ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA DA BIOESPUMA POLIURETANA DO PROJETO DE PRODUTO GASOLIMP COMO AGENTE COGERADOR DE ENERGIA

Documentos relacionados
Análise Termogravimétrica da Bioespuma Poliuretana do Projeto de Produto Gasolimp como Agente Cogerador de Energia

Lista de Exercícios. Data limite para entrega da lista: 14/09/2018

DA ESTABILIDADE TÉRMICA DE ÓLEOS VEGETAIS

INFLUÊNCIA DA REDUÇÃO DO TEOR DE ENXOFRE SOBRE AS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E NA ESTABILIDADE OXIDATIVA DO ÓLEO DIESEL

APLICAÇÃO DE MÉTODOS TERMOANALÍTICOS AOS MATERIAIS PMT 5872

Um dos grandes problemas mundiais é constante necessidade de geração de energia.

EFEITO DA TEMPERATURA NA DECOMPOSIÇÃO TÉRMICA DE RESÍDUOS PLÁSTICOS E DE BIOMASSA

Técnicas de Análises Térmicas (Thermal Analysis - TA) de Materiais

ANÁLISE TÉRMICA Sumário

CARACTERIZAÇÃO DE CANA BRAVA PARA PRODUÇÃO DE ENERGIA

BIODIESEL OBTIDO A PARTIR DE REJEITO DE GORDURA ANIMAL

AVALIAÇÃO ECONÔMICA DA UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DO PROCESSAMENTO DO CAFÉ COMO COMBUSTÍVEIS EM FORNOS ROTATIVOS DE CALCINAÇÃO

4 Resultados Experimentais

ESTUDO DO COMPORTAMENTO TÉRMICO DE DIFERENTES VARIEDADES DE CANA DE AÇÚCAR. Airton Juliano Damaceno

ESTUDO COMPARATIVO DAS PROPRIEDADES TÉRMICAS E MECÂNICAS DE COMPÓSITOS POLIMÉRICOS COM FIBRAS VEGETAIS

COMPARAÇÃO DA ESTRUTURA E REATIVIDADE DE CHARS OBTIDOS EM FORNO DTF E SIMULADOR DA ZONA DE COMBUSTÃO DO ALTO-FORNO

REVISIONAL DE QUÍMICA 1º ANO PROF. RICARDO

COMBUSTÃO DEFINIÇÃO COMBUSTÍVEL - COMBURENTE - TEMPERATURA

CPV seu pé direito também na Medicina

Química Aplicada. QAP0001 Licenciatura em Química Prof a. Dr a. Carla Dalmolin

Análises Térmicas. Sandra Maria da Luz

NOME: ANO: 2º ENSINO: MÉDIO TURMA: DATA: / / PROF(ª).: Luciano Raposo Freitas EXERCÍCIOS TERMOQUÍMICA QUÍMICA II (2º BIM)

Química Geral e Experimental II Termoquímica Resolução comentada de exercícios selecionados versão termo_v1_2005 Prof. Fabricio R.

3 Comportamento dos materiais compósitos em exposição a altas temperaturas

Energia para metalurgia

ENSAIOS TECNOLÓGICOS DE ARGILAS DA REGIÃO DE PRUDENTÓPOLIS-PR. Resumo: Introdução

USINA TERMOELÉTRICA...

Trabalho de Termodinâmica:

SOLDAGEM. Engenharia Mecânica Prof. Luis Fernando Maffeis Martins

6 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

Prof: Francisco Sallas

Composição. O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos leves, que, à temperatura ambiente e pressão atmosfé

CARACTERIZAÇÃO DA CASCA DE PEQUI (Caryocar Brasiliense Camb.) PARA SUA UTILIZAÇÃO COMO BIOMASSA

Energia para Metalurgia

ANÁLISE CALORIMETRICA, TERMOGRAVIMETRICA E ELEMENTAR DAS FOLHAS DO Bambusa vulgaris

Combustíveis e Redutores ENERGIA PARA METALURGIA

QUÍMICA 12.º ANO UNIDADE 2 COMBUSTÍVEIS, ENERGIA E AMBIENTE 12.º A

Estabilidade oxidativa do biodiesel de mamona com e sem a presença do cardanol

Propriedades da madeira para fins de energia. Poder Calorífico

PROMOVE NOÇÕES DA CADEIA DE PETRÓLEO 1 - INTRODUÇÃO AO PETRÓLEO

MOTORES TÉRMICOS AULA MISTURAS REAGENTES E COMBUSTÃO

A radiação terrestre e as concentrações de gases de efeito estufa resultam na intensificação do efeito que naturalmente já se processa na atmosfera

COMBUSTÃO COMBUSTÍVEL + COMBURENTE (O2)

COMBUSTÍVEIS. Diesel

EXERCÍCIOS DE REVISÃO P/ Avaliação 01/06

SÍNTESE DE POLIURETANAS A PARTIR DE POLIÉSTERES OBTIDOS DA GLICERINA

Análise Térmica Diferencial (DTA) Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)

INCINERAÇÃO DE RESÍDUOS

É uma representação quantitativa da oferta de energia, ou seja, da quantidade de recursos energéticos oferecidos por um país ou por uma região.

TERMOQUÍMICA. Prof. Neif Nagib.

Desenvolvimento de Materiais Híbridos com Aplicações Biomédicas. Prof. Joana Lancastre

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 18

Colégio João Paulo I. Questões complementares de Cinética Química. Prof. Cristiano Rupp

COMBUSTÍVEIS E REDUTORES

COLÉGIO DA POLÍCIA MILITAR

Curso Engenharia de Energia

Introdução. Definição

Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE PARECER DOS RECURSOS

02)Numa reação endotérmica, há [1] de calor, a entalpia final (produtos) é [2] que a entalpia inicial (reagentes) e a

ANÁLISE DE AMOSTRAS DE PETRÓLEO POR TERMOGRAVIMETRIA

ANÁLISE DA DEGRADAÇÃO E DO PODER CALORÍFICO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

FISP - FOLHA DE DADOS DE SEGURANÇA DO MATERIAL PELMD, PEBD e PEAD

COLÉGIO ESTADUAL DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS HUGO DE CARVALHO RAMOS ATIVIDADE COMPLEMENTAR. Escola de Civismo e Cidadania

Caldeiras Flamotubulares. Não apropriadas para combustíveis sólidos

ANÁLISE DAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E ESTUDO DA ESTABILIDADE TÉRMICA DO ÓLEO, BIODIESEL E DA MISTURA B10 DE DIESEL COM BIODIESEL DE ALGODÃO 1

TERMOQUÍMICA. 1 Fenômenos endotérmicos e exotérmicos

Petróleo. O petróleo é um líquido oleoso, menos denso que a água, cuja cor varia segundo a origem, oscilando do negro ao âmbar.

PREVENÇÃO, PREPARAÇÃO E RESPOSTA À EMERGÊNCIAS E DESASTRES QUÍMICOS

FICHA DE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA DE PRODUTOS QUÍMICOS

Combustão é uma reação química de óxido-redução entre um combustível e um comburente, sendo obtido calor (energia) e sub-produtos.

PROFESSOR: EQUIPE DE QUÍMICA

Avaliação e melhoria no processo de injeção de PEAD

14 COMBUSTÍVEIS E TEMPERATURA DE CHAMA

2º trimestre Sala de Estudo Química Data: 08/05/17 Ensino Médio 2º ano classe: A_B_C Profª Danusa Nome: nº

Quí. Monitor: Rodrigo Pova

QUÍMICA - 3 o ANO MÓDULO 18 ESTUDO DOS GASES

Principais fontes e combustíveis utilizados na geração de energia elétrica

METAIS COMO CATALIZADORES METAIS AMBIENTE E VIDA

Química C Extensivo V. 4

Comportamento Térmico dos Polímeros Parte 2

Semana 09. A queima do carvão é representada pela equação química:

Experiência 3: DETERMINAÇÃO DE CALOR DE REAÇÃO E DE CALOR DE SOLIDIFICAÇÃO

LISTA DE EXERCÍCIOS CIÊNCIAS

Joyci Camila da Silva (1,2), André Luiz Medeiros Ramos (3), Luiz Henrique Caparrelli Mattoso

TERMOQUÍMICA Folha 3.2 Prof.: João Roberto Mazzei 01- (ufrs-2004) Considere as seguintes reações, na temperatura de 25 C.

ANO: CURSO APS ( X ) DATA: 07/03/ , é correto afirmar que sua fórmula molecular é. a) CH 4. b) C 2H 4. c) C 2H 6. d) C 3H 6. e) C 3H 8.

CIÊNCIAS PROVA 3º BIMESTRE 9º ANO PROJETO CIENTISTAS DO AMANHÃ

Fotossíntese das plantas, o sol fornece energia

Energia para Siderurgia

Curso Engenharia de Energia

FONTE DE ENERGIA RENOVÁVEL. Prof.º: Carlos D Boa - geofísica

48 CONGRESSO BRASILEIRO DE CERÂMICA CURITIBA PR 29/06/04

CO2: Tecnologia de Captura em Sólidos Adsorventes

ROTEIRO DE ESTUDO III TRIMESTRE TERMOQUÍMICA. H = -70,09 kcal/mol

SIMULADO de QUÍMICA 2 os anos 2008 TODOS COLÉGIOS

ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS

USINA TERMOELÉTRICA DO NORTE FLUMINENSE,MACAE, RIO DE JANEIRO

Aula ao vivo de Biologia (22/7/2013) - Problemas Ambientais

CO2, CO, H2O, NO, SO2

Transcrição:

ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA DA BIOESPUMA POLIURETANA DO PROJETO DE PRODUTO GASOLIMP COMO AGENTE COGERADOR DE ENERGIA Juan Carlos Viñas Cortez Msc. em Meio ambiente Universidade Federal da Paraíba cortez.juancarlos@gmail.com Maio de 2009

1. INTRODUÇÃO Este trabalho apresenta o resultado dostestesfeitosparaanálisedecombustãodas substâncias que restaram impregnadas na esponja poliuretana biodegradável, decorrente da ação continuada dos hidrocarbonetos, após 35 dias de uso do Gasolimp, projeto de produto de um protetor biodegradável para bomba de gasolina e cogerador de Energia, colocado em uma bomba injetora de gasolina, no período de fevereiro a março de 2008, em um posto de gasolina da cidade de João Pessoa. Fig.1 Resíduos da bioespuma poliuretana com pedaços de tecido de algodão

2. Objetivos do Projeto Gasolimp Diagnosticar os principais agentes tóxicos decorrentes do manuseio da gasolina; Proporcionar aos trabalhadores segurança e proteção contra os riscos e ameaças à saúde; Minimizar os agentes poluidores do Meio Ambiente; Contribuir para o fortalecimento das exigências e normas de proteção ambiental de acordo com a legislação de Segurança e Saúde de Trabalho em vigor; Fortalecer as políticas de Gestão Ambiental estabelecidas pela CONAMA e Ministério do Meio Ambiente; Incentivar as Empresas para a promoção de programas de combate à toxidez ambiental; Contribuir para o desenvolvimento de tecnologias voltadas para a Cogeração de Contribuir para o desenvolvimento de tecnologias voltadas para a Cogeração de Energia.

2. Protetor Biodegradável para Bomba de Gasolina e cogerador de energia É confeccionado com um tecido absorvedor composto de fibras naturais de celulose. A bioespuma poliuretana apresentou excelentes índices de absorção dos resíduos tóxicos deixados pela gasolina, como: Monóxido de Carbono (CO) ;Hidrocarbonetos (HCS); Oxigênio (O); Nitrogênio (NO x ) e Enxofre (SO 2 ). Cálculos percentuais das substâncias extraídas da BIOESPUMA POLIURETANA nitrogenio; 8,54% enxofre; 9,76% Fig.2 carbono; 47,7% oxigênio; 29,1% hidrogênio; 4,88% C 13 H 16 O 6 N 2 S

3. Metodologia Mtdl As análises de termogravimetria i ecalorimetria i exploratória foram realizadas no LACOM (Laboratório da áreadepesquisaemcombustíveise Materiais) da Universidade Federal da Paraíba. Ambas análises utilizaram uma massa da amostra de aproximadamente 5,0 mg, com uma razão de aquecimento entre 10ºC/mim até 600ºC. A primeira análise usou uma porta amostra de platina em atmosfera de ar com 110 ml/min; a segunda utilizou uma porta amostra de platina em atmosfera de oxigênio com 1400 KPa de pressão.

4. Análise e discussões Na Fig.3 observam-se três transições; a primeira refere-se ao processo endotérmico com temperatura de pico de 70.89 C e os outros dois, ao processo exotérmico com temperatura de pico de 334.44 e 460.26 C, acredita-se que o primeiro i evento seja atribuído tib avolitização da gasolina e o restante dos eventos a queima do polímero (bioespuma + tecido). Observa-se que a partir dos 200 C inicia-se o processo de combustão liberando energia. Fig.3 Curva da análise térmica diferencial (DTA)

5. Análise e discussões Observamos na Fig.4, cinco (5) elementos de perda de massa, na qual a primeira corresponde ao processo de volatilização da gasolina em torno de 20% corroborando com pico de DTG 64,51 C eoseventosrestantes da bioespuma correspondem a combustão com perda de massa aproximada 13%, 41%, 5% e 18 %. Estes eventos corroboram com o segundo e terceiro picodemonstradonafig.3.restandoumresíduodemassade3,58%de massa. Fig. 4 Curva Termogravimétrica do polímero e tecido de algodão

5. Análise e discussões Na Fig. 5 e Fig. 6 as análises de calorimetria exploratória diferencial pressurizada (PSDC) apresentam três transições exotérmicas: a primeira, atribuída a combustão da gasolina (TP de 228.54 C ); a segunda e terceira corresponde ao biopolimero em 264.,8 C e 549,84 C. Observa-se que a gasolina é o primeiro agente de combustão da bioespuma, logo após, inicia-se o processo de combustão da bioespuma de forma gradual e lenta com temperatura de pico de 264,58 C liberando 3.584 J/gr. Provavelmente, nessas duas etapas ocorreu a queima do material acima de 96 % da bioespuma e do tecido do produto. Fig.5 Curva PDC Dinâmica do polímero

5. Análise e discussões Observamos na Fig.6 uma transição exotérmica em fração de minutos entre o intervalo de 46,2 minutos a 46,5 minutos, correspondendo à queima do resíduo da bioespuma, liberando uma energia de 1,600 J/g. Fig.6 Curva DSC Isotérmica do Biopolimero

Conclusão As análises termogravimétricas realizadas apresentaram resultados bastante satisfatórios quanto ao teor de combustão e de queima do produto, apresentando um resíduo no valor de 3% em função da massa diagnosticada. Como também verificada na análise de PDSC que o processo de queima da bioespuma uma liberação de energia de 5184 J/g. Em suma os resultados obtidos demonstram que o produto Gasolimp (Bioespuma Poliuretana) é um Cogerador de Energia altamente viável como agente de desenvolvimento e fonte energética.

Processo Cogeração de Energia: Projeto Gasolimp (estágio 1) Abastecimento Derrama se entre 5 e 8gotasde gasolina por abastecimento Retenção na bioespuma Gasolimp Absorção: monóxido de carbono; hidrocarboretos; oxigênio; nitrogênio; enxofre.

Processo Cogeração de Energia: Projeto Gasolimp (estágio 2) Absorção Tempo de Prevenção Qualidade d de vida; exposição na toxicológica; Melhores condições bomba de Riscos de trabalho. gasolina: 30 dias ocupacionais.

Processo Cogeração de Energia: Projeto Gasolimp (estágio 3) Destino Processo de revitalização Transformação dos resíduos com características de combustão Processo de adequação; tit triturado; Transformado em pequenos pedaços e compactado.

Processo Cogeração de Energia: Projeto Gasolimp (estágio 4) Substituição do carvão vegetal Ui Usinas Fábricas Combustão em mais de 200º C Cogerador de Energía CDR

Quanto à Legislação Ambiental: Atendimento das normas de Proteção Ambiental Segurança; Saúde no Trabalho. Diminuição dos agentes contaminantes Desenvolvimento de tecnologías para Produção energética CDR

Agradecimentos LACOM (Laboratório da área de pesquisa em Combustíveis e Materiais) da Universidade Federal da Paraíba Brasil. À BAYER Ag. em Leverkusen /Alemanha AO BANCO DO NORDESTE, Sede João Pessoa Ao CETESB São Paulo. Ao CNPq À Conexão SEBRAE-PB. À CINEP / Companhia Industrial do Estado da Paraíba. Universidade de Brigham Young em Provo Utah USA; Á FUNDACENTRO São Paulo; Á FIEP Federação das Indústrias do Estado da Paraíba. Ao INSTITUTO EUVALDO LODI IEL Paraíba. Ao INPI Instituto Nacional de Propriedade Industrial, João Pessoa. Ao IMETRO João Pessoa; Ao MINISTÉRIO DO TRABALHO Sede João Pessoa Ao MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE DF Brasília; À RÁDIO CBN estadual e CBN Nacional; Tabajara; Correio; SEBRAE / PB e SEBRAE - Nacional São Paulo. À PETROBRÁS Setor de Segurança e qualidade dos produtos. Ao SINPOSPETRO-PB À UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA. A todos os Trabalhadores Gerentes, operadores de Bomba de gasolina.