CONTRATOS ENTRE PEQUENOS PRODUTORES E EMPRESA EXPORTADORA DE MANGA NO RIO GRANDE DO NORTE: UMA ANÁLISE PELA ABORDAGEM PRINCIPAL-AGENTE

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Transcrição:

CONTRATOS ENTRE PEQUENOS PRODUTORES E EPRESA EXPORTADORA DE ANGA NO RIO GRANDE DO NORTE: UA ANÁLISE PELA ABORDAGE PRINCIPAL-AGENTE LUCIANO SAPAIO; UFPB JOÃO PESSOA - PB - BRASIL lsamp@hotmail.com APRESENTAÇÃO CO PRESENÇA DE DEBATEDOR SISTEAS AGROALIENTARES E CADEIAS AGROINDUSTRIAIS Contratos entre pequenos produtores e empresa exportadora de manga no Rio Grande do Norte: uma análise pela abordagem Principal-Agente Grupo de Pesquisa: 4 (Sistemas Agroalimentares e Cadeias Agroindustriais). INTRODUÇÃO A fruticultura é uma atividade de grande importância na balança comercial brasileira, e mais ainda para a região Nordeste, e a manga é um dos produtos que se destacam nessa comercialização, tanto no Rio Grande do Norte quanto no Vale do São Francisco. No Rio Grande do Norte, as exportações de manga fresca passaram de cerca de vinte e uma toneladas, em 2003, para quatro mil toneladas, em 2005 (DIC, 2006). Os Estudos de cadeias produtivas, ou arranjos produtivos locais, apontam quase que unanimemente, a ausência de padronização dos produtos e a falta de crédito como principais entraves para a comercialização da produção pelo pequeno produtor. Para exportação, com normas ainda mais rigorosas que para o mercado interno, e ainda devido ao fator escala, as dificuldades de comercialização direta entre pequeno produtor e atacado e/ ou varejo internacional são ainda maiores. Assim, a intermediação é prática corrente na comercialização de manga para exportação no RN, associada à concentração das exportações em poucos agentes, caracterizando-se um monopólio exportador. Os exportadores (grandes empresas, cooperativas, associações e ONG s) recebem as produções de muitos pequenos produtores e as exportam, conjuntamente com sua própria produção, quando também produzem. Os termos contratuais entre as partes produtora e exportadora variam consideravelmente de acordo com o produto ou o agente exportador. Sampaio et al. (2005) constataram para o Rio

Grande do Norte, diferentes tipos de contratos de acordo com a fruta exportada. A manga é exportada, exclusivamente, por uma empresa (também produtora), que estabelece acordos com os produtores organizados em uma associação. Um tipo de contrato oferecido aos produtores de manga, inclui a assistência (técnica, administrativa e jurídica); insumos a preços fixos; e preço do produto fixo. O exportador paga uma quantia certa para os produtores, no recebimento do produto, e após o recebimento do valor acertado com a comercialização com o atacadista da Europa paga ou cobra a diferença entre o preço vendido e o valor pago na entrega, descontada uma taxa de comercialização. Esta política permite aos produtores suprir a falta de crédito, tendo acesso aos insumos necessários sem necessidade de capital financeiro elevado para os custos de produção, destacando-se os fertilizantes, as sementes e as embalagens. Uma outra possibilidade é o exportador fazer um acordo de venda consignada do produto (exporta e após recebimento do importador faz o pagamento ao produtor de acordo com o preço de venda de mercado, cobrando um percentual para cobrir as despesas de comercialização). A maior parte da manga produzida segue para o Packing House da empresa exportadora onde é selecionada e parte exportada, com o restante, o refugo, que não atende as exigências do mercado externo, assim como a parte produzida que não foi comercializada com a exportadora, sendo vendida no mercado interno, por intermediário ou diretamente, para consumo de atacado e varejo e ainda para a indústria de polpa e de suco. 2. OBJETIVOS O objetivo geral é a análise dos contratos de exportação entre pequenos produtores e agentes exportadores de manga do Rio Grande do Norte. A abordagem é a Teoria dos Jogos, mais especificamente o problema Principal Agente. Como objetivo específico, pretende-se analisar a forma de comercialização atual e os contratos em vigor, com o intuito de avaliar se os participantes do contrato estão se comportando de forma ótima. 3. ETODOLOGIA Em geral, um problema Principal-Agente caracteriza-se por um Principal induzindo (através de um contrato) um Agente a realizar certas ações. O Principal pode não estar disponível para observar diretamente a ação do Agente, mas observa algum resultado que é determinado, ao menos em parte, pela ação do Agente. O problema do Principal é designar, no contrato, uma forma de pagamento que incentive o Agente a agir da melhor forma possível do ponto de vista do Principal (as-colell, 995). O Principal quer escolher uma função, s(.) que maximize sua utilidade, sujeita às restrições impostas pelo comportamento otimizador do Agente. Há tipicamente dois tipos de restrições envolvendo o Agente: a primeira representa a sua decisão de aceitar ou não o contrato proposto pelo Principal, analisando outras oportunidade de trabalho disponíveis que lhe ofereça certa utilidade, um nível de utilidade de reserva, e assim, o contrato proposto deve pelo menos satisfazer esse nível. Essa restrição é assim dita: Restrição de Participação (RP), também chamada de Restrição de Racionalidade do Indivíduo. A segunda restrição é a de Compatibilidade de Incentivo (RCI), em que o Principal deve propor um esquema de pagamento capaz de induzir o Agente a escolher agir como ele deseja. (Varian, 999) 2

A formulação geral do problema Principal-Agente (baseada em Kreps, 990) para dois jogadores, um Principal e um Agente, considera: A = conjunto de ações do Agente; S = conjunto dos possíveis resultados. O Agente toma ações a pertencentes a A = {a, a 2,..., a N }, onde cada ação a produz um resultado s pertencente a S = {s, s 2,..., s }, o qual ocorre com uma determinada probabilidade correspondente: π n, π n2,..., π n, tal que π =. Assim, para cada ação a pertencente ao conjunto A, tem-se uma distribuição de probabilidade Π A em S. Se w é o valor pago pelo serviço, assume-se que o contrato oferecido é uma função w: S R. Isto é, se s é observado, o principal paga w(s) ao Agente. Para o Principal, um par de a e s resulta numa renda B(a,s) e conseqüentemente, os lucros do Principal são dados por: B(a,s) w(s). Considerando as probabilidades de resultado diferentes a partir de uma ação a n, escolhida pelo Agente, então, os lucros esperados do Principal podem ser escritos como: Lucros esperados = π ( B( a, s n m ) w( s m )) Para o Agente, supõe-se uma função utilidade de Von Neumann-orgenstern, u(w,a), usualmente com u w > 0 e u a < 0. Considerando que cada agente tem outras alternativas, além de trabalhar para o Principal, ou seja, o Agente tem alternativas (externas) que lhe fornecem sua utilidade reserva, para um contrato proposto ele aceita-o se a inequação abaixo verifica-se: axutilidade esperada n = π u( w( s m ), a ) u n Ou seja, se sua utilidade esperada da ação escolhida (a n ) é maior ou igual a utilidade esperada das demais ações disponíveis. (Restrição de Participação: RP) E ele é induzido pelo Principal a tomar a ação que maximiza seus lucros esperados, por exemplo, a ação a n, se (Restrição de Compatibilidade de Incentivos: RCI): π u( w( sm ) d( an ) π n' mu( w( sm ) d( an' ) onde : n' =... N Desta forma, para cada w e cada ação a n : tem-se um payoff (par de resultados para o Principal e Agente, respectivamente) de: π [ B( an, sm ) w( sm ))]; ( π u( w( s m )) d( a ) Em resumo, a solução deste jogo pode ser encontrada através de equilíbrio em Subjogo Perfeito, resolvendo o jogo de trás para frente: no ultimo estágio, o Agente escolhe sua ação a n, de forma a respeitar a RCI; em seguida observa-se se sua utilidade é maior que sua utilidade esperada (RP); por fim, analisa-se que contrato o Principal propõe [o par w(s) e s] dadas as escolhas do Agente, tal que o lucro do Principal é maximizado (Figura ). n Figura Forma geral de um jogo Principal - Agente 3

s (π n ) Infinidade de ações. Pr w Ag A Ag t 3 a a n a N N s (π n ) s m (π ) [B(s m, a n )-w(s m ) ; u(w(s(m)) d(a n )] t w' t 2 R (ü ;ū) utilidades de reserva Fonte: Kreps, 990 Loteria que pode ser substituída pelo valor esperado. Dentro deste tipo de problema, uma primeira abordagem é ter o Principal agindo como onopolista e oferecendo um conjunto de alternativas de pagamento que o Agente irá aceitar se sua expectativa superar seu nível de reserva. Neste caso, determinam-se as propriedades do esquema de incentivos que é ótimo do ponto de vista do Principal. Numa segunda abordagem, há vários competidores Principais, cada um oferecendo um conjunto de esquema de incentivo, sendo necessário determinar as propriedades dos sistemas de equilíbrio. Uma diferença básica entre os dois é que no caso do onopolista, o nível de utilidade do Agente é exógeno e é tipicamente, a utilidade associada a alguma atividade não relatada. Já no problema competitivo, o nível de reserva é endógeno: este será a utilidade associada aos contratos ofertados pelos demais Principais. No onopolista, o lucro máximo será função objetivo do problema e no competitivo, tem-se a condição de lucro zero no equilíbrio. 3. Informação Completa: solução de monopólio Supondo um onopólio com informação completa, ou seja, o Principal tem informação completa sobre as ações e custos do agente e seu objetivo é simplesmente determinar que ações ele quer que o Agente escolha então seu problema consiste em designar um esquema de pagamento incentivando o Agente a escolher a ação desejada por ele. A dificuldade nesses esquemas de incentivos é que eles são muito sensíveis a pequenas imperfeições de informação. Se o Agente só recebe quando atingir o resultado estipulado, por exemplo, então sua utilidade esperada pode ser menor que seu nível de reserva de utilidade e ele poderia recusar-se a participar. Este tipo de problema é conhecido como Problema de incentivo de Ações Encobertas (hidden action), já que as ações dos Agentes não são perfeitamente observáveis pelo Principal. O segundo tipo de imperfeição de informação é quando o Principal não pode observar perfeitamente a função objetivo do Agente. Podem haver vários tipos diferentes de Agentes com diferentes funções utilidade ou funções custos. O Principal deve designar um esquema de incentivo que será bom na média, independente do tipo do Agente envolvido. Esse tipo de problema de incentivo é conhecido como Problema de Informação Encoberta (hidden information problem). Nos contratos para exportação de manga no Nordeste, se o produtor é visto como Principal que contrata um Agente para fazer a comercialização, então pode-se ter um problema de Hidden information, o Agente exportador tem mais informação que o produtor sobre o mercado e preço 4

de exportação. Entretanto, se o produtor é visto como contratado (como Agente) pela empresa exportadora (Principal) para plantar (como um gerente da produção agrícola) e entregar a produção para a mesma que fará a exportação (observa-se que empresas fazem acordo inclusive com fornecimento de insumos e assistência técnica e também que fiscaliza a produção) então pode-se ter um problema P-A de ações encobertas: apesar da fiscalização, o produtor planta sem ser visto todo o tempo, não se pode observar todas suas ações, como ele utiliza os insumos e se faz o que a empresa recomenda. 4. CONTRATOS ENTRE PRODUTORES E EXPORTADOR DE ANGA NO RN No levantamento dos produtores, disponibilizado pela Associação dos Produtores de anga Irrigada do Rio Grande do Norte (ASPRON) com dados de 2002 e 2003, constam 34 produtores, dos quais 28 tiveram área plantada, em 2003. as apenas 7 já obtiveram produção neste mesmo ano. Constata-se a expansão da área plantada e da produção que passaram de 279 hectares correspondentes a 2.029 toneladas, em 2002 para 529,5 hectares e 5.736 toneladas, em 2003. Do total de 28 produtores com área plantada em 2003, 6 foram identificados como sócios da ASPRON. De acordo com a localização, eles estão concentrados em Açu (9 produtores) e Ipanguaçu (8 produtores), sendo ainda identificados 2 em Carnaubais e em Ipanema e Alto do Rodrigues. A Tabela mostra um resumo dos produtores de manga irrigada, do Rio Grande do Norte, de acordo com a área de produção. Fica constatado o grande número de pequenos produtores, principalmente com menos de 0 hectares, que somam 3 produtores. Somadas as duas categorias seguintes, contabilizando assim os produtores de 0 até 40 ha, tem-se número inferior que a primeira categoria. Acima de 40 ha foram identificados 3 produtores: um único grande produtor que tem 5 áreas distintas de produção as quais somam área de 28 ha; a empresa exportadora (20 ha, em 2003, informação de 200 ha, dos quais 42 produzindo, em 2004); e um produtor com área bem próxima das demais de 47 hectares. Tabela Número de produtores por tipo, de acordo com a área plantada em 2003, no Estado do Rio Grande do Norte. Faixa da área plantada Número de produtores do RN Até 0 ha 3 De 0 a 20 ha 7 De 20 a 40 ha 5 Acima de 40 ha 3 Total 28 Fonte: Sampaio et al (2005). A empresa exporta, além de sua própria produção, a produção de 26 produtores da região, todos participantes da Associação. O sistema de cooperação entre a empresa e os vinte e seis produtores da região funciona da seguinte forma: ela fornece assistência técnica para esses produtores, numa média de três vezes por safra, correspondendo a ) aplicação de reguladores de crescimento; 2) processo de indução floral; e 3) colheita. A empresa ainda determina a dosagem a 5

ser usada pelos produtores, recomenda a poda, a adubação, etc. Esse acompanhamento visa um manejo de maior qualidade dos produtores, garantindo a qualidade da manga entregue. As análises de solo e folha são feitas no IBRA-SP. Antes da colheita a empresa promove uma avaliação fito-sanitária, observando o produto para verificação das exigências dos importadores (UE e EUA). Ainda, de dez a quinze dias antes da colheita, é feita uma análise de qualidade, fisiológica, mecânica, etc. As amostras são enviadas para o ITEP (Recife) para análise de resíduo. É feito um tratamento pós-colheita para análise de qualidade. Da embalagem até as vendas decorrem cerca de vinte e um dias, tendo o produto passado pela lavagem, embalagem, resfriamento, e colocado em contêiner. A empresa tem o certificado da EuropGap de boas práticas e qualidade do produto, necessário para exportação para a Europa (O processo de certificação foi feito pela empresa paulista SKALL) e ainda está em processo de certificação, pela SKALL-SP, para obter o certificado HACCP exigido pelo mercado americano e também está em processo de certificação para obter o PIF produção integrada de frutas pela Embrapa-Petrolina. Assim, todos esses certificados exigidos podem ser vistos como uma barreira a entrada no mercado exportador, e no casa do Rio Grande do Norte, vêm efetivamente colaborando para o monopólio exportador atual. O custo médio de produção tanto da empresa como dos produtores é de R$ 7.000,00 a R$ 8.000,00 por hectare, obtendo-se uma produtividade média de 20 t/ ha. O percentual de aproveitamento para exportação é em torno de 85% da produção, sendo os demais 5%, percentual de refugo, destinado ao mercado interno. O percentual de refugo pode ser ainda maior caso o volume de chuvas seja alto e as condições das rodovias, responsáveis pelos danos mecânicos, não esteja boa. Os insumos são responsáveis por quase 90% dos custos do primeiro ano, com maior peso para os fertilizantes e defensivos. Já no sexto ano, os custos com insumos caem para cerca de 75% dos custos totais, mas aumentam a importância dos gastos com fertilizantes e defensivos. A partir do quarto ano a receita anual supera a despesa anual, mas apenas no sexto ano ela é suficiente para compensar os investimentos acumulados e assim gerar retorno positivo. A comercialização entre os produtores e a empresa exportadora pode ser de dois tipos: a empresa paga o preço ditado pelo mercado e que varia de R$ 0,60 a,40/ kg (R$ 0,70 a 0,90/ Kg, em 2004) ou faz a venda consignada do produto, que é alternativa escolhida pela maioria, ou seja, exporta e após recebimento do importador faz o pagamento ao produtor de acordo com o preço de venda correspondente, cobrando um percentual para cobrir as despesas de comercialização. A manga exportada pelo RN, que consiste exatamente na manga exportada pela empresa exportadora, tem como destinos a UE e os EUA, numa proporção de 50% para cada destino. Nos meses de agosto a outubro, as vendas para os EUA e para a UE são muito dependentes das vendas de Petrolina que com seus 2.000 ha determina o preço do mercado exportador nessa época. As vendas para a UE seguem ainda de novembro a abril. Para os EUA, são obtidos os melhores preços em fevereiro e março, quando só tem o RN produzindo, no Brasil. as destaca-se que é no período de outubro a dezembro, quando é entressafra no éxico, que o Brasil não tem concorrentes no mercado mundial (Pimentel, 2000). O pagamento feito pelos importadores europeus, após entrega do produto, principalmente nos portos da Holanda e da Inglaterra, geralmente é realizado em duas etapas: na média, em 5 dias é feito um adiantamento e após 45 dias o pagamento completo. O refugo é vendido para o mercado interno, para intermediários da região que levam o produto para feiras livres, indústria de polpa de frutas ou ainda para demais regiões do Estado do RN e do Ceará. 6

No último ano foram processadas, no Packing house, seis mil toneladas de manga, o que equivale a mais ou menos,5 milhão de caixas de manga. A capacidade do Paking-House da empresa exportadora está ociosa: pode processar 0.000 toneladas por ano e está processando apenas 6.000. Fica evidente a existência de demanda por exportação, principalmente na época em que o Vale do São Francisco não exporta, e essa capacidade ociosa torna natural a estratégia de expansão da produção adotada pela empresa e pelos produtores que comercializam através dela. Os preços médios obtidos de outubro de 2004 até o mês de julho, foram de cerca de U$ 6 e 6 para a caixa de 4,5 Kg, nos EUA e na UE, respectivamente. Esses preços tiveram valores mínimos em fevereiro de 2005, médias de U$ 4,5 e 3,5, nos respectivos mercados. Ou seja, na alta, os preços médios foram da ordem de R$ 8 e R$ 2 para EUA e UE. Do preço FOB, descontados todos os custos de transporte e portuários, a empresa faz o pagamento aos 26 associados, cobrando uma comissão para realizar a venda para o exterior de 7 a 4% dependendo do volume entregue pelo produtor. Em março de 2005, quando um Real valia aproximadamente três Euros e quarenta centavos ( 3,4), obtinha-se cerca de R$ 5,00 por caixa como preço de venda CIF, na União Européia. Descontados o frete marítimo, comissão de venda e encargos alfandegários, esse valor caia para cerca de R$ 0,00 por caixa. Subtraindo as despesas de comercialização no Brasil, como etiquetagem, pallet, frete até o Porto de Natal, documentação e despacho, mão-de-obra, etc, o valor ficava próximo a R$ R$ 7,70 por caixa. Descontada a comissão de 3% da Empresa exportadora, a receita do produtor resultante era de R$ 6,70 / caixa. O mercado interno é abastecido por uma pequena percentagem diretamente fornecida pelos produtores e também pelo refugo da empresa exportadora. O refugo é ocasionado por agentes incontroláveis, como variação climática, mas também pelos danos mecânicos e manejo inapropriado. A manga vendida pelos produtores pode ir para o atacado (CEASAS) e também diretamente para o varejo local e regional, como supermercados, feiras livres, etc. Segundo o Boletim de Preço no Atacado (SEAGRI, 2005), os preços da manga Tommy Atkins, nas centrais de abastecimento de São Paulo e Fortaleza, foram, respectivamente, R$,70/Kg e R$,6/kg, em 2004. Não foi informado o preço da manga na CEASA-RN para nenhum dos meses do mesmo ano. A Tabela 2 resume as opções de contratos para o pequeno produtor de manga irrigada do Rio Grande do Norte descritas acima. Tabela 2 Resumo das possibilidades de ganhos do pequeno produtor na comercialização de manga Opções de Contratos para o pequeno produtor: Valor recebido Observação ) Com a empresa: Preço Fixo: R$ 0,80/ kg Preço fixo de mercado que varia de R$ 0,60 a R$,40/ kg Venda Consignada: R$,6/ kg Valor recebido pelo produtor: R$ 5,00/ caixa (Pcif na EU) R$ 5,00/ caixa (frete, comissão, etc) R$ 2,70/ caixa (comercialização no Brasil) R$,00/ caixa (comissão de 3% da empresa exportadora) = R$ 6,70/ caixa de 4,5 kg = R$,6/ kg. 7

2) No mercado interno (atacado) enor que R$,6/ kg Fonte: elaboração própria. Este é o preço de venda na Central de abastecimento de Fortaleza da manga proveniente do RN, do qual deve ser descontado o frete ossoró Fortaleza e as margens de comercialização do atacado. 5. ANÁLISE DOS CONTRATOS PELA ABORDAGE PRINCIPAL AGENTE Com objetivos diferentes dentro do sistema do principal agente, o problema para o esquema contratual se restringe ao sistema de recompensa que a empresa exportadora propõe aos produtores (no caso os dois esquemas vistos). O exportador de manga (o Principal) tem interesse em maximizar seus lucros que dependem do empenho aplicado pelos produtores no processo produtivo, além de depender de fatores aleatórios (estados da natureza) tais como o regime de chuvas, controle de pragas etc. Em conseqüência, apesar do monitoramento da produção que não é perfeito, ou seja, o exportador não dispõe de informação completa sobre os produtores e assim sobre seus níveis de esforço, os resultados (a quantidade produzida com qualidade para exportação) dependem do esforço do produtor e dos estados da natureza. Considerando que o produtor pode escolher entre empregar alto ou baixo esforço, uma menor dedicação pode ser vista como lhe garantindo a faixa de preço de mercado do mercado interno, uma vez que provavelmente se ele não se esforça no controle da produção, seguindo todas as etapas indicadas pela empresa exportadora seu produto não poderá ser exportado. Assim, baixo esforço lhe garante receita líquida por kg de R$ 0,60 a R$,40, uma vez que a empresa incorre com todos os custos. Supõe-se que não há possibilidade intermediária e que o produtor ganha, com iguais probabilidades, os valores mínimo e máximo de mercado na região, e que podem ocorrer dependendo dos fatores aleatórios (estados da natureza). O valor esperado desses extremos é de R$,00, semelhante ao preço de contrato fixo oferecido pela empresa. Assim, denominamos os ganhos de R$,40 e R$ 0,60 como sendo os resultados obtidos pelo produtor (receitas) para dois estados da natureza, de ter sorte ou não ter sorte, respectivamente. Essa primeira hipótese garante que o produtor tem o mesmo resultado entre escolher o contrato de preço fixo proposto pela empresa ou vender no mercado a intermediários, o que implica na satisfação da Restrição de Participação do produtor diante do contrato de exportação da empresa que lhe leva a seu nível de reserva. Já se o produtor escolher que vai aplicar um esforço alto (maior empenho e ao mesmo tempo aceita todo o processo de assistência e fiscalização da empresa exportadora), podendo obter com maior probabilidade um produto de maior qualidade, ele tem a opção de exportar seu produto optando pelo contrato de venda consignada. Dado que ele aceitou o contrato de venda consignada, seu esforço garantirá um produto de qualidade para exportação, qualidade esta que também dependerá dos dois estados da natureza considerados aqui: sorte e má sorte que podem ser vistos ainda como uma variação na taxa de refugo. Se tiver sorte ele pode obter, por exemplo, R$,6/ kg sobre 85% da produção, considerando 5% como uma taxa de refugo baixa e observada para os produtores mais produtivos da região; ou pode perder até 30% da produção no caso de má sorte e obter R$,6 sobre 70% da produção. O que interessa é a diferença entre os percentuais de refugo para o estado da natureza de sorte e de má sorte, aqui estipulada em 5%. A Figura 2 exemplifica as opções de contratos descritas acima, para um pequeno produtor, com 0 ha (área do maior número de produtores associados), como Agente e a empresa 8

exportadora, como Principal onopolista, para o ano de 2005. Se o Agente (pequeno produtor) aceita o contrato de venda consignada e aplica alto esforço (ação a na figura), ele terá uma produtividade de manga para exportação de 85% vezes 20 t/ha, igual a 7 t/ha, ou seja, produção de 7.000 kg/ ha, cuja receita recebida será de R$,6/ kg, totalizando R$ 27.370 /ha. Subtraindo um custo de R$ 8.000 por hectare, seu lucro esperado contábil por hectare será de R$ 9.370. Para um produtor de 0 hectares, tem-se um lucro esperado contábil será de R$ 90.370 /ano. Seguindo o mesmo raciocínio, para aplicação de baixo esforço, mudando apenas o refugo de 85% para 70%, chega-se num lucro esperado contábil de R$ 45.400/ ano. Figura 2 Exemplo de Jogo Principal Agente envolvendo a empresa exportadora monopolista e um pequeno produtor de 0 hectares de manga Infinidade de ações. Ag a Lucro esperado contábil = (R$ 40.080/ ano ; R$ 90.370/ ano) Pr w Ag A t 3 a 2 Lucro esperado contábil = (R$ 33.600/ ano; R$ 45.400/ ano) t w' t 2 R (ü ;ū) utilidades de reserva = (custo de ociosidade da empresa ; 80.000/ ano) Fonte: elaboração própria, à partir da Figura 6. RESULTADOS E CONCLUSÕES Como dito na metodologia, a solução pode ser encontrada através de equilíbrio em subjogo Perfeito: resolvendo de trás para frente (os subjogos). Substituindo a última loteria da Figura, correspondente aos possíveis estados da natureza, por seus valores esperados, passa-se para o nó t 3, no qual o Agente escolhe entre as duas possíveis ações: alto ou baixo esforço. Em t 3, 9

o Agente vai escolher alto esforço se a utilidade esperada desta ação for maior ou igual a utilidade esperada de aplicar baixo esforço Observando os lucros, o Agente escolhe a, aplicar alto esforço, caso ele atribua a seu esforço valor menor ou igual a diferença entre os lucros de se esforçar ou não, no caso diferença de R$ 90.370 R$ 45.400 = 44.970 / ano, ou algo como R$ 3.747,50 por mês. Supondo que sim, o Agente passa para t 2. A utilidade esperada da ação escolhida (a ) tem que ser maior ou igual a utilidade esperada das demais ações disponíveis. (Incentive Constraint: IC), no caso o nível de utilidade reserva para o produtor. Caso o Agente rejeite o contrato de venda consignada, ele tem a opção de vender a preço de mercado para a empresa exportadora ou no próprio mercado, correspondendo no caso a sua utilidade de reserva. Para esta opção o produtor obteria lucro contábil de 80.000/ ano, considerando produtividade de 20 t/ha e preço de mercado da época do levantamento de R$ 0,80/ kg. Assim, em t 2, o Agente aceita. Em t, o Principal escolhe w(s), s pertencente a S, dadas as escolhas do Agente em t 2 e t 3, tal que o payoff (lucro esperado) do Principal é maximizado, ou seja no início do jogo o Principal (empresa exportadora) decide que contratos oferecer. Para o Principal, o melhor é que o Agente aplique alto esforço, o que lhe proporciona uma receita de cerca de R$ 40.000 por ano de cada pequeno produtor de 0 ha. A análise direta da receita para o Principal se justifica uma vez que ele está com seu Packing-house ocioso, assim a suposição feita aqui é que os custos de ociosidade são superiores aos custos de processar a produção dos produtores associados na packing-house. Em resumo, observa-se que o contrato, proposto pelo Principal, incentiva o Agente a aplicar alto esforço e a maximizar a utilidade (os lucros) de ambos os participantes no acordo. O caso descrito foi para um pequeno produtor de 0 ha, e considerando dois possíveis estados da natureza, contudo a aplicação para qualquer tamanho de área estabelecida é similar. De modo geral, considerando que a rejeição do contrato pelo produtor é equivalente à vender a produção à empresa ao preço de mercado, a decisão do produtor entre aceitar ou não o contrato depende dos seus lucros esperados para seus níveis de esforço e da sua utilidade reserva. Na situação atual, aceitar o contrato, independente do nível de esforço, é ótimo para o produtor, justificando as ações de todos os associados da região. Dado que o produtor resolve aceitar o contrato de venda consignada, ele decidirá se é vantajoso aplicar alto esforço ao invés de baixo esforço se ele atribui à diferença entre ambas as opções uma utilidade maior que a utilidade negativa de aplicar o maior esforço. Para a aplicação, os retornos de alto esforço são até 30% superiores aos de baixo esforço. A empresa exportadora pode oferecer infinitas possibilidades de contrato, ou seja, cobrar diferentes percentuais de comercialização para diferentes tipos de produtores (tamanho dos mesmos ou qualidade do produto exportado, fazendo o preço variar). Seus contratos, atualmente, devem ser decididos analisando-se suas receitas com a comercialização da produção dos pequenos produtores e seus custo de oportunidade de manter o packing-house ocioso. Como a empresa estava trabalhando com pouco mais da metade de sua capacidade (60%), seus custos altos de oportunidade devem ser altos, o que a incentiva a negociar com os produtores associados. Contudo, a empresa está expandindo sua área de produção rapidamente e, no longo prazo (após a aquisição do fator fixo no curto prazo, a terra, e plantio a produtividade considerada, de 20 t/ha, é atingida em seis anos), ela pode ser capaz de suprir toda a capacidade de seu packinghouse com sua própria produção. Neste caso, os contratos podem ser revistos; o percentual cobrado por ela para comercializar a produção dos pequenos vai ter que ser superior aos seus lucros de exportar sua própria produção. as pode haver também uma expansão da capacidade 0

de processar (novo packing-house), caso a demanda mundial pelo produto em questão continue crescendo. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Kreps, D. (990). A Course in icroeconomic Theory, Princeton University Press. as-colell, A.,.D. Whinston and J. Green (995). icroeconomic Theory, Oxford University Press, New York and Oxford. inistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior DIC (2006). Site visitado em www.desenvolvimento.gov.br. Pimentel, C.R.. (2000). Oportunidades e Barreiras à Expansão do Comércio Internacional para a anga Nordestina, Revista Econômica do Nordeste, 3 (2), 0-2, abr/jun. Sampaio, L.. B. e Sampaio, Y. Gurgel, A. (2005). Estudos de cadeias produtivas das frutas de exportação do Rio Grande do Norte, imeo (Relatório para o Sebrae-RN). SEAGRI. (2005) Secretaria da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará, SIGA (Sistema de Informação Gerencial Agrícola). http://www.seagri.gov.br. Varian, H. (999). Intermediate icroeconomics: A odern Approach, IE-WN Norton Press.