CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS MANIFESTAÇÃO DO INSS - PRECLUSÃO

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Transcrição:

Acórdão - 7a Turma CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS MANIFESTAÇÃO DO INSS - PRECLUSÃO O termo de conciliação, no item III (v. fls. 120) atribuiu natureza indenizatória ao aviso-prévio e nestes termos foi homologado em 29.10.2004. Apenas em 11.07.2005 o INSS fez carga dos autos devolvendo-os em 07.04.2006 (v.fls. 125- verso), apresentando cálculos nos quais fez incluir verba que não foi considerada como integrante do salário de contribuição para fins de recolhimento previdenciário. Assim, não há como conhecer dos cálculos apresentados às fls.127/131, uma vez que preclusa a oportunidade de manifestação nesta execução trabalhista, quanto à natureza da verba aviso-prévio. Acresça-se a isso que, se o INSS, embora regularmente intimado, deixa de impugnar os cálculos no prazo previsto no 3º, do artigo 879, da CLT, preclui, para a Autarquia, a oportunidade de manifestação nesta execução trabalhista, não havendo falar em violação a normas constitucionais ou infraconstitucionais, uma vez que as contribuições previdenciárias foram recolhidas de acordo com os cálculos elaborados pela executada em favor da Autarquia, conforme DARF de fls.124. Vistos estes autos de Agravo de Petição em que figuram como agravante PROVAR NEGÓCIOS DE VAREJO LTDA e, como agravados, MÔNICA CRISTINA DA SILVA AMORIM e UNIÃO. R E L A T Ó R I O Agravo de petição interposto pela parte ré, às fls. 180/185, contra a r. decisão de fls. 177/178, proferida pelo MM. Juízo da 19ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, da lavra do Exmo Juiz Marcelo Moura, que julgou improcedentes os embargos à execução opostos às fls. 153/157, pelo 6323 1

executado. O executado alega que, nos termos do 3º, do artigo 879, da CLT, a manifestação do INSS é intempestiva, uma vez que apresentada 9 meses após a retirada dos autos da Secretaria da Vara, entendendo, dessa forma, que não deve ser conhecida. Outrossim, afirma que Nos cálculos trazidos aos autos pelo INSS é possível observar que este, sem fundamento, pretende incluir a parcela aviso prévio em sua base de cálculo como salário de contribuição., aduzindo que tal pretensão não pode prosperar ante a natureza indenizatória da parcela. Requer o provimento do recurso para que sejam desconsiderados os cálculos apresentados às fls.128/130 e a liberação do depósito, que foi convolado em penhora, em seu favor. Contraminuta às fls. 212/219, sem argüição preliminar. Os autos não foram remetidos ao d. Ministério Público do Trabalho. V O T O Admissibilidade Agravo tempestivo (fls. 179 e 180) e representação regular (fls. 188- verso e 189). Questões meritórias Contribuições previdenciárias O executado alega que, nos termos do 3º, do artigo 879, da CLT, a manifestação do INSS é intempestiva, uma vez que apresentada 9 meses após a retirada dos autos da Secretaria da Vara, entendendo, dessa forma, que não deve ser conhecida. Outrossim, afirma que Nos cálculos trazidos aos autos pelo INSS é possível observar que este, sem fundamento, pretende incluir a parcela aviso prévio em sua base de cálculo como salário de contribuição., aduzindo que tal pretensão não pode prosperar ante a natureza indenizatória da parcela. Requer o provimento do recurso para que sejam desconsiderados os cálculos apresentados às fls.128/130 e a liberação do depósito, que foi convolado em penhora, em seu favor. Razão lhe assiste. Conforme determina o artigo 114, inciso VIII, da Constituição da República, com a redação que lhe foi dada pela Emenda Constitucional nº 6323 2

45/2004, compete à justiça do trabalho a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir A Lei nº 10.035, de 25.10.2000, que alterou a CLT dando nova redação ao parágrafo terceiro do artigo 832 e ao artigo 878-A, estabeleceu, inequivocamente, que é obrigação da parte devedora recolher a contribuição previdenciária, nos termos da legislação vigente. E a Lei 8.212/91 fixa, em seu artigo 46, o prazo de 10 (dez) anos para cobrança de créditos da Seguridade Social, in verbis: "Art. 46 - O direito de cobrar os créditos da Seguridade Social, constituídos na forma do artigo anterior, prescreve em 10 (dez) anos." Portanto, tratando-se de crédito obtido por força de decisão ou acordo judicial nesta justiça especial, o recolhimento das contribuições previdenciárias é de ordem pública, de origem constitucional, e deve ser determinado até de ofício, independentemente de requerimento, não estando sujeito à preclusão. As partes celebraram acordo, às fls.120, em 29.10.2004, sendo atribuída natureza indenizatória ao aviso-prévio indenizado, devendo a parte ré comprovar em 05 dias o recolhimento das contribuições fiscais e previdenciárias. Em 07.01.2005, a executada comprovou o recolhimento previdenciário nos termos do acordo celebrado, acostando às fls.124 as guias de recolhimento. A autarquia, em 11.07.2005, fez carga dos autos devolvendo-os apenas em 07.04.2006 (v.fls.125-verso), ou seja, 9 meses depois, apresentando cálculos nos quais incluiu verba (aviso-prévio indenizado), que não foi considerada como integrante do salário contribuição, para fins de recolhimento previdenciário. A executada apresentou às fls.153/157 os embargos à execução, argumentado que estava precluso o prazo da Autarquia para manifestações e que o aviso-prévio indenizado não está sujeito à incidência das contribuições previdenciárias. O INSS alega, às fls.173, que não há preclusão a ser declarada e que o aviso-prévio integra o salário de contribuição. A lide como posta merece análise por dois prismas. O primeiro é que, do termo de conciliação, o INSS não apresentou, 6323 3

no prazo, o recurso cabível, como lhe competia, precluindo a oportunidade para que a Autarquia promova qualquer discussão quanto à incidência ou não da cota previdenciária sobre o aviso-prévio indenizado nos presentes autos. O segundo é quanto ao prazo estabelecido no 3º, do artigo 879, da CLT. O 3º, do artigo 879, da CLT é de clareza ímpar ao dispor que a Autarquia tem o prazo de 10 dias para se manifestar. Vejamos: Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz procederá à intimação da União para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de preclusão. (g.n) Ora, o agravado deixou transcorrer o prazo de 10 dias in albis, uma vez que apresentou suas manifestações 09 meses após ter retirado os autos da Secretaria do Juízo, como se pode observar pela certidão de fls.125-verso e a data em que foi protocolizada sua petição (fls.127), ultrapassando,assim, em muito o prazo estabelecido na norma celetista. Assim, precluiu para a Autarquia também a oportunidade de discutir, nestes autos, acerca do quantum, por não tê-lo feito no momento oportuno. No direito processual pátrio, tornou-se clássica a definição de preclusão pregada por Giuseppe Chiovenda, que conceitua o instituto como perda de uma faculdade jurídico-processual pelo decurso do prazo, pela prática de um ato incompatível com a faculdade ou pela prática de outro ato que atingiu o objetivo que deveria ser alcançado com o exercício da faculdade. Refere-se, respectivamente, às preclusões temporal, lógica e consumativa. A preclusão é inerente ao processo, e é o instituto que permite seu desenvolvimento e sua marcha, além de responsável pela segurança jurídica. Todas as partes tem de cumprir os prazos legais a elas destinados. Como se vê, em nenhum momento se negou vigência aos artigos 114 e 195 da Constituição da República porque as contribuições previdenciárias foram recolhidas, estando preclusa, para a autarquia, apenas a oportunidade de manifestação nesta execução trabalhista. Por tais razões, dou provimento ao apelo para julgar extinta a execução das cotas previdenciárias e determinar a liberação do depósito de fls. 141, a favor da agravante. Pelo exposto, conheço do agravo de petição interposto pela parte ré e dou provimento, para julgar extinta a execução das cotas previdenciárias e 6323 4

determinar a liberação do depósito de fls. 141, a favor da agravante. Relatados e discutidos. A C O R D A M os Desembargadores da 7ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Região, por unanimidade, conhecer do agravo de petição interposto pela parte ré e dar provimento, para julgar extinta a execução das cotas previdenciárias e determinar a liberação do depósito de fls. 141, a favor da agravante. Rio de Janeiro, 30 de março de 2011. Juiz EVANDRO PEREIRA VALADÃO LOPES Relator mcobc 6323 5