CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

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Transcrição:

CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO Origem: PRT 15ª Região São José do Rio Preto/SP Interessado(s) 1: Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região (PTM São José do Rio Preto) Interessado(s) 2: Ministério Público do Trabalho Assunto(s): Conflito negativo de atribuições entre membros da PRT 15ª Região - PTM São José do Rio Preto Procuradora suscitante: Ruth Pinto Marques da Silva CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIÇÕES oposto fora do prazo previsto pelo parágrafo 1º, do art. 3º, da Resolução CSMPT nº 69/2007, com redação dada pela Resolução CSMPT nº 99/2011, não merece conhecimento. Descabe qualquer juízo de valor, quanto aos termos do indeferimento de instauração de inquérito civil constante do procedimento considerando para fins de prevenção, por parte da ilustre Procuradora suscitante, porquanto, consoante dispõe o art. 99 da Lei Complementar nº 75/93, a revisão do exercício funcional na Instituição compete à Câmara de Coordenação e Revisão. Representação paradigma arquivada há mais de 06 (seis) meses. Avulta-se correta a distribuição aleatória do presente feito. Atribuição fixada na pessoa da ilustre Procuradora suscitante, a qual recebeu os presentes em regular distribuição. RELATÓRIO Trata-se de conflito negativo de atribuições, oriundo da Procuradoria do Trabalho no Município de São José do Rio Preto (PRT 1

15ª Região), e suscitado pela ilustre Procuradora do Trabalho, Dra. Ruth Pinto Marques da Silva, contra o digno Procurador do Trabalho, Dr. Luciano Zanguetin Michelão. O presente procedimento administrativo iniciou-se com o envio, pela Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Barretos/SP, à Procuradoria do Trabalho no Município de São José do Rio Preto/SP, de cópia do relatório fiscal referente à empresa Hotel Olímpia. Da mencionada ação fiscal resultou a lavratura de 02 (dois) autos de infração, pelas seguintes irregularidades: a) Auto de Infração nº 015676994 (fl. 09) Admitir ou manter empregado sem o respectivo registro em livro, ficha ou sistema eletrônico competente. Capitulação: art. 41, caput, da Consolidação das Leis do Trabalho; e b) Auto de Infração nº 015679551 (fl. 10) Deixar de conceder ao empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas. Capitulação: art. 67, caput, da Consolidação das Leis do Trabalho. Em apreciação prévia (fls. 22/27), a ilustre Procuradora oficiante, ora suscitante, assim expressou; Trata-se de representação instaurada a partir do recebimento do Ofício nº 512/2011, oriundo da Gerência Regional do Trabalho e Emprego em Barretos, que contém cópia do Relatório de Inspeção realizada em face de IRACI RIBEIRO FLORES ME (HOTEL OLÍMPIA), constante do Processo n. 46268-003696/2010-76, noticiando a prática de irregularidades trabalhistas atinentes à falta de registro de empregados, não concessão de descanso semanal 2

remunerado, não concessão de intervalo intrajornada e atraso no pagamento de salários (fls. 06/20). Consta do Relatório de Inspeção, que a ação fiscal foi realizada com vistas a verificar denúncia formulada junto à esta PTM e encaminhada à GRTE de Barretos, através do ofício CODIN nº 178446/2010, extraído dos autos da REP 00407.2010.15.007/6-91 (fls. 06/08). Por ocasião da fiscalização, foram lavrados 04 (quatro) autos de infração em face da empresa representada (fls. 09/20), (...) Remetidos a esta PTM, foi o mencionado relatório fiscal primeiramente juntado aos autos da REP 00407.2010.15.007/6-91. Entretanto, a vista do despacho exarado pelo Exmo. Procurador Oficiante, cuja cópia se encontra a fls. 05/06 destes autos, o relatório foi encaminhado a mim, para apreciação, na qualidade de Coordenadora, ao fundamento de que o arquivamento promovido naquela REP 00407.2010.15.007/6-91 já contava com mais seis de meses. Em atenção ao referido despacho, foi determinada a autuação e distribuição de nova representação (fl. 04). (...) Primeiramente, cumpre esclarecer que o despacho exarado, como Coordenadora, determinando a autuação e distribuição de nova representação, não representou qualquer manifestação quanto ao mérito desta nova distribuição, na medida em que, uma vez determinado o retorno da REP 407.2010.15.007/6-91 ao arquivo e o encaminhamento do relatório fiscal à Coordenadoria, a única medida a ser adotada seria a autuação de nova Representação e sua consequente distribuição, posto que eventual conflito negativo de atribuição só poderia ser suscitado após submetida a novel Representação à análise do Procurador, a quem coubesse, por distribuição. Outrossim, registro que o prazo de 10 (dez) dias estabelecido no 1º do art. 3º da resolução nº 69/2007 não foi observado neste caso, em razão de que até o presente momento, este membro não havia atentado para a modificação introduzida no mencionado dispositivo, decorrente da Redação dada na Resolução nº 99 de 25.08.2011, do CSMPT, estando até esta data, com a firme 3

convicção de que deveria observar o prazo de 30 (trinta) dias do art. 5º da mencionada Resolução, eis que se trata de nova Representação a mim distribuída. Entretanto, levando-se em conta que o referido art. 3º, 1º da Resolução 69 do CSMPT não atribui efeito preclusivo, entendo que a não observância deste prazo não se sobrepõe aos argumentos a seguir expendidos quanto à existência de conexão entre a REP 407.2010.15.007/6-91 e a presente representação. Esclarecidos estes pontos, e considerando que a presente Representação foi a mim distribuída, peço vênia ao Exmo. Procurador oficiante da REP 407.2010.15.007/6-91 para, dissentindo do entendimento contido no r. despacho de fls. 05, suscitar, com fulcro no art. 103, inciso IV da LC 75/93, CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIÇÃO, pelas razões a seguir aduzidas. Consta das fls. 05 da presente representação, que após o recebimento do relatório da fiscalização de fls. 06/20, os autos da REP nº 00407.2010.15.007/6-91 foram retirados do arquivo geral da PTM de São José do Rio Preto/SP, e, juntamente com o relatório fiscal, foram encaminhados ao Exmo. Procurador Luciano Zanguetin Michelão. Entretanto, após análise, o DD. Procurador oficiante assim decidiu: 1- Junte-se cópia do ofício n. 512/2011 GRTE Barretos aos presentes autos; 2 Quanto ao original do referido documento, considerando que o arquivamento foi promovido há mais de 06 meses, deverá ser colocado à apreciação da Exma. Procuradora Coordenadora da PTM; 3 Tudo feito, retornem estes autos ao arquivo Em consulta encaminhada a esta Câmara de Coordenação e Revisão, PROCESSO PGT/CCR/PP/6263/2010, este Órgão Superior concluiu pela incidência do art. 12 da Resolução no 69/2207 do CSMPT aos casos e que arquivada a Representação por Indeferimento Liminar de Instauração do Inquérito Civil, devendo portanto eventual desarquivamento respeitar o limite temporal fixado na norma, qual seja, de seis meses. 4

Entretanto, quanto à fiscalização, reiterou precedente firmado em decisões anteriores, segundo o qual: É precipitado o arquivamento de procedimento quanto pendente fiscalização requerida pelo Ministério Público do Trabalho à Delegacia Regional do Trabalho e sem a ocorrência de fato superveniente. (PGT/CCR/8697/2009, 5420/2009, 5868/2008) Ora, a hipótese é precisamente a ora verificada nos presentes autos, ou seja, a de arquivamento quanto pendente fiscalização requerida pelo Ministério Público do Trabalho à Gerência Regional do Trabalho de Barretos, sem a ocorrência de fato superveniente. Neste passo, em sendo precipitado o arquivamento determinado nos autos da REP nº 00407.2010.15.007/6-91, está o mesmo eivado de vício, e, portanto, ao meu ver, não é apto a produzir efeitos, especialmente, a contagem do prazo de seis meses prevista no art. 12 da Resolução nº 69/2007. (...) Nesta ordem, considerando que a promoção de arquivamento da REP nº 00407.2010.15.007/6-91 não ocorreu no tempo certo foi precipitado, conforme entendimento da CCR, e que a, defesa do interesse público primário é finalidade ínsita à instauração e condução do Inquérito Civil, pesa sobre o arquivamento imperfeito nulidade de natureza absoluta, impossível de ser sanada, ainda que sob a luz do princípio da instrumentalidade das formas. (...) Ante o exposto, ao meu ver, o arquivamento determinado na REP nº 00407.2010.15.007/6-91 padece de nulidade absoluta, razão pela qual não corre o prazo de 6 (seis) meses do art. 12 da Resolução nº 69/2207 do CSMPT. Assim, a vista da conexão existente entre a REP 00407.2010.15.007/6-91 e a presente, esta deve ser juntada àquela, nos termos do art. 3º, 1º, a da Resolução nº 86/2009 do CSMPT, compensando-se a pontuação real atribuída à banca 92, bem como a pontuação virtual, computada às bancas 90 e 91, decorrente da distribuição desta REP 280.2011.15.007/6. A secretaria deverá retornar os autos ao Procurador oficiante da REP 0407.2010,15.007/6-91 para 5

verificação da possibilidade de reconsideração, de conformidade com os termos do 3º do art. 3º da Resolução nº 69/2007. (destaques próprios) Ouvido o ilustre Procurador suscitado, assim se expressou fundamentadamente às fls. 28/31, verbis: Com o devido respeito, não há que se falar em conexão entre as representações números 000407.2010.15.007/6 e 000280.2011.15.007/6, consoante razões que se seguem. Por primeiro, conforme cópia da promoção que passa a instruir o presente procedimento, o arquivamento da representação n.000407.2010.15.007/6 decorreu da aplicação do disposto no art. 5º, a, da Resolução n. 69/2007, do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho. Deliberou-se pelo indeferimento liminar da instauração de inquérito civil, posto que a situação, no entender do Procurador oficiante, não reclamava a atuação do Ministério Público do Trabalho, inserindo-se na esfera de atribuição do Ministério do Trabalho e Emprego. Daí, por óbvio, o envio de ofício à Gerência Regional do Trabalho e Emprego para a adoção das providências que fossem reputadas cabíveis. Nota-se, então, que o Ministério Público do Trabalho limitou-se, na hipótese, a dar conhecimento das supostas irregularidades trabalhistas ao órgão incumbido da fiscalização da legislação, indeferindo a instauração de inquérito civil. Logo, o arquivamento da representação n. 000407.2010.15.007/6, diferentemente do quanto alegado às fls. 22/27, ocorreu de forma regular, em estrita consonância com a legislação de regência e com a convicção formada por esse signatário. Ora, se o arquivamento foi regular (e não nulo como aventado), a questão que resta a ser enfrentada diz respeito à incidência ou não do disposto no artigo 12, da Resolução n. 69/2007, do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho, especificamente quanto ao prazo máximo de seis meses para desarquivamento dos autos. 6

Nesse passo, o tema já foi objeto de apreciação pela E. Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho no Processo PGT/CCR/PP 6263/2010, tendo sido respondida a seguinte questão: indeferido o arquivado de plano o feito, com encaminhamento de ofício ao Ministério do Trabalho e Emprego, o resultado da fiscalização, vinda após os 6 (seis) meses do arquivamento, é apto a desarquivar o feito ou deverá haver nova distribuição, esta, por sua vez, baseada no arquivamento há mais de seis meses. No voto do Exmo. Subprocurador Geral do Trabalho, Rogério Rodriguez Fernandez Martinez, ao reconhecer a inexistência de norma específica à hipótese de indeferimento liminar de inquérito civil, decidiu pela aplicação analógica do prazo estipulado no artigo 12, da Resolução CSMPT n. 69/2007, aos casos de indeferimento liminar de instauração de inquérito civil, (...) Por todo o exposto, tendo sido regular o indeferimento de instauração de inquérito civil nos autos da representação n. 407.2010.15.007/6 e já decorrido o prazo de seis meses de seu arquivamento, o Procurador do Trabalho signatário manifesta seu entendimento no sentido de que a condução da investigação tratada nos autos da representação n. 000280.2011.15.007/6 deve permanecer com a Exma. Procuradora suscitante do presente conflito. Cópia do indeferimento de instauração de inquérito civil constante dos autos da Representação n. 000407.2010.15.007/65-91 às fls. 32/34. Adiante, às fls. 39/43, voto proferido pelo Exmo. Subprocurador Geral do Trabalho, Dr. Rogério Rodriguez Fernandez Filho, nos autos da Consulta n. PGT/CCR/PP/6263/2010. encaminhados a esta Relatora (fl. 45). Remetidos os autos à CCR/MPT (fl. 44), foram eles É o relatório. 7

VOTO-FUNDAMENTAÇÃO PREFACIAL DE NÃO CONHECIMENTO Com a devida vênia da ilustre Procuradora do Trabalho suscitante, Dra. Ruth Pinto Marques da Silva, NÃO CONHEÇO da sua manifestação às fls. 22/27, na qual suscitou conflito negativo de atribuições, porquanto não observado o prazo a que alude o parágrafo 1º, do art. 3º, da Resolução CSMPT nº 69/2007, com redação dada pela Resolução CSMPT nº 99/2011. Assim dispõe o referido parágrafo, verbis: Art. 3º Caberá ao membro do Ministério Público do Trabalho investido da atribuição para propositura da ação civil pública a responsabilidade pela instauração de inquérito civil. 1º Eventual conflito negativo ou positivo de atribuição será suscitado, no prazo de 10 (dez) dias, fundamentadamente, nos próprios autos ou em petição dirigida à Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho, que decidirá a questão no prazo de trinta dias. (Redação dada pela Resolução nº 99, de 25.08.2011, do CSMPT). Considerando que a distribuição deste procedimento (REP 000280.2011.15.007/6) ocorreu em 23/09/2011 (fl. 21), tem-se como termo final o dia 05/10/2011. Tardio, pois, o conflito negativo de atribuições suscitado somente em 14/10/2011. Todavia, caso ultrapassada a barreira do conhecimento, no mérito melhor sorte não assiste à suscitante. 8

A jurisprudência da Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho, invocada pela ora suscitante em suporte aos seus argumentos e ponderações quando da suscitação do conflito ora em exame, não se assemelha à espécie dos autos. A questão deduzida na decisão da CCR/MPT diz respeito à requisição de fiscalização pelo Ministério Público do Trabalho à área competente do Ministério do Trabalho e Emprego, diferentemente do presente caso em que apenas há, posteriormente ao indeferimento de instauração de inquérito civil, uma comunicação à Gerência Regional do Trabalho e Emprego em São José do Rio Preto, para adoção das providências que entender cabíveis. Quanto ao mérito do indeferimento promovido nos autos da Representação nº 000407.2010.15.007/6-91, têm-se que descabe qualquer juízo de valor, quanto a sua correção ou não, por parte da ilustre Procuradora suscitante, porquanto, nos termos do art. 99 da Lei Complementar nº 75/93, a revisão do exercício funcional na Instituição compete à Câmara de Coordenação e Revisão. Ademais, a argumentação constante às fls. 25 e 26 da manifestação da ilustre Procuradora suscitante, v.g: ( Neste passo, em sendo precipitado o arquivamento determinado nos autos da REP nº 00407.2010.15.007/6-91, está o mesmo eivado de vício, e, portanto, ao meu ver, não é apto a produzir efeitos, especialmente, a contagem do prazo de seis meses prevista no art. 12 da Resolução nº 69/2007. (...) Nesta ordem, considerando que a promoção de 9

arquivamento da REP nº 00407.2010.15.007/6-91 não ocorreu no tempo certo foi precipitado, conforme entendimento da CCR, e que a, defesa do interesse público primário é finalidade ínsita à instauração e condução do Inquérito Civil, pesa sobre o arquivamento imperfeito nulidade de natureza absoluta, impossível de ser sanada, ainda que sob a luz do princípio da instrumentalidade das formas. (...) Ante o exposto, ao meu ver, o arquivamento determinado na REP nº 00407.2010.15.007/6-91 padece de nulidade absoluta, razão pela qual não corre o prazo de 6 (seis) meses do art. 12 da Resolução nº 69/2207 do CSMPT. ), apresenta-se inócua, eis que as razões ali trazidas e aqui transcritas dizem respeito a circunstâncias que somente a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho, por sua competência ditada pelos arts. 99 e seguintes da Lei Complementar nº 75/93, poderia pronunciar. Diante de tais aspectos, entendo que o presente procedimento deva permanecer sob a condução da ilustre Procuradora do Trabalho, Dra. Ruth Pinto Marques da Silva, ora suscitante. CONCLUSÃO Posto isso, VOTO pelo NÃO CONHECIMENTO do conflito negativo de atribuições sub examine, face à sua extemporaneidade, e, acaso ultrapassada a barreira do conhecimento, pela dirimição da presente altercação no sentido de estabelecer a atribuição de conduzir este feito na pessoa da Exma. Procuradora do Trabalho, Dra. Ruth Pinto Marques da Silva, lotada na Procuradoria do Trabalho no Município de São José do Rio Preto (PRT 15ª Região). 10

Dê-se ciência à suscitante, ao suscitado e à chefia da PRT respectiva, determinando-se o retorno dos autos à Procuradoria do Trabalho no Município de São José do Rio Preto (PRT 15ª Região/SP), para as providências cabíveis e necessárias. Brasília, 23 de novembro de 2011. VERA REGINA DELLA POZZA REIS Subprocuradora Geral do Trabalho Membro da CCR/MPT - RELATORA 11