ANÁLISE DOS HÁBITOS ALIMENTARES DOS TRABALHADORES DE UMA EMPRESA DE ARAPONGAS PR

Documentos relacionados
PERFIL CLÍNICO E NUTRICIONAL DOS INDIVÍDUOS ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO (HUPAA/UFAL)

CONSUMO ALIMENTAR DE ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO BÁSICA 1

NAE Campus São Paulo

HÁBITO ALIMENTAR E O ESTADO DE SAÚDE DO IDOSO FLÁVIA CARINA SILVA; ANA HELENA GOMES ANDRADE

VIGITEL BRASIL Hábitos dos brasileiros impactam no crescimento da obesidade e aumenta prevalência de diabetes e hipertensão

Programa de Alimentação do Trabalhador

ESTADO NUTRICIONAL E FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE OS HÁBITOS ALIMENTARES DOS USUÁRIOS DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO (RU) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar PeNSE

ESTADO NUTRICIONAL E CONSUMO ALIMENTAR DE TRABALHADORES DE EMPRESAS BENEFICIADAS PELO PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR

PERFIL DIETÉTICO DE USUÁRIOS DE RESTAURANTE SAUDÁVEL EM APUCARANA PR

CONSUMO ALIMENTAR DE ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO NO MUNICÍPIO DE PALMAS TO

18fev2016/CÉLIA COLLI FBA 417 Apresentação Do Curso Importância Do Estudo Da Nutrição GRUPO DE NUTRIÇÃO ALIMENTOS E NUTRIÇÃO II/ FBA 417

SAÚDE COLETIVA: ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS PARA DIMINUIR OS DESAFIOS ENCONTRADOS NA CONTEMPORANEIDADE 1

DEPTO. DE ALIMENTOS E NUTRIÇÃO EXPERIMENTAL B14 Célia Colli. intervenções preventivas no início da vida trazem benefícios para a vida inteira

PERFIL NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA DA UNIFRA 1

PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES HOSPITALIZADOS

ATIVIDADES EDUCATIVAS SOBRE SAÚDE CARDIOVASCULAR PARA IDOSOS RESIDENTES NO CENTRO DE CONVIVÊNCIA DE ANTÔNIO DIOGO.

AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR DE MULHERES QUE REALIZAM MASSAGENS COM FINALIDADE DE EMAGRECIMENTO

AVALIAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR E DO PERFIL NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DA PRIMEIRA INFÂNCIA

PAPEL DA NUTRIÇÃO NO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL: UMA REVISÃO NA LITERATURA

Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento ISSN versão eletrônica

PERCEPÇÃO ACERCA DO CONSUMO DE PRODUTOS HORTIFRUTÍCOLAS PELOS ACADÊMICOS DA UFFS CAMPUS CERRO LARGO

Alimentação na Infância e Adolescência

Segurança Alimentar e Obesidade

COMPARAÇÃO DOS CARDÁPIOS OFERECIDOS EM UMA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DO MUNICÍPIO DE TEUTÔNIA COM O PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: NUTRIÇÃO INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: NUTRIÇÃO INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO

Brasil é um dos principais apoiadores da agenda de nutrição adotada pela ONU

Pesquisa do governo traz novidades sobre a saúde do brasileiro

AVALIAÇÃO IMC E DE CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE DE PROTEÍNA, VITAMINA C E MAGNÉSIO POR ESCOLARES

PERFIL NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE CAMBIRA- PR

5º Simposio de Ensino de Graduação ESTADO NUTRICIONAL E DIETA HABITUAL DE PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAL PRIVADO

Especial Online RESUMO DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO. Nutrição ISSN

PORTARIA Nº 1.274, DE 7 DE JULHO DE 2016

DIABETES MELLITUS E HIPERTENSÃO ARTERIAL EM POPULAÇÃO ATENDIDA DURANTE ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA DA UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO

TRABALHANDO A BOA ALIMENTAÇÃO NAS FASES INICIAIS DA VIDA RESUMO

Evento: XXV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Avaliação do Consumo Alimentar de Escolares da Rede Publica de Ensino Fundamental de Piracicaba

PERFIL NUTRICIONAL E DE SAÚDE DE IDOSOS DIABÉTICOS ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY

Responda às questões abaixo tendo como referência o estudo de Colares & Freitas (2007):

PERFIL ALIMENTAR DE ADULTOS E IDOSOS QUANTO O CONSUMO HABITUAL DE VERDURAS, LEGUMES E FRUTAS 1

Determinantes Sociais da Saúde. Professor: Dr. Eduardo Arruda

ALIMENTOS PROCESSADOS E ULTRAPROCESSADOS: EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL COM POPULAÇÃO IDOSA

FATORES DE RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM ADOLESCENTES NO BRASIL

SOBREPESO E OBESIDADE

A Saúde dos Portugueses. Perspetiva DE JULHO DE 2015

Erly Catarina de Moura NUPENS - USP

(83)

Introdução. Nutricionista FACISA/UNIVIÇOSA. 2

AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES E CUIDADO DA SAÚDE DE ESCOLARES DE UMA REDE PÚBLICA DE ENSINO EM RECIFE- PERNAMBUCO

XIV Encontro Nacional de Rede de Alimentação e Nutrição do SUS. Janaína V. dos S. Motta

sal, nomeadamente bolachas e biscoitos pré-embalados, flocos de cereais e cereais prensados e batatas fritas ou desidratadas

ENTENDENDO O CARDÁPIO. Centro Colaborador de Alimentação e Nutrição do Escolar (CECANE)

Comida de verdade vs. ultraprocessados: potenciais impactos na saúde e no bem-estar dos adolescentes brasileiros

CONSUMO ALIMENTAR DE ESCOLARES DO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ZONA RURAL DA CIDADE DE GUAXUPÉ-MG RESUMO

3. Material e Métodos

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CARDÁPIOS EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO: ADEQUAÇÃO AO PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR

DIETOTERAPIA INFANTIL DOENÇAS CRÔNICAS NA INFÂNCIA OBESIDADE

PROGRAMA INTERDISCIPLINAR DE ATENÇÃO E PROMOÇÃO À SAÚDE DE CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS DE GUARAPUAVA

SEMÁFORO NUTRICIONAL (TRAFFIC LIGHT LABELLING): UMA ALTERNATIVA PARA MELHORES ESCOLHAS ALIMENTARES FORA DO AMBIENTE DOMICILIAR.

ESTADO NUTRICIONAL E HÁBITOS ALIMENTARES DE ADOLESCENTES 1

1º DIA - 13 DE AGOSTO - TERÇA-FEIRA

ETHANOL SUMMIT 2017 PAINEL. Açúcar: O Consumo Equilibrado Como Melhor Escolha. São Paulo junho/17

COMPONENTE ESPECÍFICO

TÍTULO: ANÁLISE DO CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE DE GORDURAS E FATORES QUE INFLUENCIAM SUAS ESCOLHAS

A importância do ambiente na promoção da alimentação saudável

Alimentação Saudável: Desafios em meio escolar & familiar. Mariana Santos. 29 de Abril 2015

ESCOLA MUNICIPAL LEITÃO DA CUNHA PROJETO BOM DE PESO

Roda de discussão Alimentação Saudável: O que isso tem a ver com Sustentabilidade?

HÁBITOS ALIMENTARES DE HIPERTENSOS QUE FREQUENTAM UMA UBS DA CIDADE DE JANDAIA DO SUL /PR

25 a 28 de novembro de 2014 Câmpus de Palmas

Alimentação Responsável A responsabilidade social dos fornecedores de alimentos e refeições

Importância da Atividade Física na Redução de Gastos Publicos com o Tratamento da Diabetes Mellitus em Escolares do Ensino Fundamental

PERFIL NUTRICIONAL E CONSUMO DE AÇÚCAR SIMPLES COMO FATOR DE RISCO NO DESENVOLVIMENTO DE OBESIDADE INFANTIL

CONSUMO ALIMENTAR DE ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA 1

HÁBITOS ALIMENTARES DE MULHERES NO PERÍODO DO CLIMATÉRIO 1 FEEDING HABITS OF WOMEN IN CLIMACTERIC PERIOD

ALIMENTO DESINTOXICANTE CONGELADO: SOPA DETOX

GUIA BÁSICO DE SUPLEMENTAÇÃO MAGVIT

Termo de Compromisso para a Redução do Sódio em Alimentos Processados e divulgação dos dados do Vigitel hipertensão

IMPORTÂNCIA DOS PAIS NA LUTA CONTRA A OBESIDADE INFANTIL

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO PERFIL SÓCIO ECONÔMICO DE ADOLESCENTES

EXCESSO DE PESO E FATORES ASSOCIADOS EM IDOSOS ASSISTIDOS PELO NASF DO MUNICÍPIO DE PATOS-PB

Nutrição Aplicada à Educação Física. Cálculo da Dieta e Recomendações dietéticas. Ismael F. Freitas Júnior Malena Ricci

Tópicos. Cenário Atual. Estratégias e custo efetividade. Metas para redução de Doenças Crônicas Não- Transmissíveis (DCNT) 2011

ANÁLISE DOS HÁBITOS ALIMENTARES DE UNIVERSITÁRIOS DA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ EM APUCARANA-PR

CONSUMO DE LEITE POR INDIVÍDUOS ADULTOS E IDOSOS DE UM MUNICÍPIO DA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 1

DISCUTINDO ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL COM ALUNOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Avaliação e Classificação do Estado Nutricional

COMPORTAMENTO ALIMENTAR DE ESCOLARES EM RELAÇÃO A FRUTAS E HORTALIÇAS 1

Evidências Atividade física

Consumo de Hortaliças em Belém do Pará

ABRANGÊNCIA METODOLOGIA

IV Jornada de Alimentação Escolar

INQUÉRITOS NACIONAIS DE SAÚDE E NUTRIÇÃO. Profa Milena Bueno

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E DIETÉTICO DE MILITARES DO DESTACAMENTO DE CALIFÓRNIA- PR

Vigitel Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico

Transcrição:

ANÁLISE DOS HÁBITOS ALIMENTARES DOS TRABALHADORES DE UMA EMPRESA DE ARAPONGAS PR SANTOS, J.F. Resumo: A formação dos hábitos alimentares sofre influências durante toda a vida. Uma boa alimentação no ambiente de trabalho traz vantagens para a empresa e funcionários. O objetivofoi verificar a mudança nos hábitos alimentares de trabalhadoresque fazem suas refeições no restaurante da empresa. Apenas 42,35% relataram mudança de hábitos, e a mudança foi considerada positiva. Conclui-se que a implantação do restaurante não é suficiente para que as pessoas mudem seus hábitos. Palavras-chave: Alimentação saudável; Unidades de alimentação e Nutrição; Doenças crônicas não transmissíveis. Abstract: The formation of habits is influenced throughout life. Good nutrition in the workplace brings advantages for the company and employees. The aim was to assess the change in eating habits of workers who eat their meals in the restaurant business. Only 42.35% reported changing habits, and the change was considered positive. It is concluded that the deployment of the restaurant is not enough for people to change their habits. Keywords:healthy eating; Food and nutritionunit; chronic noncommunicable diseases Introdução:A formação dos hábitos alimentares é um processo gradual, que se inicia na infância. Neste processo estão envolvidos valores culturais, sócioeconômicos e afetivos, então, é de suma importância que estes hábitos sejam construídos de forma a contribuir para a qualidade de vida dos indivíduos, desde a infância e ao longo de toda a vida. Uma vez que esses hábitos são formados inadequadamente, revertê-los pode ser um problema, devido à

dificuldade de adaptação do indivíduo ao novo estilo de alimentação. Vanin et.al, 2007, destaca que uma alimentação balanceada está diretamente ligada ao aumento da produtividade e do rendimento do trabalhador, e ainda a diminuição do risco de acidentes de trabalho.as empresas, portanto, podem ser consideradas como agentes promotoras de saúde e qualidade de vida para seus trabalhadores. Esta atitude de promoção de saúde tem o apoio do governo, através do PAT, que prevê benefícios para todos os envolvidos: empresa, trabalhador e governo.o objetivo do presente trabalho é analisar se o acesso à alimentação na empresa favorece a mudança de hábitos alimentares dos colaboradores, observar qual fator mais influenciou para que a mudança ocorra e avaliar se trouxe algum benefício para a saúde dos mesmos. A pesquisa foi realizada em uma empresa do segmento moveleiro na cidade de Arapongas - PR, no mês de julho de 2013, sendo que a escolha do local utilizou como critérios: possuir um restaurante na empresa supervisionado por um nutricionista e estar inscrito no PAT.Foi utilizado um questionário com nove perguntas fechadas de múltipla escolha, contendo questões de informações pessoais e sobre hábitos alimentares. A pesquisa foi realizada durante o almoço, sendo assim, a amostra foi composta por 280 trabalhadores do sexo masculino e feminino, que frequentam o restaurante da empresa. Referencial teórico: A definição de alimento saudável é um assunto complexo. O termo DN é definido como a proporção da quantidade de nutrientes em relação ao consumo energético do alimento por porção geralmente consumida, ou seja, os alimentos com maior DN são os que contribuem com maior quantidade de nutrientes. Este conceito já passou por diversas alterações, sendo que atualmente apresenta os melhores resultados é o da NNR, cuja proposta é avaliar a qualidade dos alimentos consumidos em relação às recomendações e estipular o valor de referência de 2.000 kcal (VITOLO, 2008). No Brasil, a formação dos hábitos alimentares deve-se inicialmente à miscigenação de diferentes culinárias (indígena, portuguesa, africana), e no decorrer da história assimilou-se a outras características por influência de diversos povos que migraram para o país, não havendo uma cultura alimentar única (KUWAE; MONEGO; FERNANDES, 2009).Vários fatores podem influenciar o hábito alimentar de adolescentes, tais como: maior tempo fora de casa, amigos e o próprio ambiente doméstico (FERREIRA; CHIARA;

KUSCHNIR, 2007). Durante a vida adulta, várias ocasiões podem também influenciar nos hábitos alimentares dos indivíduos, tais como mudança profissional, situação familiar, disponibilidade de tempo para preparação dos alimentos e até mesmo o aparecimento de enfermidades (FREITAS; FONTES; OLIVEIRA, 2008).Há alguns anos atrás, a grande preocupação no Brasil era com problemas relacionados à desnutrição energético-protéica. No entanto, ocorreu um processo de transição nutricional, onde as DCNT ganharam maior importância devido à sua alta prevalência. Tais doenças se caracterizam por apresentar longo período de latência, tempo de evolução prolongado, sua etiologia não é totalmente conhecida, lesões irreversíveis e complicações que acarretam graus variáveis de incapacidade ou óbitos precoces (DUTRA-DE- OLIVEIRA; MARCHINI, 2008; MARIATH et al., 2007).Segundo Bandoni, Brasil e Jaime (2006) o local de trabalho é um local estratégico para a promoção de saúde e alimentação saudável. A OMS considera que o ambiente de trabalho deve dar oportunidade e estimular os trabalhadores a fazerem escolhas saudáveis.estudos demonstram a relação entre uma alimentação saudável e a produtividade, assim como acontece com a alta ingestão calórica e o baixo rendimento do trabalho. A má nutrição pode desencadear consequências relacionadas à redução da expectativa de vida, da produtividade, resistência à doenças, aumento à pré-disposição aos acidentes de trabalho e a baixa capacidade de aprendizado. A oferta de refeições aos trabalhadores durante a jornada de trabalho pode representar um acréscimo de 10% na produção (VANIN et al., 2007). Conclusão: Das 280 pessoas que almoçavam no restaurante e faziam parte da amostra, se dispuseram a participar da pesquisa apenas 229 clientes do local avaliado. Dos questionários respondidos, 59 foram descartados devido ao preenchimento incorreto ou incompleto dos mesmos.quando questionados se tiveram mudanças nos hábitos alimentares após começar a fazer suas refeições no restaurante, somente 42,35% dos entrevistados disseram ter mudado o hábito alimentar, sendo que destes, 87,5% consideraram a mudança positiva, e 12,5% consideraram negativa. A mudança de hábitos foi maior entre as mulheres do que entre os homens. Quando classificados pela faixa etária, observa-se que a mudança de hábitos é maior entre os indivíduos acima de 36

anos.no presente estudo, o maior nível de escolaridade parece não estar associado a hábitos saudáveis, tendo em vista que a maior mudança de hábitos foi entre indivíduos que relataram ter apenas o 1º grau e foi menor entre os que têm ou estão cursando o 3º grau.a saúde foi o fator mais citado (51,39%) como incentivo para que a mudança ocorresse tanto entre os homens (50%) quanto entre as mulheres (52,27%), seguido de educação nutricional, apresentação dos pratos, estética, facilidade ao acesso dos alimentos e variedade das preparações.quando questionados sobre o aumento da frequência de consumo de alguns alimentos, após começar a fazer as refeições no restaurante da empresa, o mais citado foi o aumento do consumo de verduras (29,43%), e o menos citado foram as frituras (5,68%).A maioria das pessoas que julgou a mudança de hábitos negativa relacionou com o maior consumo de suco industrializado, doces em geral e fritura.a prevalência de DCNT foi relativamente baixa, sendo que 7,64% dos entrevistados relataram HA, 6,47% obesidade, 1,76% diabetes e colesterol, 1,17% doenças cardiovasculares. Entre os que relataram algum problema de saúde, 55,5% disseram ter percebido melhora no quadro clínico, e 44,4%não observaram mudanças. Entre as pessoas que relataram melhora dos sintomas, 66,6% disseram ter aumentado o consumo de verduras, 46,6% de legumes e 26,6% o consumo de frutas.mariathet al. (2007) observou em sua pesquisa que o excesso de peso tende a aumentar com a idade, sendo que o risco de desenvolver obesidade é maior acima dos 40 anos. Como se sabe, o excesso de peso é considerado fator de risco para o desenvolvimento de diversas DCNT, como DM, HA, dislipidemias entre outros. O fato de a amostra deste estudo ter sido composta por aproximadamente 68% de indivíduos entre 15 e 35 anos, pode explicar a baixa prevalência de DCNT encontrada.conclui-se que somente a implantação do restaurante não é suficiente para que as pessoas mudem seus hábitos e passem a ter uma alimentação melhor, necessitando de constantes ações de educação nutricional, principalmente em assuntos voltados à prevenção da saúde.

Referências: DUTRA-DE-OLIVEIRA, J. E.; MARCHINI, J. Sérgio. Ciências nutricionais..2.ed..ed. SÃO PAULO: Sarvier, 2008 FERREIRA, Adriana; CHIARA, Vera Lúcia; KUSCHNIR, Maria Cristina Caetano. Alimentação saudável na adolescência: consumo de frutas e hortaliças entre adolescentes brasileiros. Adolescência & Saúde, 2007. FREITAS, MCS.; FONTES, GAV.; OLIVEIRA, N.Escritas e narrativas sobre alimentação e cultura [online]. Salvador: EDUFBA, 2008. <http://books.scielo.org>. KUWAE, Christiane Ayumi; MONEGO, Estelamaris Tronco; FERNANDES, Joana Aparecida. (Trans)Formações de hábitos alimentares dos goianos. Ceres: Nutrição & Saúde, 2009. MARIATH, AlineBrandão et al. Obesidade e fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis entre usuários de unidade de alimentação e nutrição.caderno de Saúde Pública, 2007. VANIN, Michele et al. Adequação nutricional do almoço de uma unidade de alimentação e nutrição de Guarapuava PR. Revista Salus, Guarapuava PR, 2007. VITOLO, Márcia Regina. Nutrição da gestação ao envelhecimento.. RIO DE JANEIRO: Editora Rúbio LTD., 2008