Liderar com o coração Coach K ilustra o significado de suas palavras com episódios inspiradores vindos tanto de dentro quanto de fora das quadras. The Philadelphia Inquirer Em Liderar com o coração, Coach K explica sua filosofia pessoal e fala das lições que aprendeu dentro e fora das quadras. Barnes & Noble É possível unir expectativas acadêmicas elevadas a uma taxa altíssima de sucesso nos esportes, e é isso que Mike Krzyzewski prova à frente da equipe da Universidade Duke. Liderar com o coração é um livro repleto de conselhos vencedores para o sucesso. USA Today Mike Krzyzewski é um dos maiores exemplos positivos do mundo do esporte. Sporting News
Dedicado a Chris Spatola, que vai além em muitos sentidos. M. K. e J. K. S.
Sumário Na vida como no esporte 9 Apresentação 11 Introdução 14 Abnegação 17 Adaptabilidade 20 Adversidade 22 Amizade 25 Amor 27 Aprendizado 29 Compromisso 32 Comunicação 34 Confiabilidade 37 Confiança 39 Coragem 42 Crença 45 Cultura 49 Desafios 51 Empatia 53 Entusiasmo 55 Equilíbrio 58 Estabilidade 62 Excelência 64
Família 67 Força de vontade 71 Fracasso 73 Gerenciamento de crise 77 Imaginação 81 Integridade 84 Motivação 87 Orgulho 90 Orientação 93 Padrões 95 Paixão 97 Pressão 100 Princípios básicos 104 Propriedade 107 Próxima jogada 110 Respeito 114 Responsabilidade coletiva 117 Retribuição 120 Talento 123 Trabalho 126 Zelo 129 Conclusão: O Punho 132 Agradecimentos 135 Sobre os Autores 137
Na Vida Como no Esporte Este é o quinto título da coleção Na Vida Como no Esporte, organizada pelo técnico da seleção brasileira masculina de voleibol, Bernardinho. Com o objetivo de revelar os princípios e valores pelos quais grandes atletas e treinadores pautaram suas trajetórias, a série teve início com Nunca deixe de tentar, um depoimento de Michael Jordan sobre a busca pela excelência. Cada livro traz lições simples e diretas daqueles que lideraram suas equipes nas batalhas esportivas e nos momentos de decisão ou tiveram atuações importantes mesmo como meros participantes, sendo considerados heróis e muitas vezes por que não? até mesmo vilões. A maneira como valorizam o processo de preparação, a importância que dão ao verdadeiro espírito de equipe, o modo como lidam com a derrota e resistem às armadilhas do sucesso e, principalmente, a determinação permanente, sua principal virtude, são fundamentais para quem deseja encontrar o caminho do sucesso. Esses grandes personagens tiveram a coragem de fazer a coisa certa, não visaram à sua conveniência nem cederam às mínimas transgressões. Entenderam que a coragem não é a ausência do medo e que as dificuldades podem ser usadas como fonte de motivação e percebidas como oportunidades. A coleção traz ainda nomes como John Wooden, Tony Dungy, Michael Lewis (autor best-seller que escreveu sobre o treinador 9
Fitz) personalidades bastante diferentes, de várias modalidades de esporte, que vão nos guiar por viagens emocionantes. Suas experiências, no entanto, transcendem o mundo esportivo e são úteis em diversas áreas da vida profissional e pessoal. 10
Apresentação Dos inúmeros livros que li sobre o esporte e seus grandes personagens, Liderar com o coração é dos mais ricos e inspiradores. Escrito por Mike Krzyzewski, o lendário Coach K técnico multicampeão de basquete pela Universidade Duke e pela seleção olímpica americana, com sua filha, Jamie, seu conteúdo transcende o esporte. A partir de algumas palavras-chave, os autores enumeram conceitos e valores indispensáveis para a construção de instituições de sucesso e os ilustram com histórias reais e emocionantes das décadas de convívio dentro e fora das quadras com alguns dos maiores jogadores de todos os tempos. Liderar com o coração apresenta uma relação de princípios que regem nossa vida e se mostram fundamentais no dia a dia não só para um grande treinador, mas para um líder de qualquer área. Podemos usá-lo como um guia para refletir mais sobre cada tema, questionando em que pontos podemos evoluir. No entanto, o livro vai além e mostra como dar novos significados às palavras e nos apoderar delas não sermos apenas leitores passivos. Coach K é um personagem fascinante, um dos maiores líderes da história recente do esporte mundial. Apesar de um estrategista das quadras, ele lidera com o coração, valoriza o indivíduo e sua diversidade. Compreende a importância inquestionável da preparação e instiga todos à sua volta a buscar a excelência do astro da equipe ao zelador. Reconhece que os desafios são perma- 11
nentes e que é necessário enfrentar e saber lidar com as adversidades sem nunca perder o equilíbrio. Certa vez, durante uma palestra de outro célebre treinador, Bobby Knight, ouvi uma das várias histórias que fazem do Coach K um profissional fora de série e nos revelam características marcantes desse grande mentor. Ao concluir o ensino médio numa escola em Chicago, o então jovem Krzyzewski ingressou na West Point, universidade e academia militar reconhecida pela formação de líderes e pela excelência de seus treinadores nos mais diversos esportes. Nos tempos de escola, ele se destacava tanto nos estudos quanto no basquete, tendo sido um dos melhores jogadores do time e também da liga local. No entanto, ao entrar para a faculdade, Krzyzewski entendeu, pelas análises do novo técnico, que precisaria se adaptar a uma outra realidade, a um nível de exigência maior. O ótimo jogador e eficiente pontuador no ensino médio só teria algum êxito no basquete universitário caso se ajustasse e assumisse uma função diferente, não mais de protagonista. Na preleção para uma importante partida, o treinador Knight chamou o então jogador Mike K e lhe passou as instruções: Mike, o jogador X vai pela direita e o Y, pela esquerda. Você vai passar para um deles arremessar, está bem? Você passa e ele arremessa, ok? Sim, senhor respondeu Mike. A estratégia estava dando certo, mas, faltando poucos minutos para o fim da partida, Mike K carregou a bola na direção da cesta adversária, com X e Y livres para o arremesso. Quando chegou a uma boa distância para tentar a cesta, ele se preparou, saltou e ergueu a bola para a execução de um arremesso perfeito. No banco de reservas ao lado de seu amigo Bill Parcells grande técnico da história do futebol americano, o treinador Knight observava a jogada atentamente. Ao ver que Mike estava prestes a descumprir a ordem dada no vestiário, jurou: Eu vou matar o Mike... 12
No entanto, no último instante, Mike não arremessou. Em vez disso, girou o corpo e deu uma bela assistência para X, que converteu a cesta. Décadas depois, Knight relembrou a jogada para exaltar a grande capacidade de adaptação do hoje lendário Coach K, sua disciplina, seu altruísmo e sua responsabilidade coletiva. Brincando sobre aquele momento do jogo, Knight disse que recuperou o filme da partida anos depois e resgatou a imagem em que Mike K parece que vai arremessar e passa a bola no último segundo. Ele emoldurou a bela foto do lance e a enviou a Mike com um cartão onde se lia: Mike, esse passe salvou sua vida. Boa leitura! Bernardinho 13
Introdução Eu acredito no poder das palavras. Antes de nossos treinos e jogos, é comum eu escrever uma ou duas palavras no quadro do vestiário. Para mim, essas palavras isoladas valem mais do que qualquer discurso prolixo. Meu desejo é que os jogadores incorporem estas ideias: paixão, excelência, estabilidade. Assim, caso estejam na quadra e esqueçam a meta do time para a partida, poderão recorrer a uma das palavras e recuperar o foco, sabendo que seus companheiros se identificam com as mesmas ideias. Em algumas ocasiões, eles gritam a palavra em coro; em outras, eu os lembro do conceito no tempo técnico. Isso nos mantém unidos e comprometidos com um objetivo comum, mesmo no calor da partida. Qualquer dicionário pode dar o significado das palavras e até apresentá-las no contexto de uma frase. Neste livro, porém, você não aprenderá apenas a USAR palavras ou PEGÁ-LAS EMPRES- TADAS, mas a SE APROPRIAR DELAS. Com prática e paciência, qualquer um pode recitar inúmeras palavras. No entanto, para incorporá-las ou ensiná-las a sua equipe, seus subordinados ou seus filhos, não basta decorar a definição é preciso torná-las parte de sua natureza, compreendê-las profundamente. Portanto, além de uma breve explicação do significado, o que vou oferecer aqui são histórias pessoais associadas às palavras. Elas sintetizam momentos em que seu verdadeiro significado se 14
tornou evidente. Quero que você se imagine nas histórias e tente compreender como cada uma teve papel fundamental na minha vida, na vida da minha família e nas minhas equipes. Meu principal objetivo ao escrever este livro, porém, é fazer com que você teça suas próprias histórias, observe o passado e preste atenção no presente, de modo que sua visão de cada palavra constitua uma história extraída de suas experiências. Acredito que todos somos capazes de escrever um livro como este. Assim, quando seu filho, sua filha, seu jogador ou seu funcionário lhe perguntar o significado de determinada palavra, você não se limitará a repetir a definição. Em vez disso, contará uma história. Ao falar das palavras mais bonitas e fundamentais da vida, não estará simplesmente pegando-as do dicionário ou se valendo da experiência alheia. Essas palavras serão suas, pertencerão a você. Espero que você veja nas palavras a seguir o poder que eu vejo, que acredite nelas e que, acima de tudo, se aproprie delas. 15
ABNEGAÇÃO Abnegação significa ter em mente que devemos fazer o melhor para a equipe. Certa vez, Jimmy Valvano, técnico de basquete falecido em 1993, me disse: Uma pessoa não se sente inteira enquanto não faz parte de algo maior do que ela mesma. Essa é a melhor descrição que já ouvi sobre o que significa participar de uma equipe e gozar seus benefícios. A maioria das pessoas deseja fazer parte de algo maior do que elas mesmas, o que requer abnegação e entendimento de que será necessário realizar um sacrifício pessoal pelo bem da equipe. Jogadores sem bolsa de estudos, os chamados walk-ons (que jogam por amor à camisa e à escola), sempre representaram uma parte importante do nosso projeto e servem como exemplo perfeito de abnegação. Eles praticamente não entram em quadra nem recebem atenção da mídia, mas se espera que deem o máximo, como qualquer outro jogador. Uma das principais histórias de minha carreira em relação a walk-ons aconteceu na temporada 2004-2005 após duas derrotas consecutivas, para as equipes de Maryland e Virginia Tech. Eu estava furioso com meus titulares e precisava deixar isso bem claro. Em uma breve reunião após as derrotas, anunciei à equipe que os jogadores que haviam demonstrado mais ética profissional seriam recompensados com a posição de titular na partida contra o adversário seguinte, a Wake Forest. Minha equipe e eu julgamos que seria um momento decisivo na temporada e que 17
todos os atletas entenderiam a mensagem. No entanto, graças à abnegação de Ross Perkins, walk-on cursando o terceiro ano, o que esperávamos ser um momento positivo se tornou um momento fantástico. No treino seguinte, coloquei o nome de quatro dos cinco titulares no quadro. Todos walk-ons. Logo depois, disse que quem treinasse melhor naquele dia ocuparia a quinta posição. No fim do treino, o time estava formado: quatro walk-ons e J. J. Redick. Um walk-on espera atuar apenas alguns minutos em toda a temporada. Por isso, começar como titular em uma partida de conferência pode ser um dos momentos mais importantes de sua vida. Após o anúncio dos titulares, Ross Perkins perguntou se poderia passar no meu escritório para falar comigo. Claro respondi. Quando ele apareceu, 20 minutos depois, nós nos sentamos e começamos uma conversa fantástica. Treinador, quando o senhor colocou meu nome naquele quadro, foi o momento de maior orgulho da minha vida confessou Ross. Ross, você merece. Vai começar como titular amanhã contra a Wake Forest. O que aconteceu em seguida mudou o curso daquela temporada. Ross me olhou nos olhos e disse: Treinador, agradeço muito a oportunidade e a confiança, mas acho que seria melhor para a equipe se o Shelden começasse no meu lugar amanhã... Ali, diante de mim, estava um rapaz que realmente desejava o melhor para a equipe e se mostrava disposto a abrir mão do que poderia ser um momento memorável em sua carreira para o time ter sucesso. Incrível! Fiquei totalmente surpreso. Minha decepção em relação aos dois jogos anteriores esmoreceu frente à inacreditável abnegação daquele rapaz disposto a sacrificar a glória individual pelo bem 18
do time. A ação de Ross nos lembra o que significa fazer parte de algo maior do que nós. Falarei sobre Ross Perkins e seu gesto de abnegação pelo resto da minha carreira. Shelden foi titular contra a Wake Forest, e acabamos vencendo, numa partida bastante disputada. Ross foi o primeiro jogador que abracei quando tudo terminou. Ironicamente, ele não atuou um segundo sequer naquele dia, mas só vencemos graças à sua abnegação. 19
ADAPTABILIDADE Como armador na West Point a Academia Militar dos Estados Unidos, onde fiz faculdade, tive o privilégio de jogar na equipe de basquete do lendário Bob Knight, um treinador exigente e provavelmente o melhor de todos os tempos. Havia um treino específico, chamado zigue-zague, que realizávamos todo dia. Era um treino de defesa difícil e fisicamente exaustivo. Embora seja um exercício maravilhoso e extremamente eficaz, eu e meus companheiros o temíamos, mesmo sabendo que sempre teríamos que executá-lo. Cinco anos depois, após completar o serviço militar no Exército dos Estados Unidos, voltei a trabalhar com o treinador Knight, mas no cargo de assistente técnico dos Indiana Hoosiers na temporada 1974-1975. Foi um começo incrível na minha carreira de treinador a oportunidade de trabalhar com o melhor profissional do ramo e com a melhor equipe do país daquele ano, que contava com jogadores magníficos, como Scott May, Kent Benson e Quinn Buckner. Durante o primeiro treino da temporada, eu mal podia conter a empolgação. No entanto, notei que não fizemos o zigue-zague. Depois, já no vestiário, pensei em comentar com o técnico Knight, mas depois decidi ficar calado. No dia seguinte, certamente faríamos o exercício. O treino no dia seguinte foi maravilhoso, mas, de novo, nada do zigue-zague. Como Knight estava de ótimo humor, eu me senti bastante seguro e resolvi comentar. 20
Treinador! chamei-o. O quê? respondeu ele, e quase me arrependi de ter tomado a iniciativa. Bem... é que no Exército fazíamos o zigue-zague todos os dias, geralmente mais de uma vez por dia. Por que ainda não fizemos aqui? O treinador Knight se aproximou de mim lentamente, pousou a mão no meu ombro e respondeu: Michael, existe uma grande diferença entre você e Quinn Buckner. Ele tinha razão. Treinos como o zigue-zague, necessários para algumas equipes, podem não ser adequados para outras. Precisamos adaptar o que fazemos com base no que somos. Talvez Quinn Buckner nunca tivesse que participar de um treino que Mike Krzyzewski precisasse realizar todo dia (ou tivesse que participar só de vez em quando). Cada jogador é diferente, cada time é diferente. Aplicar uma fórmula geral para todos não é justo com ninguém. Sempre podemos aprender algo com grandes professores. Eu tive o privilégio de ser o pupilo de um dos melhores treinadores de todos os tempos. Com Knight, aprendi conceitos como paixão, comprometimento, persistência e intensidade. Mas aprendi também um conceito chamado adaptabilidade. É por causa dessa lição que, ao longo da carreira, preparei um plano de treinamento diferente para cada dia. Precisamos ter em mente que nenhum grupo ou indivíduo é igual ao que você ensinou no ano passado, no mês passado ou mesmo na semana passada. Seu plano precisa se enquadrar ao que você e sua equipe são no momento. E você também precisa ter disposição para se adaptar. Dessa forma, todos terão ainda mais sucesso. 21
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