Fazer Investigação e Escrever Artigos ISCEE/Storg, Maio 2009 Ferreira Fernando Serra globadvantage Center of Research in International Business & Strategy www.globadvantage.ipleiria.pt portugal@estg.ipleiria.pt Procurem aqui: globadvantage Center of Research in International Business & Strategy www.globadvantage.ipleiria.pt l i i t 1
Actividades do Centro 2007-2008 Tipos de Publicação Livros publicados 3 Livros in press 2 Capítulos de livros 5 Artigos em revistas internacionais 37 Artigos em actas de conferências 9 Júris de Teses 9 Corpos editoriais 10 Conferências com referee 25 Working papers 26 Apresentações convidadas 14 Artigos em revistas nacionais 2 Total 142 2
Três notas sobre escrever É preciso ter um assunto sobre o qual escrever. É preciso escrever. Não é preciso uma ideia genial, e como disse Thomas Edison: Genius is one percent inspiration, ninety nine percent perspiration Tipos de publicações A escrita deve ser adequada ao tipo de publicação Livro Capítulo de livro Artigo para revista científica Artigo sem revisão Revisão de livros Etc. 3
Tipos de publicações A escrita deve ser adequada ao tipo de publicação Livro Capítulo de livro Artigo para revista científica Artigo sem revisão Revisão de livros Etc. Empírico Teórico (conceptual) Revisão da literatura Porquê publicar?? Progresso na carreira Satisfação pessoal há satisfação em escrever e publicar Reconhecimento pela sociedade e pelos colegas Fazer uma contribuição para a disciplina Acabar o mestrado ou doutoramento 4
Estilo e forma Alguns pensam que é só o conteúdo que interessa estão enganados Usar voz activa Escrever de forma clara o leitor precisa entender Evitar demasiado palavreado: SIMPLES Usar o mesmo tempo verbal Seguir a estrutura convencional Sugestão: imite um bom artigo Estrutura convencional Capa (titulo, autores, endereços, e-mails) Título Resumo Introdução Revisão da literatura Desenvolvimento teórico e hipóteses Dados/amostra Resultados Discussão Conclusão Referências bibliográficas 5
Sobre a estrutura Um artigo de jornal é como uma pirâmide invertida: O mais importante vem logo no título e nas primeiras frases e na verdade o resto são só detalhes. Sobre a estrutura Um artigo académico é como uma ampulheta: Começa com um assunto geral, estreita para uma questão de investigação, explora essa questão e conclui voltando ao assunto mais geral para mostrar a contribuição 6
Por onde começar? Há algum assunto de interesse? Analise a literatura t existente. t Leia. Pesquise. Veja brevemente diversos assuntos que lhe interessem Identifique lacunas coisas que ainda não se saiba ou que sejam pouco claras ou.. coisas que possam ser diferentes em CV Foque bons artigos em boas revistas Discuta e ouça -> vá a conferências E para publicar? Assunto interessante, bem escrito, contribui Seleccione uma revista logo cedo Verifique se o estilo da revista é adequado imite um bom artigo dessa revista Cite outros artigos da revista Siga as regras (guidelines)) da revista Muita atenção à escrita 7
A escrita é importante? Não! É FUNDAMENTAL!!!!! A escrita é a forma de comunicação. Se não se entende. Mas, a escrita não são apenas palavras, é também um estilo. Vejamos a introdução: Introdução Todo o artigo começa com uma introdução. O que deve estar na introdução, para ser bem escrita? Tópico, assunto ou problema Breve revisão da literatura para identificar a lacuna Questão de investigação (=lacuna) e justificar a sua importância Objectivo do artigo (nomeadamente, o que você vai fazer) Estrutura do artigo 8
Conclusão (ou discussão e conclusão) Recorde que um artigo é como uma ampulheta Repita o que se propôs fazer no artigo Recorde a questão de investigação Diga o que fez. Principais resultados Contribuição para a prática e teoria Limitações Futuras investigações Re-re-re-re-escrevaescreva E depois???? Apresente aos colegas, peça opiniões, conferências, working papers, etc. Envie para a revista O que pode acontecer? Rejeição reveja e envie para outra revista Rever (diferentes tipos de pedidos) -> trabalhe no artigo. 9
O que é um bom artigo? Em minha opinião Um que é publicável, claro! Um em que trabalho com colegas e amigos de quem gosto ou com quem gosto de trabalhar Um que foi rápido de fazer Um que é interessante (em minha opinião mas a experiência diz-me que a minha opinião não chega) Um que faz uma contribuição teórica O que devo sempre tentar fazer num artigo? Atenção à forma Qualidade da escrita Uma ideia fantástica mal escrita não é publicável Estrutura Proposições ou hipóteses bem formuladas Ligação entre QI-teoria teoria-caso-discusssão 10
Umas notas um pouco mais pessoais Umas dicas simples que EU (tento) seguir 95% do tempo na re-re re-re re-re re-re-escritaescrita Introdução com 5 ou 6 parágrafos no máximo Certifico-me que tem a QI explícita A primeira frase de cada parágrafo Incluo limitações, Incluo contribuição para a teoria e a prática Incluo questões para futura investigação Procuro que a discussão faça a integração de tudo Forma!!!! Porque o que parece é. 11
Simples! Manter simples! KISS - Keep It Simple Stupid UMA contribuição Talvez algumas contribuições menores, mas atenção ao foco Só porque posso criar uma proposição ou hipótese não quer dizer que o devo fazer O que mais me queixo nos artigos que revejo? Mal escritos Não têm estrutura adequada (tradicional) Não explicitam a RQ Não entendo qual a contribuição I.é: não sei para que gastaram energia a escrever Dados duvidosos testes estranhos Estatísticas mais complexas que o necessário REJEITO! Proposições ou hipóteses mal formuladas. Não há uma relação Ausente a ligação entre QI-teoria-caso-discusssão 12
O que parece é (ou não) Onde vai esta senhora? E esta? Método Há muitos estilos, tantos quanto pessoas Perfeccionistas (?): nunca chegam a fazer nada, nem a concluir qualquer projecto. Um paper não se escreve de fio a pavio, antes precisa de muitas interacções. Confusos (?): escrevem primeiro e depois corrigem e organizam. Este método tem em mente que o projecto se constrói no processo da escrita, sendo guiado apenas por uma ideia directora, mas mesmo esta flexível. 13
Modelos Criar modelos gráficos é muito útil para nos ajudar a: (a) pensar de forma sistematizada (b) influenciar as conversações existentes Quando começamos a pensar: B C Y D 14
Quando continuamos a pensar: A X B C Y D E Porquê a revisão teórica CONVERSAÇÕES Questões relevantes: A que conversação eu me quero juntar? Qual é o estado da arte actual nessa conversação ( fase do ciclo de vida )? não queremos escrever sobre coisas que já passaram Quem são os principais membros nessa conversa? Quais são as assunções em que essa conversação se suporta? Como é que EU posso fazer uma contribuição (juntar APENAS UM novo elemento)? 15
A contribuição enquadramento numa conversa PASSO 1: Identifique a conversação Estude a história da conversação ( ciclo de vida dos argumentos) Seleccione 2 ou 3 artigos espectaculares (analise a conversação) PASSO 2: Analise a conversação Quais são os elementos chave? (Explicações, assunções, etc.) O que falta? Está mal? Incompleto? etc.? (melhore!) Porque isto merece atenção? (Consequências da falta de atenção/lacuna) PASSO 3: Proponha a sua contribuição Qual é a sua proposta? (Foque UMA modificação importante específica) Como é que a sua proposta difere do que já existe? (comparações com o antes e o depois) Se aceite, que diferença faria? (Altera a forma como investigamos? O que investigamos? A prática das empresas? As questões que perguntamos?) Publicar Demasiadas vezes frustrante! A rejeição faz parte do jogo. Não há papers perfeitos. NÃO HÁ!! E o jogo exige que o trabalho seja submetido a referees. As publicações A (e muitas Bs) têm taxas de rejeição na ordem dos 90-95% 95% (e considere a auto- selecção) Sem escrever e submeter não vai conseguir publicar. (nem concluir o mestrado) 16
FIM por hoje 17