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Transcrição:

SANTANA MJ de; SILVEIRA AL da; BARRETO AC; CRUZ OC da; TAVARES WAC; RESENDE BPMC. Viabilidade Viabilidade técnica e econômica do cultivo do alho irrigado. técnica e econômica do cultivo do alho irrigado. 2010. Horticultura Brasileira 28: S3103-S3110. Viabilidade técnica e econômica do cultivo do alho irrigado. Márcio José de Santana 1 ; Amanda Letícia da Silveira 2 ; Antônio Carlos Barreto 1 ; Othon C. da Cruz 1 ; William A. Cardoso Tavares 3 ; Bruno Phelipe M. C. Resende 3 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro, campus Uberaba, MG; Prof. Dr. Irrigação e Drenagem; marciosantana@iftriangulo.edu.br; 2 IF Triângulo Mineiro Campus Uberaba, Estudante Agronomia; Bolsista FAPEMIG; amandaagronomia@gmail.com; 3 IF Triângulo Mineiro Campus Uberaba, Estudante Tecnologia Irrigação e Drenagem. RESUMO O alho é uma cultura exigente em tratos culturais, dentre os quais a irrigação exerce forte influência na produção e qualidade dos bulbos. Dentre as dificuldades que os produtores têm encontrado, destacase a falta de informações específicas sobre o momento adequado de interromper a irrigação e quanto de água na cultura do alho. No geral, as pesquisas que envolvem fatores como lâmina de água e fertilizantes, apontam recomendações vistas à produtividade física máxima. Também, não levam em consideração o aspecto econômico, o que deve ser considerado, uma vez que o ótimo econômico nem sempre corresponde à máxima produtividade física. O atual trabalho teve como objetivo determinar a lâmina ótima econômica para a cultura do alho, bem como a época de suspensão da irrigação que proporcione maiores produtividades. O experimento foi conduzido no Setor de Olericultura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro, em Uberaba, MG, em um delineamento em blocos casualizado com quatro repetições. Os tratamentos constaram de cinco níveis de reposição de água no solo (70%, 100%, 130%, 160% e 190% da lâmina necessária para elevar a umidade do solo à capacidade de campo, diariamente) e três épocas de suspensão da irrigação (10, 20 e 30 dias antes da colheita). Dentre os resultados pode-se verificar que as lâminas que proporcionaram as máximas produtividades econômicas para 10, 20 e 30 dias (épocas de suspensão) respectivamente foram 702,08 mm, 667,29 mm e 671,91 mm. Palavras-chave: Allium sativum L., manejo irrigação, lâmina ótima econômica. ABSTRACT Technical and economic viability of irrigated garlic cultivation. Garlic is a crop demanding in cultural practices, out of which irrigation exercises a strong influence on both yield and quality of the bulbs. Out of the difficulties the growers have found, the lack of specific information on the adequate moment of interrupting irrigation and how much of water in garlic culture is stood out. In general, the research works which involve factors such a water depth and fertilizers, point to recommendations intended for the maximum physical yield. Also, they do not taken into account the economic aspect, which should be considered, since the economic optimum not always corresponds to the maximum physical yield. The current work was intended to determine the optimum economic depth for garlic culture as well as the time of irrigation suspension which provides higher yields. The experiment was conducted in the Vegetable Plant Sector of Triângulo Mineiro Federal Institute of Education, Science and Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S3103

Technology (Instituto Federal de Educação, Ciencia e Tecnologia do Triângulo Mineiro) in Uberaba, MG, in a randomized block design with four replications. The treatments consisted of five water replacement levels in soil (70%, 100%, 130%, 160% and 190% of the depth necessary to raise the soil moisture to the field capacity daily) and three times of irrigation suspension (10, 20 and 30 days before harvest). Out of the results, one can verify that the depths which afforded the maximum economic yields to 10, 20 and 30 days (times of suspension), respectively were 702.08 mm, 667.29 mm and 671.91 mm. Keywords: Allium sativum L., irrigation management, optimum economic depth. Em geral, as hortaliças têm seu desenvolvimento intensamente influenciado pelas condições de umidade do solo. A deficiência de água é, normalmente, o fator mais limitante à obtenção de produtividades elevadas e produtos de boa qualidade, mas o excesso também pode ser prejudicial. A reposição de água ao solo por irrigação, na quantidade e no momento oportuno, é decisiva para o sucesso da horticultura (Marouelli et al., 1996). O Brasil, tradicional importador de alho, vem reduzindo sua dependência externa graças ao desenvolvimento de novas tecnologias e expansão do cultivo de alhos nobres (Dallamaria, 2002). As pesquisas têm mostrado resultados positivos para o incremento da produção, como, por exemplo, escolha de cultivares, vernalização, ponto de colheita, armazenamento e manejo adequado da irrigação. Como o alho é cultivado preferencialmente na estação fria, coincidindo com a época mais seca do ano, nas principais regiões produtoras, a irrigação é prática obrigatória para suprir as necessidades hídricas da cultura e garantir a obtenção de produtividade elevada com boa qualidade, especialmente nas áreas de cerrado de Minas Gerais e Goiás. Irrigações deficitárias reduzem a produtividade enquanto irrigações excessivas prejudicam a qualidade e a conservação de bulbos (Melo & Oliveira, 1999). Dos fatores de produção, a água e os fertilizantes são aqueles que limitam os rendimentos com maior freqüência. Desse modo, o controle da irrigação e da fertilidade do solo constitui critério preponderante para o êxito da agricultura. A utilização das funções de produção permite encontrar soluções úteis na otimização do uso da água e dos fertilizantes na agricultura ou na previsão de rendimentos culturais (Frizzone, 1987). Oliveira (1993) mencionou que muitos trabalhos de pesquisa envolvendo irrigação e fertilizantes apontam recomendações genéricas que objetivam a obtenção de produtividades físicas máximas, sem qualquer preocupação com a economicidade. A utilização da irrigação, com base nessas informações, poderá torná-la inviável do ponto de vista econômico, já que o ótimo econômico, geralmente, não corresponde à máxima produtividade biológica qualquer e a produção física possível de ser obter com a tecnologia existente (Fergunson, 1988). Diante do exposto objetivou-se com o atual trabalho determinar a lâmina ótima econômica, lâmina ótima física da cultura do alho submetida a reposição de água, bem como a época de suspensão da irrigação. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na área experimental do setor de Olericultura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Uberaba, MG. O mesmo se localiza a 800 Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S3104

metros de altitude, com latitude de 19º 39 19" S e longitude de 47º 57 27" W. O clima do local, segundo classificação de Köppen é do tipo Aw, tropical quente e úmido, inverno frio e seco, com precipitação e temperatura média anual de 1500 mm e 21º C, respectivamente. Para determinação da curva de retenção de água no solo na área do experimento foram coletadas amostras deformadas nas camadas de 0-20 cm e 20-40 cm, as quais foram enviadas para o Laboratório de Relação Solo-Água-Planta do IF Triangulo em Uberaba, MG. A densidade média do solo para as camadas de 0-20 cm e 20-40 cm, obtida pelo método do cilindro de Uhland, forneceu valores de 1,08 g cm -1 e 1,1 g cm -1, respectivamente. A cultivar foi a Ito que é uma das principais utilizadas nas regiões no Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro em Minas Gerais. O experimento foi conduzido em blocos casualizados (DBC) com quatro quatro repetições, sendo empregado um esquema fatorial 5 x 3, constituído por cinco reposições de água no solo (70%, 100%, 130%, 160% e 190% da lâmina necessária para elevar a umidade do solo à capacidade de campo, diariamente) e três épocas de suspensão da irrigação (10, 20 e 30 dias antes da colheita). Cada parcela experimental foi constituída por seis linhas de plantio com 3 m de comprimento espaçadas de 0,3 m e com densidade de 10 plantas por metro. Plantas localizadas no centro da parcela (oito plantas) foram consideradas como úteis (coleta de dados experimentais). As doses totais de nutrientes NPK seguiram recomendação da Chagas et al. (1999) para o nível tecnológico NT. Em cada parcela, 4 foram utilizados quatro microaspersores com sobreposição de 50%, da marca DAN 2001, autocompensantes, com vazão de 28 L h -1. Em três parcelas do tratamento 100% e suspensão da irrigação 10 dias antes da colheita, foram instaladas baterias de tensiômetros com o objetivo b de controle da lâmina de irrigação. Cada bateria consistiu de dois tensiômetros, a W(max) = 20,10 c e 0,30 m de profundidade. A capacidade de campo média do solo, conforme metodologia de Bernardo (1996), foi de 0,21 g g -1 (6,5 kpa) e 0,205 g g -1 (7 kpa), respectivamente, para as camadas de 0-20 cm e 20-40 cm. O cálculo do tempo de irrigação foi realizado com base nos sensores de 0,10 e 0,30 m. Com as tensões observadas, foram calculadas as umidades correspondentes, a partir das curvas características a 0,10 e 0,30 m. De posse dessas umidades e daquela correspondente à capacidade de campo e, ainda, considerando a profundidade do sistema radicular estratificada em duas subcamadas (0-20 cm e 20-40 cm), foram calculadas as lâminas de reposição. Para obtenção da função de produção, foi utilizada a análise de regressão entre a variável dependente (produção) e a variável independente (lâminas de água). O modelo empregado foi o polinomial do segundo grau, conforme equação 1. Y = f ( w) = a + bw + cw 2 (1) Y = produtividade (t ha -1 ); w = lâmina total de água aplicada (mm) e, a, b e c = parâmetros da equação. A lâmina de água a ser aplicada para obtenção da máxima produtividade física foi: (2) A lâmina de água de maior retorno econômico a ser aplicada deve corresponder a uma produtividade que traduza uma receita líquida máxima ou um lucro máximo, dado pela equação 3. L(w) = Py.Y Pw.W C (3) Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S3105

L(w) = lucro (R$); Pw = preço do fator água (R$ mm -1 ); Py = preço do produto (R$ t -1 ) e, C = custo dos fatores fixos (R$ ha -1 ). O preço do produto representou o preço médio obtido pelo produtor no Estado de Minas Gerais durante o ano de 2009. O preço do fator água foi obtido considerando: energia de bombeamento, mão-de-obra; demanda e manutenção. Para obtenção do custo de cada um destes componentes, foram fixados alguns parâmetros como caracterização do produto e do sistema de irrigação (produtor característico do Triângulo Mineiro microrregião localizado em Minas Gerais). O custo da energia foi obtido com a concessionária local. Os custos dos componentes do fator água foram obtidos utilizando-se os percentuais relatados por Melo (1993), citado por Carvalho (1995), onde o custo de bombeamento de um mm de lâmina de água: demanda (1,14%), energia (46,21%) mão-de-obra (31,48%) e manutenção e reparos (21,77%). Para maximizar o custo: dl( w) Py. dy = Pw = 0 dw dw (4) RESULTADOS E DISCUSSÃO As lâminas aplicadas durante a condução experimental estão na Tabela 1. Independente da época de suspensão da irrigação lâminas consideradas excessivas e deficitárias promoveram menores médias de produtividade (Figuras 1, 2 e 3). Na Tabela 2 encontram-se os valores médios de produtividade em função das épocas de suspensão da irrigação para cada reposição de água no solo. Quando aplica-se 100% da evapotranspiração da cultura nota-se que a maior produtividade foi alcançada quando a irrigação foi interrompida 10 dias antes da colheita. Os produtos físicos marginais (PFMa) foram obtidos a partir das funções de produção (Figuras 1, 2 e 3) estimadas para cada fase de suspensão da irrigação, sendo geradas as equações 5, 6 e 7. - 10 dias: y = -0,0385w 2 + 54,598w 5217 (R 2 = 80,55%) (5) - 20 dias: y = -0,0284w 2 + 38,434w + 592,03 (R 2 = 85,11%) (6) - 30 dias: y = -0,0315w 2 + 42,868w + 1996,6 (R 2 = 95,69%) (7) Considerou-se como lâmina de água economicamente ótima aquela que conduziu ao rendimento com máxima margem bruta. Dessa forma derivou-se a estimativa das funções de produção, obtendo-se o valor do produto físico marginal (PFMa) e, em seguida, igualouse à relação preço da água e do produto (Carvalho, 1995; Pereira, 2005). (8) Y W = 38,434 0,0568W = Pw Py (9) Y W = 42,868 0,063W = Pw Py (10) Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S3106

Na Tabela 3 encontram-se os valores de lâmina e produtividade ótima física e econômica. A partir do ponto em que PFMa apresentou valor nulo, a aplicação de maiores lâminas de água conduziu a valores de PFMa negativos (Tabela 4), indicando ser antieconômico o uso dessas lâminas. Mesma tendência foi observada por Pereira (2005). Diante das condições experimentais pode-se concluir que a lâmina que proporcionou a máxima produtividade econômica foi de 702,08 mm (14.137,88 kg ha -1 ) quando a irrigação foi interrompida 10 dias antes da colheita. AGRADECIMENTOS A FAPEMIG pelo apoio ao projeto de pesquisa e bolsas cedidas aos estudantes de graduação. REFERÊNCIAS BERNARDO, S. Manual de irrigação. Viçosa: UFV. Imprensa Universitária, 1996. 596 p. CARVALHO, J.A. Coeficientes de cultura, avaliação econômica da produção e análise do crescimento da cenoura (Daucus carota L.) irrigada. 1995. 78p.Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. CHAGAS, J. M.; BRAGA, J. M.; VIEIRA, C.; SALGADO, L. T.; JUNQUEIRA NETO, A.; ARAÚJO, G. A. A.; ANDRADE, M. J. B.; LANA, R. M. Q.; RIBEIRO, A. C. Recomendação adubação para o alho. In: RIBEIRO, A. C.; GUIMARÃES, P. T.; ALVAREZ, V. H. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. Viçosa: Comissão de fertilidade do solo do estado de Minas Gerais, 1999. DALLAMARIA, G.C.M. A cultura do alho no Brasil. In: 42o Congresso Brasileiro de Olericultura, Uberlândia. 2002. Horticultura Brasileira. Brasília, v. 20, n.2, jul., 2002. Suplemento 2. CD- Rom FERGUSON, C.E. Teoria micro-econômica. 11ed. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 1988. 609p. FRIZZONE, J.A. Funções de resposta do feijoeiro ao uso do nitrogênio e lâmina de irrigação. In: SIMPOSIO SOBRE O MANEJO DE ÁGUA NA AGRICULTURA. Campinas, 1987. Anais... Campinas, 1987. p123-133. MAROUELLI, W.A.; SILVA, W.L.C.; SILVA, H.R. Manejo da irrigação em hortaliças. 5 ed., Brasília: EMBRAPA-SPI/EMBRAPA-CNPH, 1996. 72p. MELO, J.P.L.; OLIVEIRA, A.P. Produção de alho em função de diferentes níveis de água e esterco bovino no solo. Horticultura Brasileira, v. 17, n. 1, p. 11-15, 1999. OLIVEIRA,S.L. Funções de resposta do milho doce ao uso de irrigação e nitrogênio. 1993. 91p.Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S3107

PEREIRA, J. R. D. Viabilidade técnica e econômica das aplicações de água e nitrogênio no cultivo de gladíolo (Gladiolus x grandiflorus L.). 2005. 80 p. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG. Tabela 1. Lâminas aplicadas (mm) em função da reposição de água e épocas de suspensão (Applied depths (mm) concerning water replacement and suspension times). IF Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, 2009. Reposição de água (%) Época de suspensão (dias) 10(S1) 20(S2) 30(S3) 70 404,28 379,05 349,65 100 577,55 541,50 499,50 130 750,81 703,95 649,35 160 924,08 866,40 799,20 190 1097,34 1028,85 949,05 Tabela 2. Produtividade do alho (t ha -1 ) em função das épocas de suspensão para as diferentes reposições de água (Garlic yield (t ha -1 ) concerning the times of suspension for the different water replacements). IF Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, 2009. Suspensão Reposição de água (%) da irrigação 70 100 130 160 190 10 dias 9,80 a 1 15,20 a 13,60 a 11,36 a 9,00 a 20 dias 9,49 a 12,83 b 12,09 a 10,90 a 9,23 a 30 dias 9,25 a 11,41 b 12,30 a 12,60 a 10,10 a Tabela 3. Lâminas que proporcionaram máxima produtividade física estimada (L.F.), produtividade física máxima estimada (P.F.), lâminas que proporcionaram máxima produtividade econômica (L.O.) e produtividade economicamente ótima (P.O.), encontrados para as diferentes épocas de suspensão da irrigação (Depths which afforded estimated maximum physical yield (L.F.), estimated maximum physical yield (P.F.), depths which afforded maximum economic yield (L.O.) and economically optimum yield (P.O.), found for the different irrigation suspension times). IF Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, 2009. Épocas L.F. (mm) P.F.(kg ha -1 ) L.O. (mm) P.O.(kg ha -1 ) 10 dias 709,06 14.139,76 702,08 14.137,88 20 dias 676,65 12.411,24 667,29 12.408,75 30 dias 680,44 12.588,04 671,91 12.585,75 Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S3108

Tabela 4. Produtos físicos marginais (PFMa), para cada época de suspensão da irrigação e diferentes lâminas totais aplicadas (Marginal physical products (PFMa) for each irrigation suspension time and different total applied depths). IF Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, 2009. 10 dias 20 dias 30 dias Lâmina (mm) PFMa Lâmina (mm) PFMa Lâmina (mm) PFMa 404.28 23.46 379.05 16.90 349.65 20.84 577.55 10.12 541.50 7.67 499.50 11.39 750.81-3.21 703.95-1.55 649.35 1.95895 924.08-16.55 866.40-10.77 799.20-7.48 1097.34-29.89 1028.85-20.00 949.05-16.92 Produtividade média (kg ha -1 ) 16000 14000 12000 10000 8000 10 dias y = -0.0385x 2 + 54.598x - 5217 R 2 = 0.8055 300 600 900 1200 Lâmina aplicada (mm) Figura 1. Produtividade do alho em função da lâmina aplicada (suspensão 10 dias antes da colheita) (Garlic yield concerning the applied depth (suspension 10 days after harvest)). IF Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, 2009. Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S3109

20 dias Produtividade média (kgha -1 ) 14000 12000 10000 8000 y = -0.0284x 2 + 38.434x - 592.03 R 2 = 0.8511 300 600 900 1200 Lâmina aplicada (mm) Figura 2. Produtividade do alho em função da lâmina aplicada (suspensão 20 dias antes da colheita) (Garlic yield concerning the applied depth (suspension 20 days before harvest)). IF Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, 2009. 30 dias Produtividade média (kg ha -1 ) 14000 12000 10000 8000 y = -0.0315x 2 + 42.868x - 1996.6 R 2 = 0.9569 300 600 900 1200 Lâmina aplicada (mm) Figura 3. Produtividade do alho em função da lâmina aplicada (suspensão 30 dias antes da colheita) (Garlic yield concerning the applied depth (suspension 30 days before harvest). IF Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, 2009. Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S3110