Material: 1 lâmpada incandescente 1 resistor 10 Ω 2 multímetros

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Transcrição:

Um corpo negro trata se de um objeto que emite, na forma de radiação eletromagnética, toda energia que lhe é fornecida. Embora tal definição seja uma conveniência teórica, muitos objetos na natureza se comportam de forma semelhante a um corpo negro. O sol, por exemplo, é um corpo negro próximo ao ideal, emitindo, na forma de luz, toda energia produzida em seu interior. Outra aproximação razoável para um corpo negro é uma lâmpada incandescente. Nosso objetivo neste experimento será estudar o espectro de emissão de uma lâmpada, i.e., qual a intensidade de luz emitida em cada comprimento de onda. Para realizar tal estudo, entretanto, será necessário conhecer a temperatura do filamento. Material: 1 lâmpada incandescente 1 resistor 10 Ω 2 multímetros Obtenção da temperatura do filamento A temperatura do filamento da lâmpada pode ser obtida através da fórmula empírica T = T 0 (R/R 0 ) 1/1.24 onde T 0 é a temperatura da sala, R 0 a resistência do filamento à temperatura T 0 e R a resistência do filamento à temperatura T. Como o filamento não é um resistor ôhmico, a resistência R=V/I deve ser obtida ponto a ponto a partir da curva característica da lâmpada (tensão vs. corrente). A curva característica de uma lâmpada de 12 V é mostrada abaixo. Obtenha a temperatura de sua lâmpada a partir desta curva e dos valores medidos de V e I.

Uma vez preparado o circuito para determinação da temperatura da lâmpada a ser estudada, iremos obter seu espectro de emissão utilizando uma rede de difração. As redes de difração separam os diversos comprimentos de onda de uma luz composta, espalhando os de acordo com a fórmula d sin(θ) = mλ. A luz de uma lâmpada incandescente espalhada por uma rede de difração de 300 fendas por milímetro, como no arranjo a ser montado nesta experiência, pode ser vista na figura ao lado. Material: 1 lâmpada incandescente 2 lentes focalizadoras 2 fendas colimadoras 1 rede de difração 300 fendas/mm 1 sensor infravermelho Fig. 1: Espectro visível da lâmpada incandescente. Montar o arranjo de forma semelhante à ilustrada na figura abaixo, fazendo com que a luz de uma lâmpada, após colimada, incida sobre uma rede de difração. A luz espalhada em determinado ângulo é medida pelo sensor infravermelho. Atenção com o alinhamento e foco das lentes. Ajustar o ganho do sensor infravermelho para 10x. Ao final, deve se observar o espectro da lâmpada incandescente, gerado pela rede de difração, semelhante ao da Fig. 1. Note as várias ordens de difração visíveis (m=1,2,3).

Para a coleta de dados com o sensor infravermelho, configure o módulo do DataStudio como descrito nos passos a seguir. Abrir o Data Studio e clicar em Criar experimento. Adicionar Sensor de movimento rotativo nas entradas digitais 1 e 2. Adicionar Sensor infravermelho na entrada analogica A. Ajustar Taxa de amostras entre 25 e 50 Hz e Média (10x). Em Sensor de movimento rotativo, ajustar a resolução para Alta (Divisões/Rotação 1440) No ícone Calibrar sensores ajustar Calibração ponto 2 para 0,3 volts em 100% do máx. Duplo clique em Gráficos e em seguida selecionar Intensidade da luz (% do máx) No gráfico, trocar eixo X de Tempo para Posição angular Clicar em Iniciar (no topo) para começar tomada de dados. Girar lentamente a placa giratória, partindo de 0 graus até 50 graus. Repetir a medida para 5 diferentes voltagens na lâmpada, entre 8 e 12 volts. O gráfico obtido a partir dos passos descritos acima deve ser similar a este.

Exportar o conjunto de dados em formato.txt para futura manipulação dos dados. Conversão dos eixos Converter o eixo X para graus: θ = (x/60)*(π/180) Converter de graus para comprimento de onda (em μm): λ = 3.333*sin(θ) O número 3.333 é característico da rede de difração. Shift das curvas Discussão sobre o fundo. Coincidir o zero de intensidade das curvas. Correção da emissividade A lâmpada incandescente não é um corpo negro ideal. Isso quer dizer que parte da potência emitida no filamento não chega até o mundo externo na forma de radiação eletromagnética. Uma possível perda de emissividade pode ser devido a absorção de radiação pelo bulbo de vidro, ou na deformação da estrutura interna do tungstênio no filamento. Tais perdas devem ser corrigidas através de uma curva de emissividade, que representa a fração de radiação líquida emitida em relação à radiação total produzida, para cada comprimento de onda. A curva de emissividade do tungstênio (T = 2200 K) é mostrada abaixo. Curva de emissividade ajustada: e(x) = 0.1402 + 0.703*exp( 0.8457*x) 0.0683/x A correção de emissividade consiste em dividir o espectro de corpo negro pela curva de emissividade, ponto a ponto. O resultado de tal correção pode ser visto abaixo.

Após corrigidos os dados, ajuste a fórmula de Planck sobre a curva obtida, fixando a temperatura e deixando como parâmetro livre a constante de Planck. Qual o valor de h obtido?

Perguntas Por que o filamento de tungstênio possui um espectro de emissão contínuo? Quais efeitos físicos poderiam tornar o filamento de tungstênio um corpo negro não ideal? Quais as principais diferenças entre lâmpadas a gás e a filamento? Qual a influência da temperatura no espectro de emissão da lâmpada? Quais efeitos físicos poderiam tornar o sensor infravermelho um detector não ideal? Foi possível observar mais de um espectro projetado no detector infravermelho? Por quê? Qual a diferença entre as redes de difração de 300 e 600 fendas/mm? Cronologia ~1860 primeiras medidas experimentais da radiação de corpo negro 1896 lei de Wien (baixo λ) 1900 fórmula de Rayleigh (alto λ) 1900 fórmula de Planck 1905 Einstein propõe quanta de luz livre