UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE URBANO RAIMUNDO FARIAS DE OLIVEIRA JÚNIOR



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Transcrição:

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE URBANO RAIMUNDO FARIAS DE OLIVEIRA JÚNIOR A CONTRIBUIÇÃO DOS INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NA FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO URBANO DE MUNICÍPIOS DIRETAMENTE AFETADOS PELA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE: ALTAMIRA E VITÓRIA DO XINGU BELÉM - PA 2013

RAIMUNDO FARIAS DE OLIVEIRA JÚNIOR A CONTRIBUIÇÃO DOS INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NA FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO URBANO DE MUNICÍPIOS DIRETAMENTE AFETADOS PELA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE: ALTAMIRA E VITÓRIA DO XINGU Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano da Universidade da Amazônia como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano. Orientador: Prof. Dr. Marco Valério de Albuquerque Vinagre. BELÉM - PA 2013

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 307.140981 O48c Oliveira Júnior, Raimundo Farias de. A contribuição dos indicadores de desenvolvimento humano na formulação de políticas públicas no contexto urbano de municípios diretamente afetados pela hidrelétrica de Belo Monte: Altamira e Vitória do Xingu / Raimundo Farias de Oliveira Júnior. Belém, 2013. 121 f.: il.; 30 x 21 cm. Dissertação (Mestrado) Universidade da Amazônia, Programa de Pós- Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano, 2013. Orientador: Prof. Dr. Marco Valério de Albuquerque. 1. Indicadores de desenvolvimento humano políticas públicas - Amazônia. 2. Políticas públicas evolução Altamira/Pa. 3. Politícas públicas evolução Vitória do Xingú/Pa. 4. Hidrelétrica de Belo Monte desenvolvimento urbano. I. Albuquerque, Marco Valério de. II. Título.

RAIMUNDO FARIAS DE OLIVEIRA JÚNIOR A CONTRIBUIÇÃO DOS INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NA FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO URBANO DE MUNICÍPIOS DIRETAMENTE AFETADOS PELA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE: ALTAMIRA E VITÓRIA DO XINGU Banca Examinadora: Prof. Dr. Marco Valério de Albuquerque Vinagre Orientador - UNAMA Prof. Dr. Dilaelson Rego Tapajós Examinador Externo - MPE Prof. Drª. Maria Lúcia Bahia Lopes Examinador Interno - UNAMA Apresentado em: 13/12/2013. Conceito: 8,5 BELÉM - PA 2013

Aos meus pais Maria e Raimundo (in memoriam) que dedicaram as suas vidas em prol da formação de meu caráter pessoal e profissional. A meu filho Arthur que ao nascer no transcorrer dessa jornada fortaleceu meus passos nos momentos mais difíceis. A Kátia e família pelo auxílio na criação do Arthur durante minhas ausências. Aos professores Dilaelson Rego Tapajós, Maria Lúcia Bahia Lopes, Marco Valério de Albuquerque Vinagre e Rosália do Socorro da Silva Corrêa pela valorosa contribuição para o aprimoramento teórico desse estudo. Aos guerreiros (as) do Xingu que lutam por dignidade e justiça social na Amazônia. A todos (as) que direta e indiretamente auxiliaram na concretização deste sonho.

RESUMO OLIVEIRA JÚNIOR, Raimundo F. de. A contribuição dos indicadores de desenvolvimento humano na formulação de políticas públicas no contexto urbano de municípios diretamente afetados pela hidrelétrica de Belo Monte: Altamira e Vitória do Xingu. 121 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano) - Universidade da Amazônia - UNAMA, Belém, 2013. A pesquisa objetiva compreender a influência dos indicadores de desenvolvimento humano - IDH, no planejamento e implantação de políticas públicas relacionadas à estrutura urbana dos municípios de Altamira e Vitória do Xingu, necessárias ao atendimento da demanda gerada com a implantação da hidrelétrica de Belo Monte. O método de investigação a ser desenvolvido na construção do estudo caracteriza-se pela analise comparativa entre os municípios de Altamira e Vitória do Xingu durante as décadas de 1990 e 2010 no que diz respeito aos impactos provenientes da implantação do projeto hidrelétrico Belo Monte. Enfatizando literaturas que abordam Amazônia, urbanização, Política pública e desenvolvimento humano. Enquanto estudo de caso, optou-se pela análise diagnostica de indicadores representativos da realidade em questão. A abordagem da estrutura urbana perpassa respectivamente pela compreensão do IDH enquanto instrumento numérico que auxilia sobre maneira no acompanhamento, na avaliação e proposição de políticas públicas que venham a proporcionar qualidade da vida aos munícipes das cidades acima mencionadas. Palavras-chave: Amazônia. Urbanização. Política pública. Desenvolvimento humano.

ABSTRACT OLIVEIRA JÚNIOR, Raimundo F. The contribution of human development indicators in the formulation of public policies in the urban context of municipalities directly affected by the Belo Monte Dam: Altamira and Vitória do Xingu. 121 f. Dissertation (Master of Urban Development and Environment), University of the Amazon - UNAMA, Belém, 2013. The research aims to understand the influence of human development indicators over the planning and implementation of public policies related to urban structure of the municipalities of Altamira and Vitoria do Xingu, required to meet the demand generated by the deployment of the Belo Monte hydroelectric dam. The research method being developed in the construction of the study is characterized by comparative analysis between the municipalities of Altamira and Vitoria do Xingu during the decades of 1990 and 2010 with regard to the impacts from the implementation of the Belo Monte hydroelectric project. Emphasizing literature dealing Amazon, urbanization, public policy and human development. As a case study, we chose to analyze diagnostic indicators representative of the reality in question. The approach of the urban structure pervades respectively by understanding the HDI as a numeric tool that strongly assists the way of monitoring, in the evaluation and proposals for public policies that will provide quality of life to residents of the cities mentioned above. Keywords: Amazon. Urbanization. Public Policy. Human Development.

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ADA AID AHE AM ANEEL BNDES BASA BB BIS CEF CF CHBM CHE Chesf CONAMA CO2 COSANPA CNPE DNAEE EIA ELETROBRAS ELETRONORTE EPE ETA ETEs FAT FGTS FNHIS FNO FPE FPM Área Diretamente Afetada Área Indiretamente Afetada Aproveitamento Hidrelétrico Área de Marinha Agencia Nacional de Energia Elétrica Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Banco da Amazônia S.A Banco do Brasil Batalhão de Infantaria de Selva Caixa Econômica Federal Constituição Federal Complexo Hidrelétrico de Belo Monte Complexo Hidrelétrico Companhia Hidrelétrica do São Francisco Conselho Nacional de Meio Ambiente Gás Carbônico Companhia de Saneamento do Pará Conselho Nacional de Política Energética Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica Estudo de Impacto Ambiental Centrais Elétricas Brasileiras Centrais Elétrica do Norte do Brasil S.A Empresa de Pesquisa Energética Estação de Tratamento de Água Estações Elevatórias Fundo de Amparo ao Trabalhador Fundo de Garantia por Tempo de Serviço Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social Fundo Constitucional do Norte Fundo de Participação dos Estados Fundo de Participação dos Municípios

FUNDEB GT GWP HMSR IBAMA IBGE ICMS ICV IDESP IDH IDHM INCRA INSS IPI IPVA IPTU IR ISA ISS ITBI ITERPA IVV LDB LI LP MF MinC MIN MMA MME MPF MPOG MW Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica Grupo de Trabalho Global Water Partnership Hospital Municipal São Rafael Instituto Brasileiro de Meio Ambiente Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços Índice de Condição de Vida Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social do Pará Índice de Desenvolvimento Humano Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Instituto Nacional de Seguridade Social Imposto sobre Produtos Industrializados Imposto sobre Veículos Auto Motores Imposto Predial Territorial Urbano Imposto de Renda Instituto Sócio Ambiental Imposto Sobre Serviços Imposto sobre Transmissão de Bens Intervivos Instituto de Terras do Pará Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos Lei de Diretrizes e Bases da Educação Licença de Instalação Licença Previa Ministério da Fazenda Ministério da Cultura Ministério da Integração Nacional Ministério do Meio Ambiente Ministério das Minas e Energia Ministério Público Federal Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão Mega Watt

OGU OIT ONG ONU PAC PBA PDEE PDMA PDRSX PHC PI PIB PIN PMDB PMA PMVX PND II PNDU PSDB PT RADAM RIMA RSS SEDU SEMAT SENAI SEOVI SESI SIGEP SIN SUDAM SUS SPEVEA Orçamento Geral da União Organização Internacional do Trabalho Organização Não Governamental Organização das Nações Unidas Programa de Aceleração do Crescimento Plano Básico Ambiental Plano Decenal de Expansão de Energia Plano Diretor do Município de Altamira Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu Pequenas Centrais Hidrelétricas Proteção Integral Produto Interno Bruto Plano de Integração Nacional Partido do Movimento Democrático Brasileiro Prefeitura Municipal de Altamira Prefeitura Municipal de Vitória do Xingu Plano Nacional de Desenvolvimento II Política Nacional de Desenvolvimento Urbano Partido Social Democrata Brasileiro Partido dos Trabalhadores Radar da Amazônia Relatório de Impacto Ambiental Resíduos de Serviços de Saúde Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano Secretaria Municipal da Gestão do Meio Ambiente Serviço Nacional da Indústria Secretaria de Obras, Viação e Infraestrutura Serviço Social da Indústria Sistema de Informações Georreferenciadas do Estado do Pará Sistema Interligado Nacional Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia Sistema Único de Saúde Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia

UCF UHE US UTGE TEP TI TQ Twh ZEIS Unidade de Conservação Federal Usina Hidroelétrica Uso Sustentável Unidades Territoriais de Gestão Especial Tonelada Equivalente de Petróleo Terra Indígena Terra Quilombola Tonelada Wat Hora Zonas Especiais de Interesse Social

LISTA DE QUADROS Quadro 1 - IDH Brasil e Pará 1991/2000/2010 21 Quadro 2 - Esperança de vida ao nascer Brasil e Pará (Idade em anos) 23 Quadro 3 - IDH longevidade Brasil e Pará 1991/2000/2010 23 Quadro 4 - IDH Educação Brasil e Pará 1991/2000/2010 24 Quadro 5 - Renda per capita média Brasil e Pará (Rendimento mensal domiciliar) 24 Quadro 6 - IDH renda Brasil e Pará 1991/2000/2010 25 Quadro 7 - IDH-M Altamira e Vitória do Xingu 1991/2000/2010 48 Quadro 8 - Esperança de vida ao nascer Altamira e Vitória do Xingu (Idade em anos) 49 Quadro 9 - IDH-M longevidade Altamira e Vitória do Xingu 1991/2000/2010 50 Quadro 10 - IDH-M Educação Altamira e Vitória do Xingu 1991/2000/ 2010 50 Quadro 11- Renda per capita média de Altamira e Vitória do Xingu (Rendimento 51 mensal domiciliar) Quadro 12 - IDH-M renda Altamira e Vitória do Xingu 1991/2000/2010 51 Quadro 13 - Evolução populacional de Altamira 92 Quadro 14 - População urbana e rural de Altamira 95 Quadro 15 - População Vitória do Xingu 108

LISTA DE MAPAS Mapa 1 - Localização de Altamira e Vitória do Xingu 34 Mapa 2 - Áreas federais e estaduais no Pará 46 Mapa 3 - Localização da UHE Belo Monte no Rio Xingu 59 Mapa 4 - CHE Belo Monte 60 Mapa 5 - Área de reassentamento populacional A1 75 Mapa 6 - Área de reassentamento populacional A2 76 Mapa 7 - Área de reassentamento populacional A3 77 Mapa 8 - Área de moradia dos trabalhadores da UHE Belo Monte AMT 78 Mapa 9 - Localização da cidade de Altamira no Estado do Pará 88 Mapa 10 - Perímetro urbano de Altamira 103 Mapa 11 - Zoneamento urbano de Altamira 104

LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Estado do Pará (Áreas Federais em 2010) 47 Gráfico 2 - Percentual da população por município da região do Xingu em 2009 94

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Evolução urbana de Altamira 91 Figura 2 - Moradias irregulares as margens dos igarapés de Altamira 93 Figura 3 - Eixos principais e secundários de Altamira 96 Figura 4 - Tipos de pavimentação em Altamira 97 Figura 5 - Rede de abastecimento de água/drenagem pluvial e pontos de descarte de 98 resíduos Figura 6 - Fossa em área de ocupação irregular em Altamira 99 Figura 7 - Galeria de drenagem desembocando no Rio Xingu em de Altamira 100 Figura 8 - Vista aérea do lixão de Altamira 101 Figura 9 - Uso do solo urbano em Altamira 102 Figura 10 - Vista Aérea da cidade de Vitória do Xingu 107 Figura 11 - Ruas sem drenagem em Vitória do Xingu 109 Figura 12 - Lançamento de esgoto direto no Igarapé em Vitória do Xingu 110

LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Fluxo migratório previsto para o período 2010-2013 71 Tabela 2 - População a ser remanejada em função da UHE Belo Monte 74 Tabela 3 - Receitas municipais 2005-2009 106 Tabela 4 - Transferências Constitucionais do ICMS, FPM, IPI, FUNDEF/FUNDEB e 106 IPVA 1997-2010 (1) Tabela 5 - Transferências Constitucionais do ICMS, FPM, IPI, FUNDEF/FUNDEB e 111 IPVA 1997-2010 (1) Tabela 6 - Receitas municipais 2005-2010 112

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 17 1.1 JUSTIFICATIVA 17 1.2 PROBLEMA 20 1.2.1 Saúde 21 1.2.2 Esperança de vida ao nascer (IDH LONGEVIDADE) 22 1.2.3 Educação (IDH EDUCAÇÃO) 23 1.2.4 Rendimento médio mensal (IDH RENDA) 24 1.3 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO 25 1.4 HIPÓTESE 26 1.5 OBJETIVOS 26 1.5.1 Objetivo Geral 26 1.5.2 Objetivos Específicos 26 2 REVISÃO DA LITERATURA 27 2.1 PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO 27 2.2 DESENVOLVIMENTO HUMANO 30 3. METODOLOGIA 33 3.1 ÁREA DE ESTUDO 33 3.2 FONTE DE DADOS 34 3.3 MÉTODOS DE ANALISE 35 3.3.1 Estudo 35 3.3.2 Índice de Desenvolvimento Humano IDH 38 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 40 4.1 EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NA AMAZÔNIA E NO ESTADO 40 DO PARÁ 4.2 O DESENVOLVIMENTO HUMANO DOS MUNICÍPIOS DE ALTAMIRA E 48 VITÓRIA DO XINGU NO PERÍODO DE 1991 A 2010 4.2.1 IDH-M Altamira e Vitória do Xingu 48 4.2.2 IDH-M Longevidade 49 4.2.3 IDH-M Renda 50 4.2.4 IDH-M Educação 50 4.3 O AHE BELO MONTE E OS POSSÍVEIS EFEITOS NA CONFIGURAÇÃO 52

URBANA DE ALTAMIRA E VITÓRIA DO XINGU 4.3.1 Histórico 52 4.3.2 Condicionantes Socioambientais (EIA/PBA) 63 4.3.3 Intervenções em Altamira 70 4.3.4 Intervenções em Vitória do Xingu 81 4.4 CRESCIMENTO URBANO DOS MUNICÍPIOS DE ALTAMIRA E VITÓRIA 87 DO XINGU NO PERÍODO DE 1990 A 2010 5 CONCLUSÃO 113 REFERÊNCIAS 117

17 1 INTRODUÇÃO A Amazônia e o estado do Pará figuram como fornecedores de recursos naturais para regiões e países industrializados centrais há mais de 300 anos, mas ainda figuram como áreas das mais dependentes e pobres do mundo. Isso ocorre, em parte, pelo fato de serem regiões extrativistas periféricas que ao estabelecerem relações de troca desiguais têm dificuldades em alavancar seus indicadores de desenvolvimento Bunker (1984) e Drummond (2002). Ao realizarem a simples coleta de recursos naturais brutos as regiões extrativistas geram uma perda de valor nas regiões de origem e um acréscimo de valor nas regiões de consumo e transformação Bunker (1986). O fato da região possuir a maior bacia hidrográfica do mundo tem levado a transformação de seus rios em verdadeiras jazidas de megawats. A utilização dos rios e da água tem se revestido em fonte de energia elétrica para o setor industrial. Dentre os exemplos de atividade extrativista desenvolvida na Amazônia, mais precisamente no estado do Pará, que apresenta as características mencionadas acima e que será destacada no presente estudo se encontra a captação de água para fins energéticos por meio de grandes hidrelétricas. 1.1 JUSTIFICATIVA Os princípios que levam a região Amazônica, em especial o estado do Pará, a pautarem o seu desenvolvimento regional, por meio da implantação de projetos de exploração intensiva de recursos naturais, demonstram a pouca contribuição para o desenvolvimento regional (IDESP, 2011a). No decorrer do século XIX até 1870, com a estagnação da economia amazônica, os conflitos à época da Independência e o movimento nativista da Cabanagem acirraram o contexto adverso pelo qual passava o Norte brasileiro, que conheceu um refluxo da força de trabalho e a depauperação de sua frágil atividade econômica. Esse quadro se alterou a partir do final do século XIX, quando a região amazônica passou a extrair a borracha da seringueira (Hévea brasiliensis) e exportar para os mercados da Europa e Estados Unidos. Tal atividade estimulou a moldagem de um novo padrão de mercado, no qual a exploração extrativista constituiu a mola mestra. Configurou-se, a partir de então, uma nova base econômica regional fundada na exploração extrativista da borracha sob a égide de um sistema de financiamento

18 chamado aviamento (IDESP, 2011a). Entre o final do século XIX e primeira metade do século XX, desenvolveram-se sucessivas fases de exploração extrativa (caucho, castanha, borracha) Correa, 1992. No estado do Pará, esse sistema espacial condicionou o processo de produção e circulação da borracha (1890-1910), da castanha-do-pará (1926-1964). O período entre 1970 a 1990 corresponde à fase do processo de uso do território: a fase da intervenção federal. Segunda metade dos anos 60 representa um marco do ponto de vista do reordenamento político-institucional para a Amazônia Oriental. No âmbito das mudanças de ordem política e institucional do Estado brasileiro, após o golpe militar de 1964, as primeiras medidas de política são lançadas com o objetivo de assegurar a ação federal na região de forma efetiva. A Operação Amazônica, em 1968, redefiniu o arcabouço institucional regional ao criar o Banco da Amazônia (BASA), a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). No período de duas décadas, as alterações na estrutura socioeconômica do território estadual ocorrem por meio da ação federal. Tendo como meta a integração nacional, criam-se mecanismos institucionais de incentivo à apropriação privada das terras, à diversificação das atividades econômicas - agropecuária, mineração, energia e industrialização - e de desestímulo à economia extrativista. (IDESP, 2011a). Entre 1972 e 1974, seguindo a perspectiva do Governo Federal à época, é lançado o Programa de Integração Nacional (PIN) cujo principal objetivo foi à abertura da região por meio da construção dos eixos do desenvolvimento. As rodovias constituíram as principais vias de penetração no território. A rodovia Transamazônica por outro lado, finalizada em 1974, representa um dos principais eixos de articulação regional e de integração com o Nordeste brasileiro. (CAMARGO, 1973). Todavia, é a partir da segunda metade da década de 1970, que se inicia um processo mais veloz de aproveitamento dos recursos naturais e de inserção privada no espaço regional. No âmbito do II PND (II Plano Nacional de Desenvolvimento: 1975-1979) é lançado o II PDA (II Plano de Desenvolvimento da Amazônia) que explicitamente procura integrar a Amazônia ao Centro-Sul pelo lado da oferta: a região deveria participar do Plano Nacional de Desenvolvimento a partir das suas especificidades regionais, em especial da aptidão e vocação natural dos recursos existentes em seu território.

19 A crise energética mundial (choque do Petróleo de 1973) e seguindo as orientações do II PND de equipar o território nacional dotando-o de infraestrutura, sobretudo energética, possibilita o início do aproveitamento hidrelétrico da bacia hidrográfica do Araguaia- Tocantins com a construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. Associado ao insumo energia é lançado o POLAMAZÔNIA, Programa de Polos Agropecuários e Agrominerais da Amazônia. No estado do Pará são escolhidas cinco áreas dentre as quinze programadas da Amazônia Legal para implantação dos Polos de Crescimento: Carajás, Trombetas, Altamira, Tapajós e Marajó. Os dois primeiros polos têm na mineração a mola propulsora dada às peculiaridades naturais existentes na mesorregião do Sudeste Paraense, província mineral com a presença de uma das maiores reservas de minério de ferro do mundo e as reservas de bauxita no Baixo Amazonas. Na mesorregião do Sudoeste Paraense, os pólos Altamira e Tapajós têm na agropecuária a atividade econômica principal. As possibilidades de exploração desses recursos condicionam à dotação de créditos e incentivos fiscais, infraestruturas de transportes e energia e investimentos peculiares à vocação de cada polo, nesses novos recortes territoriais definidos externamente à região. O segundo choque do petróleo de 1979 condiciona o redirecionamento dos investimentos. A escassez de recursos financeiros face à crise do Estado brasileiro centraliza os recursos em poucos pontos do território: a partir do Pólo Carajás, tendo o projeto Ferro - Carajás da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), cria-se o Programa Grande Carajás (PGC). O Leste do Estado do Pará, reconfigura-se como espaço de investimentos prioritários na Amazônia pelo Governo Federal. O PGC define-se, sobretudo, pela diversificação do território e pela sua concepção de programa: um conjunto integrado de projetos de mineração, de exploração madeireira e do carvão vegetal e projetos industriais de siderúrgicas como o da Companhia Siderúrgica do Pará - COSIPAR, com produção de ferro-gusa; Camargo Corrêa Metais (CCM), de silício metálico e Albrás-Alunorte, de alumínio (IDESP, 2011a). As ações que transformaram a organização espacial da Amazônia acabam por adjetiva-la enquanto fronteira. O termo fronteira encontra-se relacionado aos movimentos de povoamento e colonização a partir de fundamentos geográficos que associam a noção de fronteira a de espaços vazios ou espaços abertos ao povoamento, isto é, espaços com baixa densidade populacional. Nesse sentido a definição de fronteira tornou-se uma espécie de modelo devido estabelecer relações entre os fatores de desenvolvimento nacional.

20 Entre os temas incluídos na referida tese da fronteira, se encontrava o da modernização, associada ao nacionalismo. Outro aspecto, da tese da fronteira, diz respeito ao papel das terras livres ou dos espaços vazios nas formações nacionais, principalmente nas que apresentam base territorial de grandes dimensões. Neste sentido, a fronteira atuaria enquanto válvula de escape para populações pauperizadas Turner, 1893; 1920 (apud MACHADO, 1992). O uso do território amazônico como válvula de escape para a população pauperizada de outras regiões do País fora sintetizado na seguinte frase: terras sem homens para homens sem terra (MACHADO, 1992). O modelo de fronteira aplicado para a Amazônia parte do principio da centralização das decisões políticas, ou seja, a integração das terras livres e a modernização econômica deveriam ser administradas pelo Estado central. Silva, 1955; 1967 (apud MACHADO, 1992). Na região de fronteira as relações entre nacionalismo, modernização e expansão interna do território cumprem a expectativa de transformar o país na grande potencia que a dimensão territorial e as riquezas naturais parecem prometer. Turner, 1893; 1920 (apud MACHADO, 1992). Nesse contexto o debate acerca do desenvolvimento humano é fundamental para a compreensão de como ele reflete questões maiores sobre a Amazônia, o uso do IDH na formulação de projetos e a maneira como as decisões costumam ser tomadas. As tomadas de decisões relacionadas à Amazônia mostram aspectos conflitivos no que diz respeito ao modelo de desenvolvimento utilizado no Brasil. Nas últimas quatro décadas, tem se reforçado a ideia de que o planejamento deva ser orientado pela obstinação ao crescimento econômico acelerado a qualquer custo, sem que sejam contempladas todas as dimensões do desenvolvimento. (ACEVEDO, 1996). 1.2 PROBLEMA O quadro de Desenvolvimento Humano no Brasil e no estado do Pará conforme dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos anos de 1991, 2000 e 2010, sua taxa de variação e decomposição em: IDHM - Renda, Longevidade e Educação, contidos no Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil que tem como base os censos de 1991, 2000 e 2010 do IBGE apresentados no quadro 1.

Quadro 1 - IDH Brasil Pará (1991/2000/2010). IDH 1991 IDH 2000 IDH 2010 VARIAÇÃO Brasil 0,493 0,612 0,727 47, 46% Pará 0,650 0,723 0,646 56,42% Fonte: Adaptado de PARÁ. SEIR, 2010; IDESP, 2012; Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013. Os dados expostos no quadro 1 indicam uma evolução no IDH tanto do Brasil como do estado do Pará que teve o seu IDH em 2010 um pouco abaixo do IDH do Brasil estando classificado enquanto IDH médio. O IDH por apresentar a evolução de um problema, corrobora para a formulação de novas políticas públicas. Auxiliando em ações de planejamento e implementação de infraestrutura urbana dos municípios. Uma análise mais apurada, porém, pode ser feita conforme PARÁ. SEIR, 2010 a partir da decomposição do IDH em suas três (3) dimensões: IDH- Renda, IDH- Longevidade e IDH- Educação. Isso porque tal exame pode revelar, por exemplo, um possível descompasso entre o nível de renda obtido (IDH-Renda) e o padrão social obtido, revelado (ainda que parcialmente) pelos níveis de escolaridade (IDH-Educação) e longevidade (IDH- Longevidade). Tal exame pode ajudar a desfazer o mito de que regiões com renda elevada tendem a ter níveis de desenvolvimento semelhantes. Um exame mais apurado da composição do IDH pode revelar justamente o contrário. 21 1.2.1 Saúde Na análise dos indicadores de Saúde, procurou-se destacar aqueles indicadores que se notabilizam pelos componentes sociais, políticos e éticos. É o caso, por exemplo, dos chamados Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que são compromissos mundiais firmados por 191 Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), em reunião realizada em setembro de 2000 em Nova York, em um evento conhecido como Cúpula do Milênio, com a participação de 147 chefes de Estado, além de representantes de Governo de 191 países. Em um documento denominado Declaração do Milênio das Nações Unidas, foi definida uma série de compromissos a serem seguidos pelos países membros (inclusive o Brasil), que ficaram conhecidos como Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), entre os quais constam 8 (oito) objetivos e uma série de metas a serem alcançadas até o ano de 2015.

22 No que concerne à área de saúde, foram estipulados três (3) objetivos: a) Redução da mortalidade infantil (objetivo 4); b) Melhorar a saúde materna (objetivo 5); c) Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças (objetivo 6). 1.2.2 Esperança de vida ao nascer (IDH-LONGEVIDADE) Outro indicador de saúde muito importante, utilizado, inclusive, na composição do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD), é a Taxa de Longevidade ou Esperança de Vida ou Expectativa de Vida. A Esperança ou Expectativa de Vida é definida como o número médio de anos que um indivíduo pode esperar viver se submetido, desde o nascimento, às taxas de mortalidade observadas no momento (ano de observação). É calculada considerando a população e os obituários, além de refletir o nível e a qualidade ao acesso à saúde, educação, cultura e lazer, bem como a violência, criminalidade, poluição e situação econômica do lugar em questão. O incremento da longevidade do paraense se dá em parte à melhoria relativa ao acesso da população a alguns serviços de infraestrutura de saneamento básico, uma redução na mortalidade infantil, e outros fatores também determinantes para a qualidade de vida. Expressa segundo IDESP (2013), o número médio de anos de vida esperados para um recém-nascido, mantido o padrão de mortalidade existente na população residente, em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Assim, indica a longevidade média esperada para um determinado grupo populacional ao nascer. Relaciona-se com as condições de vida de uma população. Sua avaliação reflete os resultados dos investimentos em saúde pública e na qualidade ambiental. A esperança de vida ao nascer no Brasil em 1991 era 64,73 anos e, em 2010, 73,90 anos. O índice paraense estava abaixo da média nacional em 1991 (63,4 anos) e em 2010 (72,40 anos). Conforme quadro 2.

Quadro 2 - Esperança de vida ao nascer Brasil e Pará. (Idade em anos) 1991/2000/2010. 1991 2000 2010 Pará 63,40 68,50 72,40 Brasil 64,73 68,61 73,90 Fonte: Adaptado de Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013; IBGE Censo demográfico, 1991/2000/2010. Indicadores de Avaliação da Qualidade Ambiental da RI do Xingu IDESP, 2013. 23 Tais investimentos proporcionam a melhora dos indicadores de desenvolvimento humano apresentado tanto pelo país como pelo estado durante o lapso de tempo descriminado no quadro 3. No caso do Pará houve um significativo avanço saindo o estado de um patamar médio em termos de IDH longevidade para se aproximar do considerado bom. Com relação ao Brasil o progresso foi ainda maior, pois já ultrapassa o índice classificado como bom. Quadro 3 - IDH longevidade Brasil e Pará (1991/2000/2010). 1991 2000 2010 Pará 0,640 0,725 0,789 Brasil 0,662 0,727 0,816 Fonte: Adaptado de Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013. 1.2.3 Educação (IDH-EDUCAÇÃO) A educação básica para todos é segundo PARÁ. SEIR (2010) um dos princípios dos direitos humanos e se tornou uma questão estratégica mundial na organização da Cúpula do Milênio. Dessa forma, um dos objetivos que compõem os ODM é o de atingir o ensino básico universal. Para conseguir tal objetivo, foram propostas duas metas: (1) garantir que, até 2015, todas as crianças, de ambos os sexos, terminem um ciclo completo de ensino básico; (2) garantir que, até 2015, as crianças de todas as regiões do país, independentemente de raça/ cor e sexo, concluam o ensino fundamental.

24 Quadro 4 - IDH educação Brasil e Pará (1991/2000/2010). 1991 2000 2010 Brasil 0,279 0,456 0,637 Pará 0,194 0,319 0,528 Fonte: Adaptado de Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013. O quadro 4 apresenta índices que apontam para uma evolução do IDH educação tanto no cenário nacional como no estadual nas ultimas três décadas. No caso do Brasil tínhamos um índice de 0,279 em 1991 que passa para 0,456 em 2000 atingindo o patamar de 0,637 em 2010, cenário esse que atesta uma evolução da área educacional. No Pará a situação não difere, pois também se identifica um processo evolutivo no que diz respeito ao IDH educação. O estado que em 1991 detinha índice igual a 0,194 apresenta em 2000 indicador igual a 0,319 e 0,528 em 2010. Tanto no cenário nacional como no estadual o IDH educação apresentado aponta para uma evolução, onde em 1991 a classificação que era tida como de baixo desenvolvimento humano passa a ser de médio desenvolvimento humano em 2010. 1.2.4 Rendimento médio mensal (IDH- RENDA) Conforme IDESP (2013), esse indicador expressa a distribuição do rendimento médio mensal per capta. Ou seja, a soma do rendimento mensal referente ao trabalho formal de cada indivíduo. A partir desse indicador é possível conhecer e avaliar a distribuição de renda dos municípios. Sua importância se dá por ser um dos indicativos das condições de vida da população. Em 2000 a renda per capita média do Brasil era de R$ 596,46 e a do Estado do Pará R$ 331, 96, no ano de 2010 a renda brasileira passou para R$ 793,87 e a estadual R$ 446,76 (QUADRO 5). Quadro 5 - Renda per capita média Pará e Brasil 1991/2000/2010 Rendimento mensal (Domiciliar). 1991 2000 2010 Pará R$273,22 R$ 331,96 R$ 446,76 Brasil R$ 447,56 R$ 596,46 R$ 793,87 Fonte: Adaptado de DATASUS/IBGE Censo demográfico 2000/2010. Indicadores de Avaliação da Qualidade Ambiental da RI do Xingu IDESP, 2013. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013.