ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR JOÃO PEDRO SILVESTRIN Órgão Julgador: 4ª Turma

Documentos relacionados
ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR JOÃO PEDRO SILVESTRIN Órgão Julgador: 4ª Turma

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 3ª REGIÃO

ACÓRDÃO RO Fl. 1. JUÍZA CONVOCADA LAÍS HELENA JAEGER NICOTTI Órgão Julgador: 1ª Turma

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR MILTON VARELA DUTRA Órgão Julgador: 10ª Turma

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR GILBERTO SOUZA DOS SANTOS Órgão Julgador: 3ª Turma

DESEMBARGADORA ANA LUIZA HEINECK KRUSE Órgão Julgador: 4ª Turma. Arruda. - Adv. Sandra Denise dos. Santos Balsamo. 1ª Vara do Trabalho de Bagé

A C Ó R D Ã O 5ª T U R M A

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR ANDRÉ REVERBEL FERNANDES Órgão Julgador: 4ª Turma

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 3ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR CLÁUDIO ANTÔNIO CASSOU BARBOSA Órgão Julgador: 3ª Turma

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR WILSON CARVALHO DIAS Órgão Julgador: 7ª Turma

Acórdão 6a Turma RELAÇÃO DE EMPREGO. VENDEDOR AUTÔNOMO. A diferenciação central entre o vendedorempregado

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR MARCELO GONÇALVES DE OLIVEIRA Órgão Julgador: 7ª Turma

PROCESSO: RO

PROCESSO: RTOrd RECURSO ORDINÁRIO

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O 7ª Turma DCABP/abp/cgel

PROCESSO: RTOrd

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

ACÓRDÃO RO Fl. 1. JUIZ CONVOCADO MARCOS FAGUNDES SALOMÃO Órgão Julgador: 11ª Turma

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR EMÍLIO PAPALÉO ZIN Órgão Julgador: 10ª Turma

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADORA MARIA INÊS CUNHA DORNELLES Órgão Julgador: 6ª Turma

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O 8ª Turma GMMEA/arp

ACÓRDÃO AIRO Fl. 1. DESEMBARGADOR JOÃO GHISLENI FILHO Órgão Julgador: 11ª Turma. 9ª Vara do Trabalho de Porto Alegre

José, já qualificado vem, respeitosamente, por meio de seu advogado interpor com fundamento nos arts. 893, II e art. 895, I da CLT Recurso Ordinário

ACÓRDÃO RO Fl. 1. JUIZ CONVOCADO RICARDO HOFMEISTER DE ALMEIDA MARTINS COSTA Órgão Julgador: 11ª Turma

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (5ª Turma) GMCB/ssm/wmf

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O 4ª TURMA GDCCAS/CVS/NC/iap

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADORA MARIA CRISTINA SCHAAN FERREIRA Órgão Julgador: 6ª Turma

PROCESSO: RTOrd

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O 3ª Turma GMAAB/lfz/ct/smf

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

ACÓRDÃO AIRO Fl. 1. DESEMBARGADORA ANA ROSA PEREIRA ZAGO SAGRILO Órgão Julgador: 10ª Turma

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (Ac. 3ª Turma) GMALB/arcs/AB/lds

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18ª REGIÃO 1ª TURMA

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR FABIANO DE CASTILHOS BERTOLUCCI Órgão Julgador: 4ª Turma

ACÓRDÃO AP Fl. 1. DESEMBARGADORA MARIA DA GRAÇA RIBEIRO CENTENO Órgão Julgador: Seção Especializada em Execução

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO Gabinete Juiz Convocado 8 Av. Presidente Antonio Carlos, 251

''Conciliar também é realizarjustiça r TURMA CNJ: TRT: ) (RO)

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

ACÓRDÃO RO Fl. 1. JUÍZA CONVOCADA REJANE SOUZA PEDRA Órgão Julgador: 5ª Turma. 1ª Vara do Trabalho de Porto Alegre

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR HERBERT PAULO BECK Órgão Julgador: 11ª Turma

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista n TST-RR , em que é Recorrente

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18ª REGIÃO 2ª TURMA

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O 2ª Turma GMJRP/scm/nj

ATIVIDADE 01 CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM NÚCLEO DE PRÁTICA DE CIÊNCIA JURÍDICA. Acadêmico (a) RA. Araçatuba, de de 2017

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

A Ré, às fls. 70/78, argui preliminar de nulidade por julgamento extra petita e, no mérito, insurge se em relação a declaração de sucessão e quanto a

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

ACÓRDÃO RO Fl.1

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADORA DENISE PACHECO Órgão Julgador: 7ª Turma

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (Ac. 3ª Turma) GMALB/mal/AB/jn

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O 3ª Turma GMAAB/pc/ct/dao

RECURSO ORDINÁRIO DA PRIMEIRA RECLAMADA.

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (4.ª Turma) GMMAC/r4/pc/rsr/h

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR ANDRÉ REVERBEL FERNANDES Órgão Julgador: 4ª Turma

ACÓRDÃO AP Fl. 1. DESEMBARGADOR LUIZ ALBERTO DE VARGAS Órgão Julgador: 3ª Turma. 4ª Vara do Trabalho de Pelotas E M E N T A

TURMA RECURSAL ÚNICA J. S. Fagundes Cunha Presidente Relator

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (5ª Turma) GMCB/pvc

ACÓRDÃO EXCSUSP Fl. 1. DESEMBARGADOR JOÃO PEDRO SILVESTRIN Órgão Julgador: 4ª Turma

PROCESSO: RO

ACÓRDÃO 3ª TURMA NULIDADE JULGAMENTO EXTRA PETITA É nula a sentença que julga pretensão diversa da formulada pelo Autor. Buffet Amanda Ltda.

RECURSO ORDINÁRIO TRT/RO RTOrd

Primeiro exercício de Recurso Ordinário

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (6ª Turma) GMACC/rzm/m

PROCESSO Nº AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO ORDINÁRIO ORIGEM: 32ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 3ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO

Erro: Origem da referência não encontrada PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADORA LUCIA EHRENBRINK Órgão Julgador: 8ª Turma. Vara do Trabalho de Palmeira das Missões

Recorrentes: LÍDER RÁDIO E TELEVISÃO LTDA. E OUTRO Recorrido: MARCOS MARCELINO DA SILVA

PROCESSO Nº TST-RR C Ó R D Ã O (7ª Turma) GMDAR/MG/

CONSTRUTORA TENDA S/A SEBASTIÃO JORGE GOMES. Giselle Bondim Lopes Ribeiro

VOTO: I - R E L A T Ó R I O

PROCESSO nº (RO) RECORRENTE: SEST SERVICO SOCIAL DO TRANSPORTE, SENAT SERVICO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE

Custas processuais à fl Contrarrazões às fls. 177/181.

PROC. Nº TRT-RO

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PROCESSO: RTOrd Acórdão - 7a Turma

PROCESSO Nº TST-AIRR A C Ó R D Ã O (2ª Turma) GMDMA/MCL

Inconformada com a sentença das fls. 179/185, proferida pela juíza Rejane Souza Pedra, a reclamada recorre.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (1ª Turma) GMWOC/pv/er

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO

VOTO Conhecimento Pressupostos atendidos. Apelo tempestivo. Conheço. (Pág. 1/5)

PROCESSO: RTOrd. Acórdão 10a Turma

Contestação às folhas 70/80. Atas de audiência às folhas 541 e 555.

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PROCESSO Nº TST-AIRR

Processo originário da 4ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro.

ACÓRDÃO RO Fl. 1. JUIZ CONVOCADO FERNANDO LUIZ DE MOURA CASSAL Órgão Julgador: 10ª Turma

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADORA MARIA HELENA LISOT Órgão Julgador: 6ª Turma

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (3ª Turma) GMALB/rhs/scm/AB/ri

Transcrição:

0001556-31.2010.5.04.0202 RO Fl. 1 DESEMBARGADOR JOÃO PEDRO SILVESTRIN Órgão Julgador: 4ª Turma Recorrente: Recorrido: Origem: Prolator da Sentença: MARCIO JULIANO DOS SANTOS - Adv. Clarisete Dutra ECO DO MINUANO E BONITINHO - Adv. Carmelina Ida Mazzardo 2ª Vara do Trabalho de Canoas JUIZ LUIZ ANTONIO COLUSSI E M E N T A VÍNCULO DE EMPREGO. MÚSICO BATERISTA O fato de haver prestação de serviços que se identificam com as atividades desenvolvidas pelo reclamado (grupo/banda musical) não é suficiente a concluir pela existência de relação de natureza empregatícia, porquanto não demonstrada, no caso, a presença de subordinação jurídica, elemento essencial à caracterização do contrato de trabalho regido pela CLT. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos os autos. ACORDAM os Magistrados integrantes da 4ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região: por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO ao recurso ordinário. Intime-se. Porto Alegre, 14 de junho de 2012 (quinta-feira).

0001556-31.2010.5.04.0202 RO Fl. 2 R E L A T Ó R I O O reclamante interpõe recurso ordinário contra a sentença que julgou improcedente a reclamação trabalhista. Busca a condenação da reclamada ao reconhecimento do vínculo de emprego e pagamento de todas as parcelas trabalhistas pleiteadas na inicial. Contra-arrazoado o recurso, sobem os autos a este Tribunal Regional do Trabalho. É o relatório. V O T O DESEMBARGADOR JOÃO PEDRO SILVESTRIN (RELATOR): CONHECIMENTO. O recurso é tempestivo (fls. 46 e 49) e a representação da recorrente é regular (fl. 40). O recolhimento de custas processuais foi dispensado na Origem tendo em vista o deferimento do benefício da justiça gratuita. Estando preenchidos os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso. DO VÍNCULO DE EMPREGO. O reclamante sustenta que ao contrário do que decidiu a sentença, a subordinação restou comprovada nos autos. Enfatiza passagens dos depoimentos testemunhais em que mencionada a figura do Chefe, Juliano

0001556-31.2010.5.04.0202 RO Fl. 3 (Bonitinho), aduzindo que não poderia escolher o local onde a banda tocaria, nem as músicas, as quais eram definidas pelo próprio reclamado. Enfatiza que os valores contratados para shows eram definidos pelo empregador, razão pela qual não se poderia falar em sociedade. Por fim, diz que o trabalho não era autônomo, pois, no mínimo, eram realizados semanalmente. Conclui que de acordo com a prova dos autos restou demonstrado o trabalho pessoal para o reclamado, por mais de sete meses, durante todos os finais de semana, seguindo ordens do empregador sobre onde tocar, quais as músicas tocar, os horários dos shows, percebendo salário pelo trabalho. Cita excerto doutrinário de Paulo Emílio Ribeiro de Vilhena e jurisprudência sobre vínculo de emprego. Postula a reforma. Examino. Trata-se de pretensão de reconhecimento de vínculo de emprego do autor, músico baterista, com o grupo musical reclamado. A sentença, em conformidade com a prova dos autos, reconheceu ausente um dos requisitos ensejadores da relação de emprego, a subordinação, entendendo demonstrado o trabalho autonomo, razão pela qual não reconheceu o liame vindicado, julgando improcedente a reclamação trabalhista. No caso, a prova, essencialmente testemunhal, não socorre a tese recursal no que concerne à subordinação. Note-se que a única testemunha indicada pelo reclamante declarou o seguinte: [...] que conhece o representante do reclamado, cujo apelido é

0001556-31.2010.5.04.0202 RO Fl. 4 "bonitinho"; que também viu o conjunto se apresentando na televisão; que viu o reclamante tocando nos shows antes referidos; que o reclamante é baterista; que viu o reclamante tocando no conjunto por 8 meses a um ano aproximadamente; que é certo que faz mais de 6 meses que não vê o reclamante tocando no conjunto; que o reclamante comentou com o depoente ganhava R$1.000,00 por mês e mais R$100,00 por evento; que geralmente o conjunto atua nos finais de semana, mas também podem ocorrer shows durante a semana; que participou de eventos no CTG Lomba Brande de Novo Hamburgo e no Pesca e Caça de Canoas, num evento chamado domingueira; que não sabe informar quanto ganhavam os outros músicos; que acha a contratação dos bailes fosse feita pelo próprio "bonitinho" ou empresário; [...] que o depoente já trabalhou como músico, mas nunca trabalhou com o reclamado; que o clube Caça e Pesca fica no centro de Canoas, mas não pode precisar porque não conhece Canoas; que foi ao local de carona; que conhece o reclamante há uns 10 anos e ele sempre trabalhando como músico; que na época do reclamado o reclamante tocava com exclusividade; [...] A testemunha Antônio indicada pela reclamada declarou: [...] que trabalha para o reclamado como motorista há um ano e 5 meses; que quando ingressou o reclamante já tocava na banda; que acredita que o reclamante tenha trabalhado por 7 a 8 meses, mas não pode afirmar; que pegou poucos bailes com o reclamante; que ele saiu em maio de 2010; [...] que não sabe

0001556-31.2010.5.04.0202 RO Fl. 5 quanto era remuneração do reclamante; que o pessoal que toca no conjunto recebe por comissão, em torno de 5%; que o filho do depoente que é músico ganha 5%; que as viagens são feitas no ônibus do conjunto; que em média o conjunto toca 3 horas e meia por baile; que lembra de uma exceção em um baile em Joinville em que o conjunto tocou pouco mais de 4 horas; que o pessoal do conjunto não tem exclusividade; que a maioria dos músicos toca em outros conjuntos; que não pode garantir se o reclamante tocava em outras bandas, porque não viu, mas havia comentários; que no período em que trabalharam juntos, houve finais de semana em que não houve show ou baile; que a banda não ensaia; [...] que não há obrigação dos músicos aparecerem para os eventos; que hoje aconteceu de um músico telefonar para dizer que não poderá ir numa gravação no dia de amanhã; que o Sr. Juliano não obrigou o músico de comparecer; que na gravação de um CD houve comentário de que o reclamante tocou apenas uma música; que o depoente esteve em um dia de gravação e nesse dia o reclamante não esteve presente; [...] que quando o músico não aparece o Juliano convida outro profissional; que não sabe o nome dos outros bateristas; [...] A segunda testemunha da reclamada declarou que: [...] que trabalha para o reclamado como músico; que que toca acordeon; que o depoente recebe por baile o valor de R$100,00; que toca de 1 a 3 bailes por semana; que às vezes não toca nenhum; que todos os músicos recebem R$100,00 por

0001556-31.2010.5.04.0202 RO Fl. 6 evento; que nas gravações de programas televisivos como Galpão Criolo não há cachê, serve apenas para divulgar o grupo; que o reclamante trabalhou por 8 meses; que não sabe porque o reclamante saiu do conjunto; que o depoente não acompanha o acerto que existe entre a banda e os músicos; que não há exclusividade; que o depoente toca em outras bandas; que o reclamante também tocava em outras bandas; que o chefe, a pessoa que organiza tudo, é o Sr. Juliano; que quando um músico não pode ir avisa o Juliano e este providencia outro músico para tocar no lugar daquele não pode comparecer; que o conjunto não ensaia antes de sair para os shows; que não existia subordinação dos músicos para com o Sr. Juliano; [...] que o Juliano ligava para os músicos avisando quando tinha baile, com o dia e hora das saídas; que ele também ligava quando não tinha baile; que se não tocassem nada recebiam; que o depoente não tem nenhum contrato com o reclamado; que quem agenda os shows é a produtora Rosane Buzati; que o valor recebido corresponde a uma comissão de 5% por baile; que o mês com maior número de shows é o mês de setembro; [...] que o reclamante disse ao ao depoente que tocava na banda Ômega Show; que havia também outra banda, mas não lembra o nome; [...] que havia outros bateristas, sabendo o nome de Fabiano e outros dois conhecidos pelo apelido de "Barea" e "Polaco"; que os outros bateristas trabalharam apenas na gravação do CD; que quem compõe as músicas é o próprio Juliano e os seus amigos que disponibilizam a letra; [...]

0001556-31.2010.5.04.0202 RO Fl. 7 Como se vê, a prova testemunhal evidencia que o labor desempenhado pelo reclamante no grupo musical mais se assemelha com o trabalho autônomo, visto que demonstrado que ele não estava obrigado a comparecer a todos os eventos, bem como poderia tocar livremente em outras bandas, percebendo remuneração apenas quando atuava em prol da reclamada. Diante disso, entendo que a fragilidade dos elementos de prova favoráveis ao reclamante, em contraposição aos evidentes traços de autonomia da atividade de músico baterista, leva à conclusão de que a prestação de serviços não se desenvolveu nos moldes do vínculo de emprego, mas na verdadeira condição de trabalhador autônomo. Mantida a decisão que não reconheceu o liame de emprego vindicado, não há falar parcelas trabalhistas decorrentes pleiteadas na inicial. Nego provimento. PARTICIPARAM DO JULGAMENTO: DESEMBARGADOR JOÃO PEDRO SILVESTRIN (RELATOR) JUIZ CONVOCADO LENIR HEINEN DESEMBARGADOR RICARDO TAVARES GEHLING