ACORDAM os Desembargadores que compõem a Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.

Documentos relacionados
AGRAVO DE INSTRUMENTO N

DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGRAVO

APELAÇÃO CÍVEL Nº , DA 9ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA.

@ (PROCESSO ELETRÔNICO) ALCPV Nº (Nº CNJ: ) 2017/CÍVEL

TRIBUNAL DE JUSTIÇA VIGÉSIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL/CONSUMIDOR

Prof. Darlan Barroso. Caso Prático 2ª Fase OAB abril 2018

A C Ó R D Ã O. Agravo de Instrumento nº

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

AGRAVANTE: JILSAINE APARECIDA SOARES RELATOR: Juiz Gil Francisco de Paula Xavier Fernandes Guerra (Substituindo o Des.

DECISÃO (Fundamentação legal: artigo 557, caput, do CPC)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 10ª Câmara de Direito Privado

Desembargador Jeová Sardinha de Moraes 6ª Câmara Cível AC

A assinatura do autor por ANA LUCIA LOURENCO:7865 é inválida

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

(3) - 10ª Câmara Cível AI nº /2014 decisão - fl. 1

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

R E L A T Ó R I O O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL LÁZARO

AGRAVO N.º /03, DA DÉCIMA OITAVA VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA DES.ª VILMA RÉGIA RAMOS DE REZENDE

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FELIPE FERREIRA (Presidente sem voto), RENATO SARTORELLI E VIANNA COTRIM.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Superior Tribunal de Justiça

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RESERVA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. INSCRIÇÃO PERANTE A OAB SUSPENSA PREVENTIVAMENTE. VERBA DE CUNHO ALIMENTAR.

APELAÇÃO CÍVEL Nº , DE GUARAPUAVA 2ª VARA CÍVEL E DA FAZENDA PÚBLICA NÚMERO UNIFICADO:

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 4ª CÂMARA CÍVEL Relator: Desembargador SIDNEY HARTUNG

AGRAVANTE: BANCO FIAT S/A

Impetrado : Juiz de Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Porto Velho - RO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores EUTÁLIO PORTO (Presidente), VERA ANGRISANI E ROBERTO MARTINS DE SOUZA.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

APELAÇÃO CÍVEL Nº SOROCABA. APELANTES e reciprocamente APELADOS:

ANDRÉ ANDRADE DESEMBARGADOR RELATOR


PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 1ª Câmara de Direito Público

Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Quinta Câmara Cível

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO DÉCIMA QUINTA CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

Art Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:

O julgamento teve a participação dos Desembargadores GILBERTO LEME (Presidente), HUGO CREPALDI E DIMAS RUBENS FONSECA.

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro Vigésima Câmara Cível A C Ó R D Ã O

DEVIDAMENTE FUNDAMENTADA, NOS TERMOS DO ART. 557, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. DESPROVIMENTO DO RECURSO DE AGRAVO INTERNO. feps

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores LUIZ ANTONIO DE GODOY (Presidente), RUI CASCALDI E FRANCISCO LOUREIRO.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Décima Sexta Câmara Cível

BANCO BRADESCARD S A EDSON CARDOSO DO CARMO A C Ó R D Ã O

D E C I S Ã O M O N O C R Á T I C A

CÍVEL Nº COMARCA DE PORTO ALEGRE ROSINA ALIMENTOS LTDA.

PODER JUDICIÁRIO. Gabinete do Desembargador Orloff Neves Rocha PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº ( )

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 38ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO. Registro: ACÓRDÃO

CLEVERSON AUGUSTO FLORES BRUM. Vistos, relatados e discutidos os autos.

PARTE I ASPECTOS PROCESSUAIS GERAIS

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RESERVA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. INSCRIÇÃO PERANTE A OAB SUSPENSA PREVENTIVAMENTE. OFÍCIO CIRCULAR EMITIDO PELA

Gratuidade de Justiça deferida na sentença.

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Trata-se de recurso de agravo de instrumento com pedido de efeito suspensivo interposto por Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Paraná

Apelação Cível n , de Videira Relator: Des. Joel Dias Figueira Júnior

APELAÇÃO CÍVEL Nº RECUSA DE LIGAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. FUNDADA NA ALEGAÇÃO DE LOTEAMENTO IRREGULAR. IMPOSSIBILIDADE.

Superior Tribunal de Justiça

RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO PROCESSUAL

Superior Tribunal de Justiça

D E C I S Ã O M O N O C R Á T I C A

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 8785/2004 CLASSE II COMARCA DE SINOP APELANTE: BRASIL TELECOM S. A.

RIO GRANDE ENERGIA S A

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Poder Judiciário da União TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

Sumário PARTE I ASPECTOS PROCESSUAIS GERAIS

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Nº COMARCA DE PORTO ALEGRE A C Ó R D Ã O

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 24ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº ( ) COMARCA DE GOIÂNIA AGRAVANTE:

SEXTA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO Nº 55278/ CLASSE CNJ COMARCA DE PONTES E LACERDA

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

TURMA RECURSAL ÚNICA J. S. Fagundes Cunha Presidente Relator

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEDIDO LIMINAR. DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO PACTUADO CONTRATUALMENTE. CONTRATO BANCÁRIO. LIMITE DE 30%.

DECISÃO. (Fundamentação legal: artigo 557, caput, do CPC)

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (Ac. 3ª Turma) GMALB/arcs/AB/lds

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL. Órgão: 3ª Turma Cível. Processo N.: Apelação Cível APC. Apelante(s): JOSÉ VIEIRA DE SÁ

APELAÇÃO CÍVEL DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL - SERVIÇO DE APOIO À JURISDIÇÃO AMAURI DE OLIVEIRA SALES A C Ó R D Ã O

inconstitucionalidade de parte do tributo, sejam conferidos efeitos ex nunc à decisão.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

07ª Vara Federal de Execução Fiscal do Rio de Janeiro ( ) E M E N T A

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS EMENTA: CAUTELAR. EMPRÉSTIMO BANCÁRIO. PARCELAS. DESCONTO. CONTA CORRENTE. RAZOABILIDADE.

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Vigésima Primeira Câmara Cível

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

ACÓRDÃO SJCST Nº (Nº CNJ: ) 2013/CÍVEL

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Transcrição:

QUINTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0065370-67.2013.8.19.0000 6ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DA CAPITAL AGRAVO INTERNO AGRAVANTE: CARLOS JOSE VICTOR DEL GUERCIO AGRAVADA: RIOPREVIDÊNCIA RELATOR: DES. ANTONIO SALDANHA PALHEIRO FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. DECISÃO REJEITANDO A RESERVA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONTRATUAIS. AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO PELO PATRONO DA EXEQUENTE. DECISÃO, NA FORMA DO ARTIGO 557 DO CPC, NEGANDO SEGUIMENTO AO RECURSO. AGRAVO INTERNO. RECORRENTE QUE NÃO COMPROVOU A ANUÊNCIA DE SUA CLIENTE COM O DESCONTO DOS HONORÁRIOS CONTRATUAIS SOBRE A QUANTIA A SER PAGA PELO RÉU. AUSÊNCIA DA AUTORIZAÇÃO PRÉVIA ESTABELECIDA NO ART. 35, 2º, DO CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB. DECISÃO DE INDEFERIMENTO DE RESERVA DE HONORÁRIOS A QUAL DEVE SER MANTIDA. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO. VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno interposto no Agravo de Instrumento nº 0065370-67.2013.8.19.0000, em que é agravante CARLOS JOSE VICTOR DEL GUERCIO e é agravada RIOPREVIDÊNCIA. ACORDAM os Desembargadores que compõem a Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.

VOTO Trata-se de Agravo de Instrumento interposto por CARLOS JOSE VICTOR DEL GUERCIO contra decisão (indexador 5 do anexo 1) que, nos autos de processo em fase de cumprimento de sentença, indeferiu seu requerimento de reserva de honorários advocatícios contratuais. A propósito, cumpre colacionar a decisão atacada, ex vi: Trata-se de execução de sentença em que se objetiva pagamento de pensões vencidas no período de julho de 1989 até agosto de 2005. Já foi expedido precatório judicial para pagamento de pensões vencidas no período de julho de 1989 até junho de 1999 (fl. 298), restando apenas a complementação do precatório para inclusão das verbas no período de julho de 1999 a agosto de 2005. (...) Restou certificado à fl. 325 que os honorários contratuais não foram incluídos na planilha de cálculo que embasou a execução só tendo o advogado constituído requerido tal providência após expedição do referido precatório, razão porque se impõe o indeferimento do pedido de fls. 393/394. Assim cabe homologar os cálculos de fls. 434/440 que foram elaborados com base no título judicial que embasa a presente execução, expeça-se precatório complementar oficiando-se ao setor competente com cópia da presente decisão. Em suas razões recursais, o agravante sustentou que peticionou requerendo a juntada do contrato de honorários advocatícios antes da expedição do precatório judicial. Alegou que o requerimento de reserva de honorários de fls. 393/394 não possui relação com o precatório já expedido, e sim com novo precatório, pois se refere a cálculos do período de julho de 1999 a junho de 2005. Aduziu que a mencionada petição apresentou planilha de cálculos na qual já constava o valor relativo à reserva de honorários no percentual de 20%. Argumentou que o contador judicial elaborou os cálculos levando em conta somente os honorários sucumbenciais. Nas contrarrazões (indexador 21), o agravado, preliminarmente, arguiu a incompetência absoluta do juízo fazendário para a cobrança de honorários contratuais. Suscitou a falta de interesse recursal, pois o agravante recorreu, em nome próprio, postulando direito da autora, já que a expedição do precatório é em favor da demandante. No mérito, asseverou que a reserva de honorários não pode ser realizada, porquanto o contrato de honorários advocatícios foi celebrado em 10/09/2005, após a expedição do precatório. Salientou que o referido contrato não possui objeto, por ausência de menção a qual processo se refere. Ressaltou a necessidade de autorização da parte autora e de declaração desta informando o não pagamento da verba honorária, para ser determinada a reserva de honorários, conforme os arts. 22, 4º, da Lei 8.906/94, e 35, 2º, do Código de Ética da OAB.

Decisão deste Relator (indexador 28), negando seguimento ao recurso, desafiando o presente agravo interno (indexador 41), no qual o agravante asseverou que o valor dos honorários contratados merece ser pago diretamente ao advogado, pois este acostou aos autos o contrato de honorários antes da expedição do precatório, a teor do art. 22, 4º, da Lei 8.906/94. Afirmou que, antes do indeferimento do requerimento de reserva dos honorários, o patrono deveria ter sido intimado para apresentar a autorização do cliente quanto a essa forma de pagamento. Por fim, informou ainda não haver sido expedido o precatório complementar. É, em síntese, o relatório. Cinge-se a controvérsia em verificar se, no presente caso, cabe a reserva de honorários advocatícios contratuais em favor do patrono da parte exequente. O precatório judicial cuja expedição foi determinada a fls. 295 dos autos principais (indexador 41 do anexo) foi expedido sem a inclusão dos honorários advocatícios contratuais, pois a exequente não apresentou planilha de cálculo, segundo a certificação de fls. 325 dos autos principais (indexador 46 do anexo). A decisão agravada proferida pelo juízo a quo ressaltou que tal precatório se refere ao valor relativo às pensões vencidas no período compreendido entre os meses de julho de 1989 a junho de 1999. Por sua vez, no agravo de instrumento, o recorrente alegou que tal decisum indeferiu seu requerimento de fls. 393/394, com planilha de cálculos anexa, atinente à expedição de precatório complementar, em relação aos meses de julho de 1999 até junho de 2005. Sustentou, também, que promoveu a juntada do contrato de honorários advocatícios e da referida planilha antes da decisão recorrida, de modo a fazer jus à dedução do montante a ser recebido pelo constituinte, conforme o art. 22, 4º, da Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB). Entretanto, na procuração juntada por cópia (indexador 1 do anexo 1), relativa ao contrato de mandato judicial, celebrado, em 27/08/1991, entre a exeqüente e o agravante, não consta autorização para o desconto dos honorários profissionais contratados em relação a valores a serem entregues à parte autora, nem mesmo no próprio contrato. Verifica-se que o agravante apresentou, ainda, cópia de outras duas procurações (indexadores 41 e 132 fls. 404/405) outorgadas pela exequente, mas, em nenhuma delas, há a mencionada autorização, ressaltando-se, ainda, que existem cláusulas diferentes entre elas. Sobre a questão, assim decidiu esta Corte: AGRAVO INOMINADO, previsto no parágrafo primeiro do artigo 557 da Lei de Ritos. Decisão da Relatoria que negou seguimento a recurso de agravo, mantendo o decisum a quo que indeferiu o pedido de reserva dos honorários contratuais, com fundamento no 4º do artigo 22 da Lei Federal nº 8.906/94, bem como o requerimento de entrega da mesma verba à sociedade profissional de advogados.

Em que pese outrora controvertido, o E. Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Agravo Regimental no Precatório n.º 769/DF, firmou o entendimento de que os serviços advocatícios não se consideram prestados pela sociedade na hipótese em que a procuração não contém qualquer referência à mesma, impedindo, portanto, que o levantamento da verba honorária seja feito em nome da pessoa jurídica, hipótese dos autos, não tendo o contrato de honorários advocatícios pactuado muito tempo após o trânsito em julgado do decisum exequendo e da expedição e depósito do precatório judicial, o condão de afastar o entendimento de que a autora tenha contratado a pessoa física do advogado e não o escritório de advocacia que ora integra. Indeferimento, outrossim, do pedido de reserva dos honorários contratuais que merece ser mantido, por inexistir permissão da parte contratante para que tal cobrança se faça por meio de compensação ou desconto dos valores a serem percebidos no bojo da presente ação indenizatória, o que se afigura necessário, a teor do disposto no artigo 35, 2º do Código de Ética e Disciplina da OAB. Inexistência de fato novo a conduzir à modificação do decisum ora impugnado. Decisão da Relatoria mantida. Recurso desprovido". (TJRJ - 0010821-78.2011.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - DES. MARIA INES GASPAR - Julgamento: 30/03/2011 - DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL) Apelação. Direitos Processual e Civil. Contrato verbal de prestação de serviço de advocacia. O ônus da prova do valor contratado incumbe ao autor. Não demonstração de honorários estabelecidos no valor de R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais). Vedação de compensação ou desconto de honorários contratados sem prévia autorização ou previsão contratual. Desprovimento do recurso. (TJRJ - 0008918-38.2004.8.19.0037 -APELAÇÃO - JDS. DES. SERGIO SEABRA VARELLA - Julgamento: 16/08/2006 - DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL) DIREITO CIVIL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. RETENÇÃO. CONSEQUÊNCIA. O 2º, art. 35, do Código de Ética e Disciplina da OAB, dispõe, expressamente, que a compensação dos honorários advocatícios contratados e de valores que devam ser entregues ao constituinte só pode ocorrer se houver prévia autorização ou previsão contratual. No caso em tela, não há qualquer documento que comprove a aquiescência do cliente com o desconto da verba advocatícia de valores levantados judicialmente por seu patrono. Dessa forma, a retenção levada a termo unilateralmente pelo escritório-réu desvela-se irregular. Outrossim, a pretensão de recebimento de danos morais pela cooperativa-autora não encontra respaldo na melhor doutrina, vez que, tratando-se de pessoa jurídica de direito privado, indispensável a demonstração de ofensa e sua honra objetivar. Recursos desprovidos. (TJRJ - 0113237-05.2003.8.19.0001 - APELAÇÃO - DES. MARLAN MARINHO - Julgamento: 14/02/2006 - DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL)

Além disso, não é necessária a intimação do advogado para apresentar autorização da parte quanto à compensação ou desconto de valores a serem entregues ao constituinte, por ausência de previsão legal, sendo que, na espécie, os contratos já foram acostados aos autos. Portanto, a decisão de indeferimento de reserva de honorários há de ser mantida, na medida em que o recorrente não comprovou a anuência prévia de sua cliente com o desconto dos honorários contratuais sobre a quantia que deverá ser paga a ela, consoante o art. 35, 2º, do Código de Ética e Disciplina da OAB, e também não fez o requerimento de expedição de precatório no momento próprio. Ante o exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso. Rio de Janeiro, de de 2014. DESEMBARGADOR ANTONIO SALDANHA PALHEIRO Relator