PERFIL ALIMENTAR E ANTROPOMÉTRICO EM PRÉ - ESCOLARES DA REDE PRIVADA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SÃO PAULO

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Transcrição:

PERFIL ALIMENTAR E ANTROPOMÉTRICO EM PRÉ - ESCOLARES DA REDE PRIVADA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SÃO PAULO Rosana Aparecida dos Santos, Erika Lima Rodrigues Universidade do Vale do Paraíba - Faculdade de Ciências da Saúde - FCS Avenida Shishima Hifumi, 2911, nutri.rosana@uol.com.br, erika@nectar.ntr.br Resumo Crianças em idade pré-escolar, o hábito alimentar caracteriza-se fundamentalmente pelas suas preferências. As crianças nessa faixa etária acabam consumindo somente alimentos que gostam entre os disponíveis no seu ambiente, recusando aqueles de que não gostam. Existem evidências de que o desenvolvimento do sobrepeso em fase precoce da vida pode se tornar um importante fator de risco para o aparecimento de obesidade posteriormente, sobrepondo-se, inclusive, a enfermidades que, tradicionalmente, provocam graves danos à saúde. É na infância que o hábito alimentar se forma, é necessário o entendimento dos seus fatores determinantes, para que seja possível propor processos educativos efetivos para a mudança do padrão alimentar. O objetivo foi avaliar o perfil nutricional de crianças em idade pré-escolar, utilizando questionário de frequência alimentar, registro alimentar de três dias e avaliação antropométrica em relação ao peso e altura. Os dados revelaram a necessidade de implantação de políticas públicas de saúde e programas de prevenção à obesidade e educação nutricional nos pré-escolares. Palavras-chave: criança, avaliação antropométrica, hábitos alimentares. Área do Conhecimento: Nutrição. Introdução A nutrição infantil evidência que o comportamento alimentar do pré-escolar é determinado em primeira instância pela família da qual ela dependente e, secundariamente, pelas outras interações psicossociais e culturais da criança. A dificuldade é fazer com que a criança aceite uma alimentação variada, aumentando suas preferências e adquirindo um hábito alimentar mais adequado, uma vez que muitas crianças têm medo de experimentar novos alimentos e sabores, fenômeno este denominado neofobia alimentar (RAMOS; STEIN, 2000). A merenda escolar é um serviço proporcionado aos alunos durante sua permanência na escola e tem como principal objetivo suprir, parcialmente, as necessidades nutricionais, melhorando a capacidade de aprendizagem, formar bons hábitos alimentares, além de manter o aluno na escola (MASCARENHAS; SANTOS, 2006). Do ponto de vista da saúde pública, avaliação do crescimento e do estado nutricional de préescolares tem, preferencialmente, despertado o interesse de pesquisadores e clínicos, sempre referidos como um dos grupos de maior vulnerabilidade às carências nutricionais e os seus efeitos deletérios. Os menores de cinco anos vêm sendo alvos de inúmeras investigações em todo o mundo (LAURENTINO et al., 2003). O objetivo desse trabalho foi avaliar o perfil alimentar de crianças em idade pré-escolar, utilizando questionário de frequência alimentar, re- gistro alimentar de três dias e avaliação antropométrica em relação ao peso e altura. Metodologia Realizou-se um estudo transversal, no período fevereiro a maio de 2009. O estudo foi realizado com 29 crianças de uma escola privada na cidade de São José dos Campos. Foram incluídas no estudo, as crianças com faixa etária de 24 a 60 meses, sendo os critérios de exclusão a recusa dos pais ou responsáveis da criança em participar do estudo, após a apresentação do termo de consentimento livre e esclarecido. Pesquisa da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), protocolado sob o número (H 209/2008). Para a avaliação antropométrica os alunos foram pesados com roupas leves utilizando a balança analógica, da marca Tanita com capacidade de 136k e calibrada, onde as crianças se posicionaram em pé, no centro da balança. 1

Para a mensuração da altura, foi utilizado um estadiômetro de parede da marca Welmy com 2m de comprimento, dividida por milímetros. As crianças se posicionaram em pé, sem sapatos, encostada no estadiômetro, com os calcanhares juntos, costas retas e os braços estendidos ao lado do corpo. Os pais responderam um questionário de frequência alimentar, abordando questões sobre o consumo alimentar das crianças e o registro alimentar de três dias, devido ao apetite instável dessas crianças. O registro foi aplicado em dias subsequentes, tomando dois dias do meio da semana e um do final de semana. Os dados coletados das crianças foram aplicados nos gráficos de peso por estatura (P/E) e peso por idade (P/I). Resultados Com relação à idade, percebe-se que a amostra foi bastante variada. Aparentemente o maior número de pré-escolares é na faixa etária dos 48 meses (44,82%) e 36 meses (27,58%) como mostra a figura 1. PORCENTAGEM POR IDADE 50 45 40 35 30 25 20 15 5 0 13,8 DISTRIBUIÇÃO POR FAIXA ETÁRIA 27,58 44,82 13,8 24 MESES 36 MESES 48 MESES 60 MESES PORCENTAGEM CONSUMIDA 80 70 60 50 40 30 20 0 ALIMENTOS DE ALTA DENSIDADE CALÓRICA 72 CHOCOLATE 62 42 14 7 11 7 7 BALAS REFRIGERANTE 52 SALGADINHOS 3 4 45 BISC.RECHEADO 17 DIARIAMENTE SEMANALMENTE EVENTUALMENTE Figura 2 Frequência de alimentos com alta densidade calórica consumida pelos préescolares. Na tabela 1 observa-se que o macronutriente que está acima das recomendações diárias segundo a OMS (2001) para crianças em idade pré-escolar foi o lipídeo. Já em relação ao carboidrato e a proteína, os mesmos encontramse dentro das recomendações diárias para préescolares. Tabela 1 Consumo diário de macronutrientes. Idades Meses Caloria (kcal) 24 51± 11,4 36 74± 15,0 Proteína 14,5 ± 1,8 13,9 ± 2,0 Carboidrato 58,5± 5,1 57,1± 3,5 Lipídeo 29± 2,8 30± 2,5 Figura 1 Distribuição percentual das crianças avaliadas na pesquisa por idade. 48 1351± 20,8 13,3 ± 1,3 59,0± 2,1 30± 2,5 A figura 2 demonstra à frequência do consumo alimentar e/ou preparações classificadas como energéticos extras ou de maior densidade calórica questionados. Aparentemente, os de maior preferência pelos pré-escolares foram o chocolate (14%) seguido das balas (11%) e o refrigerante. 60 1367± 3,8 13,7 ± 1,5 56,8± 0,8 32± 0,5 Na tabela 2 observa-se que alguns micronutrientes não estão de acordo com as recomendações diárias estipuladas pela DRIs (2009), segundo a faixa etária, sendo eles o ferro e a vitamina A. Já em relação ao cálcio e o zinco estão dentro das recomendações diárias para préescolares. Tabela 2 Consumo diário de micronutrientes. 2

Idades Meses Cálcio Ferro Vitamina A (µg) Zinco 24 547±55,5 5,2±0,27 265±22,6 3,1±0,81 36 543±26,3 5,3±0,41 251±37,6 3,0±0,67 48 793±35,0 4,8±0,84 276±11,4 5,1±1,12 60 853±19,8 4,8±0,50 273±4,16 5,1±1,81 Discussão Dentre da população estudada com (51,72%) e do sexo feminino e (48,27%) do sexo masculino, o resultado da pesquisa mostra que a faixa etária que mais participou da pesquisa foi às crianças de 48 meses, sendo 7 do sexo feminino e 6 do sexo masculino e o menor número de participantes foi 24 e 60 meses. Em relação ao peso por idade P/I, é o índice que apresenta maior sensibilidade para identificar o risco de desnutrição em crianças com idade préescolar, o peso é um parâmetro que mostra a velocidade do crescimento que varia de acordo com a idade, de acordo com a pesquisa os re sultados encontrados foi muito baixo na questão do baixo peso. Segundo os autores foi realizada uma revisão de literatura para discutir conceitos relevantes sobre a caracterização do estado nutricional de crianças e adolescentes por meio de indicadores antropométricos a literatura relata que a antropométria é estudada e valorizada desde a antiguidade, é definida como a ciência que se baseia na mensuração sistemática e na análise quantitativa das variações dimensionais do corpo humano (ARAÚJO; CAMPOS, 2008). O peso por estatura P/E é um índice sensível que demonstra o estado nutricional, fator esse que mostra a realidade nutricional da criança, os resultados encontrados na pesquisa em relação ao sobrepeso foram considerados um número relevante entre os pré-escolares estudados. Comparando os resultados com a literatura estima-se que existam mais de 17,6 milhões de crianças menores de 5 anos com sobrepeso ou com risco de sobrepeso em todo o mundo (BARRETO et al., 2007). Devido a mudanças no comportamento alimentar dos pré-escolares foi observado uma diminuição no consumo de legumes e verduras, em relação às frutas o consumo é diário para a grande maioria das crianças estudadas, resultados esses obtidos através do questionário de frequência alimentar. Os autores explicam que durante a infância e a adolescência, a alimentação, ao mesmo tempo em que é importante para o crescimento e desenvolvimento, pode também representar um dos principais fatores de prevenção de algumas doenças na idade adulta (COLUCCI et al., 2004). Sabemos que as crianças em idade pré-escolar têm preferências por alimentos considerados não saudáveis para o seu desenvolvimento ricos em açúcar, gorduras e sódio, que são chamados de calorias vazias por não trazer nenhum benefício ao organismo, o resultado da pesquisa mostra que o consumo de calorias ingeridas por essa faixa etária é alto e preocupante sendo que o mais consumido pelos pré-escolares foi o açúcar, resultados obtidos através do questionário de frequência alimentar. Comparando os resultados com a literatura a tendência das preferências alimentares na idade pré-escolar conduz ao consumo de alimentos com quantidade elevada de carboidrato, açúcar, gordura e sal, e baixo consumo de alimentos como os vegetais e frutas, se comparados às quantidades recomendadas (RAMOS; STEIN, 2000). O cálcio é um mineral indispensável para a saúde do nosso organismo, este mineral participa de várias funções no organismo como na coagulação sanguínea e no controle hormonal, a sua função principal é estruturar os ossos e dentes do nosso corpo, a pesquisa revela através do registro alimentar que nos pré-escolares não houve deficiência deste macronutriente e que está de acordo com as recomendações diárias da (DRIs) segundo a faixa etária. Os estudos mostram que as recomendações nutricionais de cálcio variam durante a vida dos indivíduos, com maiores necessidades durante períodos de rápido crescimento, como na infância e na adolescência, durante a gravidez e lactação, a ingestão ideal de cálcio é aquela que conduza a um pico de massa óssea adequado na criança e adolescente, mantenha-o no adulto e minimize a perda na senilidade (BUENO; CZEPIELEWSKI, 2008). O ferro é um macronutriente que exerce papel importante na alimentação do indivíduo, ele atua no transporte de oxigênio para as células do corpo e na formação dos glóbulos vermelhos, a pesquisa revela que a deficiência do ferro no consumo alimentar dessas crianças, não está de acordo com as recomendações diárias da (DRIs) resultados esses obtidos através do registro alimentar. Segundo a literatura, um grande número de estudos tem demonstrado que em crianças, particularmente aquelas com idade inferior a cinco 3

anos, a anemia por deficiência de ferro (ADF) está relacionada, entre outras alterações, a baixos escores em testes de desenvolvimento mental e de atividade motora, um fator que pode levar a sequela irreversível, mesmo na presença de tratamento adequado (ALMEIDA et al., 2004). A vitamina A exerce papel importante na alimentação do indivíduo, ela participa de diversos processos vitais, atuando na manutenção da visão, na integridade do sistema imunológico, na reprodução e no crescimento, segundo as recomendações diárias da (DRIs) o resultado da pesquisa mostra que a maioria das crianças estudadas apresentaram deficiência desse mineral, dados esses encontrados através do registro alimentar. A literatura mostra que a Organização Mundial da Saúde estimou que mais de 250 milhões de crianças em todo mundo têm reservas diminuídas de vitamina A. Prevalência elevada desta carência é encontrada em crianças pré-escolares e em mulheres grávidas e lactentes (GERALDO et al., 2003). O zinco tem função importante no nosso organismo, ele participa na formação do DNA divisão celular e na formação de proteínas atua no sistema imunológico entre outros, de acordo com a tabela de recomendações diárias da (DRIs), o resultado da pesquisa mostra que as crianças não apresentaram deficiência desse nutriente, dados esses coletados através do registro alimentar. A literatura mostra que a deficiência marginal do zinco é um problema nutricional comum, principalmente em pais em desenvolvimento, acreditando-se que sua existência, mesmo não associada a uma característica clínica especifica, já produziria sérias consequências para saúde infantil. Cerca de 800 mil mortes de crianças por ano é atribuída a deficiência de zinco (BORGES et al., 2007). As fibras têm papel importante na alimentação do pré-escolar, ela auxilia na constipação intestinal, diabetes entre outros, de acordo com a tabela de recomendações diárias da (DRIs) os resultados encontrados relatou que as crianças têm baixo consumo de fibra na alimentação, dados esses encontrados através do registro alimentar. Estudos mostram que no Brasil foi investigado o consumo de fibras alimentar em crianças e adolescentes compreenderam indivíduos de clinica, ambulatórios e escolas, com o objetivo de estudar os fatores etiológicos da constipação intestinal (VITOLO et al., 2007). Conclusão O consumo de alimentos com alta densidade calórica e a falta de fibras na alimentação dos préescolares, acentua a importância de intervenções preventivas com materiais educativos, deve-se ter uma atenção maior a questão das crianças com sobrepeso para prevenir distúrbios metabólicos no futuro. Referências ARAÚJO, A. C. T.; CAMPOS, J. A. D. B. Subsídios para a avaliação do estado nutricional de crianças e adolescentes por meio de indicadores antropométricos. Rev. Nutr. Araraquara, V. 19, n.2, p. 219, 2008. ALMEIDA, C. A. N.; RICCO, R. G.; CIAMPO, L. A. D.; SOUZA A. M.; PINHO, A. P.; OLIVEIRA, J. E. D. Fatores associados à anemia por deficiência de ferro em crianças pré-escolares brasileiras. J. Pediatr, V. 80, p. 229, 2004. BARRETO, A. C. N. G.; BRASIL, L. M. P.; MARANHÃO, H. S. Sobrepeso uma nova realidade no estado nutricional de pré-escolares de Natal, RN. Rev. Méd. Bras, V. 53, n.4, 2007. BUENO, A. L.; CZEPIELEWSKI, M. A. A importância do consumo dietético de cálcio e vitamina D no crescimento. J. Pediatr, V. 84, n.5, 2008. BORGES, C. V. D.; VEIGA, A. P.B., BARROSO, G. S.; JESUS, E. F.O.; SERPA, R. F.B.; MOREIRA, S.; COSTA, R. S. Associação entre concentrações séricas de minerais, índices antropométricos e ocorrência de diarréia entre crianças de baixa renda da região metropolitana do Rio de Janeiro. Rev. Nutr. Campinas V. 20, n.2, 2007. COLUCC, A. C. A.; PHILIPPI, S. T.; SLATER, B. Desenvolvimento de um questionário de freqüência alimentar para avaliação do consumo alimentar de crianças de 2 a 5 anos de idade. Rev. Bras. Epidemiologia, v.7, n.4, 2004. GERALDO, R. R. C.; PAIVA, S. A. R.; PITAS, A. M. C. S.; CAMPANA, A. O. Distribuição da hipovitaminose A no Brasil nas últimas quatro décadas: ingestão alimentar, sinais clínicos e dados bioquímicos. Rev. Nutr. Campinas. V.16 n. 4, 2003. LAURENTINO, G. E. C.; ARRUDA, I. K. G.; ARRUDA, B. K. G. Nanismo nutricional em escolares no Brasil. Rev. Saúde Mater. Infant. V.3, n.4, 2003. MASCARENHAS, J. M. O.; SANTOS, J. C. Avaliação da Composição Nutricional dos Cardápios e Custos da Alimentação Escolar da Rede Municipal de Conceição do Jacuípe / BA. Feira de Santana. n. 35, p. 75-76, 2006. 4

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