BANQUE PRIVÉE ESPÍRITO SANTO S.A. Sucursal em Portugal



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Transcrição:

BANQUE PRIVÉE ESPÍRITO SANTO S.A. Sucursal em Portugal Disciplina de Mercado Relatório Anual de Divulgação 2009

2 ÍNDICE NOTA INTRODUTÓRIA...4 1 DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE...5 2 ÂMBITO DE APLICAÇÃO E POLÍTICAS DE GESTÃO DE RISCO...6 2.1 Banque Privée Espírito Santo, S.A. Sucursal em Portugal, Banque Privée Espírito Santo, S.A. Suíça e Espírito Santo Financial Group SA: Identificação do Grupo e suas origens...6 2.2 Perímetro e Base de Consolidação para Efeitos Contabilísticos e Prudenciais...8 2.3 A Função de Risco...8 2.3.1 Enquadramento Geral, Organização da Função de Gestão de Riscos8 2.3.2 Estratégias...10 3 adequação de capitais...13 3.1 Informação qualitativa...13 3.2 Informação Quantitativa...14 4 RISCO DE CRÉDITO DE CONTRAPARTE...16 4.1 Determinação do Valor em Risco...16 4.2 Processo de Aprovação e Controlo...16 5 RISCO DE CRÉDITO...16 5.1 Definição e Métodos...16 5.2 Correcções de Valor e Provisões...20 5.3 Risco de Concentração...21 5.4 Informação Quantitativa...22 6 TÉCNICAS DE REDUÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO...23 6.1 Enquadramento Geral...23 6.2 Informação Quantitativa...24 7 OPERAÇÕES DE TITULARIZAÇÃO...24 8 RISCOS DE POSIÇÃO, DE CRÉDITO DE CONTRAPARTE E DE LIQUIDAÇÃO DA CARTEIRA DE NEGOCIAÇÃO...25 8.1 Metodologias e avaliação...25 9 RISCOS CAMBIAL E DE MERCADORIAS DAS CARTEIRAS BANCÁRIA E DE NEGOCIAÇÃO...25 9.1 Metodologias...25 10 POSIÇÕES EM RISCO SOBRE ACÇÕES DA CARTEIRA BANCÁRIA...26 10.1 Enquadramento Geral...26

3 11 RISCO OPERACIONAL...26 11.1 Enquadramento Geral...26 11.2 Informação Quantitativa...29 12 RISCO DE TAXA DE JURO NA CARTEIRA BANCÁRIA...29 12.1 Metodologias...29 12.2 Informação Quantitativa...30

4 NOTA INTRODUTÓRIA Com a implementação das medidas preconizadas no Acordo de Basileia II, é pedido às Instituições Bancárias que assegurem, em coerência com um objectivo de transparência da sua actividade, a divulgação de informação ao público de um conjunto de elementos materiais de informação, nomeadamente os relativos à sua capitalização, à adequação dos seus fundos próprios, à sua exposição a determinados tipos de risco, e à sua estrutura de monitorização e gestão de riscos. Trata-se do designado Pilar III do Acordo referido, que abarca a Disciplina de Mercado, e que em Portugal se encontra enquadrado pelos nº 1 do Artigo 29º do Decreto-Lei nº 104/2007 de 3 de Abril, regulamentado pelo Aviso 10/2007 do Banco de Portugal. Seguindo o principio da materialidade, o Grupo Espírito Santo, por referencia à Espírito Santo Financial Holding, procede à divulgação da informação, em base consolidada para o Grupo, a qual se encontra permanentemente disponível na área Investor Relations do site da ESFG (www.esfg.com). O Banque Privée Espírito Santo, S.A., enquanto parte do Grupo ESFG, é objecto de avaliação a nível consolidado, no âmbito da supervisão em base consolidada exercida pelo Banco de Portugal. A sua Sucursal em Portugal (Banque Privée Espírito Santo, S.A. Sucursal em Portugal, adiante BPES Portugal) é supervisionada a nível individual pelo Banco de Portugal, atendendo às suas características de Sucursal de Instituição de Crédito com Sede fora da União Europeia. A presente informação reporta-se ao final do exercício de 2009 do BPES Portugal, e estará disponível no site do Banco em www.espiritosanto.pt.

5 1 DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE Tendo por referência o disposto no Anexo I Declaração de Responsabilidade do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2007, os Gerentes do Banque Privée Espírito Santo, S.A. Sucursal em Portugal, declaram e certificam que: 1. No presente documento Disciplina de Mercado, elaborado com referência ao final do exercício de 2009, foram diligenciados e desenvolvidos todos os procedimentos considerados necessários à divulgação pública de informação. Mais certificam que, tanto quanto é do seu conhecimento, a informação divulgada neste documento é verdadeira e fidedigna. 2. É adequada a qualidade da informação divulgada no presente documento, comprometendo-se os Gerentes a divulgar, tempestivamente, quaisquer alterações significativas que ocorram ao longo do exercício subsequente àquele a que o presente documento Disciplina de Mercado se refere. 3. Que a informação apresentada neste documento estará acessível ao público em geral, pela divulgação deste documento no site do Banco em www.espiritosato.pt, e 4. Os Gerentes confirmam, para os devidos efeitos, e nos termos do mencionado no Aviso nº 10/2007 (nº 2 do Anexo I), que a informação constante do presente documento, divulgada com referencia ao final do exercício de 2009, não sofreu no exercício subsequente de 2010 da influência de eventos passíveis de serem considerados factos relevantes. Lisboa, 27 de Outubro de 2010 Banque Privée Espírito Santo, S.A. Sucursal em Portugal Os Gerentes Bernardo Holstein Guedes José Pedro Castanheira

6 2 ÂMBITO DE APLICAÇÃO E POLÍTICAS DE GESTÃO DE RISCO 2.1 BANQUE PRIVÉE ESPÍRITO SANTO, S.A. SUCURSAL EM PORTUGAL, BANQUE PRIVÉE ESPÍRITO SANTO, S.A. SUÍÇA E ESPÍRITO SANTO FINANCIAL GROUP SA: IDENTIFICAÇÃO DO GRUPO E SUAS ORIGENS O Banque Privée Espírito Santo, S.A. Sucursal em Portugal (adiante também designado por BPES-S ou Sucursal ), é uma instituição de crédito, cuja actividade em Portugal é desenvolvida ao abrigo de autorização do Ministro de Estado e das Finanças. O Banco encontra-se registado junto do Banco de Portugal (código de instituição 0186). O quadro regulamentar aplicável é o de Instituição de Crédito de País Terceiro, que reflecte tratar-se de sucursal de instituição de crédito com sede em país não-membro da União Europeia. Para além da actividade bancária para a qual obteve a autorização referida, está registado para o exercício de actividades associadas à guarda de valores, recepção e transmissão de ordens e gestão de carteiras por conta de outrem junto da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (instituição nº 323). A Sucursal iniciou a sua actividade em 11 de Janeiro de 2008. A supervisão bancária em base individual compete ao Banco de Portugal. Paralelamente, está sujeita a uma supervisão consolidada por parte da autoridade de supervisão Suíça (FINMA Autorité Fédérale de Surveillance des Marchés Financiers) e o Banco incluído no perímetro de supervisão consolidada, exercido pelo Banco de Portugal, relativamente à Espírito Santo Financial Group. O Banque Privée Espírito santo, S.A. é uma Instituição de Crédito autorizada ao abrigo da lei suíça, com Sede Social no número 70a Avenue General Guysan, Pully, Suíça. A origem do Banco remonta a 11 de Janeiro de 1977, data em que foi concedia à Família Espírito Santo, enquanto accionistas, uma Licença para uma société financière à caractère bancaire, isto é, a autorização para a constituição de uma Sociedade Financeira, à data designada Compagnie Financière Espírito Santo S.A.. O objecto da Sociedade excluía a recepção de depósitos junto do público, mas incluía a capacidade de conceder crédito e, igualmente, a negociação em valores mobiliários, o aconselhamento financeiro, gestão de carteiras e registo e depósito de valores mobiliários. Por força de alterações legislativas verificadas na Suíça, que entraram em vigor em 1 de Janeiro de 1995, a Compagnie Financière transformouse, findo um período transitório que terminou em 24 de Abril de 1997, em négociant en valeurs mobilières.

7 Em 1998, o Conselho de Administração da Sociedade decidiu requerer uma licença bancária, concedida em 26 de Agosto de 1999, pelo que em 28 de Setembro desse ano a sociedade financeira transformou-se em Banco, e alterou a denominação social para Compagnie Bancaire Espírito Santo, S.A.. Por ocasião da passagem do seu 30º Aniversário, em Janeiro de 2007, e para melhor reflectir a sua actividade, a designação social alterou-se para Banque Privée Espírito Santo. S.A.. O capital da Banque Privée Espírito Santo é integralmente detido, directa e indirectamente, pela Espírito Santo Financial Group S.A.. A Espírito Santo Financial Group SA, com sede no Luxemburgo, é a sociedade holding de participações sociais no sector financeiro do Grupo Espírito Santo. A sua actividade centra-se em Portugal, onde está localizada a maior parte dos seus investimentos. O grupo de empresas financeiras que compõem o Grupo ESFG está articulado de forma a fornecer à sua clientela uma gama completa e diversificada de serviços, nomeadamente na área de banca comercial, banca de investimento, gestão de activos, seguros e saúde, tanto em Portugal como internacionalmente. As actividades de banca comercial e de investimento são conduzidas, maioritariamente, pelo BES e pelo BESI. A gestão de activos e o private banking são levados a cabo pela Espírito Santo Activos Financeiros S.G.P.S., S.A. (ESAF), pelo Banque Privée Espírito Santo, S.A. (BPES), na Suiça, e pelo ES Bankers (Dubai) Limited, no Dubai. Na área dos seguros o negócio é conduzido fundamentalmente pela Companhia de Seguros Tranquilidade, S.A., pela T-Vida Companhia de Seguros, S.A., pela AdvanceCare - Gestão e Serviços de Saúde, S.A. e pela Seguros LOGO, S.A., que actuam através de agentes e outros canais. A área de bancassurance é assegurada pela BES Vida, Companhia de Seguros, S.A. e pela BES Seguros, Companhia de Seguros, S.A.. Adicionalmente, a ESFG tem uma participação no sector da saúde através da Espírito Santo Saúde, S.G.P.S., S.A. ( ESS ). A ESS opera nas seguintes áreas da prestação de cuidados de saúde: unidades hospitalares, clínicas ambulatórias, hospitais residenciais e residências para a população sénior.

8 2.2 PERÍMETRO E BASE DE CONSOLIDAÇÃO PARA EFEITOS CONTABILÍSTICOS E PRUDENCIAIS De acordo com a legislação em vigor, nomeadamente o exposto no regulamento CE nº 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho de 2002, na sua transposição para a legislação portuguesa através do Decreto-Lei nº 35/2005 de 17 de Fevereiro e do Aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal, as Demonstrações Financeiras do Banque Privée Espírito Santo Sucursal em Portugal foram preparadas de acordo com as Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), tal como definidas pelo Banco de Portugal. As NCA traduzem-se na aplicação às demonstrações financeiras individuais das Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) tal como adoptadas na União Europeia, com excepção de algumas matérias reguladas pelo Banco de Portugal, como a imparidade do crédito a clientes. Os IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards Board (ISB) e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Commitee (IFRIC), e pelos respectivos órgãos antecessores. As políticas contabilísticas utilizadas pelo Banco na preparação das suas demonstrações financeiras referentes a 31 de Dezembro de 2009 são consistentes com as utilizadas na preparação das demonstrações financeiras anuais com referência a 31 de Dezembro de 2008. Para efeito deste documento, a informação refere-se à actividade do Banque Privée Espírito Santo, S.A. Sucursal em Portugal, que à data de referência era exercida a partir das suas instalações em Lisboa. 2.3 A FUNÇÃO DE RISCO 2.3.1 ENQUADRAMENTO GERAL, ORGANIZAÇÃO DA FUNÇÃO DE GESTÃO DE RISCOS Os Responsáveis pela função de Gestão dos Riscos são parte integral da política de gestão. As suas tarefas e responsabilidades encontram-se definidas no Regulamento Geral de Organização, em referência às exigências impostas pela Circular 2008/24 Surveillance et Controle Interne de l Autorité Féderale de Surveillance dês Marches Financiers (FINMA), e Aviso do Banco de Portugal nº

9 5/2008. Esta função é exercida no âmbito do Controlo de Riscos do Banco, envolvendo a análise global do Banco, e das unidades individualmente consideradas (Sede, actividade exercida a partir da Suíça e Sucursal em Portugal). As referências feitas ao Banco devem assim ser entendidas como reflectindo a abrangência da análise a estas três dimensões: Risco Global da Instituição e Riscos Individuais da Sede e da sua Sucursal em Portugal. São atribuições do Responsável pela Função: 1. Assegurar a aplicação efectiva do sistema de gestão de riscos, através do acompanhamento contínuo da sua adequação e eficácia, bem como da adequação e da eficácia das medidas tomadas para corrigir eventuais deficiências desse sistema; 2. Monitorar o perfil de risco em que a Sucursal e o Banco incorrem, fornecendo as informações necessárias ao controlo dos riscos e à elaboração das bases em que assenta a política de risco do Banco. Neste desígnio, organiza e põe em prática adequados sistemas de controlo dos riscos e adapta-os em função de novas actividades e produtos. 3. Prestar aconselhamento à Gerência da Sucursal e ao Comité Executivo e elaborar e apresentar a estes e ao Comité de Auditoria um relatório, de periodicidade pelo menos anual, relativo à gestão de riscos, indicando se foram tomadas as medidas adequadas para corrigir eventuais deficiências. Compete aos Responsáveis monitorar o perfil de risco em que o Banco incorre, fornecendo as informações necessárias ao controlo dos riscos e à elaboração das bases em que assenta a política de risco do Banco. Neste desígnio, organizam e põem em prática adequados sistemas de controlo dos riscos e adapta-os em função de novas actividades e produtos. O Banco mantém um processo de identificação dos riscos, internos e externos, que, em relação a cada categoria de riscos, sejam susceptíveis de afectar a sua capacidade para implementar a estratégia ou atingir os objectivos definidos, aprovada pelo seu órgão de administração. Os princípios base que a seguir se enunciam, são observados pelos Responsáveis, na proporção da dimensão, natureza e complexidade das actividades do Banco: 1. Controlo dos riscos da actividade da instituição, nomeadamente os riscos de crédito, de mercado, de taxa de juro, de taxa de câmbio, de liquidez, de compliance, operacional, de sistemas de informação, de estratégia e de

10 reputação, bem como todos os outros riscos que, em face duma situação concreta, se possam revelar materiais; 2. Validar com alto grau de segurança que o Banco possui condições para assegurar a manutenção de uma completa, fiável e tempestiva informação contabilística e financeira, permitindo uma adequada avaliação dos activos e das responsabilidades, nomeadamente para o efeito de constituição de provisões. 2.3.2 ESTRATÉGIAS Na política de gestão de riscos são estabelecidos os seus objectivos globais e específicos para cada área funcional, no que respeita ao perfil de risco e ao seu grau de tolerância face do risco, sendo a mesma revista periodicamente. Neste âmbito, a Gerência da Sucursal propõe ao Comité Executivo uma política de risco, a qual é validada no seu perfil e consonância com as orientações emanadas do Conselho de Administração. São estabelecidos procedimentos para alcançar aqueles objectivos sistematizando as tarefas que deverão ser desempenhadas por cada função, que asseguram, de forma tempestiva, a prevenção de situações não desejadas ou não autorizadas e a detecção dessas situações quando, não obstante os procedimentos de prevenção, as mesmas possam ocorrer. A realização de verificações e reconciliações periódicas, com vista à autenticidade e validade das operações registadas. A adopção imediata de medidas correctivas, na ocorrência de situações não desejadas. O Responsáveis asseguram a criação de procedimentos, com vista ao seu planeamento das acções de gestão de riscos, designadamente quanto à abrangência do processo de identificação e monitorização aos processos, actividades e produtos, e tendo presente a regular validação da abrangência do modelo de hierarquização de riscos (no espírito do Modelo de Avaliação de Riscos), que deve identificar os riscos mais relevantes para a actividade. O sistema de gestão de riscos tem influência activa nas tomadas de decisão do órgão de administração e nos órgãos executivos, estando estabelecida a independência da função. Trimestralmente o Conselho de Administração, enquanto

11 responsável máximo pela actividade avalia o relatório do Risk Manager sobre esta matéria, o qual engloba a actividade da Sucursal em Portugal. O acompanhamento dos riscos julgados relevantes é efectuado por reflexo às seguintes variáveis: Risco de crédito No âmbito da sua actividade, o Banco pode conceder aos seus clientes crédito e garantias, essencialmente com garantias. Na área de gestão de tesouraria, o Banco estabeleceu uma lista de correspondentes autorizados, constituída somente por instituições de primeira classe. A gestão do risco de crédito segue critérios rigorosos de margens de cobertura, de repartição, de qualidade dos devedores e medidas colaterais. Os limites são aceites em função dos diversos níveis hierárquicos de competência. Os colaterais são avaliados ao preço do mercado, ponderados pelas margens definidas pelo tipo de investimento pela Gerência. O Rácio de Cobertura por Garantias atribuído pode ser adaptado por decisão do Comité de Créditos, para prevenção e reacção ao desenvolvimento dos mercados A adequação das margens é periodicamente verificada pelo Departamento de Crédito, sob a supervisão do Comité de Crédito. Empréstimos não colateralizados ou insuficientemente colateralizados são revistos mensalmente por este Comité, onde são decididas as provisões individuais apropriadas aos montantes em dívida. O Comité tem o poder de executar o colateral, ou parte dele, se o cliente não exercer as suas obrigações para com o Banco. Risco de Mercado As posições sobre divisas e sobre títulos destinados ao negócio representam o essencial dos ricos de mercado. Estas são sujeitas a um sistema de limites diários, que dá origem a controles regulares por responsáveis não operacionais que informam periodicamente a Gerência. O Banco cobre integralmente o risco cambial. Em função do volume limitado destas operações, o Banco aplica um método simplificado para o cálculo das exigências relativamente aos fundos próprios. Risco de taxa de juro Devido à estrutura dos seus activos e ao seu refinanciamento, o Banco está pouco exposto ao risco de variações de taxa de juro.

12 Os riscos de variações de taxas são periodicamente avaliados com a ajuda da análise dos Gaps e de simulações de variações de taxa. Risco de Liquidez O Risco de Liquidez advém da incapacidade potencial de financiar o activo satisfazendo as responsabilidades exigidas nas datas devidas e da existência de potenciais dificuldades de liquidação de posições em carteira sem incorrer em perdas significativas. O Controlo dos níveis de liquidez tem como objectivo manter um nível satisfatório de disponibilidades para fazer face às necessidades financeiras no curto, médio e longo prazo. Para avaliar a exposição global a este tipo de risco são elaborados relatórios que permitem não só identificar os mismatchs negativos, como efectuar a cobertura dinâmica dos mesmos. Adicionalmente é também realizado um acompanhamento por parte do Banco dos rácios de liquidez de um ponto de vista prudencial, calculados segundo a Instrução nº 13/2009 do Banco de Portugal. Em 31 de Dezembro de 2009 o rácio de liquidez era de 102% Risco Operacional O Risco operacional é definido como o risco de perdas directas ou indirectas resultantes de procedimentos inadequados, factor humano ou eventos externos. Este risco está controlado por um sistema interno de regras e directivas de controlo e organização na dependência de um responsável pelo controlo de riscos ( Risk Manager ). O Departamento de Auditoria Interna monitoriza regularmente este sistema de controlo e reporta os resultados à Gerência e à Administração, via Comité de Auditoria. Risco de Sistemas de Informação O Banco obteve a certificação SAS70, que garante a fiabilidade do seu sistema informático. Adicionalmente, o plano de continuidade de negócio garante a mitigação deste risco, sendo efectuados testes regulares, por forma a validar a eficácia das soluções implementadas, que visam garantir a salvaguarda de dados, e a continuidade da actividade, face a situações de contingência. Compliance e Risco Jurídico O Departamento de Compliance e o Departamento Jurídico asseguram que o Banco segue as regras e os regulamentos em vigor, assim como asseguram que está em

13 consonância com os princípios de due diligence que obrigam os Intermediários Financeiros. Asseguram ainda que as directivas internas estão de acordo com regulamentos e provisões legais. 3 ADEQUAÇÃO DE CAPITAIS 3.1 INFORMAÇÃO QUALITATIVA De acordo com o definido no Aviso nº12/1992 do Banco de Portugal, o capital regulamentar é composto pelos fundos próprios de base (Tier 1) e pelos fundos próprios complementares (Tier 2), que formam em conjunto os fundos próprios totais. Os fundos próprios totais são utilizados no cálculo do rácio de solvabilidade. O enquadramento regulamentar do cálculo dos requisitos de fundos próprios pode ser feito como segue: O Aviso nº5/2007 do Banco de Portugal define as regras de cálculo dos requisitos de capital regulamentar para os riscos da carteira bancária; O Aviso nº8/2007 do Banco de Portugal define as regras de cálculo dos requisitos de capital regulamentar para os riscos de mercado; e O Aviso nº9/2007 do Banco de Portugal define as regras de cálculo dos requisitos de capital regulamentar para o risco operacional. Esta abordagem é semelhante em todas as Instituições Financeiras e é definida de acordo com a regulamentação publicada pela entidade responsável pela supervisão. Permite garantir que cada Instituição Financeira consegue absorver perdas potenciais sem provocar uma perda para os depositantes. No final do exercício de 2009 o BPES Portugal apresentava um rácio de solvabilidade de 76,80%, fundos próprios de EUR 17 805 183(integralmente fundos próprios de base), e requisitos de fundos próprios de EUR 1 853 582.

9ANQUE ""'vte EspíRITO SANTO 14 3.2 INFORMAÇÃO QUANTITATIVA ADEQUAÇÃO DE CAPITAIS - PARTE 1 Unidade: tu,os

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16 4 RISCO DE CRÉDITO DE CONTRAPARTE 4.1 DETERMINAÇÃO DO VALOR EM RISCO O Banco analisa a exposição a risco de crédito por contraparte nas operações de tesouraria, operações cambiais e igualmente a potencial exposição associada aos depositários de títulos ou instrumentos financeiros detidos por conta de clientes. Cabe às áreas de negócio propor a criação de limites de exposição por contraparte bancária ou depositária de títulos. Estas propostas são avaliadas pelo Risk Manager, e submetidas à consideração do Conselho de Administração, único órgão com poderes para aprovar estes limites. O acompanhamento das exposições, controlo da manutenção das mesmas dentro dos limites aprovados, e as eventuais necessidades de revisão, são acompanhados em permanência, e objecto de reporte trimestral ao Conselho de Administração. À data de 31 de Dezembro de 2010 o BPES Sucursal em Portugal assumia como risco apenas contrapartes abrangidas no âmbito de supervisão em base consolidada da Espírito Santo Financial Group. 4.2 PROCESSO DE APROVAÇÃO E CONTROLO Cabe às áreas de negócio propor a criação de limites de exposição por contraparte bancária ou depositária de títulos. Estas propostas são avaliadas pelo Risk Manager, e submetidas à consideração do Conselho de Administração, único órgão com poderes para aprovar estes limites. O acompanhamento das exposições, controlo da manutenção das mesmas dentro dos limites aprovados, e as eventuais necessidades de revisão, são acompanhados em permanência, e objecto de reporte trimestral ao Conselho de Administração. 5 RISCO DE CRÉDITO 5.1 DEFINIÇÃO E MÉTODOS Define-se como risco de crédito a probabilidade de ocorrência de eventos de não pagamento, no âmbito de operações activas ou de natureza extra-patrimonial

17 (garantias, avalaes), que possam por em causa o integral cumprimento de obrigações assumidas por uma contraparte, e cujo efeito de não cumprimento seja passível gerar impactos negativos nos resultados ou no capital do Banco. Na sistematização do crédito para efeitos da determinação das perdas por imparidade visa-se satisfazer dois ordenamentos normativos, que apesar de estarem relacionados, obrigam a duas análises distintas: (a) a sistematização do crédito segundo as regras do Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal para as entidades onde este normativo é aplicável; (b) a sistematização do crédito para efeitos do cálculo da imparidade de modo a dar cumprimento às regras estabelecidas no IAS 36. Na preparação das demonstrações financeiras consolidadas o crédito é sistematizado tendo em vista a divulgação do crédito vencido por prazos decorridos desde o vencimento, sendo os critérios dos IFRS (International Financial Reporting Standards) prevalecentes na determinação dos saldos das provisões. Principais conceitos e definições Crédito vencido: Considera-se geralmente como crédito vencido, e registado na contabilidade como tal, a parte de uma operação de crédito que não tenha sido liquidada pelo seu devedor após 30 dias da data contratualmente estabelecida para o seu pagamento. A sistematização do crédito vencido obedece às regras instituídas pelo Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal, quando aplicável, estando instituído um reporte obrigatório para efeitos de consolidação em que o crédito vencido é desagregado por tipo de crédito e por classes (I, II, III e IV, V a IX e da X à XII). Crédito de cobrança duvidosa: Créditos enquadrados nos critérios definidos no número 4º do Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal. Genericamente correspondem à parte vincenda de uma operação de crédito em que a componente vencida atinge um certo nível de significância (+25% do capital em dívida) ou cujo tempo decorrido desde o incumprimento ultrapassa um certo número de meses de mora. Também pode incluir outros créditos especificamente classificados como tal, seja porque são casuisticamente assim classificados pelo Banco de Portugal ou pelo próprio Banco; Crédito objecto de imparidade:

18 Em conformidade com as NCA, o Banco avalia regularmente se existe evidência objectiva de que um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, apresenta sinais de imparidade. Para os activos financeiros que apresentam sinais de imparidade, é determinado o respectivo valor recuperável, sendo as perdas por imparidade registadas por contrapartida de resultados. Um activo financeiro, ou um grupo de activos financeiros, encontra-se em imparidade sempre que exista evidência objectiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial, tais como: (i) para os títulos cotados, uma desvalorização continuada ou de valor significativo na sua cotação, e (ii) para títulos não cotados, quando esse evento (ou eventos) tenha um impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, que possa ser estimado com razoabilidade. No que se refere aos investimentos detidos até à maturidade, as perdas por imparidade correspondem à diferença entre o valor contabilístico do activo e o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o período de recuperação) descontados à taxa de juro efectiva original do activo financeiro. Estes activos são apresentados nos balanços líquidos de imparidade. Caso estejamos perante um activo com uma taxa de juro variável, a taxa de desconto a utilizar para a determinação da respectiva perda de imparidade é a taxa de juro efectiva actual, determinada com base nas regras de cada contrato. Se num período subsequente o montante da perda de imparidade diminui, e essa diminuição pode ser objectivamente relacionada com um evento que ocorreu após a imparidade ter sido reconhecida, esta é revertida por contrapartida de resultados do exercício. Crédito em incumprimento: Corresponde ao conceito instituído pela Instrução nº 16/2004 do Banco de Portugal que inclui o crédito vencido há mais de 90 dias adicionado do crédito vincendo de cobrança duvidosa cujo provisionamento esteja a ser efectuado como se de créditos vencidos se tratassem. Abordagens e métodos adoptados: Na determinação do risco de crédito e respectivas provisões associadas, há a considerar as seguintes categorias de activos: (a) Crédito a clientes;

19 (b) Activos disponíveis para venda; (c) Investimentos até à maturidade; (d) Activos tangíveis e intangíveis; (e) Activos não correntes detidos para venda; (f) Investimentos em subsidiárias e associadas e (g) Passivos contingentes. Provisões para riscos de crédito a clientes Os critérios de valorimetria e provisionamento do crédito concedido são definidos pelas regras do Banco de Portugal de acordo com o Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal, e outras disposições emitidas pelo mesmo, o Banco deverá constituir, se aplicável, as seguintes provisões para riscos de crédito: i) Provisão para crédito e juros vencidos ii) Provisão para créditos de cobrança duvidosa iii) Provisão para riscos gerais de crédito No exercício o Banco registou apenas provisões para riscos gerais de crédito. A correcção dos valores de balanço do crédito a clientes é concretizada na contabilidade através do mecanismo das provisões. Este mecanismo contabilístico consiste em isolar o montante das perdas identificadas para uma dada categoria de activos através do seu registo em contas específicas cujo saldo de natureza credor é criado através de custos do exercício, ajustados pelas recuperações ocorridas, saldo esse utilizado quando se opera o abate ou a venda do crédito. Provisões para activos disponíveis para venda Os activos financeiros disponíveis para venda são activos financeiros não derivados que o Banco tem a intenção de deter por tempo indeterminado. Estes activos específicos são Obrigações do Tesouro Português, que o Banco tem obrigação legal de deter em carteira, de modo a cumprir com as normas estabelecidas pelo Sistema de Indemnização aos Investidores. Nos títulos representativos de dívida, há registo de perdas por imparidade apenas nas situações em que haja evidências objectivas de que não ocorrerão todos os influxos contratualmente estabelecidos nas condições de emissão da dívida. Adicionalmente as avaliações são obtidas através de preços de mercado (mark to market) ou de modelos de avaliação (mark to model) os quais requerem a utilização

20 de determinados pressupostos ou julgamento no estabelecimento de estimativas de justo valor. Os activos financeiros disponíveis para venda são igualmente registados ao justo valor. Os juros, calculados à taxa de juro efectiva são reconhecidos na demonstração de resultados. A utilização de metodologias alternativas e de diferentes pressupostos e estimativas, poderá resultar num nível diferente de perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados do banco. Investimentos até á maturidade Só podem integrar esta carteira os instrumentos elegíveis nos termos do IAS 39. Estes activos são valorizados ao custo amortizado, sendo objecto de testes de imparidade. Esta é contabilizada e reconhecida no exercício em que haja evidências objectivas de que não ocorrerão para o Banco todos os influxos contratualmente estabelecidos nas condições de emissão da dívida. Activos tangíveis e intangíveis Estes activos são valorizados ao custo, deduzidos das respectivas amortizações acumuladas. Sempre que sejam identificadas imparidades nestes activos as mesmas são objecto de reconhecimento. Os activos tangíveis são amortizados de acordo com o método das quotas constantes durante o período de vida útil dos activos que varia em função da sua natureza (para mais detalhes consulte-se o último Relatório e Contas publicado pelo Banco). Activos não correntes detidos para venda Não aplicável. Investimentos em subsidiárias e associadas Não aplicável. 5.2 CORRECÇÕES DE VALOR E PROVISÕES Não existe qualquer valor a reportar.