Seminário Mobilidade Urbana IBRE- FGV 9 de novembro de 2014 Região Metropolitana de Salvador Sandro Cabral Professor da Escola de Administração Universidade Federal da Bahia (UFBA) Francisco Ulisses Rocha Escola Politécnica - UFBA
Região Metropolitana de Salvador 3,9 milhões hab. 2,9 milhões em Salvador Geografia peculiar Principais eixos: Itaparica, BR324, Avenida Paralela 649.000 veículos Aumento de 60% entre 2005/2013 Aumento de 27% no tempo entre residência e trabalho entre 1992 e 2012 Esforços recentes para atenuar os problemas
Mobilidade na RMS: Um grande problema
A emersão do modal rodoviário Crescimento da RMS nos anos 1960/1970 Reconfiguração do espaço urbano Ônibus versus bondes (década de 1960) Emersão das vias de vale e de novos eixos de desenvolvimento Iguatemi (Rodoviária), Avenida Paralela (CAB), Lauro de Freitas e Litoral Norte Degradação do sistema de trens metropolitanos (Cidade Baixa região norte do Estado) Ônibus e, mais recentemente, carros como modal preferido
Quatro eixos viários
Origem-Destino das viagens: Mudanças Recentes (Rocha, 2014) 1995 2012 REGIÃO PRODUÇÃO % ATRAÇÃO % PRODUÇÃO % ATRAÇÃO % AUC 957.720 49,6 1.273.938 66,1 913.018 37,8 1.221.986 50,6 ORLA 152.404 7,9 124.771 6,4 254.356 10,5 254.984 10,6 MIOLO 457.389 23,7 310.966 16,2 712.490 29,5 489.135 20,2 SUBÚRBIO 360.303 18,8 218.141 11,3 524.624 21,8 333.080 13,8 EXTERNO - - - - 9.991 0,4 115.292 4,8 TOTAL 1.927.816 100,0 1.927.816 100,0 2.414.478 100,0 2.414.478 100,0
Intervenções Recentes Estrutura de planejamento de transporte urbano montada na década de 1970 Diversos projetos que permaneceram parados com o desmonte governamental dos anos 1980/1990 Poucas obras na RMS até os anos 2000 Anos 2000 em diante: Concessão Estrada do Coco BA-099(Litoral Norte) Av. Luís Eduardo Magalhães Rótula Aeroporto (Ligação Salvador, Camaçari e Lauro de Freitas) Via Portuária (BR-324 e Porto de Salvador) Concessão BR-324, Polo de Aratu-Aeroporto e Via Parafuso (Polo de Camaçari) Implantação do Metrô de Salvador
Metrô de Salvador Início das obras em 2001 (Linha 1) Lapa-Acesso Norte (5,6 Km) Regime tradicional, consórcio vencedor formado por Camargo Correa, Andrade Gutierrez e Siemens Gastos superiores a R$ 1 bilhão aportados por união, estado e município (responsável pela operação) Atrasos por conta de: problemas de projeto, indícios de superfaturamento (TCU), falta de verbas, disputas políticas, inviabilidade financeira do pequeno trecho... Pronto para operar desde 2009...
Metrô de Salvador Governo do Estado entra em cena para viabilizar o metrô Copa do Mundo como janela de oportunidade de recursos Proposta de Manifestação de Interesses (PMI) em 2011 para ligar Lauro de Freitas a Linha 1 existente Ônibus (Prefeitura) versus trilhos (Governo do Estado) Em abril de 2013, a prefeitura transfere a gestão do metrô para o governo do Estado viabilizando a licitação da construção e operação de todo o sistema Linha 1 (expansão até Pirajá) + Linha 2 (Construção entre Lauro de Freitas e Linha 1) + Operação Linhas 1 e 2
Metrô de Salvador
Metrô de Salvador Agosto de 2013 - PPP modalidade patrocinada 30 anos Vencedor CCR Metrô Bahia (Camargo Correa, Andrade Gutierrez e Grupo Soares Penido) Único licitante: OAS, Odebretch e UTC ausentes Investimentos de R$ 3,6 bilhões Consórcio vencedor e governo estadual/federal (Recursos do PAC) Contraprestação anual do governo estadual = R$ 127,6 milhões Preços da passagem R$ 3,10 (versus R$ 2,80 ônibus) e R$ 3,90 (integração) Início operação assistida junho 2014 Início Operação comercial inicialmente prevista para Setembro de 2014 Calendário Eleitoral Repasse do montante da integração Necessidade de Alimentação das linhas por parte dos ônibus geridos pela prefeitura
Futuras Intervenções Corredores estruturais via BRT (Gal Costa, 29 de Março, Lapa-Iguatemi, Pituba-Comércio) Ponte Salvador Ilha de Itaparica Linha Viva (via pedagiada alternativa à Avenida Paralela) VLT Paripe Terminal da França (substituição ao trem de subúrbio existente) Expansão do Metrô até Cajazeiras
Projetos Estruturantes
Desafios para Governança Necessidade de pensar e agir numa perspectiva metropolitana Na medida do possível blindadas das pressões do calendário eleitoral, de disputas entre coalizões políticas rivais e da influência de grupos orientados ao rent seeking Várias tentativas feitas para estabelecer um organismo gestor metropolitano Em 2012, com o advento do metrô, é firmado um convênio de Cooperação Intrafederativo entre Governo do Estado e Prefeituras de Salvador e Lauro de Freitas Avanços sensíveis nos trabalhos discutidos em base técnica e decididos de forma célere por pessoas com poder de decisão Criação por parte do governo do Estado em 2014 da Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador Prefeitura de Salvador não aderiu, basicamente por não ter participado da definição das regras e por não concordar com certos conteúdos da entidade Resultado: Distanciamento nas relações, agravadas pelo calendário eleitoral, e atrasos na operação comercial do metrô.
Uma proposta de governança para a mobilidade urbana
Conclusões Falta de Mobilidade preserva a segregação sócio-espacial Número de viagens fortemente correlacionado com renda Mobilidade urbana na RMS (e em outras regiões) necessitam de estruturas colaborativas e organizadas ao nível metropolitano Corpo técnico qualificado e lideranças políticas Estruturas de financiamento e compartilhamento de receitas e despesas Transparência em relação aos componentes de custos e aos indicadores de desempenho dos operadores de transporte Foco no transporte coletivo Aumento de subsídios governamentais? Incremento no custo do transporte individual? Diminuição de áreas de estacionamento? Pedágios Urbanos?
Obrigado!! E-mail: scabral@ufba.br