O REINO PROTISTA II. Biodiversidade Prof. Thafarel

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1 O REINO PROTISTA II Biodiversidade Prof. Thafarel Introdução: Na aula anterior, vimos um pouco da estrutura e fisiologia dos chamados protozoa, ou, em outras palavras, dos protozoários que apresentam mobilidade. Nessa capitulo, iremos estudar um pouco da biodiversidade do grupo e da importância ecológica ou medica que alguns protozoários apresentam. 1) Entamoeba histolytica Protozoário de vida livre, ameboide, que se locomove por pseudopodes. Pertence ao subfilo Sarcodina. Habita o intestino grosso humano, apresentando uma fase de vida comensal, ou seja, aproveitando-se de restos do metabolismo humano, sem afetar diretamente o nosso organismo. Por esse motivo, 90% dos casos passam despercebidos por serem assintomáticos. Entretanto, quando patogênico, pode causar disenteria de gravidades variáveis. Ciclo de vida: monoxênico, ou seja, ocorrem em apenas um hospedeiro. Estágios: cisto, meta-cisto, trofozoito e pré-cisto. Contaminação: Oral-fecal Em geral, a contaminação ocorre por ingestão do cisto maduro, que consegue passar pelo estomago e intestino delgado, suportando a ação dos sucos gástrico e entérico, que causam rompimento da parede do cisto, liberando, no intestino grosso o metacisto (uma forma tetranucleada). Cada metacisto sofre divisão binaria e gera oito trofozoito mononucleados que irão colonizar o intestino também por divisão binaria. Os trofozoitos podem ser defecados, o que dará sequencia ao ciclo. Ou podem invadir a mucosa intestinal, alcançando a corrente sanguínea e invadindo outros tecidos, e vivendo como hematófagos! Os trofozoitos, quando no ambiente, iniciam um processo de encistação, formando précisto, e depois cistos maduros.

2 Ciclo de Vida da Amebíase. Entamoeba hystolitica

3 Pre-cisto, cistos e trofozoito.

4 2) Leishmania sp. Trata-se de um protozoário flagelado, causador da doença chamada Leishmaniose. A doença não contagiosa é transmitida por mosquitos que se alimentam de sangue do hospedeiro contaminado. (mosquito palha, da família Psychodidae). Pode se manifestar de duas formas: cutânea (tegumentar) ou visceral (calazar). A primeira consiste na formação de avermelhada na pele que se desenvolve podendo formar feridas recobertas por secreção. A segunda causa aumento do fígado e de baço, ocasionando febre, anemia, indisposição, etc. O ciclo de vida apresentado é heteroxenico, ou seja, ocorre em pelo menos dois hospedeiros diferentes (um vertebrado e um invertebrado). Formas de vida: dependem do momento do ciclo, e podem ser amastigotas ou promastigotas. Ciclo: no humano, os protozoários na forma promastigota, que podem ser transmitidos pelos mosquitos, invadem os macrófagos e se instalam no vacúolo dessas células. La passa da forma amastigota para a forma amastigota, se reproduzem por divisão binaria, causando a lise (rompimento) da célula em que estão, liberando o parasito na corrente sanguínea, o que da inicio a uma inflamação. Os parasitos liberados podem infectar novas células.

5 Mosquito palha. Transmissor da Leishmaniose Formas promastigotas de Leishmania sp.

6 3) Paramecium sp. Protozoário ciliado, comum em reservatórios de agua. Alimenta-se de bactérias, pequenas algas ou outros protozoa. Trata-se do organismo modelo para o estudo dos protozoários, visto que seu sistema de endomembranas tem fácil visualização. Reproduz-se de forma sexuada por conjugação, e de forma assexuada por divisão binaria. Possui dois núcleos com funções distintas. Um macronúcleo responsável pelas funções diárias, como crescimento, metabolismo e reprodução assexuada. E o micronúcleo, que permanece dormente ate que o organismo entre em reprodução sexuada, no qual dois indivíduos entram em contato, formam uma ponte citoplasmática entre si, e trocam micronúcleos. Paramecium sp. em conjugação. Quando em contato, cada micronúcleo de cada promécio sofre meiose, originando 4 novos micronúcleos (n). 3 desses degeneram, e o que sobra sofre mitose, originando dois núcleos gaméticos. Num processo de conjugação, esses núcleos gaméticos são trocados entre os protozoários. Eles então se dividem, e os dois núcleos formam: um macro, e um micronúcleo.

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8 4) Plasmodium falsiparum Trata-se de um esporozoário, ou seja, não se locomove nem por cílios, flagelos ou pseudopodes. Estão agrupados nos protozoa por não apresentar cloroplastos. São causadores da doença chamada malária. E seu tipo de vida é parasítico. A malária é uma doença transmitida pela picada de fêmeas de mosquito do gênero Anopheles, e trata-se de uma doença que mata 3 milhões de pessoas por ano. O ciclo de vida do protozoário é bastante complexo e segue abaixo: Nas glândulas salivares da fêmea do mosquito (1), existem esporozoitos que, durante a picada, entram na corrente sanguínea e invadem as células do fígado do homem (hepatócitos). No fígado, os esporozoitos sofrem reprodução assexuada e formam merozoitos (2), que eclodem ocasionando a ruptura do hepatócito. Cada merozoito invade um glóbulo vermelho do sangue, onde se reproduzem em trofozoitos passam a ser chamados de equizontes (eritrócitos contaminados). (3). Quando ocorre o rompimento do esquizonte (4), os trofozoitos liberados invadem novos glóbulos vermelhos (5-6) ou, se diferenciam em gametócitos (formas sexuadas femininas e masculinas) que permanecem na corrente sanguínea ate serem ingeridos por outra femea do mosquito. No intestino delgado do mosquito, os microgametocitos sofrem meiose e formando oito microgametas flagelados (n), enquanto os macrogametocitos formarão 8 macrogametas. (8).

9 Os microgametas fecundam então os macrogametas (9) e formam os ookinetos (10), que atravessam a parede do intestino do mosquito e formam cistos, chamados oocistos (11). Esses oocistos (2n) sofrem esporogenia, ou seja, formam esporozoitos que romperão os oocistos (12) e migrarão para as glândulas salivares do mosquito. Trofozoitos na corrente sanguínea, e um esquizonte.

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11 Professor Thafarel