Universidade Federal de São Paulo COREME Residência MÉDICA - 2013 Áreas de Atuação em Gastroenterologia Clínica Hepatologia Nome do Candidato N.Inscrição INSTRUÇÕES Verifique se este caderno de prova contém um total de 30 questões, numeradas de 1 a 30. Se o caderno estiver incompleto, solicite outro ao fiscal da sala. Não serão aceitas reclamações posteriores. Para cada questão existe apenas UMA resposta correta. Você deve ler cuidadosamente cada uma das questões e escolher UMA resposta. Essa resposta deve ser marcada na FOLHA DE RESPOSTAS que você recebeu. VOCÊ DEVE Procurar, na FOLHA DE RESPOSTAS, o número da questão a que você está respondendo. Verificar, no caderno de prova, qual a letra (A, B, C, D, E) da resposta que você escolheu. Marcar essa letra na FOLHA DE RESPOSTAS fazendo um traço no quadrinho que aparece abaixo dessa letra. ATENÇÃO Marque as respostas com caneta esferográfica azul ou preta. Marque apenas uma letra para cada questão: mais de uma letra assinalada implicará anulação dessa questão. Responda a todas as questões. Não será permitida qualquer espécie de consulta, nem o uso de aparelhos eletrônicos. Você terá 2:00h para responder a todas as questões e preencher a Folha de Respostas. "Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem autorização prévia". edudata
1. Biópsia endoscópica nos portadores de úlcera duodenal destina-se a: Afastar neoplasia Constatar presença de H. pylori Comprovar cicatrização da úlcera A e B corretas Nenhuma das anteriores 2. Em relação à doença ulcerosa péptica, erradicação do H. pylori: Reduz ocorrência de hemorragia Reduz recidiva da úlcera Resolve a gastrite crônica ativa É de indicação indiscutível Todas são corretas 3. Nas diarreias agudas, são períodos de incubação da Salmonella, Shigella e Rotavírus, respectivamente: 5 a 7 dias; 24 a 48h; 6 a 12h 2 a 3 dias; 8 a 24h; 5 a 7 dias 2 a 6h; 24 a 48h; 5 a 7 dias 8 a 24h; 1 a 7 dias; 2 dias 3 a 7 dias; 5 a 7 dias; 6 a 12h 4. O principal agente para tratamento da coqueluche é: Sulfametoxazol-trimetoprima Eritromicina Corticosteróide Ampicilina Tetraciclina 5. Na toxoplasmose, nos primeiros 3 meses de infecção encontra-se: Anticorpos da classe IgG e avidez acima de 80% Anticorpos da classe IgM e avidez de IgG abaixo de 30% Anticorpos da classe IgM e avidez acima de 60% Anticorpos da classe IgG avidez abaixo de 5% Anticorpos IgM, IgG e avidez acima de 80% 6. São padrões de FAN que podem ser encontrados na Cirrose Biliar Primária: Envelope nuclear, citoplasmático reticulado, nuclear centromérico Nuclear pontilhado grosso, nuclear homogêneo, raros pontos nucleares Nuclear pontilhado fino, nucleolar, homogêneo citoplasmático Homogêneo citoplasmático, nuclear homogêneo, nucleolar Membrana nuclear, nuclear homogêneo, nuclear pontilhado fino 2 UNIFESP Residência Médica 2013 Gastroenterologia Clínica
7. Uma paciente de 17 anos queixa-se de "urina escura" e "olhos amarelados" há uma semana. Seus pais, que são primos, referem piora do aproveitamento escolar e dificuldades para escrever nos últimos meses. Exames complementares mostraram os seguintes resultados: hemoglobina sérica 8,2g/dL, VCM e HCM normais, AST 780 U/L (normal até 32 U/L), ALT 920 U/L (normal até 31 U/L), FA 90 U/L (normal até 105 U/L), bilirrubina total 8,4mg/dL (normal até 1,2mg/dL), bilirrubina conjugada 1,0mg/dL (normal até 0,4mg/dL), Coombs direto negativo, anti-hcv negativo, HBsAg negativo, anti-hbc total negativo e anti-hav total positivo, anti-hav IgM negativo. Assinale a alternativa que contém o diagnóstico mais provável. Cirrose biliar primária. Hepatite autoimune. Doença de Wilson. Hepatite alcoólica. Hepatite A. 8. Em relação à hepatite E, é INCORRETO afirmar: É causada por um vírus do tipo RNA O diagnóstico baseia-se em sorologia IgM e IgG É causa de hepatite fulminante, especialmente em gestantes Não é causa de infecção crônica Pode ser considerada uma zoonose 9. A vacina contra hepatite A NÃO está indicada na seguinte situação: Ao nascer, para mães com sorologia IgG positiva para o vírus A Para hepatopatas crônicos Pacientes com fibrose cística Para candidatos a transplante e transplantados de órgãos sólidos Para crianças portadoras de HIV 10. Uma mulher de 65 anos é trazida ao hospital por vizinhos. Apresenta confusão mental, sem outros achados neurológicos. Encontra-se emagrecida, hipocorada, desidratada e com ascite grau 2. Realizada análise de líquido ascítico após paracentese, a qual evidenciou os seguintes resultados: leucócitos 1.000/mm 3, com 34% de polimorfonucleares e 66% de linfócitos; gradiente de albumina soro-ascite (GASA) de 1,0g/dL. A pesquisa de bactérias pelo método de Gram foi negativa e as culturas de líquido ascítico estão em andamento. Assinale a alternativa que contém os exames complementares mais adequados para confirmar o provável diagnóstico deste caso. Dosagem de adenosina deaminase (ADA) no líquido ascítico e laparoscopia. Dosagem plasmática de peptídeo natriurético cerebral (BNP) e ecocardiograma. Dosagem de desidrogenase lática (LDH) no líquido ascítico e laparotomia. Dosagem de amilase no líquido ascítico e tomografia computadorizada de abdome. Dosagem de triglicérides no líquido ascítico e ultrassonografia de abdome superior. UNIFESP Residência Médica 2013 - Gastroenterologia Clínica - 3
11. São características da anemia megaloblástica: Microcitose, ferritina diminuída, reticulocitose Rouleaux de hemácias, ferritina elevada, fragilidade osmótica elevada Normocitose, reticulopenia, ferritina elevada Esferocitose, Coombs positivo, anisocitose Macrocitose, inclusões de Howell-Jolly, hipersegmentação dos neutrófilos 12. A apresentação mais comum da miocardite por vírus é: Tosse seca Hipotensão Insuficiência cardíaca Febre alta Choque cardiogênico 13. Uma paciente de 35 anos com constipação intestinal do tipo funcional não melhora apesar de ter seguido corretamente as orientações dietéticas, de mudança de hábitos de vida e de ter utilizado vários tipos de laxativos. Qual seria seu próximo passo? Iniciar antidepressivo Avaliar o tempo de trânsito colônico e disfunção de assoalho pélvico Iniciar antiespasmódicos Iniciar tratamento com supositórios ou enemas Encaminhar para consulta psiquiátrica 14. A presença de vasculite, artralgias e glomerulonefrite membranoproliferativa em paciente com hepatite C deve levar à suspeita de: Poliarterite nodosa Porfiria cutânea tarda Lupus eritematoso Linfoma não-hodgkin Crioglobulinemia 4 UNIFESP Residência Médica 2013 Gastroenterologia Clínica
15. A fisiopatologia da Síndrome do Intestino Irritável ainda não é totalmente conhecida, porém alguns mecanismos já são relacionados com a gênese desse processo, melhorando o nosso entendimento sobre a doença. Qual dessas teorias é uma das mais aceitas atualmente? A Síndrome na sua forma diarreica, teria relação com infecções intestinais anteriores, a chamada teoria pós infecciosa O quadro onde predomina a constipação seria relacionada a formação de auto anticorpos A hiperalgesia intestinal seria causada por efeito colateral de anti-inflamatórios usados por longa data Tanto a forma diarreica como a mista se relacionariam a alterações hormonais da puberdade, principalmente em mulheres Por não haver fator genético envolvido, a pessoa desenvolve a doença por relação direta do ambiente e suas relações psico-emocionais 16. Paciente de sexo masculino, 60 anos, fumante se queixa de dor para evacuar, fezes de menor calibre e emagrecimento. Qual seria a hipótese e a conduta a ser tomada? Síndrome do intestino irritável e colonoscopia Câncer de reto e tomografia computadorizada de abdome Câncer de reto e colonoscopia Câncer de cólon e colonoscopia virtual CEA e pesquisa de sangue oculto nas fezes 17. São indicações de tratamento de tuberculose latente em pacientes com teste tuberculínico > 5mm, todas as abaixo, EXCETO: Pacientes HIV positivos Pacientes em uso de inibidores de TNF-alfa Transplantados sob imunossupressão Pacientes cirróticos Pacientes com alterações radiológicas sugestivas de sequela de TB 18. Paciente infectado por H pylori, sem sintomas gastrintestinais. Como antecedente refere que o pai teve câncer de estômago. Qual a conduta em relação a infecção pelo H pylori. Se ausência de gastrite erosiva ou úlcera péptica, não deve ser tratado Tratar o H pylori com inibidor de bomba protônica, amoxacilina e claritromicina Tratar o H pylori com amoxacilina e bloqueador de bomba Tratar o H pylori com bloqueador de bomba e tetraciclina A presença de câncer na família não altera a conduta em relação a presença de H. pylori, devendo ser acompanhado clinicamente UNIFESP Residência Médica 2013 - Gastroenterologia Clínica - 5
19. O CEA antígeno carcino-embrinário e o CA19-9 são: anticorpos monoclonais úteis no acompanhamento do câncer colorretal e hepatocarcinoma respectivamente marcadores tumorais úteis no acompanhamento de doentes com câncer colorretal e de fígado respectivamente úteis no rastreamento do câncer colorretal e tumor de pâncreas respectivamente marcadores tumorais úteis no diagnóstico de hepatocarcinoma e câncer colorretal respectivamente marcadores tumorais úteis no acompanhamento de doentes com câncer colorretal e de via biliar respectivamente 20. São causas de obstrução extra-hepática da veia porta todas, EXCETO: Hiper-homocistenemia Onfalite Genótipo TT da IL28-B Mutação do fator V de Leiden Deficiência de proteína C 21. Quanto ao esôfago de Barrett é INCORRETO dizer: O tratamento endoscópico está sempre indicado Relaciona-se com a DRGE crônica Constitui fator de risco para adenocarcinoma de esôfago A biópsia é imprescindível para o diagnóstico Nos casos em que não há displasia, o seguimento endoscópico pode ser feito a cada 5 anos 22. Paciente masculino, 72 anos, encaminhado para realização de colonoscopia por constipação crônica. O achado endoscópico é de doença diverticular dos cólons. Quanto a patologia encontrada é INCORRETO afirmar: Dieta rica em fibras está indicada A proctocolectomia total constitui tratamento de escolha Formação de fístulas e abcessos podem ser complicações da doença Sua prevalência é maior em idosos O uso de probióticos poderia trazer benefício no tratamento da doença 23. São parâmetros utilizados na classificação de Child-Pugh: Bilirrubina, idade, creatinina, plaquetas, INR Albumina, ascite, idade, INR e plaquetas Bilirrubina, creatinina, INR, ascite, encefalopatia Bilirrubina, albumina, INR, ascite, encefalopatia Albumina, creatinina, plaquetas, ALT e ascite 6 UNIFESP Residência Médica 2013 Gastroenterologia Clínica
24. São achados histológicos da esteato-hepatite não alcoólica: Hepatite de interface, fibrose peri-portal, estatose macrogoticular Colatestase, corpúsculos de Mallory, infiltrado inflamatório portal Fibrose pericelular/perissinusoidal em zona 3, balonização de hepatócitos, corpúsculos de Mallory Necrose em ponte, corpúsculos acidófilos, infiltrado eosinofílico portal Esteatose microgoticular, hepatite de interface, proliferação ductular 25. A imagem radiológica de uma colangiopancreatografia endoscópica foi sugestiva de pancreas divisum, é correto afirmar: É controverso o seu papel etiológico na pancreatite aguda O tratamento é eminentemente cirúrgico Tem prevalência elevada na população geral Na maioria dos casos é sintomática Tem como fator de risco a obesidade 26. A doença da arranhadura do gato é causada por: Wuchereria bancrofti Coxiella burnetii Ricketsia rickettsi Bartonella henselae Legionella pneumophila 27. Qual das afirmativas relacionadas ao câncer de pâncreas abaixo é verdadeira? É comum a transformação maligna do cistoadenoma seroso O tumor mucinoso intraductal sempre tem características benignas Na pancreatite crônica de longa evolução, aumenta a incidência de câncer de pâncreas O marcador tumoral mais importante a ser determinado no liquido aspirado de uma lesão cística do pâncreas é o CA19-9 É comum a transformação maligna do pseudocisto de pâncreas 28. Qual alternativa abaixo NÃO tem relação com a pancreatite autoimune? Irregularidade ductal Aumento de IGG 4 Excelente resposta ao tratamento com corticóide hipergamaglobulinemia Calculose biliar UNIFESP Residência Médica 2013 - Gastroenterologia Clínica - 7
29. São fatores de risco para o hepatocarcinoma, EXCETO: Hemocromatose Infecção por vírus B e C Exposição a aflatoxina Esteatohepatite Intoxicação por acetaminofen 30. A pancreatografia retrógrada endoscópica deve ser realizada quando: Para o diagnóstico de qualquer doença pancreática Quando há suspeita de pseudocisto Sempre antes da colangioressonância Existe indicação terapêutica Na pancreatite aguda biliar sem colangite 8 UNIFESP Residência Médica 2013 Gastroenterologia Clínica