmail.com)

RISCOS BIOLÓGICOS: CLASSIFICAÇÃO GRUPO DE RISCO 1 Riscos: individual e comunitário baixos # Microorganismos que têm probabilidade nula ou baixa de provocar doenças para o homem e que não constituem risco para o meio ambiente. Ex. Lactobacillus

Lactobacillus Os Lactobacilos constituem um importante grupo de bactérias ácido láticas, estando amplamente difundidos na natureza. Muitas espécies têm aplicações na indústria de alimentos sendo utilizadas como culturas iniciadoras em leites fermentados, queijos, soro de leite, entre outros

RISCOS BIOLÓGICOS: CLASSIFICAÇÃO GRUPO DE RISCO 2 Riscos: individual moderado e comunitário limitado # Organismos patogênicos, porém geralmente não apresentam um perigo sério para os indivíduos. Pode provocar infecções graves, porém já se conhecem medidas profiláticas adequadas com risco de propagação limitado ou reduzido. Ex. Leptospira

Leptospira Zoonose Agente etiológico: Leptospira sp. Infecta diversos animais e humanos Infecção através de contato direto ou água ou solo contaminado com urina Doença febril aguda TAMANHO -0,1 a 0,2 m de diâmetro -6 a 20 m de comprimento

RISCOS BIOLÓGICOS: CLASSIFICAÇÃO GRUPO DE RISCO 3 Riscos: individual alto e comunitário limitado - Organismos patogênicos que costumam provocar doenças graves, propagada de um hospedeiro infectado ao outro. Não existem medidas profiláticas e de tratamento bem estabelecidas. Ex. Bacillus anthracis, HIV, M.tuberculosis

Bacillus antracis LETALIDADE (ANTHRAZ RESPIRATÓRIO) 86-97% sem tratamento 75% com tratamento

BIOTERRORISMO B. antracis De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 50 kg de esporos, disseminados numa área urbana com 5 milhões de pessoas, provocariam 250 mil casos de infecção com cercade 100 mil mortos

Mycobacterium tuberculosis ME

RISCOS BIOLÓGICOS: CLASSIFICAÇÃO GRUPO DE RISCO 4 Riscos: individual e comunitário elevados - Agentes infecciosos patogênicos que geralmente causam doenças graves, sendo facilmente transmitidas e na maioria dos casos não se conhece tratamento eficaz e as medidas profiláticas não estão bem estabelecidas. Ex. Vírus Ébola

VÍRUS ÉBOLA Febre hemorrágica ébola (FHE) é uma doença infecciosa grave muito rara, freqüentemente fatal, causada pelo vírus ébola.

ÉBOLA Até o presente, 4 epidemias de febre hemorrágica produzida pelo Ebola entre seres humanos são conhecidas: as duas primeiras em 1976, no Zaire e no Oeste do Sudão, resultando em mais de 550 casos e 340 mortes, a terceira em 1979 no Sudão foi menor com 34 casos e 22 óbitos e a quarta em 1996 no Zaire.

RISCOS BIOLÓGICOS: CLASSIFICAÇÃO GRUPO DE RISCO 5 Riscos: alto risco de causar doença animal grave e de disseminação no meio ambiente - Agentes de doença animal e que embora não sejam patógenos de importância para o homem, podem gerar grandes perdas econômicas e na produção de alimentos. Ex. Vírus da Gripe Aviária e Vírus da Febre Aftosa (Gado bovino)

VÍRUS DA GRIPE AVIÁRIA Gripe aviária causada por uma variedade do vírus Influenza (H5N1) hospedado por aves, mas que pode infectar diversos mamíferos. "A rapidez é essencial quando se trata de um vírus que vive no ar e tem ação rápida como o influenza. É provável que as autoridades não tenham a menor chance de barrar o avanço de uma pandemia nascente se não conseguirem contê-la em 30 dias."

Alguns microorganismos que infectam o ser humano, o número (carga infectante) e as vias de entrada, segundo Hirata e Mancini Filho, 2002 Doença /Agente infeccioso Carga / Nº de organismos Via de Inoculação Malária 10 Intravenoso Sífilis 57 Intradérmico Febre Tifóide 105 Ingestão Sarampo 1 Inalação Poliovírus 2 Ingestão Influenza A2 790 Inalação

NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA # Nível de Biossegurança 1 (NB1) # Nível de Biossegurança 2 (NB2) # Nível de Biossegurança 3 (NB3) # Nível de Biossegurança 4 (NB4)

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 (NB1) Nível de contenção laboratorial que se aplica aos laboratórios de ensino básico, onde são manipulados os microrganismos pertencentes a classe de risco 1. Não é requerida nenhuma característica de desenho estrutural, além de um bom planejamento espacial e funcional e a adoção de Boas Práticas Laboratoriais.

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 (NB1) Lactobacilos Microorganismos não patogênicos

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 (NB1) Prática Microbiológica Padrão Reduzir derramamentos e aerossóis Descontaminação diária da superfície de trabalho Descontaminação do lixo Manter programa controle de insetos/roedores

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 (NB1) Barreiras Secundárias Laboratório com porta Pias para lavar as mãos Superfícies fáceis de limpar Bancos impermeáveis à água Mobiliário resistente Janelas fechadas e com telas protetoras Construção normal, sem ventilação

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 (NB1) FÁCIL DE LIMPAR E DESCONTAMINAR

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 (NB1)

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 (NB1) Supervisão Pesquisador com treinamento geral em microbiologia ou ciências afins Pessoal de Laboratório Com treinamento específico em procedimentos laboratoriais

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2) Diz respeito ao laboratório em contenção, onde são manipulados microrganismos da classe de risco 2. Se aplica aos laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis primários de diagnóstico, sendo necessário, além da adoção das boas práticas, o uso de barreiras físicas primárias (cabine de segurança biológica e equipamentos de proteção individual) e secundárias (desenho estrutural e organização do laboratório).

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2) Chlamydia pneumoniae, C. trachomatis Escherichia coli e outros coliformes fecais Helicobacter pylori Staphylococcus aureus Leptospira Treponema pallidum Helmintos e protozoários intestinais Diversos fungos HVA, HVB, HVC, Herpes, Rubéola

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2) Barreiras Secundárias Laboratório com portas trancadas Pia para lavagem das mãos Superfícies de trabalho de fácil manutenção Bancos impermeáveis e Mobiliário resistente Cabine de segurança instalada Iluminação adequada e lava-olhos disponível Ar do Laboratório não deve circular em outras áreas

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2) Barreiras Secundárias Janelas fixas com tela protetora Acesso restrito durante o trabalho Disponibilidade de autoclave Localização separada de área pública Ventilação bi-direcional Construção e estruturas normais

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2)

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2)

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2)

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2) Equipamento de segurança (Barreiras Primárias) NB1 MAIS: Uso de Cabines de biossegurança (classe II) para trabalhar com agentes infecciosos envolvendo: Aerossóis e derramamentos Grandes volumes Altas Concentrações

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2) Supervisor Práticas Especiais Cientista especializado, com mais responsabilidades do que para o BSL-1 Acesso limitado aos imunocomprometidos Acesso restrito a não imunizados Pessoal de Laboratório Deve estar ciente do perigo em potencial Deve ter habilidade e prática nas técnicas

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2)

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Indicado para trabalho com agentes infecciosos que possam causar doenças graves, potencialmente letais, como resultado da exposição por via de inalação

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Destinado ao trabalho com microrganismos da classe de risco 3 ou para manipulação de grandes volumes e altas concentrações de organismos da classe de risco 2. Para este nível de contenção são requeridos além dos itens referidos no nível 2, desenho e construção laboratoriais especiais. Deve ser mantido controle rígido quanto a operação, inspeção e manutenção das instalações e equipamentos e o pessoal técnico deve receber treinamento específico sobre procedimentos de segurança para a manipulação destes microrganismos.

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Bacillus anthracis Clostridium botulinum M. bovis M. tuberculosis (todas as cepas, exceto a BCG), Fungos: Histoplasma capsulatum HIV

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) NB1 e NB2, Mais: Barreiras Secundárias Prédio separado ou em zona isolada Dupla porta de entrada Escoamento do ar interno direcionado Passagem de ar única 10 a 12 trocas de ar/ hora

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Barreiras Secundárias Proteger equipamentos geradores de aerossol Ante-sala do Laboratório, fechada Paredes, pisos e tetos resistentes à água e ser de fácil descontaminação Todo material de trabalho colocado dentro da capela de segurança Tubos de aspiração a vácuo protegidos com desinfetante líquido ou filtro Hepa.

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Barreiras Primárias Práticas especiais para NB2 mais: Utilização de capela de fluxo laminar Classe II ou III para manipular material infeccioso Uso de equipamentos para proteção respiratória (máscaras com pressão de ar negativa e filtro)

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3)

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Práticas especiais para NB2 mais: Trabalhar em capela BS certificada Usar equipamento de contenção de bioaerossol Descontaminar imediatamente áreas onde ocorreram derrame de material contaminado

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3)

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Práticas Especiais Supervisão Supervisor:cientista competente/experiente no trabalho com estes agentes que: Estabelece critérios para entrada da amostra Restringe o acesso Controla procedimentos e regulamentos Treina pessoal antecipadamente.

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Práticas Especiais Pessoal de Laboratório Seguir as normas de forma estrita Demonstrar habilidade Receber treinamento apropriado Relatar acidentes Participar da vigilância médica

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Laboratório de contenção máxima, destina-se a manipulação de microrganismos da classe de risco 4 e 5. Onde há o mais alto nível de contenção, além de representar uma unidade geográfica e funcionalmente independente de outras áreas. Esses laboratórios requerem, além dos requisitos físicos e operacionais dos níveis de contenção 1, 2 e 3, barreiras de contenção (instalações, desenho e equipamentos de proteção) e procedimentos especiais de segurança.

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Somente Vírus Agentes de febres hemorrágicas Vírus da aftosa Vírus Ébola Vírus da Gripe aviária H5N1

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4)

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4)

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4)

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4)

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Barreiras Secundárias Mesmas condutas de Classe 1,2,3 mais: Prédio separado ou em zona isolada Dupla porta de entrada Escoamento interno do ar uni direcional Passagem de ar individual Sistemas altamente aperfeiçoados para suprimento, exaustão de ar, formação de vácuo e descontaminação

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Barreiras Secundárias Fechar hermeticamente os equipamentos geradores de aerossóis Obrigatório utilizar autoclave de dupla porta Ante-Sala de entrada fechada, com pisos, paredes e teto vedados de forma a se obter espaço lacrado. Abertura e fechamento de portas eletronicamente programado de forma a não permitir aberturas simultâneas.

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Barreiras Secundárias Eliminação de líquidos - deve passar por um método de descontaminação aprovado e antes do descarte deve haver a certificação Instalação de sistema seguro de comunicação da parte interna com externa do Laboratório Manter ligados a geradores, os equipamentos responsáveis pelo insuflamento de ar e abertura de portas.

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Barreiras Primárias As já utilizadas nas Classes 1,2e 3 mais: Cabine de Segurança II ou III para manipulação de agentes patogênicos Utilização de máscara facial com pressão + Descontaminação, por produtos químicos ou vapor em temperaturas elevadas, de todo líquido eliminado (até água de banho) e resíduos sólidos

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4)

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Práticas Especiais Acesso controlado. Pessoal entra na primeira sala. Depois passa a sala onde troca a roupa, sala de banho (necessário só na saída) e por fim o Laboratório. Todos os suprimentos laboratoriais saem através autoclave de porta dupla ou câmara de fumigação.

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Práticas Especiais SUPERVISOR é cientista competente, treinado e com larga experiência para trabalhos com agentes infecciosos que: Fiscaliza critérios rigorosos de acesso restrito Exige o cumprimento de regulamentos e procedimentos Treina com rigor o pessoal do Laboratório

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Práticas Especiais Pessoal de Laboratório: Deve seguir rigorosamente as normatizações Demonstrar eficiência Receber treinamento altamente especializado Relatar todo e qualquer tipo de acidente Receber imunizações Participar de vigilância médica

DESCARTE DE MATERIAL BIOLÓGICO

TRANSPORTE DE MATERIAL BIOLÓGICO

Em uma época em que dar as mãos já não é suficiente...unamos os pés pode ser que resulte

CTNBio: segurança para saúde humana, animal, agricultura e meio ambiente Exame caso a caso, considerando: Estudo do gene inserido; Característica reprodutiva da espécie; Condições climáticas e ambientais do local de liberação do OGM; Possibilidade de transferência do gene; Condições experimentais. 64

Como atua a CTNBio frente às instituições que manipulam OGMs? Atua com rigor e critério científico no estudo, acompanhamento e vistoria de todos os experimentos; Certificados de Qualidade em Biossegurança (CQBs); Constituição de Comissões Biossegurança (CIBios); Internas de Relatórios Anuais. 65

CLAUDIA PINHO HARTLEBEN (hartlebenclaudia@gmail.com)