PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher 2006
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- Levi da Rocha Aquino
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1 PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher 2006 ABRANGÊNCIA Pesquisa com objetivos principais em caracterizar a população feminina em idade fértil e as crianças menores de 5 anos segundo fatores demográficos, socioeconômicos e culturais; identificar padrões de conjugalidade, parentalidade e reprodutivos; identificar perfis de morbimortalidade na infância e de amamentação; avaliar o estado nutricional; avaliar a segurança/insegurança alimentar, o teor de iodo disponível em âmbito domiciliar e avaliar o acesso a serviços de saúde e a medicamentos. METODOLOGIA Realizou-se inquérito domiciliar nacional, com aproximadamente mulheres de 15 a 49 anos de idade e aproximadamente crianças menores de 5 anos, representativo das cinco macrorregiões e dos contextos urbano e rural. As informações foram obtidas por intermédio de questionários (aplicados face a face) com mulheres, apresentação de documentos (cartões de vacinação), mensurações antropométricas de mulheres e crianças, coleta e análise laboratorial de amostras de sangue para dosagens de vitamina A e hemoglobina em mulheres e crianças e identificação do teor de iodo no sal disponível no domicílio. PRINCIPAIS RESULTADOS Saúde das crianças Os programas de suplementação de ferro e de vitamina A atingiram a populaçãoalvo, mas com cobertura ainda baixa, de cerca de 40%, em ambos os casos. Uso de vitamina A Para apenas 30,7% das crianças, houve indicação; destas, 94% tomaram o remédio. No Nordeste, 50% receberam indicação, sendo que 95,8% obtiveram o medicamento a cobertura efetiva seria em torno de 42%. Uso de suplemento ferroso Foram administrados medicamentos com ferro a 31,5% das crianças. A maior proporção de uso foi entre as de 6 11 meses (39,6%) e as de meses (42,6%), muito aquém da suplementação universal preconizada pelo Programa Nacional de Suplementação do Ferro para o Brasil.
2 Amamentação e alimentação Amamentação: prevalência e tempo, até a primeira amamentação, após o nascimento Encontrado percentual de 42,9% de crianças amamentadas na primeira hora após o nascimento e de 95,1% no primeiro dia indicadores importantes para o sucesso na amamentação, mas 20,5% receberam pré-lácteos antes, como água, chá, glicose ou mesmo outros leites. Condições do aleitamento materno Exclusivo: 38,6% até os 6 meses, percentual considerado baixo segundo recomendações nacionais e internacionais. Predominante ou complementado: 64,3% com idade até 12 meses e 47,6% com idade até 24 meses tinham leite materno complementado com qualquer outro alimento. Aleitamento total: a mediana do aleitamento materno exclusivo é de 1,4 mês e do aleitamento materno é de 14 meses. Tipos de alimentos complementares Em idades inadequadas, compromete a amamentação. Mamadeira, chuquinha e chupetas podem colocar em risco o sucesso do aleitamento materno. Em crianças ainda amamentadas menores de 24 meses, o percentual do uso de chupeta foi de 27,6%, de mamadeira foi de 53,8% e, entre as desmamadas, essa prevalência era o dobro. Avaliações antropométricas do estado nutricional de crianças e mulheres em idade fértil Avaliação de crianças menores de 5 anos Déficits de altura-para-idade: 7%, sendo maior para os meninos (8,1%) do que para as meninas (5,8%). A frequência do retardo de crescimento mais do que duplica do primeiro para o segundo ano de vida, quando alcança seu pico (12,3%), reduzindo-se progressivamente nas idades posteriores. Déficits de peso-para-altura: 1,9%, não ultrapassando 3% em qualquer estrato da população. Esta situação indica equilíbrio adequado entre o acúmulo de massa corporal e o crescimento linear das crianças, apontando o virtual controle de formas agudas de deficiência energética em todo o País.
3 Excesso de peso-para-altura: 7,3%, indicando a exposição da população ao risco de obesidade na infância. Déficits de peso-para-idade: 1,7%, portanto não superior ao esperado em populações bem nutridas, porém não indica necessariamente ausência de problemas nutricionais na população. A observação isolada da distribuição do índice peso-para-idade pouco informa sobre o estado nutricional da população infantil brasileira. Avaliação de mulheres entre 15 e 49 anos de idade Déficit de peso: 4,3%, inferior ao limiar aceito para populações saudáveis. Excesso de peso: 43,1%, tendendo a aumentar com a idade da mulher e com o número de filhos tidos e a diminuir com o aumento da escolaridade, sem variações com a situação de residência ou aumento do poder aquisitivo familiar. Obesidade: 16,1%, com variações assim como no excesso de peso. Circunferência da cintura associada a risco para a saúde: 55,5% com risco elevado, 32,1% com risco muito elevado, sendo que a idade e o número de filhos aumentaram a frequência, e o aumento do nível de escolaridade diminuiu a frequência, mas sem variações com o aumento do poder aquisitivo familiar. Segurança alimentar, classificação segundo: Situação de domicílio e grandes regiões Segurança alimentar em quantidade referida como suficiente e qualidade percebida como adequada de 62,5%. Insegurança alimentar grave refere-se à restrição quantitativa da alimentação em que adultos e crianças passaram por alguma situação de fome. A insegurança apareceu em percentuais de 23,1% como leve, de 9,7% como moderada e de 4,7% como grave. Foram observadas prevalências mais altas de IA em área rural, especialmente a IA moderada ou grave, na área rural do Norte (39,8%). A Região Nordeste apresentou, em área urbana, as prevalências de IA mais elevadas, porém com pouca diferenciação urbano-rural (26,5% em área urbana contra 25,7% em área rural). Já na Região Sul, o perfil de insegurança foi maior em área urbana. A escolaridade aponta as maiores diferenças na prevalência de insegurança alimentar e também naqueles domicílios onde residiam sete ou mais pessoas e foi maior entre as mulheres que não trabalhavam.
4 Presença de morador inscrito em programa social de transferência de renda e estratos sociais C, D e E do domicílio Prevalências superiores de IA: comparativamente aos demais domicílios urbanos com recebimento de transferência de renda, apresentaram prevalência de IA moderada ou grave maior que os rurais (37,1% versus 31,3%). Anemia Em crianças, a prevalência foi de 20,9% em todo o País, sendo que o Nordeste apresentou a maior (25,5%) e o Norte a menor (10,4%), não sendo observada associação entre a classificação socioeconômica. A prevalência de anemia entre as mulheres em idade reprodutiva não grávidas foi de 29,4%, sendo maior na Região Nordeste (39,1%). Mulheres negras apresentaram maior prevalência; e a situação da residência, anos de estudo e idade não se associaram à presença de anemia. Hipovitaminose A Níveis séricos baixos de vitamina A foram encontrados em 17,4% das crianças menores de 5 anos, sendo maior a prevalência em crianças do Sudeste, com 21,6%, seguida do Nordeste, com 19%. Em mulheres, os níveis de retinol encontrados abaixo de 0,70 µmol/l foram de 12,3%. Observou-se a prevalência menor de hipovitaminose A naquelas que residiam na zona rural comparadas com as residentes na zona urbana. Iodação do sal A prevalência de sal iodado em domicílios com menores de 5 anos foi de 95,7% para o Brasil, variando entre 96,3% na área urbana e 93,2% na área rural. O percentual de domicílios com teste do sal negativo para iodo foi maior em áreas rurais e na Região Norte. Acesso a medicamentos pela população feminina Enfermidades não infecciosas Maiores percentuais de necessidades de medicamentos foram para hipertensão (64,2%), sendo o acesso total de 93%, e diabetes (73,6%), sendo o acesso total de 90,1%, e menor para anemia (26,5%), sendo o acesso total de 87,4%. O SUS tem predominância da distribuição de medicamentos para diabetes em 71,9% e hipertensão em 58%. Para anemia, essa distribuição está em 46%, igualando com as farmácias comerciais.
5 À base de ferro e ácido fólico na gravidez Das 588 mulheres grávidas no momento da entrevista, 57,7% receberam prescrição de produtos à base de ferro; destas, 85,6% conseguiram ter acesso aos produtos receitados. Observa-se a alta predominância do SUS na realização desse acesso (64,0%), tendo a rede de farmácias comerciais participação complementar (25,3%) e a Farmácia Popular participação muito pequena (1,4%).
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