Nestlé EM CAMPO. Segurança e qualidade. Eficiência e qualidade na produção leiteira

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mupirocina Medicamento Genérico, Lei nº 9.787, de Cristália Prod. Quím. Farm. Ltda. Pomada 20 mg/g MODELO DE BULA PARA O PACIENTE

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Transcrição:

Nestlé EM CAMPO Eficiência e qualidade na produção leiteira Segurança e qualidade Cuidados para produzir sem resíduos de antibióticos e de outros contaminantes Ano 2 Número 11 Set./Out. 2015

Nestlé EM CAMPO O bom uso de medicamentos e produtos químicos Todos os esforços devem ser feitos para assegurar que o leite que sai da propriedade seja de alta qualidade e livre de riscos para a saúde humana. Isso beneficia produtores, indústria e consumidores e garante a competitividade da cadeia produtiva do leite. Por ser fonte importante de proteínas, carboidratos, vitaminas e sais minerais indispensáveis ao ser humano, o leite é considerado um alimento nobre. Ele está presente em nossa dieta da infância à velhice e para garantir seu papel nutricional é fundamental que apresente a necessária qualidade que todo consumidor merece receber de um alimento. A boa saúde da vaca é condição básica para produzir leite de qualidade, o que torna indispensável a adoção, na propriedade leiteira, de um controle sanitário eficiente e supervisionado por médico-veterinário. Assim, são utilizadas vacinas e outros medicamentos veterinários para prevenção e tratamento de doenças. E para contribuir com o aumento da produtividade e as boas condições de higiene, outros produtos químicos podem ser utilizados na limpeza dos equipamentos de ordenha e/ou na manutenção das plantações e pastagens. Se por um lado, todos esses recursos trazem benefícios à saúde e bem-estar dos animais e ao ambiente, por outro lado, deve-se empregar esforços para prevenir a presença de resíduos dessas substâncias no leite pelos riscos que oferecem ao consumidor e à indústria. Do sangue para o leite Na vaca, durante a lactação, o leite é produzido na glândula mamária a partir de nutrientes que passam do sangue para as células produtoras de leite. Durante esse processo também podem passar, por exemplo, resíduos de medicamentos veterinários administrados para controle ou tratamento de alguma doença. Portanto, sempre que for necessário administrar uma droga veterinária à vaca leiteira, deve-se estar alerta para a possibilidade de aparecimento de resíduos no leite. Um grupo importante de medicamentos que podem estar presentes no leite são os antimicrobianos. São substâncias empregadas para inibir ou eliminar os microrganismos causadores de doenças, sendo as mais utilizadas os antibióticos. 2

Segurança e qualidade Contra mastite e outras doenças Os antibióticos são um dos mais importantes recursos da medicina para controlar e tratar infecções tanto no homem quanto nos animais. Na pecuária leiteira, são bastante empregados para o tratamento de mastite, doenças ligadas à reprodução (como a metrite e retenção de placenta), problemas respiratórios e de casco, entre outros. De indiscutível importância terapêutica, os antibióticos só podem ser utilizados nos animais sob recomendação de um médico-veterinário, já que seu uso incorreto aumenta a resistência microbiana (que se caracteriza pela capacidade de microrganismos resistirem aos efeitos da medicação) e pode deixar resíduos no leite. Se isso acontece, caracterizase risco à saúde pública e problemas para as indústrias. Assim, sempre que um antibiótico é recomendado para tratamento de uma vaca em lactação ou no início do período seco, deve-se estar atento para o período de carência. O que é carência Chama-se período de carência o prazo de eliminação do antibiótico no leite após a última aplicação. Esse período varia de produto para produto, e de acordo com a dose e a via de aplicação (intramamária, intramuscular ou intravenosa). Isso significa que durante o tratamento e no período de carência todo o leite da vaca tratada não pode ir para consumo. IMPORTANTE: Outros medicamentos veterinários como os utilizados para controle de carrapatos, por exemplo também exigem um período de carência. Observe muito bem e obedeça rigorosamente o período de carência indicado na bula ou no rótulo e só utilize medicamentos com o registro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), dentro do prazo de validade e de acordo com a indicação de uso da bula. Também dê atenção à espécie e categoria animal para as quais o medicamento é destinado. Todos esses fatores podem interferir no período de carência do medicamento. Assim, o uso de medicamentos fora das indicações e recomendações do fabricante pode acarretar em maior risco de resíduos no leite e/ou aumentar o período de carência estabelecido na bula ou rótulo. 3

Nestlé EM CAMPO Os danos provocados por resíduos de antibióticos Para a saúde pública Riscos toxicológicos Atividade cancerígena ou mutagênica resíduos de substâncias como os nitrofuranos e o cloranfenicol podem aumentar a frequência de tumores em animais de laboratório, o que representa risco potencial para o ser humano. Riscos microbiológicos Resíduos podem afetar a microbiota intestinal humana, prejudicando sua ação protetora local. Se eventualmente ocorrer uma infecção intestinal, o tratamento pode ser mais difícil e mais caro em razão do aumento da resistência dos microrganismos patogênicos encontrados no trato gastrointestinal. Riscos de alergias Em pessoas sensíveis, podem ocorrer reações alérgicas com o aparecimento de urticárias, dermatites, além de facilitar a ocorrência de problemas respiratórios, como asma e rinite Para a indústria Fabricação de derivados lácteos Por interferir no crescimento de culturas lácteas utilizadas na fabricação de queijos, leites fermentados e iogurtes, os resíduos provocam aumento do tempo de fermentação e queda da qualidade desses derivados e, em consequência, prejuízos para a indústria. Tratamento térmico Exerce pouco ou nenhum efeito sobre os resíduos, que permanecerão no leite mesmo após o tratamento térmico. Propriedades organolépticas Possibilidade de formação de odores desagradáveis em produtos como cremes. 4

Segurança e qualidade Providências necessárias O que fazer para prevenir resíduos de antibióticos no leite Só utilizar antibióticos no rebanho sob prescrição e orientação de médico-veterinário, de acordo com protocolos específicos para fazenda. Isso significa que não se deve reutilizar uma receita prescrita anteriormente. Ao receber uma receita do médico-veterinário, pedir os esclarecimentos sobre a utilização correta do medicamento. Importante: nunca aceitar recomendações de antibióticos de vendedores de produtos farmacêuticos ou de outros produtores. Apenas o médicoveterinário responsável pela propriedade deve fazer as recomendações e prescrições. Deixar os medicamentos trancados em lugar seguro, separados e identificados por categoria (por exemplo, antibióticos para vacas em lactação de um lado e antibióticos para vacas secas de outro). Manter registros escritos de utilização de medicamentos: qual o animal tratado, qual o medicamento utilizado, dia e hora em que foi dado, qual médico-veterinário prescreveu o medicamento, qual o período de carência e quando o leite de ordenha desse animal poderá ir para o tanque novamente. Respeitar o período de carência e as instruções de uso, constantes na bula dos medicamentos. Colocar algum tipo de identificação no animal tratado para facilitar visualmente o trabalho do ordenhador. Por exemplo, uma fita, marcação com tinta, colar etc. Com isso, o ordenhador poderá perceber rapidamente que a ordenha daquele animal deverá ser feita por último e que seu leite não poderá ir para o tanque. Animais que receberam o tratamento da vaca seca também devem ser identificados para evitar que sejam ordenhados acidentalmente. Em vacas tratadas via intramamária, descartar o leite de todos os quartos, ainda que apenas um deles esteja sendo tratado. Utilizar produtos específicos para vacas secas e para animais em lactação. Há diferença no período de carência entre eles. O produto para vaca seca tem formulação de longa ação e, se for usado por engano em uma vaca em lactação, os prejuízos do produtor serão grandes em razão do maior período de carência. Convém lembrar que o tratamento de mastites em vacas secas, com menos de 60 dias do próximo parto, é mais eficaz: apresenta índices de cura em até 80% dos casos, diminui a reincidência da doença e o consequente novo uso de antibióticos. Nunca associar medicamentos sem orientação de um médico-veterinário. As combinações de medicamentos podem provocar efeito negativo um deles impedir a ação do outro ou, então, potencializar a ação (neste caso, o período de descarte torna-se imprevisível; mesmo que as bulas dos medicamentos falem em 72 horas, não é possível saber qual o tempo necessário quando eles se misturam). O médico-veterinário pode, eventualmente, recomendar associações e, nesses casos, torna-se responsável por elas. Vacas medicadas devem ser ordenhadas por último durante o tratamento e o período de carência, seu leite deve ser descartado e os utensílios utilizados na ordenha precisam ser muito bem higienizados para a eliminação total de resíduos do antibiótico nesses utensílios. Antibióticos que dizem ter carência zero também produzem resíduo no leite. Por isso, a recomendação é de descarte mínimo de um dia para o leite do animal tratado com esse tipo de antibiótico. Seguir estritamente a via de aplicação recomendada. Assim, nunca utilizar via intramamária um medicamento prescrito para aplicação intramuscular. Treinar regularmente a mão de obra para que todos os funcionários entendam muito bem como proceder para evitar a contaminação do leite do tanque. 5

Nestlé EM CAMPO Atenção para outros contaminantes Além de antibióticos, a propriedade leiteira utiliza outras substâncias químicas que podem contaminar o leite. Observe: de carência. Veja a edição 10 deste Nestlé em Campo. Ela trata exclusivamente do controle estratégico de carrapatos. Antiparasitários - São utilizados para combater parasitas e são de dois tipos: Endoparasitas - Medicamentos para combater parasitas que vivem no interior do corpo do animal, como os vermes. São recomendados principalmente para animais jovens. Mas se uma vaca em lactação precisar fazer uso deles, deve-se buscar orientação do médico-veterinário sobre a melhor forma de administrá-los e sobre o período de carência que deve ser respeitado. Ectoparasitas - Utilizados para combater parasitas que vivem fora do corpo do hospedeiro. Na atividade leiteira, o principal exemplo é o carrapato. Por infestarem vacas em lactação, o uso dos carrapaticidas exige muito cuidado e estrito respeito ao período Apenas profissionais legalmente habilitados - médicos-veterinários e agrônomos - podem prescrever medicamentos ou agrotóxicos para uso na propriedade leiteira. Detergentes e sanitizantes - Os fabricantes desses produtos utilizados para limpeza e sanitização devem oferecer recomendações e instruções para o uso correto, inclusive sobre a temperatura e a concentração consideradas ótimas no momento de uso. Só podem ser utilizados detergentes e sanitizantes recomendados para limpeza de equipamentos e utensílios de ordenha que tenham registro na ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a clara informação no rótulo de que são indicados para uso em equipamentos e utensílios de ordenha. Agrotóxicos - Utilizados para controlar pragas ou doenças que causam danos à pastagem ou às plantações, oferecem riscos de contaminação do leite quando o rebanho se alimenta de pastagem que recebeu os produtos. A utilização deve seguir as instruções do fabricante para minimizar, também, o risco de contaminação da água e do meio ambiente. A comercialização, transporte e armazenamento de agrotóxicos são disciplinados pela lei 7802/1989, que determina que só poderão ser vendidos mediante apresentação de receituário emitido por profissional legalmente habilitado. Hormônios - A Nestlé não recomenda o uso de hormônios em vacas em lactação com a finalidade de aumentar a produção ou o desempenho produtivo dos animais. A orientação e supervisão de um médicoveterinário sobre o uso correto dessas substâncias são fundamentais. Ele deverá informar sobre os produtos proibidos para vacas em lactação e a forma adequada de uso dos que são permitidos. O produtor que for identificado com resultado positivo para presença de hormônios não permitidos para vacas em lactação nas análises de monitoramento realizadas pela Nestlé poderá ter a coleta de seu leite interrompida. 6

Segurança e qualidade Preocupação do governo com resíduos e contaminantes O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) mantém há vários anos o Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC). O objetivo desse programa é monitorar a presença de resíduos de medicamentos veterinários e contaminantes ambientais em produtos de origem animal, incluindo o leite. Com base nele, a Nestlé adota procedimentos, explicados a seguir, quando alguma amostra de leite fornecida por um produtor apresenta resultado positivo para resíduos e contaminantes estabelecidos no PNCRC: Os testes em amostras do leite do tanque de resfriamento são realizados pelo laboratório Regional da Nestlé (NQAC), laboratório oficial ou outro credenciado pelo MAPA. Uma vez que o leite de um produtor seja identificado com valores acima dos limites permitidos pela legislação, a coleta do leite dessa propriedade será imediatamente suspensa e o fornecedor poderá deixar de receber todos os adicionais de qualidade praticados no mês da ocorrência no leite total fornecido. O produtor que apresentar resultado positivo nos testes de resíduos estabelecidos no Programa de Controle de Resíduos e Contaminantes em Leite vigente determinado pelo MAPA poderá ter a coleta de seu leite interrompida definitivamente. Quando a substância encontrada for proibida para uso em vacas em lactação, o produtor terá a coleta de seu leite interrompida definitivamente. FONTES: Maria Aparecida V.P. Brito (pesquisadora da Embrapa Gado de Leite), Revista Leite DPA e Manual do Fornecedor de Leite - Nestlé. CONSULTORIA E REVISÃO: Dr. Marcos Veiga dos Santos, professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, Pirassununga (SP). Coordenador do Qualileite, Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite, FMVZ-USP (www.qualileite.org). NESTLÉ EM CAMPO (Serviço Nestlé ao Produtor) snp.faleconosco@br.nestle.com Coordenação: Barbara P. Sollero Bernardes, Serviço Nestlé ao Produtor, tel.: (34) 3268 0879 Jornalista responsável: Luiz Laerte Fontes (MTb-SP 8346) llfontes@terra.com.br Direção de arte e editoração: Arco W Comunicação & Design www.arcow.com.br atendimento@arcow.com.br Tiragem: 5.000 exemplares Fotos: Arquivo Nestlé/Gerson Sobreira. 7

Nestlé EM CAMPO Segurança e qualidade Ações da Nestlé Para prevenir e controlar a presença de resíduos e contaminantes no leite, a Nestlé desenvolve várias ações de monitoramento e orientação aos seus fornecedores. Conheça-as: Levantamento de drogas veterinárias - A Nestlé realiza anualmente um levantamento junto a seus produtores para identificar as drogas veterinárias mais utilizadas nos tratamentos de infecções e no controle de parasitas. Programa de monitoramento de resíduos e contaminantes - A Nestlé possui um programa de monitoramento de resíduos e contaminantes em linha com o Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Periodicamente, são realizadas pesquisas de resíduos e contaminantes. Análise de antimicrobianos - A Nestlé realiza testes para detecção de resíduos de antimicrobianos em todo o leite recebido. Assim, 100% da carga dos veículos que chegam às fábricas da empresa são analisadas para verificar a presença de resíduos de antimicrobianos antes da descarga. Somente o leite que apresentar resultado negativo é descarregado. Todos os produtores têm seu leite constantemente analisado individualmente. Nos casos em que ocorre a detecção de resíduos de antimicrobianos, o produtor está sujeito a penalidades conforme o Manual do Fornecedor de Leite - Nestlé. Controle de antibióticos na fazenda - Todos os produtores que apresentem casos positivos de resíduos de antibióticos são visitados por um supervisor de distrito leiteiro da Nestlé para receber informações sobre como controlar corretamente o uso de drogas veterinárias na fazenda. Boas práticas na fazenda - O programa de Boas Práticas na Fazenda (BPF) Nestlé é uma das mais efetivas ferramentas na prevenção da ocorrência de resíduos de drogas veterinárias no leite. Um dos principais tópicos do programa está relacionado à saúde animal. Dentro do programa, atenção especial é dada ao controle do uso de drogas veterinárias e à capacitação da mão de obra da fazenda que utiliza esses produtos. Para uma fazenda ser aprovada no programa é indispensável manter atualizados todos os registros relativos ao uso de drogas veterinárias na propriedade, bem como seguir todos os procedimentos de identificação de animais doentes, animais tratados e aplicação de medicamentos nos animais. Se precisar de mais informações sobre esses programas, fale com o supervisor de distrito leiteiro que atende sua propriedade. 8