PARADIGMAS DE CORREÇÃO

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Transcrição:

QUESTÃO 01 DIREITO CIVIL A conversão do negócio jurídico está previsto no art. 170 do Código Civil: Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade. Por meio da conversão do negócio jurídico, aproveita-se o negócio jurídico nulo (negócio substituído), tendo-o por outro válido (negócio substituto), em manifestação do princípio da conservação do negócio jurídico. Ou seja, muito embora a nulidade do negócio substituído, é possível a produção de efeitos jurídicos que decorrem de negócio de tipo distinto do efetivamente desejado pelas partes. O primeiro aspecto a ser considerado para que a conversão do negócio jurídico seja operacionalizada é de que o negócio jurídico substituído deve ser nulo. Adotada esta premissa, há que se localizar o primeiro requisito (requisito objetivo), que é o da parte inicial do art. 170: o negócio jurídico nulo (negócio substituído) deve conter os requisitos do negócio jurídico substituto. O requisito objetivo demonstra que a conversão é figura jurídica que atua no plano da existência, permitindo a entrada no mundo jurídico do negócio originariamente nulo. O segundo requisito da conversão (requisito subjetivo) é a suposição de que as partes teriam querido celebrar o negócio substituto. Está contemplado na parte final do art. 170, no elemento do suporte fático supor o que teriam querido, que se refere à vontade hipotética das partes ou do declarante. Há que se perquirir o propósito prático das partes, para a finalidade de compor sua vontade hipotética direcionada ao segundo negócio jurídico. Pág. 1

QUESTÃO 02 DIREITO CIVIL Sim, o caso narrado permite concluir que a doação de Alice a Carlos deve ser restringida. As principais restrições à liberdade de doar são a vedação da doação universal, da doação inoficiosa, da doação em prejuízo dos credores (fraude contra credores) e da doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice. A restrição à liberdade de doar aplicável à doação de Alice a Carlos é denominada doação inoficiosa, prevista no art. 549 do Código Civil. Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. A doação inoficiosa é aquela que excede a parte disponível do patrimônio do doador com herdeiros necessários, invadindo a legítima, como disposto no art. 549 do Código Civil. Quesito 4: A consequência legal prevista é a da nulidade de parte da doação de Alice para Carlos, com a preservação da doação de Alice para Pedro, em que não há necessidade de redução em respeito à metade disponível. Pág. 2

PARADIGMA DE CORREÇÃO QUESTÃO 03 DIREITO EMPRESARIAL/COMERCIAL O defeito existente no negócio jurídico é a nulidade da cláusula que rege a participação dos sócios no resultado (item c do enunciado), uma vez que deles resta excluído Alberto. Ainda que se estabeleça remuneração a título de pro labore, esta não se confunde com a participação no resultado que é direito essencial de todo sócio. Identificação que há, no caso, nulidade. O fundamento legal da nulidade é o artigo 1.008 do Código Civil, que prevê: É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros das perdas. Pode ser igualmente considerado o fundamento doutrinário de que o direito à participação no resultado constitui elemento essencial do contrato de sociedade. Identificação de que a nulidade está na cláusula que rege a participação no resultado. Não pontua a resposta que indique a nulidade da cláusula em razão da participação no resultado em proporção diferente do percentual de quotas que detenha cada sócio, uma vez que tal hipótese é possível segundo o artigo 1.007 do Código Civil. Observa-se que, de resto, o ato descrito no enunciado deve ser considerado válido, devendo ser descontada outra nulidade apontada pelo candidato (deve ser descontado para cada outra nulidade/anulabilidade apontada de forma incorreta pelo candidato). Nesse sentido, esclarece-se: a) menor de idade emancipado pode exercer a administração da sociedade, uma vez que possui capacidade civil, que é requisito do artigo 972 do Código Civil para o exercício da atividade empresarial; b) o incapaz pode ser quotista de sociedade limitada, notadamente porque: (i) as quotas estão integralizadas, (ii) o incapaz está representado no ato; e (iii) o incapaz não exerce a administração da sociedade, conforme requisitos do artigo 974, 3º do Código Civil; c) as quotas sociais podem ser integralizadas através de dinheiro ou bens, neste último caso devendo os bens ser avaliados pelos próprios sócios, sem a necessidade de laudo pericial, nos termos do artigo 1.055, 1º do Código Civil; d) é válida a cláusula contratual que preveja a liberdade na alienação das quotas, sem que se observe o direito de preferência entre os sócios, nos termos do artigo 1.057 do Código Civil. Identificação do fundamento da nulidade (art. 1008 do Código Civil e/ou direito essencial do sócio à participação no resultado) Pág. 3

QUESTÃO 04 DIREITO TRIBUTÁRIO PARADIGMAS DE CORREÇÃO É devido ou não o imposto? A resposta deve ser afirmativa, mencionando os itens 21 e/ou 21.1 da Lista Anexa à Lei Complementar nº 116/2003. - Não há imunidade nem ofensa ao art. 150, VI, alínea a e 2º e 3º da Constituição Federal. - As pessoas que exercem atividade notarial não são imunes à tributação, porquanto a circunstância de desenvolverem os respectivos serviços com intuito lucrativo invocam a exceção prevista no art. 150, 3º da Constituição Federal. Quesito 4: - O recebimento de remuneração pela prestação dos serviços confirma, ainda, capacidade contributiva. Quesito 5: - A imunidade recíproca é uma garantia ou prerrogativa imediata de entidades políticas federativas, e não particulares que executem, com inequívoco intuito lucrativo, serviços públicos mediante concessão ou delegação, devidamente remunerados. Pág. 4

QUESTÃO 05 REGISTROS PÚBLICOS, DIREITO NOTARIAL E PROTESTOS DE TÍTULOS A escritura deve eleger qual a modalidade negocial (Compra e venda com dação em pagamento). Devem estar presentes os elementos essenciais do artigo 215 do Código Civil. 0,3 ponto (i) a assistência do menor Quesito 4: (ii) a procuração por instrumento público para o tio Quesito 5: (iii) a presença e a condição em que se faz presente a esposa do comprador Quesito 6: (iv) a referência expressa à condição resolutiva expressa Quesito 7: (v) selo digital Pág. 5

QUESTÃO 06 REGISTROS PÚBLICOS, DIREITO NOTARIAL E PROTESTOS DE TÍTULOS Devem estar presentes os elementos e requisitos dos artigos 54 da lei 6.015/73 bem como do artigo 101 da Consolidação Normativa Notarial e Registral (provimento 32/06 CGJ e suas atualizações). 1,5 ponto Não pode constar do registro o nome do suposto pai, nem menção ao fato de serem obedecidos os procedimentos da lei 8.560/92. Selo digital Pág. 6