DICAS PARA ESTIMULAR O DESENVOLVIMENTO LOCAL A PARTIR DOS PEQUENOS NEGÓCIOS

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Transcrição:

DICAS PARA ESTIMULAR O DESENVOLVIMENTO LOCAL A PARTIR DOS PEQUENOS NEGÓCIOS

Esta publicação é baseada na Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas e nas experiências vencedoras do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor Brasília DF 2008

Copyright 2008, SEBRAE, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas É PERMITIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL MEDIANTE A CITAÇÃO DA FONTE SEBRAE SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Presidente do Conselho Deliberativo Nacional ADELMIR SANTANA Diretor-Presidente PAULO TARCISO OKAMOTTO Diretor Técnico LUIZ CARLOS BARBOZA Diretor de Administração e Finanças CARLOS ALBERTO DOS SANTOS Gerente da Unidade de Políticas Públicas BRUNO QUICK Gerente da Unidade de Marketing e Comunicação MÁRCIO GODINHO Edição ABNOR GONDIM Consultoria de Conteúdo FLÁVIA GUERRA BARBIERI ALESSANDRO VASCONCELOS MACHADO Produção, Reportagem e Revisão PLANO MÍDIA Projeto Gráfico e Diagramação RACIONALIZE Realização UNIDADE DE POLÍTICAS PÚBLICAS DO SEBRAE Fotos AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS NO PARANÁ, ASSESSORIAS DAS PREFEITURAS FINALISTAS E VENCEDORAS DO PRÊMIO SEBRAE PREFEITO EMPREENDEDOR E CHESF AGRADECIMENTOS Aos gestores públicos que se inscreveram nas cinco edições do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor. Aos dirigentes das entidades representativas dos municípios, dos prefeitos, das prefeitas, dos vereadores e das vereadoras de todo o País: Associação Brasileira dos Municípios (ABM), Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) e União de Vereadores do Brasil (UVB). Às micro e pequenas empresas e suas entidades que promovem o desenvolvimento em todos os municípios do Brasil.

3 apresentação Os desafios para o desenvolvimento sustentável estão na agenda das empresas e dos governos. Afinal, a competitividade do setor produtivo, agora e para as futuras gerações, é resultado das características do ambiente de negócios do país, do Estado, da região e do município. Um ambiente de eficiência depende da qualidade das políticas tributárias, do nível de educação e qualificação da mão-de-obra, da redução de entraves burocráticos, da capacidade de inovação e acesso à tecnologia, da regulamentação das relações econômicas e sociais, entre outros fatores. Esta publicação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) conta com o apoio técnico dos diversos parceiros ligados ao municipalismo e à promoção do desenvolvimento. Todas as sugestões descritas nestas páginas tomam por base experiências de sucesso alcançadas por 2.655 prefeituras de todos os Estados e administrações regionais do Distrito Federal que se inscreveram, desde 2001, nas cinco edições do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor. Foco no desenvolvimento sustentável O Guia propõe algo novo: o foco na promoção do desenvolvimento sustentável a partir dos pequenos negócios em todas as áreas de atuação das prefeituras no campo ou na cidade. O compromisso com o futuro começa agora. Uma publicação para ser usada no cotidiano Os exemplos e as dicas deste Guia para alcançar o desenvolvimento local devem estar sempre por perto, ao alcance das mãos. O objetivo é inspirar novas ações no seu município. Para uma busca rápida por temas, basta consultar o sumário. Em breve, os municípios poderão contar com mais um instrumento de apoio: o Portal do Desenvolvimento, que oferecerá modelos de legislação, referências de boas práticas de gestão pública municipal, orientações, casos de sucesso, dicas e informações para o aprimoramento contínuo das ações das prefeituras de todo o País.

4 MenSaGeM do SebRae Juntos pelo desenvolvimento O Guia Prático do Prefeito Empreendedor traz propostas e exemplos que podem ser adotados nos municípios O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) é parceiro das administrações municipais na criação de políticas públicas locais de valorização dos pequenos negócios. Esse segmento é responsável por expressivas oportunidades de renda e emprego. E só com a efetiva participação das micro e pequenas empresas na economia de todos os 5.563 municípios brasileiros, será possível alcançar o pleno desenvolvimento do País. Além de buscar capacitação para administrar o próprio negócio, o empresário precisa contar com ambiente favorável para progredir, seja com a adequação dos tributos, seja com a redução da burocracia ou ainda com o acesso à inovação da era pósindustrial, marcada principalmente pela difusão do conhecimento. O Sebrae criou o Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor, o Guia do Candidato Empreendedor, os cursos de capacitação de gestores públicos em compras governamentais. Apoiou eventos de prefeitos e gestores municipais e, agora, lança o Guia Prático do Prefeito Empreendedor, depois da experiência que orientou, com bons resultados, os administradores eleitos em 2004. No início de um novo mandato, não podemos nem devemos perder o bonde da história. O País atravessa uma fase propícia ao desenvolvimento. É nesse panorama que os pequenos negócios surgem como uma grande alavanca para a distribuição das riquezas geradas. Este trabalho traz orientações práticas para a execução das políticas públicas sugeridas, com exemplos de ações adotadas pelos vencedores das cinco edições do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor e com base na Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. Então, boa leitura e mãos à obra! O início de um novo tempo já começou! ADELMIR SANTANA Presidente do Conselho Deliberativo Nacional PAULO OKAMOTTO Diretor-Presidente

5 SUMÁRIO Página 9 12 13 1. Desenvolvimento sustentável: um desafio para todos os municípios 1.1 O desenvolvimento sustentável acontece por acaso? 1.2 Qual o papel do poder público municipal na promoção do desenvolvimento sustentável? 17 19 28 2. Passo-a-passo: dicas para fazer o desenvolvimento sustentável acontecer 2.1 Planejar e estruturar o desenvolvimento sustentável do município Derrubando mitos sobre o planejamento municipal Passo-a-passo para o planejamento do desenvolvimento sustentável Infra-estrutura para o fortalecimento dos pequenos negócios: uma questão de planejamento Planejamento da gestão ambiental na prática Resultados esperados Resumo Exemplo 2.2 Enfrentar a burocracia Novas legislações apontam um futuro com menos burocracia A burocracia excessiva inibe e compromete a vida de milhares de empresas Premissas para reduzir a burocracia Passo-a-passo: como reduzir a burocracia para AS empresas Medidas complementares para a redução da burocracia Resultados esperados Resumo Exemplo

Página 41 49 55 61 67 2.3 Reduzir a informalidade Microempreendedor individual (MEI): um atalho para a inclusão produtiva Como enfrentar a informalidade no município Resultados esperados Resumo Exemplo 2.4 Criar ou melhorar a política tributária para os pequenos negócios Medidas tributárias aplicadas aos pequenos negócios Revisão do Código Tributário Municipal Resultados esperados Resumo Exemplo 2.5 Priorizar as micro e pequenas empresas da região nas compras governamentais Mais oportunidades para as micro e pequenas empresas Mais mercados, mais negócios Resultados esperados Resumo Exemplo 2.6 Investir no acesso à inovação e À tecnologia Inovação e tecnologia no mundo real Lei Geral: benefícios para a tecnologia Como iniciar uma política municipal de acesso à inovação e à tecnologia Resultados esperados Resumo Exemplo 2.7 Apoiar o associativismo e a cooperação Tipos de organizações associativas Como a prefeitura pode apoiar o associativismo local Resultados esperados Resumo Exemplo

Página 73 80 86 2.8 Facilitar o acesso ao crédito e aos serviços financeiros O papel da gestão pública Alternativas de crédito para os pequenos negócios Investimento com destino certo: fundos locais Resultados esperados Resumo Exemplo 2.9 Promover a educação empreendedora e profissionalizante Como a prefeitura pode apoiar o empreendedorismo e a capacitação profissional Resultados esperados Resumo Exemplo 2.10 Implantar a Lei Geral Municipal das Micro e Pequenas Empresas Razões para implantar a Lei Geral Municipal Lei Geral Municipal: uma responsabilidade compartilhada no município Passo-a-passo para implantar a Lei Geral Municipal Resultados esperados RESUMO Exemplo 92 94 96 3. Dicas para o planejamento do mandato 4. Onde buscar ajuda 5. SAIBA MAIS Sumário

8 5,9 milhões de micro e pequenas empresas formais (97,5% do total das empresas brasileiras) t A FORÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL 51% da força de trabalho urbana empregada no setor privado, equivalente a 13,2 milhões de empregos com carteira assinada 38% da massa salarial 20% do Produto Interno Bruto (PIB) 10,3 milhões de empreendedores informais 4,1 milhões de estabelecimentos rurais familiares (85% do total dos estabelecimentos rurais) Fontes: Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008 Sebrae/Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos/MTE), Rais; Elaboração: Dieese; Censo Agropecuário 1995/96 IBGE / Elaboração: Projeto de Cooperação Técnica INCRA/FAO.

OdOS9 9 UM desafio para todos OS MUnIcÍpIOS desenvolvimento SUStentÁvel: Responsáveis por 51% dos empregos, os pequenos negócios são peças fundamentais na economia local As empresas, o contingente da força de trabalho, o comportamento das pessoas, o papel dos governos locais, tudo está em constante transição. Com a economia não é diferente. E entender o funcionamento dessa realidade na sua região é essencial para a escolha das políticas mais adequadas à promoção do desenvolvimento sustentável. A economia de cada município tem um perfil que não se encaixa em receitas prontas. As diferenças se devem à cultura, à história, às vocações e às riquezas locais, que são únicas. Entretanto, existe um ponto em comum entre todos os municípios: as micro e pequenas empresas são as maiores geradoras de emprego. Por isso, os pequenos negócios são peças fundamentais na economia local.

10 Competitividade, crescimento e desenvolvimento sustentável A competitividade de uma região decorre do dinamismo dos setores econômicos que a compõem. Criar condições para que os pequenos negócios se fortaleçam e gerem mais empregos é um desafio para os governos e para as empresas. São comuns os exemplos de empresas que conseguem sucesso mundial em determinadas áreas. É que alguns países criam ambientes nacionais de negócios mais estimulantes ao progresso de suas empresas. O mesmo acontece com algumas cidades. A competitividade é um fenômeno que vai além do desempenho em gestão. Para se tornar competitiva, a empresa precisa concentrar esforços na melhoria dos processos produtivos. E necessita também de investimentos e medidas da administração municipal. Há um conjunto de fatores que alteram o desempenho geral dos setores produtivos, tais como: desoneração tributária, ganho de eficiência da administração pública, condições regulatórias estáveis e transparentes, acesso à inovação e à tecnologia, educação básica de qualidade e qualificação profissional. O poder público tem papel central na construção da competitividade de uma região por dois principais motivos: Mobilização de forças A prefeitura tem capacidade de mobilização única. A simples sinalização da busca corajosa de melhoria das condições para a atividade produtiva já consiste em um grande avanço. O ganho de confiança no futuro do município pode trazer de volta o crescimento econômico.

11 O tamanho do desafio indica a urgência em compartilhar responsabilidades. Esse ambiente favorável aos negócios pode e deve ser resultado de ações conjuntas com as lideranças locais, especialmente o empresariado, principal força inovadora da economia. Natureza dos investimentos As ações e os investimentos necessários para a melhoria do ambiente de negócios produzem benefícios para toda a sociedade, mesmo não gerando retorno financeiro direto. Um ambiente favorável aos negócios e com ganhos de competitividade impulsiona o crescimento. O crescimento, por sua vez, aumenta a capacidade de investimento na geração de oportunidades, ou seja, mais recursos para educação empreendedora, inovação e tecnologia, entre outras áreas. Ciclo do desenvolvimento Competitividade e crescimento são condições essenciais para o desenvolvimento sustentável. Para alcançar a sustentabilidade, é necessário reconhecer que os recursos naturais são finitos ou limitados e planejar o desenvolvimento. Mais e melhores empregos, melhor distribuição de renda por meio do trabalho, mais horizonte social e cultural para todos os cidadãos, levando em conta a preservação do meio ambiente. competitividade crescimento desenvolvimento sustentável

12 1.1 O desenvolvimento sustentável acontece por acaso? O desenvolvimento é freqüentemente confundido com o crescimento econômico. Não existe consenso entre os cientistas sociais sobre uma definição para o termo desenvolvimento. Não há dúvida de que o desenvolvimento significa resultados qualitativos na vida das pessoas. Ou seja, trabalho digno, boa escola para os filhos, acesso a serviços públicos de qualidade, como saúde, segurança, lazer e transporte. É importante destacar que o crescimento da economia de um país ou de uma cidade não garante o seu desenvolvimento. Por isso, deve ser considerado como um meio e não como um fim em si mesmo. O desafio dos gestores públicos municipais é dar um passo além, utilizando o crescimento econômico como alavanca para as políticas locais de desenvolvimento sustentável. Como medir o desenvolvimento na sua cidade Parte do desenvolvimento pode ser percebida pela melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que mede fatores fundamentais como saúde, educação e renda. O IDH foi adaptado para a realidade dos municípios e pode ser um importante indicador para a gestão pública municipal. Para saber o IDH-Municipal da sua cidade, basta acessar http://www.pnud.org.br/atlas/tabelas/index.php. Desigualdade no Brasil Quase 14 milhões de brasileiros ascenderam socialmente no País entre 2001 e 2007, de acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Nesse período, segundo a pesquisa Pobreza e Mudança Social, 10,2 milhões de brasileiros passaram da faixa de renda mensal mais baixa (até R$ 545,66) para a faixa de renda média (de R$ 545,66 a R$ 1.350,82) e 3,6 milhões saltaram da renda média para a faixa mais alta (acima de R$ 1.350,82).

13 Nem tudo é motivo de comemoração. A concentração de renda no Brasil ainda é uma das maiores do mundo. Entre a população brasileira ocupada, os 10% mais pobres detiveram apenas 1,1% do total de rendimentos em 2007. Na outra ponta, os 10% mais bem remunerados concentraram 43,2% da renda. A desconcentração de renda e a criação de mais empregos estão diretamente relacionadas ao surgimento e à consolidação dos pequenos negócios locais. Mais empresas, mais e melhores empregos, mais renda. Qual o papel do poder público municipal na promoção do desenvolvimento sustentável? 1.2 Desde a Constituição Federal de 1988, os municípios assumiram mais atribuições e responsabilidades. Durante muitos anos, os esforços das administrações municipais foram concentrados na urgência em melhorar as condições de saúde, educação, segurança e infra-estrutura nas cidades e na zona rural. Portanto, é recente a inclusão da promoção do desenvolvimento como prioridade na agenda municipalista. Não é demais repetir: a prefeitura tem papel preponderante no desenvolvimento. Garantir um ambiente de negócios adequado transforma a vida do município. Um trabalho que começa dentro do Poder Executivo municipal com planejamento e integração de ações. Análise dos pequenos negócios locais possibilita ação estratégica Classificar as cidades usando como critério o número de habitantes não garante a adequação de uma política de desenvolvimento. Evidentemente, o tamanho das cidades exige políticas diferenciadas. Entretanto, as políticas públicas de desenvolvimento devem levar em conta a quantidade e o perfil das empresas existentes no município em vez da quantidade da população local.

14 Com base nesses critérios, os itens listados, a seguir, vão auxiliar o entendimento do tipo de classificação dos municípios: Cidade com muitos pequenos negócios e sem grandes empresas Esse é o perfil da maioria das cidades brasileiras. Grande parte dos casos observados mostra que dar prioridade a ações que beneficiem o surgimento e a expansão dos pequenos negócios é uma estratégia de sucesso para a geração de mais empregos, aumento da formalidade, atração de investimentos sustentáveis e fortalecimento da economia local. Cidade com poucos pequenos negócios e poucas grandes empresas Há cidades onde se instalaram uma ou duas grandes empresas que costumam impulsionar o desenvolvimento econômico do município por meio da geração de emprego e da cadeia produtiva criada no entorno delas. Em muitos casos, o progresso da cidade está diretamente relacionado à prosperidade dessas grandes empresas. Apoiar pequenos negócios significa, não apenas defender-se dos riscos da dependência, mas também criar estratégias de desenvolvimento sustentável, buscando identificar o perfil do município. Cidade com poucos pequenos negócios e sem grandes empresas Com raras exceções, são cidades estagnadas, onde a economia local depende da renda dos aposentados, de programas de transferência de renda e dos empregos da prefeitura. Especialmente nesses casos, o apoio aos pequenos negócios é o primeiro passo para reativar a economia, evitar o êxodo rural e garantir uma porta de saída para os programas sociais. Cidade com muitos pequenos negócios e muitas grandes empresas Com estruturas econômicas e produtivas mais complexas, essas cidades representam 28% das existentes no Brasil. É o caso de uma análise mais específica sobre cada situação. De qualquer forma, os pequenos negócios representam parcela importante no fenômeno da informalidade e também na redução dos altos índices de desemprego.

15 A importância de fixar a riqueza no local Muitas cidades não conseguem oferecer empregos para toda a população. É comum que trabalhadores se desloquem diariamente para municípios vizinhos, contribuindo para a produção de riqueza e arrecadação de outro lugar, devido à escassez de empregos locais. Os pequenos negócios mantidos pelos empreendedores locais são a forma mais eficiente de se iniciar o processo de fixação da riqueza local em todos os segmentos da economia. Investidores de fora também são bem-vindos, desde que ajudem a fortalecer a economia e os pequenos negócios locais. Ficam os investimentos, os empregos, o melhor atendimento à população, o aumento da base de arrecadação, entre outros benefícios. Ou seja, todos ganham. Gestão pública inovadora e voltada para resultados Cada vez mais, a qualidade da gestão é um diferencial na administração pública municipal. Desafios crescentes e falta de recursos são as principais reclamações de prefeitos de todas as cidades. Essas e outras questões empurram as prefeituras para a captação de recursos e para o aprimoramento da gestão. A excelência na gestão pública significa investir tempo e dedicação na motivação e capacitação de equipes técnicas, na articulação de parcerias estratégicas e, principalmente, na definição de metas e planos de ação compatíveis com os resultados que se espera alcançar: fazer mais, melhor e com menos. Esse é o desafio.

asso 16

asso passo-a-passo: dicas para FaZeR O desenvolvimento SUStentÁvel acontecer 17 A Lei Geral Municipal das Micro e Pequenas Empresas é o marco que orienta as políticas públicas de apoio aos pequenos negócios Todas as ações dirigidas ao desenvolvimento sustentável necessitam de uma base sólida, uma legislação adequada aos objetivos que se pretende alcançar. A Lei Geral Municipal das Micro e Pequenas Empresas é um marco regulatório fundamental para o desenvolvimento de todas as cidades brasileiras. Se essa legislação não for regulamentada e implantada, as propostas de desenvolvimento aqui expostas podem ficar comprometidas, seja pela ausência de amparo legal, seja pela falta de foco. Apresentamos, a seguir, sugestões práticas de políticas públicas convergentes com a Lei Geral que já foram aprovadas por muitos municípios brasileiros e resultaram na criação de um ambiente próspero e favorável aos pequenos negócios.

18 FIQUE DE OLHO! Compromisso com uma agenda para o desenvolvimento Os municípios que entendem seu papel frente ao desenvolvimento e a importância dos pequenos negócios fazem a diferença. Além de trabalho persistente, é preciso ter foco na qualidade da gestão pública, da união e do planejamento. São cidades que estão no rumo do desenvolvimento e já colhem mais empregos e renda.

19 planejar e estruturar O desenvolvimento SUStentÁvel do MUnIcÍpIO 2.1 O planejamento pode contribuir para a melhoria do ambiente de negócios e da qualidade de vida no município O desenvolvimento sustentável é um desafio para o mundo. Propor meios de harmonizar o desenvolvimento e a conservação ambiental é uma tarefa complexa. Por esse motivo, nossos municípios, repletos de beleza e riquezas naturais, devem se comprometer desde já com a sustentabilidade. É sugerido neste item um modelo de desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. A proposta é de um desenvolvimento que não esgote os recursos naturais para o futuro. O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem. E tudo isso tem muito em comum com os pequenos negócios. As atividades produtivas de menor escala são mais flexíveis para absorver um modo sustentável de produção. Muitas são as medidas que o poder público pode adotar para estimular pequenos negócios e sustentabilidade. Em São Carlos (SP), por exemplo, o IPTU Verde incentiva a ampliação das áreas verdes. Birigui (SP) oferece incentivos às pequenas construtoras para adotar energia solar nos empreendimentos imobiliários. Altinópolis (MT) garante benefícios para os pequenos negócios no turismo ecológico. Esses e outros tantos exemplos ilustram a preocupação em construir soluções locais. Não é discurso, não é teoria. É planejamento para fazer acontecer.

20 Leonid Streliav/Prefeitura de Gramado PLANEJAMENTO PARA 50 ANOS A Prefeitura de Gramado (RS) criou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e discute a sustentabilidade do município, baseada principalmente no turismo, para as próximas cinco décadas. O projeto Gramado Mais 50 Anos conta com a participação da sociedade local. Derrubando mitos sobre o planejamento municipal Em geral, cada secretaria ou área da prefeitura realiza seu planejamento separadamente, provocando a fragmentação das ações da administração municipal e a dispersão de recursos humanos e financeiros. Além de pouco eficiente, isso dificulta uma ação integrada entre os diversos programas e projetos. Em contrapartida, um bom planejamento pode integrar as áreas e secretarias da prefeitura e coordenar a execução das ações. Afinal, o planejamento é uma oportunidade de pensar estrategicamente a cidade para antever o futuro e coordenar as ações de toda a administração municipal e das forças produtivas em torno do desenvolvimento sustentável. O planejamento é bem mais que uma obrigatoriedade legal prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal ou no Estatuto das Cidades. Independentemente da forma ou abrangência dos planos, alguns mitos e equívocos estão sempre presentes. Aproveite para derrubar alguns deles: Planejamento não é perda de tempo. Sem planejamento não existem objetivos e metas. E, sem saber para onde vai, a gestão não chega a lugar nenhum. Planejamento não é coisa complicada, que só consultores sabem fazer. Reunir as equipes e definir um roteiro para o planejamento é um exercício simples e não custa nada. Com certeza, as boas idéias vão surgir e os acordos de metas serão claros e compartilhados. Um passo na direção do resultado.

21 Planejar não é caro. Ao contrário, se o planejamento for bem feito e bem executado, poderá eliminar desperdícios, evitar perdas e, principalmente, economizar muitos recursos para a administração pública. Em síntese, não existe desculpa para não planejar o futuro da sua cidade. Passo-a-passo para o planejamento do desenvolvimento sustentável Seguir um passo-a-passo simples diminui as chances de erros durante o planejamento. Confira as principais etapas: 1º Passo. O prefeito é o líder e deve atuar como tal no planejamento. Precisa estar à frente do processo e dar o exemplo. Suas idéias e compromissos garantem o rumo certo para as ações futuras. Assumir a liderança e dedicar-se a exercê-la é o primeiro e o mais importante passo. 2º Passo. O segundo passo para que o desenvolvimento aconteça de maneira bemsucedida é definir uma área responsável pela coordenação do planejamento voltado para o desenvolvimento. Pode ser uma secretaria ou um departamento. Depende da realidade de cada município. A equipe que fará parte dessa nova área também deve ser motivo de atenção. Os envolvidos deverão ter o perfil adequado ao desafio. São necessárias competências técnicas e muita habilidade de negociação e articulação com distintos segmentos da sociedade e lideranças locais. 3º Passo. Organizar as informações de maneira mais compreensível para todos os envolvidos. Muitos dados já estão disponíveis no município, mas não são adequadamente aproveitados. 4º Passo. O quarto passo é fazer uma análise crítica de todo o material. Um olhar estratégico sobre os dados poderá revelar características, tendências, oportunidades e obstáculos para o desenvolvimento do município.

22 É necessário considerar a vocação e a realidade local. Por essa razão, é fundamental a reflexão sobre o perfil dos negócios existentes, as oportunidades para novos negócios, as condições logísticas da região, as fontes de investimento, os empreendimentos viáveis, os níveis de educação e o poder de compra do município. Outra questão essencial é avaliar a governança local, a capacidade de criar acordos estáveis, a capacidade real dos parceiros de apoiar as ações. Em resumo, analisar as condições presentes de olho no futuro. Essa foi a diferença para algumas cidades que souberam aproveitar oportunidades e vocações locais. Anchieta (ES), Central do Maranhão (MA), Florânia (RN), Itabaiana (SE), Quixeramobim (CE), Rio dos Cedros (SC), Salgueiro (PE), Santana (AP) e Sorriso (MT) fazem parte desse grupo. 5º Passo. Obter recursos para planejar é o quinto passo. A escassez de recursos financeiros não deve ser obstáculo para o planejamento. É possível fazer planos compatíveis com os recursos disponíveis, adequar cronogramas e captar recursos de parceiros. 6º Passo. O sexto passo é pensar no que precisa ser feito para assegurar o desenvolvimento sustentável do município. O que é fundamental para alcançar o futuro desejado? Alguns exemplos: modernização administrativa, estabelecimento de um pacto local pelo desenvolvimento, plano tecnicamente consistente com indicadores para avaliação, produção ou atualização de um sistema de informações geográficas, elaboração ou atualização do Plano Diretor do Município, entre outros. 7º Passo. Criar espaços para a participação social é o sétimo passo. É inviável ouvir cada cidadão, mas é possível garantir a participação e o envolvimento das lideranças que representam toda a sociedade local. A participação efetiva de muitas pessoas no planejamento exige a adoção de metodologias adequadas a esse objetivo. Técnicas de trabalho em grupo podem ser utilizadas para que o resultado final realmente reflita os anseios de todos. Muitas instituições e organizações da sociedade civil aplicam essas técnicas e podem ser parceiras da prefeitura nesse processo. Quanto mais participativo e qualificado for o planejamento, melhor deverá ser o resultado. Não partidarizar a escolha dos atores envolvidos no debate é uma decisão que garante a continuidade do plano no futuro.

23 Estimular a criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente é uma das ações que vai contribuir para a formulação de um planejamento sustentável. 8º Passo. O oitavo passo é adequar o marco regulatório da cidade ao planejamento. Essa etapa dependerá da necessidade ou não de reformar os códigos tributário, de obras e edificações e de postura, além de atualizar o cadastro imobiliário, elaborar os planos setoriais e o orçamento participativo. Todas são medidas fundamentais para garantir um melhor ambiente para os negócios. 9º Passo. O último passo é decisivo: executar. Colocar em prática o planejamento requer acompanhamento constante. Sair do papel significa ganhar dinamismo e, por esse motivo, adotar metas e indicadores de desempenho que avaliem sua eficácia. O que não funciona deve ser ajustado. SIGA ESTA IDÉIA! Garanta a participação social. O planejamento com o envolvimento e o comprometimento das lideranças locais legitima as propostas do governo municipal e torna os parceiros e a sociedade co-responsáveis pelo sucesso das iniciativas. E o mais importante: questões partidárias devem ficar fora do debate!

24 Infra-estrutura para o fortalecimento dos pequenos negócios: uma questão de planejamento Investir em projetos de infra-estrutura para os pequenos negócios vai trazer grandes benefícios para o desenvolvimento da economia local. Os empreendedores precisam de condições favoráveis para assegurar a competitividade das empresas locais. Veja, abaixo, algumas ações que podem fazer parte do planejamento do município: O sistema de transporte tem grande impacto na atividade produtiva. Mesmo cidades de pequeno e médio portes devem planejar seu crescimento para evitar futuros gargalos de logística e no trânsito. Pontos de ônibus, táxis e estacionamentos bem planejados são grandes impulsos para o comércio. Para os pequenos negócios, é fundamental adotar soluções logísticas simples que garantam o escoamento seguro e rápido da produção local. Parcerias com empresas de postagens expressas ou de ônibus intermunicipais/interestaduais vão viabilizar as vendas para a região, para o Estado e até para exportação. A criação de novos espaços públicos para a comercialização da produção rural, do artesanato e de outros artigos dos negócios locais é um estímulo ao empreendedorismo. A organização de ruas, pólos ou centros comerciais criam novos canais de comercialização para os pequenos negócios. A educação básica é condição essencial para o aumento da produtividade e, conseqüentemente, da competitividade local. Além de investir na melhoria crescente do ensino público, é recomendável planejar programas de reforço escolar para adultos em idade produtiva. A construção de espaço para feiras de negócios é uma oportunidade para atingir novos mercados e atrair compradores para a região. O investimento em inclusão digital tem impacto direto nos negócios locais. As pequenas empresas ganham agilidade para solucionar problemas, comercializar produtos, pesquisar, entre outras atividades. O acesso à Internet pode e deve ser melhorado.

25 Parcerias com empresas privadas interessadas em investir em telecomunicações também são fundamentais. A telefonia de qualidade reduz os custos de transações e de comercialização para os empreendedores. Apoio a programas de qualificação profissional e saúde do trabalhador garante a qualidade da mão-de-obra local e o aumento da produtividade. Planejamento da gestão ambiental na prática Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), até 2006 apenas 8% dos municípios brasileiros possuíam secretaria, fundo, conselho ou legislação ambiental. Diante disso, foi criado o Programa Nacional de Capacitação de Gestores Ambientais (PNC), uma iniciativa do MMA, Estados e prefeituras, que busca fortalecer o papel do município nesse tema. Representantes das prefeituras têm recebido treinamento em todo o País sobre elementos práticos de licenciamento e gestão ambiental, ações de grande impacto no ambiente de negócios de todas as cidades. Seu município já faz parte desse programa? Resultados esperados Gestão municipal integrada, traduzida em mais benefícios para o ambiente de negócios. Municipalização da gestão ambiental, possibilitando maior agilidade para o setor produtivo local. Criação ou melhoria da infra-estrutura para comercialização de produtos e prestação de serviços dos pequenos negócios: mercados, feiras, shoppings populares, entre outros. Universalização do acesso à informação por meio da Internet. Incentivos para atividades relacionadas à vocação da cidade.

26 Resumo O prefeito deve atuar como líder no planejamento e envolver os demais líderes e parceiros. É fundamental criar uma área responsável pela promoção do desenvolvimento sustentável com um plano de ação voltado para a criação e a expansão de empresas e a geração de empregos. Pode ser uma secretaria, um departamento ou uma coordenação. É indispensável organizar as informações sobre características, tendências, oportunidades e obstáculos para o desenvolvimento sustentável do município. Deve-se dimensionar os planos de curto prazo, de acordo com os recursos disponíveis, e elaborar projetos para captar recursos de parceiros. O planejamento exige a definição do que precisa ser feito para assegurar o desenvolvimento sustentável do município, como modernização administrativa, criação ou fortalecimento de agências de desenvolvimento, entre outras medidas. Criar espaços para a participação e o envolvimento das lideranças que representam toda a sociedade local. Adequar a legislação municipal ao planejamento. Reformar os códigos tributário, de obras e edificações e de postura, além de atualizar o cadastro imobiliário e de contribuintes. Um bom exemplo de planejamento: Petrolândia (PE) PLANEJAMENTO PARA PROMOVER NEGÓCIOS Programa estabelece ações para o desenvolvimento sustentável do município, evitando principalmente a poluição do rio São Francisco Entre os anos de 1987 e 1988, a cidade de Petrolândia, em Pernambuco, foi totalmente inundada para dar lugar à hoje Usina Hidroelétrica Luiz Gonzaga. Dez anos depois, a nova Petrolândia, erguida pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), estava com prédios e obras de infra-estrutura inadequados, devido ao crescimento de 50% da população registrado nesse período. Continua...

27 Continuação... A tarefa foi construir uma nova cidade com base em planejamento estratégico e orçamento participativo, definidos em 2004 pelo 1º Fórum de Desenvolvimento Sustentável. Tudo isso para aplicar da melhor forma possível os recursos das compensações financeiras recebidas pelo município por causa da inundação de suas terras. E, acima de tudo, para evitar a poluição do rio São Francisco. Divulgação/Chesf A orla do lago da hidroelétrica Luiz Gonzaga virou ponto turístico inclusive para receber grandes festas, como o Petrofest (carnaval fora de época) As medidas adotadas pela prefeitura apresentaram os seguintes resultados: Construção da Praça da Matriz, da Praça dos Três Poderes e da Praça da Alimentação. Modernização da feira livre e do mercado público. Calçamento de 40 mil metros quadrados. Pavimentação e urbanização da orla do lago da hidroelétrica, onde foram instalados quatro novos restaurantes. Iluminação da BR-316, o principal acesso à cidade. Calendário turístico de festas e eventos, como o Petrofest (carnaval fora de época) realizado na orla, com a participação de 30 mil pessoas. Continua...

28 Continuação... Movimentação, em 2006, de R$ 2 milhões com cinco eventos Petrofest, vaquejada, missa do vaqueiro, festa junina e festa do padroeiro. Geração de ocupação e renda, nesses eventos, para cerca de 45 artesãos, 200 microempreendedores e 300 prestadores de serviços. Reforma geral do estádio de futebol. 240 produtores rurais beneficiados com o projeto A Caminho da Pesca Sustentável, realizado no rio São Francisco. Para atingir esses resultados, a Prefeitura de Petrolândia percorreu as seguintes etapas: Promoveu o 1 Fórum de Desenvolvimento Sustentável de Petrolândia. Designou comissões técnicas para encaminhar as propostas aprovadas. Criou o Programa Petrolândia: Pólo de Desenvolvimento Sustentável. Fez consultas à população e aos empresários por meio do orçamento participativo e das oficinas do Plano Diretor Municipal. Realizou estudos de viabilidade das ações aprovadas, como o projeto de piscicultura no lago da hidroelétrica. 2.2 ENFRENTAR A BUROCRACIA O excesso de exigências legais no processo de abertura, funcionamento e baixa das empresas compromete o ambiente de negócios. De acordo com o Banco Mundial, são necessários 152 dias para abertura de empresas no Brasil. De acordo com a pesquisa Contribuição à Criação de Novas Micro e Pequenas Empresas, do Sebrae, o tempo médio para abertura de um empreendimento no País é de 70 dias. Menor do que o anunciado pelo Banco Mundial, mas ainda excessivo.

29 Novas legislações apontam um futuro com menos burocracia Sancionada pelo Presidente da República em 14 de dezembro de 2006, a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas criou um marco histórico no tratamento dos pequenos negócios no Brasil para eliminar e diminuir as distorções. Cabe aos poderes locais regulamentar essa legislação com a aprovação da Lei Geral Municipal das Micro e Pequenas Empresas. O texto da Lei Complementar 123/2006, a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, compatibiliza e integra procedimentos legais de distintos órgãos e esferas de governo. A novidade é que a simplificação no tratamento da burocracia poderá agora ser ampliada aos três âmbitos de governo: municipal, estadual e federal. Outro novo marco regulatório revela o esforço do poder público para a redução da burocracia: a Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim), criada pela Lei 11.598, de 3/12/2007. Mais do que uma lei, a Redesim é um modelo de atuação que prevê a integração de todos os processos de órgãos e entidades responsáveis pelo registro, inscrição, alterações e baixa das empresas, por meio de um sistema informatizado e com uma única entrada de dados e de documentos pela Internet. O Comitê Gestor Nacional e os Subcomitês Estaduais da Redesim vão definir a estrutura e os critérios nacionais para o funcionamento prático da legislação. As duas legislações garantem a integração da burocracia de forma que o cidadão não mais precise percorrer todos os órgãos para abrir uma empresa. Em um local único, será possível realizar abertura, alteração ou fechamento de empresas. A burocracia excessiva inibe e compromete a vida de milhares de empresas Uma pesquisa do Sebrae/Vox Populi sobre a sobrevivência e mortalidade das micro e pequenas empresas, divulgada em 2007, mostrou que as perspectivas de formalização têm melhorado.

30 Em 2004, quase 50% dos negócios eram encerrados antes de completar dois anos. Em 2007, essa taxa caiu para 22%. Problemas com a fiscalização foram apontados como uma das principais razões para o fechamento das empresas. A redução é atribuída às condições econômicas favoráveis e ao melhor planejamento das empresas. FIQUE DE OLHO! Burocracia é uma barreira para os negócios O excesso de burocracia e os altos custos do processo, além de estimularem a sonegação, inibem a legalização dos empreendimentos, contribuindo de maneira decisiva para o crescimento da informalidade. Premissas para reduzir a burocracia A Lei Geral e a Redesim definem os princípios que devem ser adotados nas políticas públicas para a redução da burocracia. A idéia é simples e prática para os governos e para os cidadãos: integrar procedimentos e eliminar duplicidades. Em geral, o cidadão percorre vários órgãos, entrega documentos em cada um deles e preenche muitos formulários. O que se pretende é um atalho para essa longa jornada. Um local único de atendimento e listas de documentos integradas. Os órgãos vão compartilhar as informações que o cidadão prestará uma única vez. Ele vai ganhar tempo e agilidade para iniciar o seu negócio. O governo reduz filas e melhora a qualidade no atendimento ao cidadão. A empresa começa a funcionar mais rápido, gerando empregos e pagando tributos que serão investidos no desenvolvimento da cidade. Em resumo, todos saem ganhando.

31 Quem circula é a informação, não o cidadão A solução consiste em determinar um fluxo único e seqüenciado de informações e procedimentos, unindo todos os órgãos responsáveis por registro, funcionamento e baixa de empresas. Atendimento único O empresário deve dirigir-se a um único local capaz de oferecer todas as soluções e serviços necessários para a abertura de um negócio. O atendimento também poderá ser por telefone ou via Internet. Cada Estado definirá o modelo mais adequado à sua realidade. A tendência é que, nas grandes cidades, a Junta Comercial seja a sede do atendimento unificado. Nas pequenas cidades, a melhor alternativa é a prefeitura. Caracterização e diferenciação do nível de risco da atividade Negócios de baixo risco podem ser mais facilmente autorizados, sem necessidade de uma visita prévia. Já os de alto risco exigem mais cuidado do poder público. Alvará provisório Para as atividades de baixo risco, é possível permitir a emissão do alvará provisório. O início imediato das atividades garante velocidade na geração de empregos e antecipa a arrecadação de tributos municipais. Utilização da Internet A adoção de novas tecnologias agiliza o processo burocrático como um todo. Associar o acesso à informação com a realização de alguns processos diretamente pela Internet reduz o volume de atendimento presencial na prefeitura. Passo-a-passo: como reduzir a burocracia para as empresas A prática demonstra que os casos mais bem-sucedidos apostaram na integração das áreas/secretarias como principal estratégia. Um exemplo é a Prefeitura de Petrópolis (RJ), que emite um alvará provisório para as atividades de baixo risco em 24 horas e pela Internet.

32 Outros exemplos: a Prefeitura de Porto Alegre (RS) conta com o Alvará na Hora ; em Palhoça (SC), foi criado o Balcão de Atendimento Empresarial ; e a Prefeitura de Foz do Iguaçu (PR) lançou o Programa Empresa Fácil. Divulgação/Sebrae-AL DESBUROCRATIZAÇÃO FÁCIL Nos últimos seis anos, a Prefeitura de Maceió, capital de Alagoas, tornou-se referência nacional em termos de desburocratização. Conseguiu descomplicar a legalização de empresas com a criação e o funcionamento da Central de Atendimento Empresarial Fácil. Assim, legalizou de forma simplificada 9.133 novas empresas, de 2001 até setembro/2007, de um total de 12.900 pessoas atendidas. As principais etapas para o registro de empresas estão resumidas na figura da página seguinte. Cabe à administração municipal reduzir a burocracia em cada etapa, utilizando os princípios estabelecidos na legislação e as boas práticas adotadas por centenas de prefeituras.

33 ORIENTAÇÃO Informar sobre as exigências legais, riscos e responsabilidades do negócio CONSULTA PRÉVIA Informar se a atividade é permitida no local pretendido e se o nome escolhido já foi anteriormente registrado REGISTRO Os órgãos realizam o registro de forma integrada. Se a atividade for de baixo risco, o início é imediato LICENCIAMENTO Os órgãos realizam o licenciamento de forma integrada e a visita para vistoria A prefeitura deve focar seus esforços para adotar medidas que causam maior impacto na redução da burocracia: integrar secretarias e órgãos do município, racionalizar processos, estabelecer convênio com a Junta Comercial do Estado, definir a caracterização de grau de risco ambiental e sanitário, expedir alvará provisório e criar um local único para o atendimento às empresas. Em seguida, deve-se gradativamente avançar para medidas mais complexas, que irão contribuir para a melhoria do ambiente de negócios na cidade. 1º Passo. Integrar secretarias e órgãos do município O objetivo é oferecer de forma integrada as informações que o empresário necessita sobre exigências, riscos e responsabilidades relacionados à atividade que pretende iniciar. A integração significa estabelecer conexões e consolidar informações para a realização de pesquisas prévias às etapas de registro, alteração e baixa dos micro e pequenos negócios. Esse esforço envolve a maioria das secretarias e órgãos municipais. Por isso, é indispensável identificar quem vai liderar ou coordenar o processo de integração. A capacitação dos funcionários é fundamental e deve envolver principalmente as áreas de Fazenda, Administração, Procuradoria, Desenvolvimento Econômico (ou similares), Agricultura (ou similares), Saúde e Educação.

34 2º Passo. Racionalizar processos Simplificar, uniformizar, atualizar e racionalizar as exigências quanto à segurança sanitária, metrologia, controle ambiental e prevenção contra incêndios, entre outras. É necessário rever a lista de documentos exigidos para evitar duplicidades e custos desnecessários. Decidir o que realmente é importante representa o maior desafio. Alguns exemplos de processos e orientações a serem racionalizados: - Informações sobre abertura, funcionamento e baixa de empresas. - Consultas prévias, obtenção de alvarás e licenças. - Inscrição estadual e autorização para emissão de talão de nota fiscal. - Informações sobre o cálculo e o pagamento de taxas e impostos. - Parcelamento de débitos/dívidas tributárias. - Emissão de certidões negativas. - Exigências do código de postura, plano diretor e demais instrumentos de regularização fundiária. 3º Passo. Estabelecer convênio com a Junta Comercial do Estado Cada município deve articular com a Junta Comercial do Estado uma parceria para agilizar os processos. É um atalho para a integração com os órgãos estaduais e federais. Confira se a Junta Comercial do Estado já possui convênio com a Secretaria Estadual da Fazenda e com a Secretaria da Receita Federal do Brasil. Essa é a melhor alternativa para a integração do município. O Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas da sua região também deve fazer parte do registro integrado.

35 4º Passo. Definir as atividades de risco ambiental e sanitário Mais de 70% das atividades não oferecem grandes riscos. Portanto, regulamentar a definição de risco garante a essas empresas um alvará mais ágil e mais simplificado. Se possível, via Internet. Consulte as orientações do Comitê Gestor da Redesim. Outra vantagem da liberação das atividades de baixo risco é que a administração pública poderá direcionar sua atenção às empresas que de fato oferecem riscos à sociedade. A ação da fiscalização fica mais rápida e eficiente. Para as atividades de risco alto, é preciso definir as rotinas e procedimentos a serem cumpridos. A agilidade na informação e na orientação torna mais fácil a abertura dessas empresas, mesmo sem o direito ao alvará provisório. 5º Passo. Expedir alvará provisório sem vistoria prévia Dispensar a vistoria prévia e instituir o Alvará de Funcionamento Provisório pelo município para as atividades de baixo grau de risco pressupõem que o empresário deverá assinar um Termo de Responsabilidade, assumindo riscos e conseqüências, caso não cumpra as exigências legais. O alvará provisório não exclui a possibilidade de vistoria. Apenas permite o início das atividades até que essa etapa seja concluída. A vistoria poderá ocorrer a qualquer tempo. Em algumas cidades, o alvará provisório é emitido pela Internet, o chamado Alvará Digital. Essa medida exige a contratação de um software específico, tornando necessária a avaliação desse investimento em relação à densidade empresarial do município. 6º Passo. Criar local único para o atendimento empresarial Reunir todos os órgãos municipais em um único local agiliza e desburocratiza o atendimento ao empresário. Existem atualmente diversas experiências em todo o País que comprovam o sucesso dessa estratégia. Exemplos estão por toda parte. 7º Passo. Aderir à Redesim A legislação prevê que até junho de 2009 os municípios com mais de 20 mil habitantes deverão aderir e adotar os procedimentos da Redesim. Os demais têm adesão opcional. As orientações práticas para a adesão estarão à disposição dos municípios na Junta Comercial do Estado. Uma boa alternativa para os municípios é juntar em um único espaço a integração proporcionada pela Redesim (sistema informatizado) com um excelente atendimento presencial para orientação empresarial.

36 Medidas complementares para a redução da burocracia Algumas ações de redução da burocracia podem ser implementadas ao longo do governo visando aprimorar o ambiente de negócios. São as seguintes: Adequar o licenciamento sanitário às necessidades das pequenas empresas Muitos pequenos empreendimentos enfrentam dificuldades para adequar seus produtos e serviços às normas e aos padrões de higiene, armazenagem, transporte, entre outros aspectos. O papel da prefeitura é promover o ajustamento das normas e os regulamentos dos serviços de inspeção sanitária à realidade do pequeno empreendedor. O propósito deve ser principalmente educar e estimular boas práticas. Regularizar o licenciamento ambiental Os municípios são os entes públicos responsáveis pelo licenciamento ambiental sempre que o impacto a ser evitado ou reduzido for local, podendo também assumir essa atribuição por meio de lei ou convênio com o governo estadual. Os procedimentos do licenciamento ambiental deverão ser simplificados, agilizados e com custos reduzidos. Além disso, o município terá que oferecer assistência técnica às micro e pequenas empresas. Para cumprir tal função, os municípios devem organizar-se, estabelecer diretrizes normativas e procedimentos que garantam a preservação ambiental sem aumentar a burocracia. Também será necessário adotar programas de capacitação de funcionários da prefeitura para avaliação de impacto ambiental, acelerando a concessão de alvarás, licenças etc. Publicar no site da prefeitura informações sobre a atividade empresarial Essa é uma idéia barata e de fácil execução. A prefeitura que já tem um site pode criar uma seção nova destinada aos empresários, com informações sobre a atividade empresarial, abertura e fechamento de empresas, Alvará Digital (se houver), nota fiscal eletrônica (se houver), ferramenta de cadastro de empresas do município para fins de compras públicas e muito mais.