AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA Sinara Mota Neves Maristela Lage Alencar Rosa Maria Rebouças da Silva UNIVERSIDADE FEDERAL DE CEARÁ sinaramota@yahoo.com.br lagealencar@secrel.com.br rosinhaicapuí@yahoo.com.br Este trabalho discute os resultados de uma pesquisa realizada por um grupo de educadores de sete escolas do Ensino Fundamental da Região Jaguaribana-Ceará-Brasil, com o objetivo de acompanhar o processo de produção e implementação do Projeto Político Pedagógico (PPP). O PPP contempla o planejamento e a elaboração dos planos de ensino e baseia-se na organização do trabalho coletivo de professores e profissionais da educação, possibilitando a discussão, decisão, execução e acompanhamento do trabalho pedagógico. Sendo assim, deve possibilitar uma maior integração entre todos os setores da escola e uma crescente autonomia de seus membros. Buscou-se captar subsídios para uma reflexão a propósito da relação entre o PPP e a gestão escolar. Os dados foram coletados através de observações do funcionamento dos diversos grupos que compõem a estrutura escolar e de entrevistas com os profissionais. A análise dos dados permitiu identificar os fatores que favorecem e dificultam o processo em desenvolvimento. Tais aspectos são discutidos à luz das recentes contribuições teóricas sobre a gestão na escola democrática. Palavras-chave: Gestão; escola; projeto político pedagógico. Introdução A partir da década de 1990, a concepção de Projeto Político Pedagógico (PPP) vem se configurando no discurso oficial. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (Lei 9394/96), em seu artigo 12, inciso I, prevê que os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino,tenham a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica.. Explicita, portanto, a noção de que a escola não pode prescindir da reflexão sobre sua intencionalidade educativa, objeto prioritário de estudo e discussão. Para André (2001), o PPP não é apenas uma carta de intenções, nem se reduz a uma exigência de ordem administrativa, pois deve expressar a reflexão e o trabalho realizado em conjunto por todos os profissionais da escola, no sentido de atender às diretrizes do sistema nacional de Educação, bem como as necessidades locais e específicas da clientela da escola; desse modo, concretiza a identidade da escola e oferece garantias para um ensino de qualidade. Libâneo (2001) argumenta que o projeto pedagógico (...) deve ser compreendido como instrumento e processo de organização da escola (p.55), considerando as peculiaridades do instituído e instituinte. 895
Na concepção de Vasconcellos (1995), o projeto pedagógico: (...) é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. E uma metodologia de trabalho que possibilita ressignificar a ação de todos os agentes da instituição (p. 143). O PPP, por conseguinte, não constitui modismo nem documento para se engavetar em uma mesa na sala de direção da escola: transcende o simples agrupamento de planos de ensino e atividades diversificadas, pois consiste em instrumento de trabalho que indica rumo, direção e deve ser construído com a participação de todos os profissionais da instituição. O PPP apresenta duas dimensões: a política e a pedagógica (Veiga, 1998; André, 2001). Revela-se político no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade e pedagógico porque possibilita a efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. Essa dimensão define as ações educativas da escola, objetivando a efetivação de seus propósitos e intencionalidades. Assim sendo, a dimensão política se cumpre na medida em que se realiza na condição de prática especificamente pedagógica. Segundo Veiga (2001), a concepção de um projeto pedagógico deve: i) ser processo participativo de decisões; ii) preocupar-se em instaurar uma forma de organização de trabalho pedagógico que desvele os conflitos e as contradições; iii) explicitar princípios baseados na autonomia da escola, na solidariedade entre os agentes educativos e no estímulo à participação de todos no projeto comum e coletivo; iv) conter opções explícitas na direção de superar problemas no decorrer do trabalho educativo voltado para uma realidade especifica; v) explicitar o compromisso com a formação do cidadão. Complementa que a execução de um projeto pedagógico de qualidade deve: i) nascer da própria realidade, tendo como suporte a explicitação das causas dos problemas e das situações nas quais os problemas aparecem; ii) ser exeqüível e prever as condições necessárias ao desenvolvimento e à avaliação; iv) ser uma ação articulada de todos os envolvidos com a realidade da escola; v) ser construído continuamente, pois como produto, é também processo. (...) Na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de se definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade (Veiga, 1995). 896
Nesse sentido, o PPP constitui o fruto da interação entre os objetivos e prioridades estabelecidas pela coletividade, que estabelece, através da reflexão, as ações necessárias à construção de uma nova realidade. É, sobretudo, um trabalho que exige comprometimento da comunidade envolvida no processo educativo: professores, equipe técnica, alunos e pais. Essa prática de construção deve estar amparada em concepções teóricas sólidas e supõe aperfeiçoamento e formação de seus agentes a fim de superar resistências em relação a novas práticas pedagógicas. Os agentes educativos devem sentir-se atraídos por essa proposta, assumindo uma postura comprometida e responsável: trata-se, portanto, da conquista coletiva de um espaço para o exercício da autonomia. A gestão democrática Sonhada e desejada por alguns, relegada e excluída por muitos, a Gestão Democrática configura-se como um grande desafio para todos que, direta ou indiretamente, possam contribuir para que o PPP da escola se construa com competência, respeito e afetividade. A Gestão Democrática não se identifica com decisões a respeito de aspectos e ações secundárias, fragmentadas e isoladas da unidade escolar. Assim, deve envolver o diagnóstico de suas dificuldades e sucessos, com a busca de soluções coletivas e organizadas para o aspecto prioritário que justifica sua existência: o processo de formação de cidadãos responsáveis, comprometidos com a construção de melhor qualidade de vida para todos, de humanização solidária, mediante resgate do compromisso e respeito que devem caracterizar as relações democráticas em seu interior e entorno (Gandim,2002). A Gestão Democrática não se resume apenas a um conjunto de ações organizadas e compartilhadas em benefício da escola, mas consiste numa filosofia, que exige a construção interativa de uma postura que, por sua vez, também pressupõe revisão de atitudes em relação à vida, à educação e à escola. Pode-se reconhecer na maioria das instituições escolares, concepções tradicionais de gestão, subjacentes à organização do trabalho pedagógico: as esferas de decisão estão constituídas a partir de concepções individualistas de organização de trabalho, em detrimento de práticas coletivas com os membros da instituição. Os campos de atuação dos profissionais encontram-se divididos segundo critérios relacionados diretamente à hierarquização do poder e manutenção de situações de controle; reproduz-se, então, a dicotomia entre os que pensam, planejam, elaboram e os que apenas executam. Essas acepções tradicionais, podem ser vizualizadas nos trabalhos de Shein (1982) e Hall (1984), sendo que esse modo de organização do trabalho advém do modelo Taylorista, que preconiza uma função específica para cada sujeito, cuja participação limita-se a uma fração da globalidade do processo educativo. O 897
professor, dessa forma, não contempla o processo global, sendo representante do trabalho alienado. É evidente que o avanço, em termos qualitativos, na educação escolar, não ocorrerá através do trabalho isolado de seus membros. O processo tradicional de estruturação da escola, marcado pela divisão do trabalho e centralização do poder de decisão, mostrou-se inadequado para os novos desafios educacionais. Pode-se afirmar que esse modelo de gestão é excludente: a maioria dos indivíduos que se inserem nessa conjuntura não participa dos níveis de decisões (Moura, 1990; Pimente, 1995). O desafio que se instaura aponta, portanto, para a superação do caráter individualista, através do trabalho coletivo, englobando todos os envolvidos no processo pedagógico, por meio de uma gestão democrática da instituição escolar. O Projeto Político Pedagógico No Brasil, a idéia de um plano que unificasse suas ações e direcionasse seus anseios remonta ao Movimento da Escola Nova (1930/1960), sendo denominado, no período, Plano Geral da Escola. Nos dias atuais, no contexto da nova ordem mundial e da velocidade das transformações observada na Sociedade da Informação, esse plano, mais pedagógico que social, assumiu uma conotação mais ampla, motivada pelo debate sobre a função social da escola. Dessa maneira, foram mobilizados educadores, pais, alunos e diversos segmentos organizados da sociedade civil, assim como escolas, secretarias e outras instâncias do sistema educacional, para a construção do PPP. Há uma consciência de que as mudanças no setor educacional dependem, fundamentalmente, da vontade política dos diversos grupos que fazem a educação, em suas diversas instâncias. O PPP pode se tornar um instrumento de luta, de transformação quando é encarado como um repensar constante das práticas educativas, de forma sistematizada e direcionada para a intervenção e mudança da realidade social (Pimenta,1992; Veiga,1995;Gadotti,1997). Pode-se afirmar que a conotação apenas educacional dada ao PPP, pelo Movimento da Escola Nova, já está superada, pelo menos teoricamente, pela dimensão política, que estabelece e dá sentido ao compromisso da escola com a formação do cidadão e sua inserção na transformação da sociedade. A escola suplanta, portanto, a função de mera transmissora do conhecimento para lançar-se numa ação social diretamente relacionada à formação do senso crítico dos sujeitos que a compõem. O PPP apresenta-se como instrumento de análise das práticas, buscando compreender as possibilidades de que seu trabalho dispõe, rumo à construção de uma escola verdadeiramente democrática. 898
A LDB delegou, aos profissionais da escola, a construção do seu PPP, configurando um progresso que propicia legitimidade política aos educadores; outro avanço constatado foi a ampliação da participação de todos que compõem as instituições. O Projeto Político Pedagógico da escola, na atualidade, deverá ter como princípio básico o processo de conscientização e exercício da cidadania e constituir-se em instrumento de recuperação da função social da escola, de forma democrática e sistemática. Segundo Gandim (2002), o PPP representa, para a escola: Eixo que lhe confere sustentação, marca identidade. A singularidade da escola deverá ser expressa no seu projeto, que não se limita a um documento, mas a reflexão constante de sua prática, em função de uma linha teórica que a sustenta; Referência, porque constitui um processo que reflete rumos e direciona ações. Ajusta as suas práticas em torno dos princípios e anseios de seus integrantes; Unidade, porque contém a síntese do pensamento da comunidade escolar, na medida em que ele é constituído por todos os que fazem a escola. Em suma, o PPP, ao se configurar como um processo participativo de reflexão e decisões, deverá preocupar-se em instaurar uma forma de organização do trabalho pedagógico que desvele conflitos e contradições, buscando eliminar as relações competitivas, corporativas e autoritárias, rompendo com a rotina da autoridade individual e burocracia, permitindo, assim, que se processem as relações democráticas no interior da escola (Gandim,2002). Construir ou reconstruir o PPP de uma instituição educacional significa, portanto, a busca de reflexão e sistematização de suas ações, de forma coletiva e consciente. É a explicitação ou ressignificação de sua identidade e anseios e serve como norte e unidade para todas as ações desenvolvidas na escola. Outrossim, a construção do PPP pressupõe uma rede de relações: internas e externas. Sua essência é coletiva, uma vez que existe para o todo, embora tenha que atingir o individual. Internamente, apresenta duas interfaces, com as dimensões individuais e coletivas da escola. Importa que os membros da comunidade escolar acreditem e se envolvam individualmente, visto que, sem esse movimento, o todo não se completa. De modo concomitante, há forças do todo que interferem no campo individual: é a força do coletivo em relação dialética, com influências mútuas que complementam as interfaces (Vasconcellos, 1995; Resende & Veiga, 2001). As relações externas também fazem parte da dinâmica do PPP e oferecem o desafio de articular às singularidades da escola às políticas educacionais sociais mais amplas. Nessa perspectiva, torna-se fundamental o entendimento de que, como uma unidade educativa, a 899
escola não se encontra isolada, mas inserida no contexto das políticas públicas. Nesse movimento, recebe influências dessas políticas e influencia-nas, tanto no âmbito de Secretarias, Ministérios, como na sociedade como um todo. Avaliação da instituição É importante ressaltar que a escola está inserida em um contexto burocrático do qual é dependente e constitui um dos determinantes das condições objetivas e subjetivas que perpassam as relações sociais de trabalho existentes em seu interior. Assim, as novas formas na organização do trabalho pedagógico necessitam também de mudanças nas condições institucionais. A escola, através das práticas desenvolvidas no seu interior, pode estar voltada quer para a transformação da realidade, quer para a manutenção da ordem vigente: tradicionalmente, a burocracia da escola direcionava-se para o saber fechado, pronto, acabado, não permitindo abertura ou prática reflexiva. Dessa forma, criar condições para a construção do PPP implica garantir a autonomia dos profissionais que se dedicam a esse processo de construção. Destarte, para ser autônoma, a escola necessita, além da liberdade garantida em legislação, das condições de recursos humanos, materiais e financeiros, e principalmente, da competência técnica e do compromisso profissional dos educadores. Objetivos A avaliação, entendida como processo de emissão de julgamentos sobre uma dada realidade, encontra-se diretamente associada ao PPP, com base na comparação de dados reais com parâmetros ou referenciais. Para Villas Boas (1998), a avaliação constitui a categoria do trabalho escolar que inicia e mantém o andamento adequado do PPP. Nesse sentido, definiu-se como objetivo da pesquisa avaliar o trabalho de alguns técnicos de escolas cuja gestão e organização da ação pedagógica estão baseadas em concepções democráticas, visando à construção coletiva/reflexiva do PPP. De modo mais específico, objetivou-se identificar as principais condições institucionais consideradas facilitadoras e nãofacilitadoras para a sua prossecução e efetivação. 900
Método A investigação é de natureza qualitativa e exploratória, foi realizada no período de março a dezembro de 2004. O caráter exploratório teve como objetivo de levantar as várias concepções de PPP que os membros das categorias técnico-pedagógicas das escolas desenvolveram a partir das suas experiências e práticas cotidianas. Sua formulação genérica visou permitir as variadas expressões da concepção de PPP que têm se constituído na prática dos trabalhadores da educação. Amostra A amostra se constituiu por membros das equipes técnicas das escolas - diretores, vicediretores e coordenadores pedagógicos, representantes de 7 escolas da Região Jaguaribana- Ceará-Brasil, perfazendo um total de 28 profissionais. Instrumentos Foram utilizados questionários com perguntas abertas e fechadas para identificação das condições institucionais percebidas como aspectos facilitadores ou não facilitadores da organização da prática pedagógica institucional. Nesse sentido, abordou-se a concepção dos profissionais sobre a construção do PPP, bem como acerca da prática pedagógica da escola; inquiriu-se, ainda, sobre a participação na elaboração do PPP; a articulação da gestão com os profissionais da escola e comunidade e as acepções relativas a uma gestão democrática. Resultados A maior parte das respostas da equipe técnica relacionou o PPP com aspectos da gestão escolar (53,6%). Assim, faz-se referência principalmente à idéia de que com o PPP se estabelecem os objetivos e metas da escola (48,8%), tem-se um instrumento de orientação das ações na escola assim como o envolvimento, integração e participação dos diversos segmentos e da comunidade. A posição predominante da equipe técnica (59%) é a de se colocar como liderança, coordenação e animação desse processo, ou seja, de estimular os profissionais nas instituições que atinjam os objetivos na unidade escolar. As respostas ao questionário sugerem que a equipe 901
técnica assuma o PPP não como processo, mas como instrumento de melhoria dos indicadores de eficiência e eficácia da escola, do cumprimento da legislação e dos prazos exigidos, ao invés de valorizar o processo: como elemento facilitador da reflexão contínua e sistematizada sobre a escola. A tentativa de identificar diferenças nas visões dos diretores, vices-diretores e coordenadores pedagógicos, através das respostas no questionário, mostraram-se infrutíferas. Há uma grande semelhança entre as respostas oferecidas pelos membros desses três segmentos escolares. Nessa perspectiva, ainda que 22% das respostas indiquem que cabe à equipe técnica avaliar /realizar o processo de acompanhamento do PPP, a outra questão, revela também, a visão de que a equipe diretiva cabe fazer as devidas correções: exercer a função de autoridade a quem compete zelar para que não haja desvios. Nestas condições se reforça uma avaliação individualista e voluntarista, baseada no maior ou menor envolvimento dos educadores no processo. Os resultados são considerados responsabilidade de cada unidade escolar e da equipe atuante. A responsabilidade maior está concentrada na autoridade do diretor escolar, já que a organização formal da Secretaria Municipal de Educação mantém o "caráter hierárquico da distribuição de autoridade" (Paro,1997), apesar da democratização sugerida no comunicado que orienta a formulação do PPP. O desafio que se coloca aos sistemas educacionais é o de modificar sua estrutura, deixando a rotina e a rígida hierarquia em favor de um maior dinamismo que permita preparar os indivíduos para que possam acessar os códigos culturais da modernidade, como indica o documento da CEPAL/UNESCO (1992). Para que se tenha uma escola de qualidade é preciso a sua transformação. Na última década do século XX, políticas educacionais recolocaram em pauta questões como a autonomia da escola (Romão, 2000; Silva, 1994; Girardi, 1994), associando-se à necessidade de mudança constante e rápida. Conclusão Nas escolas investigadas foram identificadas algumas condições institucionais significativas para a construção do PPP, com base em práticas coletivas, reflexivas e democráticas de trabalho. As condições institucionais identificadas e caracterizadas como fatores facilitadores e não-facilitadores, apontam algumas contradições existentes na questão da gestão escolar e organização do trabalho pedagógico, as quais dificultam a eficiência e a qualidade do trabalho; tais condições, portanto, necessitam ser superadas. 902
Vale destacar que as concepções de trabalho, baseadas nos princípios de hierarquização do saber e poder, e na divisão das tarefas entre os que elaboram e os que executam o trabalho, não mais atendem às exigências da sociedade atual. A inadequação dessas concepções é justificada pelo fato de que os princípios nos quais se baseiam não atendem às necessidades de democratização do saber no planejamento do trabalho, nem tampouco garantem a formação do cidadão consciente de seus direitos e deveres para uma atuação crítica com vistas à transformação social. Para que a construção do PPP seja realmente efetivada visando uma gestão mais democrática, torna-se necessário criar, na escola, condições para o desenvolvimento da ação educativa e uma estrutura de funcionamento prevendo espaços para reuniões pedagógicas entre os profissionais. Tal organização deve estar baseada em princípios coletivos e democráticos de tomada de decisões, contemplando a participação de todos. Além disso, é necessária que esteja garantido tempo institucional para os encontros periódicos entre os profissionais, tomando-se a devida atenção para que esse tempo não seja gasto, em sua maior parte, com questões burocráticas ou informativas, em detrimento dos aspectos essenciais do processo. Dessa forma, a escola estará, efetivamente, contribuindo para a constituição de um cidadão crítico e comprometido e, conseqüentemente, com a construção de uma sociedade mais justa e solidária. Bibliografia André, M. (2001). O projeto pedagógico como suporte para novas formas de avabliação. IN. Amélia Domingues de Castro e Anna Maria Pessoa de Carvalho (Orgs.). Ensinar a Ensinar. São Paulo. Boutinet, J. Antropologia do projeto. 5. ed. Porto Alegre: ARTMED, 2002. BRASIL. LDB: lei de diretrizes e bases da educação: lei nº 9.394/96. Gadotti, M., Romão, J. E. (orgs.). Autonomia da Escola: Princípios e Propostas. São Paulo: Cortez, 1997. Gandim, D. & Gandim, L.A. Temas para um projeto político pedagógico. Petrópolis: Vozes,2002. Krawczyk, N. R. A gestão escolar: um campo minado: análise das propostas de 11 municípios brasileiros. Educação & Sociedade, Campinas, SP, ano 20, n.67, p. 112-149, ago.1999. 903
Pimenta, S.G. A Construção do Projeto Pedagógico na Escola de 1 o. Grau. In: Série Idéias nº8. São Paulo: FDE/ Governo do Estado de São Paulo, 1992. Resende, L.M.G. & Veiga, I.P.A. (orgs). Escola: espaço do Projeto Pedagógico. 4ª edição. Campinas: Papirus, 2001. Saviani, D. Escola e Democracia: Polêmicas do nosso tempo. Campinas: Autores Associados, 1994. Vasconcellos, C. S. Planejamento: plano de aprendizagem e projeto educativo.são Paulo: Libertad,1995. Veiga, I.P A. (org.). Projeto político-pedagógico da escola. Campinas: Papirus, 1995. Veiga, I.P A. (org.). Escola: espaço do projeto político-pedagógico. 4ª. ed. Campinas: Papirus, 1998. 904