TRIBUNAL MARÍTIMO PROCESSO Nº 20.438/2003 ACÓRDÃO



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Transcrição:

TRIBUNAL MARÍTIMO PROCESSO Nº 20.438/2003 ACÓRDÃO Lancha "FARUSCA". Explosão seguida de incêndio. Causa não apurada. Arquivamento. Vistos os presentes autos. Consta dos Autos que, no dia 13 outubro de 2002, por volta de 7h, o proprietário da embarcação esporte e recreio FARUSCA, Sr. Mário Luiz Junqueira, efetuava limpeza do casco interna, e o Sr. Waldir Renato Loureiro efetuava limpeza do casco externamente, quando o Sr. Mário pediu para o Sr. Waldir ligar a bomba de esgoto elétrica de porão para esgotamento do porão da lancha. Nesse instante ocorreu uma explosão seguida de incêndio na popa, onde fica instalado o tanque de gasolina que alimenta o motor de popa de 115 HP, vindo a consumir totalmente a lancha e atingindo o Sr. Mário, que foi lançado as águas da represa do Peixoto, no município de Delfinópolis, Minas Gerais, com graves queimaduras por todo o corpo. Ainda por informação do Sr. Waldir, o Sr. Mario Luiz, saiu nadando em direção a terra, de onde estava a aproximadamente sete metros, pedindo socorro, sendo socorrido por populares que se encontravam próximo ao local do acidente. A vítima foi removida para o Hospital da UNIMED, na cidade de Franca/SP, onde o mesmo foi devidamente medicado. No inquérito instaurado pela Capitania dos Portos de São Paulo, foi ouvida apenas uma testemunha o Sr. Mario Luiz Junqueira (fls. 44). O depoente, proprietário da embarcação sinistrada, em seu depoimento afirmou que na ocasião do acidente encontrava-se lavando a embarcação; e que após

2 lavá-la, verificou que atrás do banco havia água. Que solicitou a Waldir Renato Loureiro, que o ajudava na limpeza, que acionasse o botão da bomba de esgoto. Nesse momento em que houve uma faísca, seguindo-se uma explosão. Segundo ele, não teve tempo hábil para combater o incêndio com recursos de bordo. O Laudo de Exame Pericial, de fls. 03 e 04, concluiu que a causa determinante do acidente foi um caso fortuito, acontecimento possível, mas estranho à ação e a vontade humana, e efeito imprevisível, inevitável e irresistível. O Encarregado do Inquérito, em seu relatório de fls. 48 e 49, concluiu que: Fatores que contribuíram para o acidente: Fator humano: - não contribuiu; Fator material: - não contribuiu, a embarcação conforme o Laudo Pericial emitido pelos peritos da Capitania Fluvial Tietê-Paraná, estava sem apresentar nenhuma irregularidade; Fator operacional: - não contribuiu, a embarcação é propulsada por um motor de popa de 115 HP, onde não é exigido temporizador para retirada dos gases remanescentes do combustível, no caso, Gasolina, que é liberada para o compartimento fechado através do suspiro do tanque. A bomba de esgoto de porão da popa fica instalada nesse compartimento próximo do tanque. No momento em que foi determinado pelo Sr. Mário para o Sr. Waldir acionar a bomba de esgoto, no funcionamento inicial, a mesma provavelmente emitiu uma centelha provocando a explosão e conseqüente incêndio da embarcação. Conforme citado no Fator Operacional, não foi possível determinar as responsabilidades pelo acidente, sendo considerado pelo encarregado do inquérito como um caso fortuito, por ser um acontecimento possível, sem ser provocado

3 intencionalmente, estranho a ação e vontade humana, de efeito imprevisível, inevitável e irresistível. A Douta Procuradoria requereu o arquivamento (fls. 54 a 56) por considerar que a causa determinante do acidente não restou apurada com precisão, não havendo, por conseguinte, como apontar responsáveis. Publicada nota para arquivamento. Prazos preclusos sem a manifestação de possíveis interessados. Extrai-se dos autos que no dia 13/10/02, cerca de 7h, ocorreu uma explosão, seguida de incêndio com a Lancha "FARUSCA", de 1.3 AB, de esporte e recreio, casco construído em fibra de vidro em 1995, medindo 5,63m de comprimento e 1,94m de boca, nº de inscrição 521-017742-4, inscrita na Delegacia de Barra Bonita, SP, e equipada com um motor Johnson de 115 HP, de dois tempos, a gasolina. O incêndio destruiu toda a embarcação, sem danos pessoais, levando à perda total, de acordo com o laudo pericial indireto (fls. 02/04), e fotografias (fls. 05/07). Em seu depoimento, às fls. 44, o proprietário da embarcação sinistrada, Mario Luiz Junqueira, afirma que na ocasião do acidente encontrava-se lavando a embarcação; que após lavá-la, verificou que atrás do banco continha água, pelo que solicitou a Waldir Renato Loureiro, que o ajudava na limpeza, que acionasse o botão da bomba de esgoto, momento em que houve uma faísca, seguindo-se uma explosão. Segundo ele, não houve tempo hábil para combater o incêndio com os recursos de bordo. Com a explosão, o proprietário, Mario Luiz, foi lançado na água, com queimaduras por todo corpo, sendo levado ao pronto socorro da região e posteriormente removido para o hospital da UNIMED de Franca, SP, onde ficou

4 internado por dois dias, tendo sido submetido a tratamento clínico e devidamente medicado (fls. 35). A perícia às fls. 02 e 04, aponta como causa provável do acidente um possível acumulo de gás, liberado pelo suspiro do tanque, no compartimento da bomba de esgoto. Com o acionamento da bomba de esgoto, foi gerada uma faísca, provocando a explosão à qual seguiu-se o incêndio. Concluíram os peritos, assim como o encarregado do inquérito, em seu relatório às fls. 48/49, pela fortuidade do evento. O proprietário da lancha era habilitado como Arrais Amador. A embarcação possuía cobertura de seguro casco pelo valor total de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), conforme apólice às fls. 19/34. Pelo exposto e por tudo o que consta dos autos, considerando que a causa determinante do acidente não restou apurada com precisão, não havendo, por conseguinte como apontar responsáveis, é de deferir o requerido pela D. Procuradoria Especial da Marinha PEM e mandar arquivar os autos. Assim, A C O R D A M os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à natureza e extensão do acidente: explosão seguida de incêndio; b) quanto à causa determinante: não apurada; c) decisão: concordar com a D. Procuradoria Especial da Marinha PEM e mandar arquivar os autos. P.C.R. Rio de Janeiro, RJ, em 16 de março de 2004. JOSÉ DO NASCIMENTO GONÇALVES Juiz-Relator

5 WALDEMAR NICOLAU CANELLAS JÚNIOR Almirante-de-Esquadra (RM1) Juiz-Presidente