Nicolle e Manceaux, 1909
A toxoplasmose é uma zoonose, muito freqüente em várias espécies animais(+ de 300), mamíferos e aves, domésticos ou silvestres, de distribuição geográfica mundial, atinge 60% da população, acometendo mais gravemente crianças recém-nascidas e pessoas com sistema imune comprometido.
Morfologia: múltipla, dependendo do hábitat e estado evolutivo. Pode ser encontrado em vários tecidos, células e líquidos (saliva, esperma, leite, líquido peritonial) Pode ser encontrado no tecido epitelial intestinal de gatos e outros felídeos, que são os hospedeiros definitivo. Principais formas do ciclo evolutivo: Taquizoítos, bradizoítos esporozoítos(formas infectantes) e oocistos nas fezes de felinos.
Características citoplasmáticas do T. gondii
Morfologia Taquizoítos: mede 4-9x2-4µm, tem a forma de uma banana ou meia-lua, uma extremidade bem afilada e a outra arredondada, citoplasma em azul e o núcleo central em vermelho. É encontrado em vacúolo citoplasmático de várias células, líquidos orgânicos, excreções e secreções, células do SMF.
Morfologia Bradizoítos: são encontrados dentro do cisto tecidual, se multiplicando por endopoligenia. O tamanho do cisto é variado, dependendo do número de bradizoítos e da célula parasitada, pode chegar a 200 µm.
Morfologia Oocistos: são produzidos nas células das paredes intestinal dos felinos e são eliminados nas fezes. São de forma esférica, mede cerca de 12,5x11 µm. após esporulação apresentam dois esporocistos, da um com quatro esporozoíto.
Ciclo biológico: heteroxeno com duas fases distintas. Fase assexuada (nos tecidos de vários hospedeiro). Homem ingeri oocistos com esporozoíto ou taquizoítos (no leite) ou bradizoítos na carne passam pelo epitélio intestinal invadem diversos tipos de células formam vacúolo citoplasmático sofrem sucessivas divisões célula se rompe libera novos taquizoítos invadem novas células imunidade do organismo taquizoítos resistentes invadem células e formam cistos podem permanecer por longo tempo ou reagudização com a volta da sintomatologia
Fase assexuada (nos tecidos epitelial de gatos). Felinos ingerem formas infectantes(cisto, tequizoíto ou oocisto) liberação de bradizóito ou esporozóito no intestino do gato penetração na célula epitelial originam merozoítas(esquizogonia) rompe a célula e libera merozoítas penetram em novas células epiteliais transformam-se em forma sexuada masculina(microgameta) e feminina(macrogameta) microgametas saem das células epiteliais fecundam as macrogametas que estão dentro das células epiteliais formam o zigoto evolui dentro do epitélio dando origem ao oocisto célula se rompe e libera o oocisto nas fezes as fezes transportam o oocisto ao ambiente externo.
Transmissão: três vias principais. 1. Ingestão de oocistos; 2. Ingestão em carne crua ou mal passada; 3. Congênita ou transplacentária. Menos freqüente: contaminação de taquizoíto em leite, saliva, deposição de taquizoíto na mucosa vaginal por esperma e acidentes de laboratório.
Patogenia Toxoplasmose congênita ou pré-natal: Primeiro trimestre de gestação: aborto Segundo trimestre de gestação: aborto ou nascimento prematuro de criança normal ou com anomalias graves. Terceiro trimestre de gestação: criança nasce normal, dias, semanas ou meses após apresenta problemas ganglionar generalizado, hepatoesplenomegalia,edemas, miocardite,anemia, trombocitopenia e lesões oculares(coróide e retina) com alterações oculares diversas. Nesta fase as alterações mais comuns são: coriorretinnite 90%, calcificações cerebrais 69%, retardamento psicomotor 60%, micro ou macrocefalia 50% dos casos.
Patogenia Toxoplasmose pós-natal: na maioria dos casos é benigno ou assintomático e raramente leva a mote. Pode-se ainda observar comprometimento ganglionar com febre alta, retinocoroidite, lesões generalizadas na pele, meningoencefalite e toxoplasmose generalizada (meningoencefálico, miocárdio, pulmonar, ocular, digestivo e testicular).
Diagnóstico clínico ou imunológico Clínico: é difícil, pode ser assintomático ou assemelhar-se a outras doenças. Parasitológico: observando-se o taquizoíto em exsudatos (líquor, leite e sangue);biopsia(gânglios, pele, fígado, baço). Imunológicos: Reação de Sabin Feldman(RSF), Reação de Fixação do Complemento(RFC), Reação Intradérmica, Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), Imunoensaio Enzimático (ELISA)
Epidemiologia Encontrado em diversos países com positividade entre 20% a 83%; Praticamente todos mamíferos e aves são suscetíveis; Os gatos tem importância fundamental na toxoplasmose; Moscas e baratas podem veicular nas patas, oocistos; Taquizoítos isolados de fluidos biológicos(mucosa vaginal, urina, leite, secreção nasal) de animais(cabra); Sorologia positiva em animais silvestres.
Profilaxia Não se alimentar de leite de cabra cru ou carne crua ou mal passada de qualquer animal; Controlar populações de gatos e ratos; Alimentar os gatos em casa, com carne cozida ou ração; Incinerar as fezes dos gatos; Proteger as caixas de areia da defecação dos gatos; Examinar gestantes com enfartamento ganglionar.
Tratamento Não há droga eficaz na faze crônica da infecção. Medicamento utilizados: Pirimetamina (Daraprim) + Sulfadiazina(Fansidar) Na toxoplasmose ocular 1. Cloridrato de Clindamicina, Sulfadiazina e Meticorten. 2. Pirimetamina (Daraprin), Sulfadiazina, Meticorten. 3. Espiramicina, Sulfadiazina, Meticorten.