AVALIAÇÃO IMC E DE CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE DE PROTEÍNA, VITAMINA C E MAGNÉSIO POR ESCOLARES RODRIGUES, Fernanda Nunes (UNITRI) nanda-nutricao@hotmail.com ARAÚJO, Ana Cristina Tomaz (UNITRI) anacrisnutricao@yahoo.com.br Resumo A ingestão alimentar e a condição nutricional de escolares são pontos importantes de serem monitorados para o bom desenvolvimento dos indivíduos. Objetivo: Avaliar a prática alimentar e o IMC dos escolares. Métodos: foi realizado um questionário de freqüência alimentar e feita a antropométrica com um grupo de 190 crianças que freqüentam escolas públicas, de ambos os sexos, com idade entre 8 a 13 anos. Foi efetuada a análise do IMC e da ingestão de proteína, vitamina C e magnésio. Resultados: Observou-se que consumo diário de proteína alcançou 34,2%, e que 1,05% dos escolares nunca ingeriram alimentos fonte de vitamina C. Já magnésio, o mineral de maior importância, faz parte da alimentação diária de 55,2% dos entrevistados. Verificou-se também que 55 % dos meninos e 56,35% das meninas apresentaram IMC com grau de desnutrição. Diante disso, os resultados mostram que estas crianças não tem uma alimentação adequada, no que se refere a ingestão de proteína, vitamina C e magnésio. O que pode influenciar no crescimento e no desenvolvimento, além disso, estes hábitos alimentares podem repercutir a longo prazo, na saúde futura do individuo adulto. Palavras - Chave: Índice de massa corporal, escolares, freqüência alimentar. Introdução Segundo Costa (ROSENBURG, 1978) a função da merenda é complementar as outras refeições do dia, durante as horas curriculares (BEZERRA, 2009) e deve ser elaborado por nutricionista habilitado. (FNDE, 2009). Para melhor exigir o fornecimento de nutrientes na merenda do escolar, foi criado o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), responsável pelo atendimento às crianças matriculadas em escolas públicas e filantrópicas e deve atender as necessidades nutricionais na escola, contribuindo para o crescimento, desenvolvimento, aprendizagem, o rendimento escolar (STURION, et al.,2005).
2 Segundo as recomendações nutricionais (RDA Recommended dietary allowances,) as crianças de 1 a 3 anos, necessitam de 16g de proteínas, de 4 a 6 anos, 24g de proteínas, e 7 10 anos, 28g de proteínas. Crianças que vivem com baixa ingestão de calorias e proteínas podem vir a desenvolver um quadro de desnutrição. (KRAUSE, 1998) Os minerais e as vitaminas são essenciais para o crescimento e o desenvolvimento normal de uma criança. A ingestão insuficiente desses elementos pode resultar em atraso de crescimento e em doenças como o raquitismo, anemia, infecções, depressão, entre outras. A vitamina C inibe a síntese química de nitrosaminas (a maioria delas é cancerígena), importante fator de risco para câncer do estômago. O estado nutricional de uma população e/ou indivíduo é um excelente indicador de sua qualidade de vida. A avaliação do estado nutricional é útil na verificação de possíveis riscos no crescimento e desenvolvimento infantil. As medidas antropométricas mais utilizadas para avaliação e monitoramento do crescimento durante a infância são peso e altura e o método mais utilizado é o Índice de Massa Corporal (IMC), pois, tem vantagens por ser barato, rápido, prático, não invasivo e de alta confiabilidade. Assim o objetivo deste estudo foi avaliar o IMC e a ingestão alimentar de escolares quanto a presença de alimentos fonte de proteína, vitamina C e magnésio em escolas públicas de Uberlândia M.G. Metodologia: Participaram desta pesquisa, 190 estudantes freqüentando escolas públicas, sendo 80 (42,10%), do sexo masculino e 110 (57,89%), do sexo feminino. O presente estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da UNITRI. A coleta de dados aconteceu no período de janeiro a junho de 2011. Foi usado o questionário de freqüência alimentar e feita a antropométrica dos escolares, usando peso e altura. Para o peso e altura foi usada uma balança antropométrica mecânica com régua. Os escolares foram pesados e medidos descalços e com roupas leves. Quanto ao questionário de freqüência alimentar os alimentos abordados foram os ricos nos nutrientes pesquisados(proteína, vitamina C e magnésio) além de alimentos comumente consumidos por essa faixa etária.
3 Resultados: Participaram desta pesquisa, 190 estudantes freqüentando escolas públicas, sendo 80 (42,10%), do sexo masculino e 110 (57,89%), do sexo feminino. Na tabela 1, estão demonstrados os valores mínimos, valores máximos e médias, relativos às idades, às medidas de peso e ao IMC dos estudantes. Tabela 1 - Valores mínimos, valores máximos e médias, relativos às idades, às medidas de peso e ao IMC dos estudantes. Variáveis Valores mínimos Valores máximos Medias Idade 8 13 11 Peso 23,20 83,30 43,17 IMC 11,05 30,8 18,67 Na tabela 2, estão demonstrados valores de porcentagem, referentes ao consumo de proteína, vitamina C e magnésio. Tabela 2 - Valores de porcentagem referentes ao consumo de proteína, vitamina C e magnésio Consumo Proteína Vitamina C Magnésio Diariamente 34,2% 34,2% 55,2% Semanalmente 61,05% 61,05% 32,6% Mensalmente 2,65% 5,78% 1,6% Eventualmente 2,1% 12,65% 9% Nunca 0 1,05% 1,6%
4 Na tabela 3, estão demonstrados a classificação dos valores, referentes ao IMC. Tabela 3 Classificação referentes ao IMC. Classificação Masculino 80(42,10%) Feminino 110(57,89%) Desnutrição 44(55%) 62(56,35%) (IMC >P5) Eutrófico 33(41,25%) 43(39,1%) (P5 85) Sobrepeso 3(3,75%) 5(4,55%) (IMC< P85) Discussão: A Idade, peso e altura são ferramentas muito importantes que nos permite identificar riscos e agravos nutricionais, e avaliar riscos de determinadas doenças. A proteína é um macro nutriente que desempenha um papel muito importante na saúde do escolar, visto que a mesma é responsável pelo crescimento, conservação e reparação dos nossos órgãos, tecidos e células. (OLIVEIRA, 2008). No presente estudo o consumo diário de proteína alcançou 34,2%, sendo possível concluir que a ingestão desse nutriente não acontece diariamente por todos os escolares, o que pode representar prejuízo no crescimento e desenvolvimento. Durante a fase escolar as crianças ficam mais propicias a adquirir doenças, por isso a vitamina C deve estar presente na alimentação, pois ela é fundamental para fortalecer o sistema imunológico, combater infecções, dar resistência aos ossos e dentes, e ainda ajuda na absorção de ferro. (OLIVEIRA, 2008). Em 1,05% dos escolares entrevistados não ingeriram alimentos fonte de vitamina C mas a grande maioria faz a ingestão dessa vitamina semanalmente (61,05%).A baixa absorção de vitamina C pode representar déficits imunológicos futuros, afetar a síntese de colágeno e, principalmente, ser um componente importante na incidência de anemia ferropriva nessa população. O magnésio é um mineral de maior importância para o funcionamento do organismo (OLIVEIRA, 2008) e faz parte da alimentação diária de mais da metade
5 dos entrevistados. Ele é essencial em grande número de atividades metabólicas, regula a excitabilidade neuromuscular, atua no sistema cardiovascular e também atua na absorção de cálcio, sendo este muito importante para os escolares. Conclusão: A maioria escolares apresentou o IMC abaixo dos parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os escolares apresentam baixa ingestão de proteínas e vitamina C, enquanto o consumo de magnésio é mais freqüente. No entanto, esta realidade pode ser mudada mediante ao consumo diário de ampla variedade de alimentos e um consumo moderado de cada tipo. Pode-se concluir que estas crianças não tem uma alimentação adequada, no que se refere a ingestão de proteína, vitamina C e magnésio, podendo assim influenciar no crescimento e no desenvolvimento. As autoras agradecem à FAPEMIG a concessão da bolsa de Iniciação Científica. Referencias Bibliográficas CAVADINI, C. Hábitos alimentares durante a adolescência: contribuição dos lanches. Resumo do 37º Seminário Nestlé Nutrition.1995. FIDELIS, C.; OSÓRIO, M. Consumo alimentar de macro e micronutrientes de crianças menores de cinco anos no Estado de Pernambuco. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. 2007. HOLLAND, C.V.; SZARFARC, S.C. Consumo energético do pré-escolar de creches. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr. São Paulo, SP. p. 61-70, jun., 2003. KRAUSE, M. V. Alimentos, nutrição e dietoterapia. 7. ed. São Paulo: Roca. 1998. OLIVEIRA, D.J.E.; MARCHINI, J.S. Ciências Nutricionais : aprendendo a aprender. 2.ed. São Paulo, SP. Sarvier 2008.
6 ROSENBURG, O. A merenda escolar dos alunos das quatro primeiras séries de nível I das escolas da Rede Municipal de Ensaio de São Paulo. Rev. Saúde Públ., vol 12. São Paulo: 1978. SICHIERI, R.; COITINHO, D.; MONTEIRO, J.; COUTINHO, W. Recomendações de alimentação e Nutrição Saudável para a população Brasileira. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia. 2000. STURION, G.L.; PANCIERA,A.L.; SILVA, M. V. Alimentação escolar: opções de consumo na unidade de ensino. In: Anais do 6o Simpósio Latino-Americano de Ciência de Alimentos. Campinas, 2005. SOARES, N.T. Um novo referencial antropométrico de crescimento: significados e implicações. Revista de Nutrição. 2009. TOJO,R.; LEIS, R.; RECAREY, MD.; PAVOU, P. Hábitos alimentares das crianças em idade pré- escolar e escolar: riscos para a saúde e estratégias para a intervenção. Resumo do 37º Seminário Nestlé Nutrition.1995.