DIFERENÇAS NO ENSINO DE LÍNGUAS: EDUCAÇÃO BÁSICA X CURSO DE IDIOMAS PARA COMUNIDADE CLIC



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Transcrição:

DIFERENÇAS NO ENSINO DE LÍNGUAS: EDUCAÇÃO BÁSICA X CURSO DE IDIOMAS PARA COMUNIDADE CLIC Tayane dos Santos (PIBIX-UFS) Brena Eduarda Micaellen dos Santos (PIBIX/PIBID-UFS) Liviane Nascimento (PIBIX/ PIBID -UFS) Resumo: O presente trabalho pretende apresentar as diferenças em ensinar na educação básica e no Curso de idiomas para a comunidade CLIC que oferece cursos gratuitos para a comunidade interna e externa à Universidade Federal de Sergipe- UFS, expondo os métodos, experiências e dificuldades encontradas. Nesse sentido, pretendemos abordar o papel do professor da Educação Básica, considerando a realidade do ensino de línguas estrangeiras no contexto da escola pública sergipana, comparando com o papel do professor de um curso de idiomas, especificamente o professor de língua espanhola, tendo em vista a melhoria da formação inicial desses professores. As ações aqui descritas foram desenvolvidas dentro do projeto de extensão denominado: Entre a educação básica e o CLIC: desafio para o ensino-aprendizagem do espanhol em Sergipe no qual desenvolvemos um trabalho de análise, elaboração e construção de materiais didáticos específicos para cada segmento de atuação. No CLIC, ministramos uma turma de nível básico que nos proporcionou uma grande experiência nesse contexto não formal de ensino. Por outro lado, aplicamos oficinas na educação básica e podemos perceber que a principal diferença é o objetivo de cada grupo. Teoricamente utilizamos principalmente PCN (1988); OCEM (2006); LDB (1996). Consideramos assim, que o projeto nos proporciona uma oportunidade de conhecimento de diferentes esferas, que por vezes na graduação, não seriam contempladas. Palavras-chave: Diferenças no ensino de línguas, papel do professor, experiências adquiridas. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Neste artigo iremos tratar das diferenças de ensino, entre os cursos de idiomas, especificamente o Curso de Línguas para a Comunidade, doravante CLIC, e a educação básica, trabalhando o papel do professor em cada um desses ambientes e expondo possíveis soluções para problemas que podem surgir nessa área. As ações aqui descritas foram desenvolvidas dentro do projeto de extensão denominado: Entre a educação básica e o CLIC: desafio para o ensino-aprendizagem do espanhol em Sergipe no qual desenvolvemos um trabalho de análise, elaboração e construção de materiais didáticosespecíficos para cada segmento de atuação. Esse projeto está em andamento desde janeiro do corrente ano e conta com nove alunos de graduação e um professor orientador. A proposta do projeto é pontuar

2 diferenças entre a atuação do professor em um curso de idioma e tal atuação em escolas de educação básica. Ao mesmo tempo, o projeto procura uma interação dos seus participantes com a comunidade interna e externa a universidade, na medida em que propõe a oferta de oficinas em escolas públicas e cursos gratuitos no CLIC. O CLIC um projeto criado pelo Professor e Mestre Sandro Marcío Drumond Alves, vinculado ao Departamento de Letras Estrangeira DLES e teve seu inicio na Universidade Federal de Sergipe - UFS, no primeiro semestre de 2011, contou com todas as línguas graduação (Inglês, 6 turmas, Espanhol, 4 turmas, Francês 3 turmas e italiano, 2 turmas) funcionou aos sábados em dois turnos (matutino e vespertino), as aulas eram ministradas inicialmente por professores da UFS e alunos concludentes. No início era auto financiado onde os alunos pagavam uma taxa de 80 reais semestrais. O dinheiro servia para cópias e pagamento de monitores das turmas, no ano seguinte o valor foi ampliado para 100 (cem) reais semestrais. Em 2013, a reitoria declarou apoio ao CLIC, ornando a inscrição gratuita e passando a oferecer bolsas para os monitores das turmas. O intuito principal do curso é proporcionar a comunidade externa da UFS à oportunidade de fazer um curso de um excelente nível, inicialmente a baixo custo, hoje gratuito. Além disso, o CLIC serve de laboratório de ensino para os alunos da graduação em Letras que fazem habilitação em Língua estrangeira (LE) (espanhol, francês e inglês), iniciativa que dar aos alunos a oportunidade de construir e aperfeiçoar sua prática docente. Atualmente o CLIC continua sendo gerenciado pelo DLES, possui um secretário locado na mesma secretaria do departamento. É gratuito e as aulas são ministradas pelos alunos da graduação e alunos formandos, com o intuito de prática docente, todos sob orientação de coordenadores/ professores efetivos da UFS e sob o Coordenador geral e fundador. As aulas seguem sendo ministradas aos sábados também nos dois turnos, sendo oferecida a comunidade os idiomas espanhol e inglês, com exceção do francês que era disponível. Para o desenvolvimento do nosso projeto, seguimos alguns passos: primeiro realizamos oficinas com leituras de teóricos que discorrem sobre as diferenças na atuação dos professores nos dois segmentos de ensino, educação básica e curso de línguas. Em seguida, fomos agrupados em três equipes com três componentes para a formulação de oficinas a serem aplicadas no CLIC. Logo, confrontamos com os objetivos da escola básica, e refletimos se as oficinas preparadas para um curso de idiomas seriam adequadas para a escola básica e quais alterações faríamos nas oficinas

3 se fossem para ser aplicadas nas escolas. Aplicamos as oficinas no CLIC e pudemos perceber o quanto os alunos ficaram satisfeitos com os resultados. Diante de todo o percurso do projeto, podemos pontuar algumas semelhanças e diferenças entre os dois segmentos. Nos cursos de idiomas assim como no ensino fundamental, o professor tem um plano a ser seguida, uma carga horária a ser cumprida, os assuntos são semelhantes, isto é, o domínio do conteúdo deve ser o mesmo, oque difere é o modo como se ensina, como trata cada tema, qual o objetivo de cada tarefa. No ensino básico o professor tem que ser mais que professor, ir adentro de suas funções, orientar seus alunos, auxiliá-los em diversos assuntos, que vão além dos gramaticais. Tendo como tarefa causar em suas mentes vários pontos de vistas, ter um lado crítico para assuntos que envolvam a sociedade, esclarecer as muitas dúvidas que existem, ou podem existir. Na sequência do trabalho adentraremos nessas diferenças, como também, relataremos aspectos fundamentais da nossa experiência docente no projeto. PROFESSOR DA EDUCAÇÃO BÁSICA A educação básica tem como objetivo formar cidadãos críticos, e o professor tem esse desafio de estimulador a todos os processos que levam os alunos a construírem seus conceitos, valores, atitudes e habilidades que lhes permitam crescer como pessoas. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. (LDB: Art. 22º). Afetar a vida do aluno significa, em primeiro lugar, fazê-lo compreender que a educação é a forma mais nobre de se tornar uma pessoa melhor, pois quem hoje é aluno, futuramente terá uma profissão e modificará a vida de outras pessoas. Significa também mostrar-lhe que a escola é o local onde todos são iguais, onde todos devem ter a sua opinião respeitada, onde todos evoluem. Os professores que assim pensam, demonstram que realmente estão preocupados com seus alunos e sabem da importância do seu papel. Ao professor, não basta dar sua aula, ele deve preocupar-se se realmente está interferindo e modificando quem o escuta, se está promovendo o conhecimento em forma de construção contínua. Cada aluno é sujeito de seu processo de aprendizagem,

4 enquanto o professor é o mediador na interação dos alunos com os objetos de conhecimento". (BRASIL, 1998, 93). No contexto onde se encontra nosso aluno contemporâneo, atento as transformações tecnológicas mundiais, se exige do professor que ele seja sempre um estudioso. O educador deve estar sempre atualizado e bem informado, não apenas em relação aos fatos e acontecimentos do mundo, mas com relação aos conhecimentos curriculares e pedagógicos e às novas tendências educacionais. Para melhorar a prática docente o que é sugerido é a formação continuada, para assim, o professor buscar sempre melhoraras práticas do processo de ensino-aprendizagem em sala de aula. Segundo a Lei de diretrizes e Bases- LDB/96 (nº9. 394/1996, em seu art. 67) a atual demanda do trabalho, afirma os sistemas de ensino deverão promover a valorização dos docentes, assegurando-lhes aperfeiçoamento profissional continuado e período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluindo na carga do trabalho. Aprender e continuar aprendendo durante toda a vida profissional é uma habilidade exigida não só para os alunos da educação básica, mas para todos os profissionais, todas aquelas pessoas que estão inseridas no mundo do trabalho. O professor tem o papel fundamental de mediação do saber dentro da sala de aula. Ele ajuda a superar obstáculos que podem causar dificuldades dentro e fora do âmbito escolar. Segunda a LDB (1996), o professor está muito além da simples transmissão de informações (p. 26). Ele é um orientador, mediador, motivador e gestor da aprendizagem. A intervenção do professor é essencial, é de grande importância que ele esteja atento às dificuldades de seus alunos, que precisam enxergar em seus professores, pessoas capazes de mediar um crescimento interno e externo a escola. O professor tem um papel muito importante para educação básica e principalmente na formação do sujeito e na construção de seus valores que permearam sua vida em sociedade, no qual a motivação desses indivíduos é fundamental, pois bons resultados de aprendizagem só serão possíveis à medida que o professor proporcionar um ambiente de trabalho que estimule o aluno a criar, comparar, discutir, rever, perguntar e ampliar ideias. PROFESSOR DE CURSOS DE IDIOMAS

5 O papel de professores que atuam na área de cursos de idiomas começa com os alunos, o interesse parte de pessoas que querem estudar uma língua por algum fim específico como, por exemplo, gostar e querer se aprofundar na língua ou por motivos de trabalho, por questões culturais ou simplesmente porque tem o desejo de ter uma segunda língua. Há vários tipos de cursos de idiomas, todos com propostas de fazer o aluno aprender de forma dinâmica. O professor, nesse sentindo, terá como principal função formar cidadãos, nem ensinar a terem um pensamento crítico, ou ajudar a desenvolver soluções para dificuldades dentro e fora da instituição, o que o professor só desempenhará seu papel que é ensinar o idioma desejado e que foi escolhido por seus alunos. Esses professores ensinam uma língua estrangeira de maneira global e com métodos que facilitem a rápida aprendizagem. Tudo acontece mais rápido e de forma mais dinâmica, motivadora e eficaz, de forma geral, deixa que o aluno desperte ainda mais o interesse pelo idioma escolhido, nesses cursos enfoca tópicos do cotidiano, geralmente os professores trabalham com atividades envolventes, músicas, jogos e filmes o que comprova que a utilização de gêneros em sala de aula deixa tudo mais fácil e interessante. A forma de ensino de professores de cursos é o que deve ser levado para os docentes do âmbito escolar, obviamente junto com o papel de formar cidadãos críticos e preocupados com a sociedade dentro e fora da escola. No curso de idiomas os alunos vão para aprender língua e o objetivo maior é esse. O professor por sua vez deve retribuir tal expectativa. Muitas vezes esse fator não é bem compreendido e acaba criando reducionismos na função do professor e uma visão equivocada da sociedade: Circula em nossa sociedade a ideia de que só em cursinho se aprende a língua, não na escola (em uma nítida confusão dos papéis do ensino da língua estrangeira nesses dois âmbitos) fica ainda mais robusta a noção de que a formação superior não somente é desnecessária, mas que pode até mesmo ser prejudicial. Constrói-se, então, uma falsa dualidade: professor formado trabalha na escola e não sabe ensinar; professor não formado trabalha em curso e sabe ensinar. (FREITAS, 2012, 381) Acreditamos que essa é a grande diferença entre o ensino na educação básica e no CLIC, no qual o professor é o principal responsável pelo desenvolvimento das habilidades dos alunos, e também o grande mentor no que diz respeito à forma de como ensinar, pois esse é o ponto principal para que se alcance o êxito desejado em relação ao

6 ensino em geral. É através da forma de ensino que percebemos quem é realmente o profissional e também quais as maiores dificuldades encontradas e os pontos a serem melhorados. Buscando assim, encontrar soluções possíveis para melhorar o ensino em geral. MATERIAIS DIDÁTICOS O material didático pode ser definido como instrumento e produto pedagógico utilizado em sala de aula, especificamente como material instrucional que se elabora com finalidade didática. Os materiais didáticos contribuem para estabelecer algumas das condições em que o ensino e a aprendizagem se realizam e, neste sentido, eles têm uma grande importância e podem cumprir funções específicas, dependendo de suas características e das formas pelas quais eles participam da produção das aulas. Podemse dizer, de forma geral, que eles se constituem em uma das mediações entre professor, alunos e o conhecimento a ser ensinado e aprendido. Os materiais didáticos são as ferramentas de trabalho do professor; sem eles, podemos afirmar, as possibilidades de desenvolvimento do processo d e ensino/aprendizagem reduzem-se drasticamente. Trata-se, portanto, de um componente fundamental para o estudo da língua e sua escolha é um passo importante, já que se devem considerar requisitos coerentes com os propósitos do professor e da instituição, com os objetivos e necessidades dos alunos, bem como com as diretrizes apontadas pelas leis e pelos documentos que regem a educação brasileira. (LDB, PCN, OCEM). (BARROS; COSTA, 2010, p.88) Além dos livros tradicionais, existem outros materiais didáticos produzidos em diferentes suportes e com diferentes funções, isso se caracteriza efetivamente como didáticos quando são usados com alguma finalidade pedagógica determinada pelo professor. Considera-se material didático qualquer instrumento ou recurso (impresso, sonoro, visual etc.) que possa ser utilizado como meio para ensinar, aprender, praticar ou aprofundar algum conteúdo. É fundamental encarar o livro didático como um ponto de referência para o trabalho docente, como um recurso, não o único, facilitador do processo de ensinar e aprender, como um guia orientador geral, que auxilia na seleção e organização dos objetivos e conteúdos. Visto a partir dessa concepção, o livro didático é ou deve ser um recurso a mais, entre tantos, de que o professor dispõe para estruturar e desenvolver seu curso e suas aulas, mesmo quando ele é o responsável por sua elaboração/organização, o que pode constituir em alguns casos uma vantagem e em outros, uma desvantagem. (BRASIL, 2006, p.154)

7 Sabendo da existência do livro didático, este que o professor tem como suporte, ou ajuda na preparação da aula, podendo servir muitas vezes como fonte para atividades, apoio ou recurso de aprendizagem, o professor melhor que ninguém sabe o que é adequado para seus alunos, e a analise desses livros e qualquer outro tipo de material didático é importante para aprendizagem daqueles. O educador, tanto em cursos de idiomas, como na educação básica, tem total liberdade para incrementar suas aulas, podendo trabalhar com diversos materiais didáticos, o que pode ser muito proveitoso. Cabe ao professor buscar novidades para ser favorável e, ou aperfeiçoar de maneira positiva os conteúdos que serão aplicados por ele. A única diferença que pode ocorrer na escolha e aplicações desses materiais na educação básica e nos cursos é justamente os recursos que cada instituição possui, como por exemplo, a falta de aparelhos de som, de TV, computadores, retroprojetores ou qualquer outro aparelho eletrônico que auxiliam nas aulas mais dinâmicas. A ideia é buscar o que se tem preparar jogos, dinâmicas, entre outros materiais que chamam a atenção do estudante sem necessitar de tantos recursos. EXPERIÊNCIAS ADQUIRIDAS NOS DOIS ÂMBITOS (CURSO DE IDIOMAS E EDUCAÇÃO BÁSICA) Buscando conhecer os dois âmbitos e suas diferenças em relação ao ensino, realizamos oficinas nas duas áreas, onde adequamos cada oficina ao público alvo. Começamos pelo CLIC (curso de idiomas) no qual fizemos duas apresentações, com temas distintos, onde buscamos reforçar o vocabulário dos alunos, utilizando conteúdos culturais, com a apresentação de significado dos esportes, dos componentes de uma família, além de procurar retirar dos alunos quais conceitos que eles tinham a respeito de cada tema e suas respectivas importâncias, e também reforçar o conteúdo gramatical visto no decorrer do curso. Na primeira oficina, trabalhamos o tema transversal família juntamente com os gramaticais pronomes possessivos já na segunda esporte e os advérbios. A oficina foi aplicada numa turma de nível básico, perpetramos o possível para ser bastante proveitoso, os alunos aprenderam brincando, fizemos dinâmicas, utilizamos jogos de quebra-cabeça e caça-palavras, vídeos e música, além de imagens ilustrativas e

8 atividades com interativa e de leitura, pensávamos que não seria interessante porque a turma era pequena, fomos surpreendidas com o resultado extremamente positivo. É notável também, o engajamento da comunidade com o curso, sempre curiosos e participativos, eles demonstraram o quanto queriam aprender, deixando-nos satisfeitas. Já na escola da educação básica, foi realizada apenas uma oficina, onde trabalhamos temas gramaticais, com a utilização de recursos mais dinâmicos como músicas e também buscamos ouvir os alunos a respeito de temas culturais, além de reforçar conteúdos vistos no decorrer do ano. Comparando as duas áreas, percebemos as dificuldades que existem na educação, principalmente no que diz respeito à escola pública, onde na maioria das vezes o professor tem que realizar verdadeiros milagres para que se tenha uma educação distinta dos parâmetros postos pela escola, onde os professores precisam seguir as normas escolares, que muitas vezes continua com métodos ultrapassados, tardando assim a modernização dos meios de ensino. Vivenciamos também as dificuldades das escolas que, muitas vezes não possuem condições adequadas para que se possa de alguma forma melhorar o ensino, isso ocorre principalmente pela falta de comprometimento dos órgãos públicos. Esperamos esperançosas que esses problemas sejam superados e que quando tivermos o prazer de ingressar no mercado de trabalho já como professores formados sejam apresentados a uma nova educação, na qual não se encontre os problemas vivenciados hoje em dia. CONSIDERAÇÕES FINAIS A participação do projeto nos fez perceber o quando é importante estar conhecendo os caminhos da formação de professores, as diferentes formas de ensino, como podemos produzir e utilizar bons materiais, o nosso papel como alunos graduandos e futuros professores, tudo isso nos acarretou em novos conhecimentos e experiências que só poderíamos compartilhar depois de formadas. Foi extremamente satisfatório, passamos a ter mais confiança no que fazemos, ou seja, dando aula ou produzindo trabalhos, o que com certeza contribui também na nossa formação, o projeto de pesquisa nos deu a oportunidade de experimentar a sensação de ministrar aulas, poder interagir com alunos aperfeiçoando como também compartilhando nossos conhecimentos e de certa forma aprender com cada um deles.

9 REFERÊNCIAS BARROS, Cristiano Silva de e COSTA, Elzimar Goettenauer de Marins. Elaboração de materiais didáticos para o ensino de espanhol. In: BRASIL, Ministério da Educação. Coleção Explorando o Ensino. V. 16. Espanhol: ensino médio. (Org.) BARROS, Cristiano Silva de e Costa, Elzimar Goettenauer de Marins. Brasília. Secretaria de Educação Básica. 2010. p. 85-118 BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Brasília : 1996. BRASIL. Orientações Curriculares Nacionais para o ensino médio: Linguagens, códigos e suas tecnologias: Conhecimento de Línguas Estrangeiras. Vol. 1, Brasília: MEC Secretaria da Educação Básica. 2006. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira. Brasília, MEC/SEF, 1998. ERES FERNÁNDES, Getel. As transformações no mundo do trabalho e as implicações para a formação de professores de línguas. In: GIL, G.; VIEIRA- ABRAÃO, M. H. (Org.). Educação de professores de línguas. Os desafios do formador. Campinas: Editora Pontes, 2008. FREITAS, L. M. A. Formação de professores de espanhol no Brasil: algumas reflexões. Revista Eutomina de literatura e lingüística. 10ª edição. Dezembro de 2012. SOUZA, Antonio Escandiel de; DIAS, Clarissa Nicolodi. O ensino da Língua Estrangeira na Escola Pública e as Proposições dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs): Um Estudo Reflexivo. 20ª ed. Linguagem: São Carlos, 2013.