QUALIDADE DE VIDA E SEU REFLEXO NO TRABALHO: UM DIFERENCIAL DA FUNEDI / UEMG Aluna Bolsista: Débora Guimarães de Azevedo Sader- Educação Física Aluno Bolsista: Thiago Martins da Silva- Educação Física Orientador: Fábio Peron Carballo 1- JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA SOCIAL: A qualidade de vida no trabalho é um dos novos desafios para as empresas no cenário atual. Ela afeta diretamente a vida dos funcionários e conseqüentemente os resultados das empresas. Há vários fatores que influenciam a qualidade de vida no trabalho organizações. Assim, percebe-se a importância de fatores como: oportunidades, programa de atividades físicas, de lazer, ergonomia, acompanhamento fisiológico, nutricional, médico dentro da empresa, entre outros. A organização tem que perceber, cada vez mais, a importância do ser humano para o alcance de resultados. Pois a capacidade de raciocínio, de criatividade, de solucionar problemas, está presente nas pessoas e não nas máquinas. Então, a empresa passa a se preocupar em oferecer um ambiente que traga ao indivíduo: conforto, respeito, segurança e bem-estar, entre outros. Ou seja, a organização deve oferecer meios propícios, e que, favoreça o uso de suas capacidades. Vários fatores contribuem para uma não qualidade de vida, por isso, devem ser identificados e combatidos com políticas e ações que visem minimizar ou mesmo eliminar esses males que afetam, não somente o trabalho, mas também a vida familiar e social dos funcionários. A busca pela Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e a implementação de ações visando melhorias para as pessoas, não pode ser considerada como um custo nas planilhas das organizações, uma vez que os custos com afastamentos e ações trabalhistas são maiores do que uma medida preventiva. Zelar pelo bem-estar físico, mental e social dos funcionários, independentemente de seu setor/função é de suma importância para assegurar uma maior produtividade e qualidade no trabalho e maior satisfação na vida familiar e pessoal. 1.1- Conceito de Qualidade de Vida (QVT): nas A QUALIDADE DE VIDA baseia-se em uma visão integral das pessoas, que é o chamado enfoque biopsicossocial. O enfoque biopsicossocial das pessoas origina-se da medicina
psicossomática, que propõe a visão integrada, ou holística, do ser humano MAXIMIANO (2000, p.498). Vasconcelos (2001, pg. 25), apud França A construção da qualidade de vida no trabalho ocorre a partir do momento em que se olha a empresa e as pessoas como um todo, o que chamamos de enfoque biopsicossocial. Pode-se observar que a qualidade de vida no trabalho interfere não somente no trabalho em si, mas tem implicações do campo familiar e social dos indivíduos, e vice-versa. Para Davis e Newstrom (2001), a proposta de QVT é desenvolver um ambiente de trabalho que seja tão bom para as pessoas como para saúde econômica da empresa. Para isso, é necessário que haja um enriquecimento no trabalho, de forma a deixá-lo mais agradável com ações pró-funcionário através de atividades físicas, acompanhamento sistemático dos aspectos fisiológico, nutricional, emocional e social. Em razão dos benefícios à saúde, dos dividendos econômicos e sociais potencialmente proporcionados pela atividade física, e frente aos custos elevados do sedentarismo, passamos atualmente, por um momento de mobilização de toda a sociedade, envolvendo a iniciativa pública até a privada, integrando ações para promoção de atividade física, reunindo esforços e estratégias para a melhora da QVT. Os programas de Qualidade de Vida na Empresa para funcionários, por meio da atividade física orientada, acompanhamento antropométrico pelo profissional de Educação Física e estagiários na empresa, têm sido associados com redução da rotatividade dos empregados, diminuição do absenteísmo e uma possível redução nos custos de saúde da empresa. Infelizmente, os levantamentos que se tem das empresas brasileiras não são animadores, pois, apesar de todos os esforços realizados, o nível de sedentarismo na massa trabalhadora ainda é alto. Ceschini e de Lima (2005) puderam analisar o nível de atividade física em 6.362 funcionários de ambos os gêneros, com idade de 33,25 ± 13,21 anos, sendo 3.597 do gênero masculino (56,5%) e 2.765 do gênero feminino (43,5%), trabalhadores de 14 indústrias de São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro, e encontraram que a maior parte deles era sedentária (50,7%) ou irregularmente ativa (38,6%), enquanto apenas 8,6% eram ativos e 2,1% muito ativos, sendo o problema um pouco maior entre homens. Através deste projeto que se desenvolverá nas dependências da própria instituição, a ação de intervenção constituirá de prevenção em relação à morbimortalidade por doenças crônicodegenerativas e em especial às doenças cardiovasculares.
Para determinar a dimensão desse projeto, citaremos a pesquisa realizada por Kruger e cols. que analisaram os dados de 6.360 adultos que responderam a pesquisa nacional sobre atividade física e perda de peso, realizada em 2002 nos Estados Unidos. A maioria dos empregados foi classificada como sedentária (sentados ou em pé) quando se analisou somente a jornada de trabalho: sendo 54,7% dos homens e 67,8% das mulheres. A mesma porcentagem de homens e mulheres (25,6%) estava em ocupações que envolviam caminhar, sendo que 19,6% dos homens e 6,8% das mulheres relataram realizar atividades pesadas de trabalho. No entanto, quando os outros componentes que compõem o estilo de vida (atividades na casa, no transporte e no tempo de lazer) foram levados em consideração, 45,7% entre os funcionários que trabalhavam sentados ou em pé, 49,6% dos que reportaram caminhar no trabalho e 59,7% entre os trabalhadores envolvidos em atividades pesadas foram classificados como regularmente ativos. As análises de regressão evidenciaram que tanto homens quanto mulheres que trabalhavam em serviços que envolviam atividades pesadas foram quase duas vezes (odds ratio, OR: 2,4: 1,8-3,1) mais regularmente ativos do que aqueles que exerciam funções sentados ou em pé na maior parte do tempo. 2- OBJETIVOS: O Projeto tem como objetivos: Desenvolver ações de intervenção pela QVT na instituição; Sensibilizar os funcionários do setor administrativo da FUNEDI/UEMG para uma mudança de comportamento no sentido da adoção de um estilo de vida mais ativo e saudável; Propor programas semanais de atividades físicas e acompanhamento antropométrico aos envolvidos Verificar o impacto desta intervenção na produtividade dos envolvidos Intervir para que haja mudança nos parâmetros de saúde e, desta forma, incentivar a adoção de um estilo de vida ativo de forma mais regular e permanente, o que facilitaria o alcance de benefícios maiores para saúde e qualidade de vida. 3- METODOLOGIA:
Haverá um estudo clínico randomizado. Avaliaremos trinta sujeitos de idade entre 25 a 50 anos, de ambos os sexos, funcionários do setor administrativo da FUNEDI/UEMG, que serão selecionados mediantes os critérios: ordem de inscrição e disponibilidade de horário. Após essa seleção, os funcionários serão acompanhados durante três meses ou seja, dezoito semanas. Estes acompanhamentos serão da seguinte maneira: Primeiramente, os trinta envolvidos farão exames sugeridos pelo Clínico Geral. Após, haverá um trabalho de conscientização por parte da equipe composta pelo professor e os dois estudantes. Em sequência, o profissional de Educação Física aplicará um questionário Anamnese sobre o Estado de Saúde dos envolvidos. Também, será avaliado o gasto energético diário, a gordura corporal, o consumo máximo de oxigênio, a aptidão cardiorrespiratória,pressão arterial, flexibilidade e o nível de glicose. Após os testes, os funcionários iniciarão o programa de atividades aeróbicas.todas as avaliações serão executados pelo professor responsável, assim como a organização das atividades. Essas terão o apoio de dois alunos do curso de Educação Física da Funedi/UEMG. As atividades ocorrerão quatro vezes por semana, com a duração inicial de quarenta e cinco minutos e após o período de adaptação, as atividades serão de sessenta minutos. Os trinta funcionários serão divididos em dois grupos. Um fará as atividades na segunda e quartas feiras (A), o outro, fará nas terças e quintas feiras (B). O horário será das 17h:30min até ás 18h:30min, sem alteração, nas dependências da Funedi/UEMG, especialmente, nos laboratórios utilizados pelo curso de Educação Física. A cada mês, os envolvidos serão avaliados em relação à pressão arterial, a freqüência cardíaca, o percentual da gordura corporal, a aptidão cardiorrespiratória, já para essas avaliações, utilizaremos o Laboratório de Fisiologia do Exercício da instituição, localizado atualmente, no DTC (Divinópolis Tenis Clube). Em todos os fechamentos de semana, o professor irá se reunir com os orientandos para discutirem o treinamento da semana seguinte e estudarem/discutirem os dados coletados, para um melhor rendimento/resultado do programa. Para as avaliações, utilizaremos o Protocolo de Guedes, ou Pollock para mensurar a composição corporal, através das dobras cutâneas. O Protocolo de Katch e Mc Ardle será para acompanhar o percentual de gordura. Na avaliação da aptidão cardiorrespiratória, faremos o Teste de Cooper, onde será mensurado além da aptidão, o VO2 máx. e a Zona Alvo. A classificação da aptidão cardiorrespiratória segue o American Heart Association. E o teste de flexibilidade será a Goniometria, conforme feito e demonstrado. 4- JUSTIFICATIVA E RELAÇÃO DE MATERIAIS DE CONSUMO
O Projeto terá a duração de quatro meses, ou seja, dezoito semanas, quatro vezes por semana, divididos em dois grupos A e B. Não haverá a necessidade de compras de materiais, pois, a Funedi/UEMG já os possui. 5- PÚBLICO ALVO: Serão trinta vagas para os funcionários do setor administrativo da FUNEDI/UEMG de ambos os sexos e de idade entre 25 a 50 anos. 6- RESULTADOS ESPERADOS: Espera-se que ao final do Projeto, haja uma diminuição significativa, no grupo dos valores de pressão arterial, da gordura corporal, do risco cardiovascular e da pressão arterial. Também, que aumente a aptidão cardiorrespiratória, um aumento significativo no gasto energético (particularmente nas atividades moderadas) e aumento da potência aeróbica e haja uma melhora significativa na qualidade de vida dos envolvidos. 7- SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DE AVALIAÇÃO: A cada mês, os funcionários serão avaliados em relação à pressão arterial, a freqüência cardíaca, o percentual da gordura corporal, a aptidão cardiorrespiratória, já para essas avaliações, utilizaremos o Laboratório de Fisiologia do Exercício da instituição, localizado no DTC. Todos os dados serão tabulados, tratados, e discutidos/ analisados entre o professor/orientador e os alunos envolvidos a cada mês e repassados aos envolvidos ao final do programa. Para as avaliações, utilizaremos o Protocolo de Guedes, ou Pollock para mensurar a composição corporal, através das dobras cutâneas. O Protocolo de Katch e Mc Ardle será para acompanhar o percentual de gordura. Na avaliação da aptidão cardiorrespiratória, faremos o Teste de Cooper, onde será mensurado além da aptidão, o VO2 máx. e a Zona Alvo. A classificação da aptidão cardiorrespiratória segue o American Heart Association. E o teste de flexibilidade será a Goniometria, conforme feito e demonstrado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
SILVA, M. A. Dias da e DE MARCHI, Ricardo. Saúde e qualidade de vida no trabalho. São Paulo: Best Seller, 1997. VASCONCELOS, Anselmo Ferreira. Qualidade de vida no trabalho: origem, evolução e perspectivas. Araújo T, Bertoto B, Matsudo S, et al. Influence of fixing a poster in increasing stair climbing use in work site. Med Sci Sports Exerc. 2002;34 (5 Suppl 1):S265. Disponível em: http://www.acsm-msse.org/pt/re/msse/fulltext.00005768-200205001. Acessado em 2012 (05 set) Proper KI, Hildebrandt VH, Van der Beek AJ, Twisk JW, Van Mechelen W. Effect of individual counseling on physical activity fitness and health: a randomized controlled trial in a workplace setting. Am J Prev Med. 2003;24(3):218-26. FERNANDES, José. A Prática da Atividade Física. São Paulo: Shape, 2000