UTILIZAÇÃO DE Anacardium occidentale L. (CAJU) NO TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS

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Transcrição:

UTILIZAÇÃO DE Anacardium occidentale L. (CAJU) NO TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS Ellen Tatiana Santos de Andrade 1 ; Luanny Queiroz Dantas 2 ; Rallyne Kiara Agra Morais 3 ; Josefa Raquel Luciano da Silva (4) ; Cristina Ruan Ferreira de Araújo (3) (1) Discente de Medicina e Bolsista do Pet Conexões e Saberes Fitoterapia da Universidade Federal de Campina Grande; ellenandrade-@hotmail.com; (2) (3) Discentes de Medicina e Bolsistas do Pet Conexões e Saberes Fitoterapia da Universidade Federal de Campina Grande; (4) Discente de Enfermagem e Bolsista do Pet Conexões e Saberes Fitoterapia da Universidade Federal de Campina Grande; (5) Prof. Dra. dos cursos de Enfermagem e Medicina e Tutora do Pet Fitoterapia da Universidade Federal de Campina Grande; profcristinaruan@gmail.com. Resumo: Diabetes Mellitus consiste em uma condição na qual o paciente apresenta uma produção inexistente ou insuficiente de insulina ou quando há um aproveitamento insatisfatório da insulina pelo corpo.. Pacientes diabéticos não controlados apresentam altos níveis crônicos de glicemia, o que faz com que possam ser desenvolvidas consequências como doença renal, lesões nos pés, retinopatia e lesões vasculares e cardíacas. Dessa forma, faz-se necessária a redução da gordura da dieta e a prática de exercícios físicos. Anacardium occidentale L.(caju) é um planta bastante comum na caatinga brasileira e que tem sido utilizada em estudos científicos pelo saber popular como agente hipoglicemiante. Desse modo, o objetivo desse artigo é averiguar o que a literatura apresenta sobre esse poder hipoglicemiante de A. occidentale L. Essa avaliação foi feita por meio de pesquisa em banco de dados, sem restrição de idioma, levando em conta os anos de 2010 a 2016, sendo selecionados 5 artigos. Foi observado poder hipoglicemiante de Anacardium occidentale L. ou em conjunto com outros extratos. Além disso, demonstra-se que a planta em questão é bastante utilizada por populações de Guiné e América Central. Conclui-se que são necessários mais estudos para averiguar a dose hipoglicemiante e o efeito de Anacardium occidentale L. no tratamento de diabetes. Palavras-Chave: Diabetes Mellitus ; Anacardium occidentale L. ; Hipoglicemia ; Fitoterapia. INTRODUÇÃO Segundo a International Diabetes Federation, o Diabetes Mellitus é uma condição na qual o pâncreas não se encontra mais apto a produzir insulina ou o corpo não consegue fazer uso satisfatório da insulina produzida. Como consequência, os níveis de glicose no sangue se mantém elevados, caracterizando a chamada hiperglicemia (INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION, 2015). Os quadros de diabetes podem ser agrupados em dois grupos principais: Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) e Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2). Em casos de DM1 o paciente apresenta autodestruição das células beta pancreáticas responsáveis por produzir insulina, levando a pouca ou

nenhuma produção de insulina. Já em casos de DM2, o corpo do paciente não consegue fazer uso da insulina necessária. Há casos ainda de diabetes gestacional, que pode acometer mulheres não diabéticas durante a gestação quando não há insulina suficiente para a mãe e para o feto (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE ATENÇÃO AO DIABETES, 2015). A Sociedade Brasileira de Diabetes ressalta que gerenciamento adequado da taxa de glicemia reduz drasticamente o risco de desenvolver uma complicação, porém, altas taxas de glicose no sangue podem favorecer o desenvolvimento de diversas complicações, as quais incluem: doença renal, formigamento, dor, fraqueza e perda de sensibilidade nos pés, glaucoma, catarata, retinopatia, problemas cardíacos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2015). Para evitar o estabelecimento do quadro de diabetes algumas atitudes podem ser tomadas por parte do paciente, o que inclui: dieta com baixo nível de gorduras, estabelecimento de prática de exercícios físicos, acompanhamento médico para observação de possível alteração (SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA REGIONAL DO RIO DE JANEIRO, 2015). Tendo em vista a grande utilização de plantas medicinais pela população e sua relevância para o conhecimento popular, o Ministério da Saúde do Brasil lançou em 2006 a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Uma das diretrizes do projeto consiste em: Fomentar pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação com base na biodiversidade brasileira, abrangendo espécies vegetais nativas e exóticas adaptadas, priorizando as necessidades epidemiológicas da população (POLÍTICA NACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Anacardium occidentale L., conhecida popularmente como cajueiro, é uma planta da família Anacardiaceae que possui a núcula como fruto verdadeiro, o qual é conhecido como castanha-decaju. Em terrenos férteis essa árvore pode atingir até 20 metros de altura, mas em terras secas do sertão apresenta-se como uma árvore baixa, esgalhada e às vezes quase rasteira (CHAVES, et al., 2010). Diversos usos medicinais têm sido atribuídos a Anacardium occidentale L., entre os quais encontram-se a ação anti-inflamatória, adstringente, antidiarreica, antiasmática, depurativa e tônica, podendo agir no combate a diabetes (BARACUHY, et al., 2014).

O objetivo da presente revisão bibliográfica consiste em tentar estabelecer um possível efeito hipoglicemiante a partir da utilização de Anacardium occidentale L., como benefício para pacientes que apresentam quadro de diabetes. 2 METODOLOGIA Os critérios para elegibilidade dos artigos foram: publicação entre 2010 e 2016, estudos que avaliassem a relação entre Anacardium occidentale L. e diabetes, estudos que avaliassem a relação entre Anacardium occidentale L. e hiperglicemia. Foram analisados ensaios clínicos e revisões bibliográficas. Não houve restrição de idioma. Foi realizada uma pesquisa nas seguintes bases de dados: SCIELO, PUBMED, MEDLINE, Literatura Latino -Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Os principais descritores utilizados foram: hiperglicemia, fitoterapia. Anacardium occidentale L., diabetes, Inicialmente foram encontrados 34 artigos, alguns dos quais estando repetidos nas diferentes bases de dados pesquisadas. Após triagem foram selecionados 5 artigos para compor esta revisão. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Dois dos artigos selecionados se referiam a diabetes induzida em ratos por meio de administração de Aloxana (FAGBOHUN, ODUFUNWA, 2010; OKPASHI, BAYIM, OBI-ABANG, 2014). Fagbohun e Odufunwa (2010) concluíram que o extrato obtido das folhas de Anacardium occidentale L. apresenta habilidade similar para baixar glicose de diabéticos moderados quando comparado com o medicamento alopático tolbutamida utilizado comumente para estimular a produção de insulina pelas células beta pancreáticas. Experimento conduzido por Okpashi, Bayim e Obi-Abang (2014) incrementou os resultados obtidos por Fagbohun e Odufunwa (2010), uma vez que foi observado que o uso de extrato de folhas de Anacardium occidentale L. na concentração de 250mg/kg e quando administrado em conjunto com E. globulus se fez mais eficiente na diminuição das taxas elevadas de triglicerídeos do que a administração de dose mais baixa (100mg/kg) ou não administração. Além disso, outras taxas

puderam ser avaliadas, levando à conclusão de que as administrações de Anacardium occidentale L. tem efeito positivo na melhora de complicações do diabetes e nos níveis de glicose no sangue quando comparado com o medicamento Glibenclamida. Domínguez et al. (2012) conduziram pesquisa em humanos administrando suco de Anacardium occidentale L. a pacientes diagnosticados com diabetes tipo 2. Foi observada queda significativa na glicemia após 120 minutos da ingestão de carboidratos com o suco em questão quando comparado com a ingestão de carboidratos com água. Além disso, foi observado aumento da resposta insulínica quando houve consumo do suco. Pesquisa realizada questionando-se curandeiros tradicionais, herbalistas e pacientes diabéticos em Guiné observou que Anacardium occidentale L. foi a planta mais citada, em meio a outras 145, no que se refere ao uso para tratar o diabetes, o que demonstra a importância da planta na medicina tradicional para tratamento dessa enfermidade (DIALLO et al., 2012). Revisão bibliográfica realizada por Giovanini, Howes e Edwards (2016) apresentou que a família Asteraceae consta como uma das mais utilizadas para o manejo do diabetes, sendo a espécie Anacardium occidentale L. utilizada em forma de cascas e folhas para tratar diabetes. 4 CONCLUSÃO A Anacardium occidentale L. é uma planta abundante na caatinga do Brasil e bastante utilizada pela população com diversos fins. Seu uso principal se faz por meio de folhas e de suco, além do consumo da chamada castanha-de-caju, sendo observada a ação anti-inflamatória bastante divulgada pela literatura além da presença de potencial efeito hipoglicemiante pouco estudado. Após realização dessa revisão observa-se que o efeito hipoglicemiante tanto das folhas quanto do suco de Anacardium occidentale L. foram observado em estudos realizados em ratos e em humanos, respectivamente. Além disso, a utilização dessa planta se faz comum pela população, sendo registrado uso para diabetes tanto em Guiné quanto na América Central. Apesar dos experimentos realizados se fazem-se necessários mais estudos com o intuito de estabelecer dose hipoglicemiante definitiva, além de mensurar o efeito hipoglicemiante de maneira mais efetiva.

REFERÊNCIAS CHAVES, M. H. et al. Fenóis totais, atividade antioxidante e constituintes químicos de extratos de anacardium occidentale l., anacardiaceae. Revista brasileira de farmacognosia, Brasil, v. 20, n. 1, p. 106-112, jan./mar. 2010. BARACUHY, J. G. de V. et al. Plantas medicinais de uso comum no nordeste do Brasil. 2 ed. Campina Grande: Editora da Universidade Federal de Campina Grande, 2014. 33 p. INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION. About diabetes. Disponível em: <http://www.idf.org/>. Acesso em: 20 out. 2016. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE ATENÇÃO AO DIABETES. O que deve saber sobre diabetes. Disponível em: <www.anad.org.br>. Acesso em: 20 out. 2016. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Complicações do diabetes. Disponível em: <http://www.diabetes.org.br>. Acesso em: 20 out. 2016 DOMÍNGUEZ, M. J. R. et al. Efectos del consumo de una bebida de cajuil (anacardium occidentale) sobre la respuesta glucémica e insulínica en pacientes con diabetes mellitus tipo 2. Perspectivas en nutrición humana, Medelín, colombia, v. 14, n. 1, p. 11-21, jan./jun. 2012 FAGBOHUN, T R; ODUFUNWA, K T. Hypoglycemic effect of methanolic extract of anacardium occidentale leaves in alloxan-induced diabetic rats. Niger journal physiological society, Nigeria, v. 25, n. 1, p. 87-90, nov. 2010 GIOVANNINI, Peter; HOWES, Melanie-jayne R.; EDWARDS, Sarah E.. Medicinal plants used in the traditional management of diabetes and its sequelae in central america: a review. Journal of ethnopharmacology, Eua, v. 184, p. 58-71, jun. 2016 IALLO, A. et al. Management o fdiabetes in guine an traditional medicine: anethnobotanical investigation in the coast allowlands. Journal of ethnopharmacology, Eua, v. 144, p. 353-361, set. 2012 OKPASHI, Victor Eshu; BAYIM, Bayim Peter-robins; OBI-ABANG, Margaret. Comparative effects of some medicinal plants: anacardium occidentale, eucalyptus globulus, psidium guajava, and xylopia aethiopica extracts in alloxan-induced diabetic male wistar albino rats. Biochemistry research international, Eua, v. 2014, nov. 2014 SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA REGIONAL DO RIO DE JANEIRO. Conheça o diabetes. Disponível em: <http://www.sbemrj.org.br/>. Acesso em: 20 out. 2016