Hipertireoidismo A doença decorre do excesso de hormônios (tiroxina -T4- e a triiodotironina -T3) produzidos pela tireoide. Esses hormônios são imprescindíveis para o metabolismo celular, funções cardíacas, gastrointestinais e neurológicas reprodutora e de crescimento celular. Os sintomas decorrem da hiperativação do metabolismo, o que gera tremores nas mãos, batimentos cardíacos acelerados (taquicardia), fadiga e cansaço fácil, perda de peso pela queima muscular, fome excessiva, diarreia ou aumento do número de evacuações, irritabilidade, agitação, ansiedade, insônia, olhos saltados (exoftalmia), irregularidade menstrual, bócio, suor excessivo e sensação de calor exagerado. As causas podem ser hereditária ou adquirida (bócio). A doença de graves é hereditária e se caracteriza pela produção de um anticorpo que estimula a produção hormonal. O bócio pode ter nódulos tireoideanos que produzem o hormônio tireoideano. Para diagnosticar o distúrbio, deve-se dosar os hormônios do sangue. O hormônio da hipófise que controla os hormônios tireoideanos estará baixo, enquanto T3 e T4 estarão elevados. O tratamento consiste em medicações que inibem a produção hormonal (metimazol e propiltiuracil), radioidoterapia (para destruir parte do tecido tireoideano) ou cirurgia para retirada da tireoide. Hipotireoidismo O hipotireoidismo decorre da baixa produção de hormônios pela glândula tireoide. A causa pode ser hereditária ( Tireoidite de Hashimoto) ou pela deficiência de iodo na dieta. Os sintomas decorrem do menor metabolismo e variam conforme o déficit. Nos quadros mais leves, o paciente pode ter poucos ou até nenhum sintoma, o que dificulta o diagnóstico. Se a disfunção é maior, os sintomas incluem cansaço, depressão, raciocínio lento, pele e cabelos ressecados, unhas quebradiças, prisão de ventre, fraqueza muscular, anemia, perda de apetite, aumento de peso (em torno de 3 a 5 Kg), intolerância ao frio, inchaço no rosto e nos membros inferiores, elevação do colesterol sanguíneo e, na mulher, irregularidades no ciclo menstrual e surgimento anormal de leite nas mamas. Nos recémnascidos o hipotiroidismo é mais grave, pois pode impedir o desenvolvimento do cérebro, além de provocar déficit de crescimento, deficiência mental irreversível e surdez, etc. O diagnóstico é feito dosagem sanguínea dos hormônios tireoideanos, que denota baixos níveis de T3 e T4. O hormônio da hipófise que controla os hormônios tireoideanos estará elevado. O tratamento é simples e requer a reposição hormonal (T4) de forma contínua. A Levotiroxina, hormônio de reposição, deve ser usada de preferência ao acordar, sempre no (011) 3053-6611
mesmo horário e com água. O paciente deve permanecer em jejum por pelo menos 30 minutos. Dislipidemias Consistem no aumento de lipídeos no sangue, principalmente o triglicérides e o colesterol. O colesterol é essencial para o organismo, uma vez que compõe a membrana das células, é precursor de hormônios, vitamina D e ácidos biliares. O excesso de colesterol no sangue é um dos fatores de risco para aterosclerose. A maior parte do colesterol circulante no sangue provém do fígado, sendo somente 30% decorrente da dieta. As gorduras saturadas do alimento contribuem para elevar o colesterol ruim no sangue. A molécula chamada LDL transporta o colesterol do fígado para o sangue e tecidos, enquanto a HDL o devolve para o fígado, onde ele será eliminado do organismo. Quando há excesso de LDL, há lesão dos vasos e deposição de gordura (placas de ateroma). O triglicéride também é uma gordura do sangue, cujo aumento está relacionado ao infarto agudo do miocárdio, derrame e pancreatite. Quanto mais alto os níveis de triglicérides, maior a quantidade de LDL pequeno, o qual penetra mais fácil na parede das artérias oxidando-a e provocando a placa de ateroma. As deslipidemias podem ter fator hereditário ou decorrer da dieta inadequada e do sedentarismo. O tratamento preventivo baseia-se na dieta equilibrada com muito antioxidante (vitamina E, C, betacarotenos e selênio). É essencial a prática de exercícios físicos, redução do peso e suspensão do fumo. Diabetes Mellitus Consiste na hiperglicemia (aumento dos níveis de glicose no sangue) decorrente da falta de produção ou da falta de ação (resistência) da insulina ( hormônio pancreático que permite a retirada da glicose do sangue para adentrar na célula). Existem dois tipos de diabetes: tipo 1 e tipo 2. O diabetes Tipo 1 (DM1) é uma doença auto-imune caracterizada pela destruição das células produtoras de insulina. O organismo não produz a insulina ou a produz em quantidades muito pequenas. É mais freqüente em pessoas com menos de 35 anos, mas pode surgir em qualquer idade. Os sintomas da hiperglicemia são: fome frequente, sede constante, vontade de urinar com frequência, perda de peso, fraqueza, fadiga, nervosismo, alteração de humor, náusea e vômitos. O tratamento baseia-se na administração da insulina continuamente. É necessária a aplicação diária da insulina para controlar os níveis de glicose no sangue. As altas taxas de (011) 3053-6611
glicose acumulada no sangue, com o passar do tempo, podem afetar os olhos, rins, nervos ou coração. A diabetes tipo 2 decorre da ineficácia na ação da insulina (resistência insulíncia), apesar de sua produção estar adequada. Isso pode ocorrer por falta de receptores para o hormônio, por exemplo. (resistência). A DM tipo 2 possui um fator hereditário maior do que no tipo 1. Além disso, há uma grande relação com a obesidade e o sedentarismo, principalmente após os 40 anos. O diabetes tipo 2 é cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo 1 e pode responder ao tratamento com dieta e exercício físico. Porém, muitas vezes são necessários medicamentos orais hipoglicemiantes. Como muitos dos diabéticos tipo 2 podem evoluir para o tipo 1, pode ser necessária insulina no tratamento. Os sintomas são: infecções frequentes, visão embaçada, dificuldade na cicatrização de feridas, formigamento nos pés e furunculose. Na gestação pode ocorrer alterações nos níveis de glicose sanguíneo, caracterizando a diabetes gestacional. Ela pode persistir ou desaparecer depois do parto. As complicações da diabetes decorrem de problemas com a irrigação sanguínea aos tecidos e o alto nível glicêmico. Isso gera glaucoma, catarata, insuficiência renal crônica, redução da sensibilidade das mãos e pés (neuropatia diabética), aterosclerose (acúmulo de placas de gordura nos vasos), infarto agudo do miocárdio, isquemia nos pés com necrose (falta de irrigação e morte tecidual). Síndrome dos ovários policísticos Caracteriza-se pela presença de cistos no ovários e distúrbios hormonais nas mulheres em idade reprodutiva. A menstruação é irregular (intervalos de 35 dias e menos de 8 ciclos por ano) ou até mesmo ausente por 4 meses ou mais (amenorreia). Os dias de menstruação são numerosos e de fluxo intenso.. Pode ocorrer aumento dos níveis de hormônios masculinos na mulher, o que gera excesso de pelos, bem como acne severa e calvície no padrão masculino. Não se sabe a causa da síndrome. O diagnóstico precoce diminui os riscos de diabetes mellitus tipo 2 e doenças cardíacas. Nota-se a presença de cistos no ovário ao ultrassom. Alguns fatores de risco para o aparecimento da síndrome são: excesso de insulina, resistência a insulina, histórico familiar, baixo peso ao nascer, aparecimento dos pelos pubianos precocemente, no início da puberdade). O Tratamento é feito com anticoncepcionais para regular o ciclo menstrual. Em alguns pacientes pode ser necessário reduzir os níveis de insulina (com uso de metformina) e reduzir andrógenos (hormônios masculinos). Em alguns casos é necessário o estímulo da (011) 3053-6611
ovulação (com clomifeno). É importante realizar uma dieta balanceada, atividades físicas e controlar o peso. Hiperadrenocorticismo (síndome de Cushing) Consiste em alterações provocadas pela exposição prolongada ao hormônio cortisol. Esse aumento pode ocorrer pela administração externa de cortisol (medicações para asma, doenças inflamatórias, artrite reumatoide, lúpus, etc) ou interna por disfunção glandular. A glândula hipófise produz um hormônio (ACTH) que estimula as glândulas adrenais a produzirem o cortisol. A disfunção glandular pode ocorrer por um tumor benigno (adenoma) na hipófise, que leva a elevada produção de ACTH, hiperestimulando a produção de cortisol pelas adrenais. Tumores nas adrenais são mais raros, mas também podem ocorrer. O aumento do cortisol leva a hiperglicemia, hipertensão, deposição de gordura na face e tronco, perda muscular principalmente nos braços e pernas, pele fina, irritabilidade, cansaço, insônia, aumento do apetite, aumento do volume urinário, sede, hirsutismo (nascem pêlos). O diagnóstico é feito através da sintomatologia associada a dosagem hormonal (cortisol basal e após aplicação de dexametasona) e tomografia/ressonância magnética). O tratamento dependerá da causa do hiperadrenocorticismo, se for medicamentosa, deve-se retirar gradativamente o fármaco que provocou o aumento do cortisol, caso seja pelo tumor na hipófise ou na adrenal, o tratamento é cirúrgico, associado ou não a medicações. Hipoadrenocorticismo (síndrome de Addison) Consiste em alterações provocadas pela deficiência o hormônio cortisol, hormônio produzido pelas adrenais. A deficiência pode ser primária, pela destruição auto-imune da adrenal ou secundária, pela destruição da adrenal por doenças (infecção viral, tuberculose, doença fúngica, auto-imune, trombose, tumor), hipoplasia da adrenal (doença congênita em que a adrenal é hipoplásica), alteração na síntese do hormônio ( medicamentos podem interferir, como: cetoconazol, mitotano, rifampicina, fenitoína, barbituratos). Os sintomas são: cansaço, fraqueza, perda de peso, anorexia, cólicas abdominais, náuseas, vômitos, diarreia e hipoglicemia em jejum. Pode ocorrer pressão baixa (hipotensão), diminuição da libido, amenorreia (ausência de menstruação), hiperpigmentação na pele e diminuição dos pelos pubianos e axilares. O diagnóstico depende da avaliação dos sintomas, exame físico, exames de sangue, testes hormonais, tomografia e ressonância magnética. O tratamento consiste na reposição (011) 3053-6611
do cortisol (prednisona ou prednisolona ou dexametasona). Em alguns caosos pode ser necessária a reposição de hormônios sexuais, uma vez que o precursor deles é o cortisol. (011) 3053-6611