EDITORIAL FEBRE DE CHIKUNGUNYA: NOVO DESAFIO PARA A VIGILÂNCIA

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Transcrição:

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Equipe de Vigilância das Doenças Transmissíveis Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre NÚMERO 56 Fevereiro 2015 EDITORIAL Iniciando o 19º ano de existência, o Boletim Epidemiológico 56 é o primeiro de 2015, ano que marca os 20 anos de atuação da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde em Porto Alegre e, também, a realização da 7ª Conferência Municipal de Saúde, marcada para os dias 10, 11 e 12 de julho. Com o tema A gestão do Sistema Único de Saúde e da rede de atenção, a conferência tem como objetivos de reafirmar os princípios do SUS, com equidade e políticas que reduzam as desigualdades sociais, avaliar a situação de saúde e o desenvolvimento do SUS e propor diretrizes para ampliar o acesso à saúde, além de garantir formas de participação dos diversos setores da sociedade em todas as etapas do debate. Os artigos apresentados neste Boletim também relatam coisas novas: uma nova doença no cenário epidemiológico de Porto Alegre, a Febre Chikungunya; novas ações de prevenção a uma doença antiga, o câncer de útero com a vacinação contra o HPV - Human Papiloma Virus e as ações ambientais de identificação do Flebotomíneos na cidade. Em virtude da nova portaria que define a Lista das Doenças de Notificação Compulsória - Portaria nº 1271 de 6 de junho de 2014, as tabelas dos casos notificados e investigados da página 6, que finaliza e compara o ano de 2013 e 2014 e a tabela da página 7, que inicia a comparação dos anos de 2014 e 2015 até a semana epidemiológica 8, estão diferentes. Foi retirada a notificação da Síndrome do Corrimento Uretral Masculino e acrescentada a Febre Chikungunya na tabela de 2015. As campanhas de vacinas, tão importantes na prevenção das doenças transmissíveis, têm o seu calendário para o ano de 2015 apresentado na página 8 deste boletim. A busca do aprimoramento em saúde é constante e por esta razão o Boletim Epidemiológico, importante meio de comunicação em saúde, passa a ser de responsabilidade da jornalista Patrícia Coelho, que contará com o apoio de toda a Equipe de Vigilância das Doenças Transmissíveis (EVDT) e Coordenadores da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) neste processo. FEBRE DE CHIKUNGUNYA: NOVO DESAFIO PARA A VIGILÂNCIA Adelaide Kreutz Pustai Enfermeira Epidemiologista Responsável Técnica pela Vigilância da Dengue/Chikungunya na EVDT e Benjamin Roitman Médico Pediatra Chefe da EVDT Foi em dezembro de 2013 que um novo vírus começou a circular nas ilhas do Caribe. Até então, nas Américas, só havia casos importados da doença. Muito pouco se sabia sobre a febre de Chikungunya, que rapidamente se espalhou por todas aquelas ilhas paradisíacas, acometendo milhares de pessoas. Esta é uma das características marcantes desta doença, uma vez que os vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus, amplamente difundidos, estão envolvidos na transmissão, bem como a população inteira suscetível. Estudos já realizados em locais em que ocorreram epidemias calcularam uma taxa de ataque que varia de 38% a 63%. Nas Américas, pelos dados oficiais da Organização Panamericana de Saúde (OPAS), desde dezembro de 2013 (início da detecção viral) até a Semana Epidemiológica (SE) 9 de 2015, um total de 1.231.077 (um milhão, duzentos e trinta e um mil e setenta e sete) pessoas já foram acometidas. Esses dados foram obtidos no site da OPAS, no link http: //www.paho-.org/hq/index.php?option=com_topics&view=readall&ci d=5927&itemid=40931&lang=en. Sabe-se que os dados oficiais somam apenas a ponta do iceberg do número real de doentes. A febre de chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), da família Togaviridae e do gênero Alphavirus. A viremia persiste por até dez dias após o surgimento das manifestações clínicas. A transmissão ocorre pela picada de fêmeas dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus infectadas pelo CHIKV. O período de incubação intrínseco, que ocorre no ser humano, é em média de 3 a 7 dias (podendo variar de 1 a 12 dias). O extrínseco, que ocorre no vetor, dura em média dez dias. O período de viremia no ser humano pode perdurar por até dez dias e, geralmente, inicia-se dois dias antes da apresentação dos sintomas, podendo perdurar por mais oito dias. Os sinais e os sintomas são clinicamente parecidos com os da dengue febre de início agudo, dores articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga e exantema. A principal manifestação clínica que as difere são as fortes dores nas articulações. Após a fase inicial, a doença pode evoluir em duas etapas subsequentes: fase subaguda e crônica. Na fase aguda os

sintomas aparecem de forma brusca e compreendem febre alta, cefaleia, mialgia e artralgia (predominantemente nas extremidades e nas grandes articulações). Também é frequente a ocorrência de exantema maculopapular. Os sintomas costumam persistir por 7 a 10 dias, mas a dor nas articulações pode durar meses ou anos e, em certos casos, converter-se em uma dor crônica incapacitante para algumas pessoas. Não existe tratamento específico nem vacina disponível para prevenir a infecção por esse vírus. O tratamento sintomático é o indicado. Embora a Febre de Chikungunya não seja uma doença de alta letalidade, tem caráter epidêmico, com elevada taxa de morbidade associada a artralgia persistente, tendo como consequência a redução da produtividade e da qualidade de vida. No Brasil, foi detectada autoctonia na Semana Epidemiológica 37 (setembro de 2014), nos municípios do Oiapoque (Amapá) e em Feira de Santana (Bahia). Em 2014, foram notificados 3.655 casos. Até a SE 9 deste ano (01 a 07/03/15) o número de notificações foi de 2.103 casos suspeitos de Chikungunya. As informações atualizadas sobre os locais com transmissão sustentada podem ser consultados no link do Ministério da Saúde/Secretaria de Vigilância em Saúde (MS/SVS): http://portalsaude.saude.gov.br/index.php?option=com_ content&view=article&id=14831&catid=197&itemid=250 No ano de 2014 foram notificados e investigados, pela EVDT, dez casos suspeitos de Febre de Chikungunya em Porto Alegre. Destes, cinco foram confirmados, sendo que dois pacientes contraíram a doença no Haiti, um na Venezuela, um na Colômbia e um no Taiti, ou seja, todos casos importados. Para alertar a rede de saúde da nossa cidade sobre a introdução deste novo vírus no país, a EVDT emitiu, em setembro de 2014, Alerta Epidemiológico à rede de saúde da Capital. O documento destacava o seguinte para os serviços de saúde: Para fins de notificação de caso suspeito, o profissional de saúde deve ficar atento à seguinte definição de caso: paciente com febre de início súbito maior que 38,5 C e artralgia ou com artrite intensa de início agudo, não explicado por outras condições, sendo residente ou tendo visitado áreas endêmicas ou epidêmicas até duas semanas antes do início dos sintomas ou que tenha vínculo epidemiológico com caso confirmado. Como já é de conhecimento de todos, os vetores implicados na transmissão da Febre de Chikungunya encontram-se amplamente difundidos em nossa cidade, com persistência de índices de infestação extremamente preocupantes. Neste sentido, é de fundamental importância a notificação imediata, por telefone, de todo caso suspeito de Chikungunya já no momento do atendimento do paciente e na presença deste, quando o profissional suspeitar clinicamente do caso (fones: 3289-2471 e 3289-2472, no horário comercial, e para o telefone de plantão à noite e nos finais de semana e feriados. Esta notificação desencadeará medidas imediatas de controle ambiental aos vetores. Este artigo foi construído com dados extraídos dos sites da Organização Panamericana de Saúde e Portal Saúde do Ministério da Saúde. Sugestões de leitura são encontradas no site Onde Está o Aedes? (www.ondeestaoaedes.com.br), no Menu Publicações. ESTRATÉGIA DE IMPLANTAÇÃO DA VACINA HPV EM PORTO ALEGRE/RS INTEGRAÇÃO DE SUCESSO ENTRE A SAÚDE E A EDUCAÇÃO Benjamin Roitman, Patrícia Wiederkehr e Raquel Barcella Equipe de Vigilância das Doenças Transmissíveis/CGVS* *Equipe de Vigilância das Doenças Transmissíveis/Núcleo de Imunizações - 2014 Dr. Benjamin Roitman (Chefe da EVDT) Enf. Patrícia Wiederkehr (Chefe do Núcleo de Imunizações) Enf. Raquel Cristine Barcella Téc. Enfermagem: Olino Ferreira e Elisangela da Silva Nunes Aux. Enfermagem Melissa Soares Pires Ag. Fiscalização: Marcelo Rodrigues Acad. Enfermagem Ana Paula Ribeiro de Oliveira, Cristina de Souza, Hyago Kuhn Guedes, Patrícia Dayane Silveira Farmacêutica Carine Morschel (Residência Integrada em Saúde/RIS- Vigilância em Saúde) O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério Saúde implantou em março de 2014 a vacina quadrivalente contra o papilomavírus humano (HPV). A vacinação, em conjunto com as ações de rastreamento do câncer de colo de útero, possibilitará nas próximas décadas a prevenção desta doença, que representa uma das principais causas de morte por neoplasias entre as mulheres no Brasil. Para que fosse possível a introdução desta vacina no Calendário de Vacinação, o PNI seguiu a recomendação do Grupo Técnico Assessor de Imunizações da Organização Pan-Americana de Saúde (TAG/OPAS), após aprovação pelo Comitê Técnico Assessor de Imunizações do PNI (CTAI). Foram realizados estudos, e análises técnicas, pautadas por c r i t é r i o s e p i d e m i o l ó g i c o s, i m u n o l ó g i c o s, socioeconômicos, operacionais financeiros e tecnológicos. Além do impacto na redução da morbimortalidade da doença, os estudos reforçaram que a introdução da vacina é uma ação importante de saúde pública, reduzindo hospitalizações, tratamentos e dias de trabalho perdidos. O que é HPV? O Human Papiloma Virus HPV é a sigla em inglês para Papilomavírus Humano. São vírus capazes de infectar a pele ou mucosas. Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV, dos quais 40 podem infectar o trato genital. Destes, 12 são de alto risco e podem provocar câncer (são oncogênicos); outros podem causar verrugas genitais. O vírus é altamente contagioso e a sua transmissão acontece por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A principal forma é pela via sexual. Como muitas pessoas portadoras do HPV não apresentam nenhum sinal ou sintoma, elas não sabem que são portadoras do vírus, mas podem transmiti-lo. A maioria das mulheres descobre que tem HPV por intermédio de um resultado anormal do Papanicolau, exame que ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo de útero. Na maioria das vezes, o sistema imune consegue combater de maneira eficiente a infecção pelo HPV, alcançando a cura com eliminação completa do vírus, principalmente entre as pessoas mais jovens. Algumas infecções, porém, persistem e podem causar lesões. As melhores formas de prevenir essas infecções são a vacinação preventiva e o uso regular de preservativo. 02

VACINA HPV Em março de 2014, o Ministério da Saúde iniciou a implantação da vacina quadrivalente recombinante, que confere proteção contra HPV tipos 6, 11, 16 e 18. O HPV de tipos 16 e 18 causa a maioria dos casos de câncer do colo de útero em todo o mundo (cerca de 70%). O HPV de tipo 6 e 11 é encontrado na maioria das verrugas genitais (ou condilomas genitais). A população alvo da vacinação foram adolescentes do sexo feminino na faixa etária de 11 a 13 anos. Em 2015 serão vacinadas as adolescentes na faixa etária de nove a 11 anos e, a partir de 2016, serão vacinadas as meninas de nove anos de idade. O objetivo do Ministério da Saúde em vacinar esta população alvo se deve ao fato de que a vacina é altamente eficaz nas meninas de nove a 13 anos não expostas aos tipos de HPV 6, 11, 16 e 18, induzindo a produção de anticorpos em quantidade dez vezes maior do que a encontrada em infecção naturalmente adquirida, num prazo de dois anos. Vacinar antes do início da vida sexual, antes da exposição ao vírus, é o momento mais favorável. ESQUEMA VACINAL O Brasil adotou o esquema estendido para vacinação das adolescentes, em três doses (0, 6 meses e 60 meses). A vacina é segura, está liberada em todo o mundo e já foi introduzida em 51 países, incluindo Canadá, México, Colômbia e Suíça, que também adotaram este mesmo esquema como estratégia de saúde pública. Na Austrália, estudos já mostram queda importante de verrugas genitais nas meninas vacinadas. A meta do Ministério da Saúde é vacinar pelo menos 80% do grupo-alvo, o que representa, no Brasil, 4,16 milhões de adolescentes. Somente com altas coberturas vacinais será possível atingir o objetivo de reduzir a incidência do câncer do colo de útero nas próximas décadas. A ESTRATÉGIA DE VACINAÇÃO EM PORTO ALEGRE A estratégia de vacinação adotada no município de Porto Alegre seguiu as orientações repassadas pelo PNI, que orientou integrar a Educação no processo de trabalho durante toda a ação. A estratégia começou a ser montada em novembro de 2013, quando profissionais da saúde e educação reuniram-se para iniciar a organização do trabalho. Na articulação com a educação, desde o início do processo de organização da estratégia foi fundamental a participação da Área Técnica da Criança e do Adolescente da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), que teve importante papel neste trabalho, ajudando no contato com todos os parceiros da área da educação envolvidos nessa ação. N o e n c o n t r o e s t i v e r a m p r e s e n t e s representantes das escolas estaduais, municipais e privadas, das áreas técnicas da SMS, como saúde da criança e do adolescente, saúde da mulher, coordenação da rede básica de saúde, assessoria de comunicação e responsáveis técnicas das oito Gerências Distritais de Saúde do município.cada participante recebeu na reunião as tarefas que foram definidas, conforme material disponibilizado pelo PNI, que orientava o papel da saúde e da educação em cada etapa. Nova reunião foi realizada na primeira quinzena de dezembro, quando foi disponibilizada a lista de escolas e o número de adolescentes que deveriam ser vacinadas em cada estabelecimento de ensino, na faixa etária preconizada, de 11 a 13 anos completos. A equipe da saúde, a partir dos dados, começou a traçar em cada Gerência Distrital (GD) o seu plano de trabalho. Também foi planejado o material que seria elaborado para comunicação com as escolas, que foram as grandes parceiras para divulgação da estratégia. Na reunião que foi realizada com o mesmo grupo em janeiro de 2014, o material gráfico (veja nesta página) foi apresentado pela Assessoria de Comunicação (Assecom/SMS) e aprovado. Foram definidas as questões da logística de entrega do material nas escolas, organizada a distribuição de carros para que cada GD pudesse realizar a vacinação na sua região, e Material de Divulgação Material de Divulgação 03

vacinas e insumos foram planejados. O Núcleo de Imunizações da EVDT foi o responsável, junto da Assecom/SMS, pela organização de todo o material que foi encaminhado para as escolas. A equipe de transportes montou a logística necessária para atender todas as GD, possibilitando transporte das equipes para as escolas e entrega do material necessário para realizar a ação.as equipes de saúde visitaram cada escola da sua região, orientando e agendando a. de março de 2014. vacinação, que se iniciou em 10 RECONHECIMENTO A articulação entre a Secretaria Municipal e Estadual da Saúde com a Secretaria Estadual e Municipal da Educação e as Escolas Privadas foi uma das ações premiadas com o prêmio Destaque em Saúde, categoria Saúde da Mulher 2014 pelo Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre. Prêmio foi concedido pelo Conselho Municipal de Educação Equipe reuniu profissionais da saúde e da educação As escolas proporcionaram ambientes organizados para as equipes de saúde e muitas tinham providenciaram lanche para que as adolescentes, principalmente pela manhã, não fossem vacinadas em jejum. Em Porto Alegre, a meta era vacinar no mínimo 80% das 28.557 adolescentes da população alvo. A articulação saúde x educação fez com que a meta fosse superada rapidamente. Foram vacinadas 27.137 meninas, uma cobertura vacinal de 95,02%, já no primeiro mês da estratégia, finalizando com 28.864 adolescentes vacinadas. O trabalho em redes, articulando várias áreas da Secretaria da Saúde e Educação, foi o motivo do sucesso alcançado. Foram superadas dificuldades e a meta foi alcançada. A entrega da homenagem ocorreu no dia 29 de maio de 2014. O Núcleo de Imunizações/EVDT/CGVS recebeu o prêmio junto de representantes de todas as Gerências Distritais de Saúde e da Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre. A premiação foi motivo de grande alegria para os profissionais envolvidos, pelo reconhecimento de um trabalho onde as ações foram planejadas e organizadas em parceria. AGRADECIMENTO: A todos os colegas vacinadores em cada sala de vacina que levaram esta ação para as escolas em todas as Gerências, vacinando 100% das meninas na 1ª etapa da Estratégia em 2014. Aos Responsáveis Técnicos de cada GD pela coordenação desta importante ação de saúde pública. Aos motoristas e colegas de apoio que com segurança conduziram as equipes por toda cidade. A Coordenação da Atenção Básica e CGVS pelo apoio fundamental no sucesso dessa ação. PARCEIROS Equipe e adolescentes na GD Centro Todo o sucesso do trabalho foi a escolha da estratégia, que oportunizou a vacinação nas escolas públicas e privadas, além da vacinação estar disponível também em todas as salas de vacinas da capital. 04 Centro Estadual de Vigilância em Saúde/Programa de Imunizações (CEVS), Secretaria Estadual de Educação, Conselho Municipal de Saúde, Sinepe-RS Sindicato do Ensino Privado ASSECOM/SMS, Áreas Técnicas SMS: Saúde da Mulher, Saúde da Criança e do Adolescente, DST/Aids, Equipe de Transporte CGVS e SMS.

Getúlio Dornelles Souza - Equipe de Vigilância de Roedores e Vetores Carlos Fernando Flôres - Departamento Municipal de Limpeza Urbana Maria Inês M. R. Bello - Equipe de Vigilância da Saúde Ambiental e do Trabalhador INTRODUÇÃO Em Porto Alegre foram confirmados 25 casos humanos autóctones da LTA - Leishmaniose Tegumentar Americana (veja na foto ao lado uma lesão provocada pela doença) no período de 2002 a 2011, distribuídos em sete bairros: Lomba do Pinheiro (10 casos), Belém Velho (6), Restinga (3), Aberta dos Morros (2), Belém Novo (2), Lami (1) e Lageado (1). Os casos ocorreram em áreas periurbanas, cujas residências estão situadas próximas da mata nativa. A transmissão da doença ocorre como consequência do desflorestamento decorrente da expansão da cidade (exploração imobiliária), pois, nos últimos anos, as regiões sul e leste do município foram afetadas e modificadas pelos novos empreendimentos imobiliários e por invasões populares em áreas públicas. A moradia de um paciente do bairro Belém Velho, com características semelhantes às demais residências com notificação, foi escolhida para se conhecer as espécies de flebotomíneos, monitorar aquelas reconhecidamente importantes na epidemiologia da LTA e subsidiar as ações de prevenção e controle do vetor. MATERIAL E MÉTODOS No período de julho de 2009 a junho de 2010, coletas mensais de flebotomíneos foram realizadas em três noites (18h às 6h), utilizando três armadilhas luminosas (tipo CDC), dispostas em três ambientes: intradomicílio, peridomicílio (galpão com galinhas e coelhos) e mata (fotos). A cada mês, também foi efetuada coleta na mata, entre 18h e 22h, com armadilha de Shannon. A identificação das espécies foi realizada no Laboratório da Equipe de Vigilância de Roedores e Vetores da CGVS. (Tabela 1). Comparando a frequência relativa das espécies nos três ambientes estudados, destaca-se o alto valor de Ny. neivai no intradomicílio (89,45%), seguido de índices mais baixos no peridomicílio (66,95%) e mata (50,00%). Pi. fischeri e Mg. migonei, ao contrário, tiveram suas maiores frequências relativas na mata, decaindo peridomicílio e mais ainda no intradomicílio. Com relação à distribuição sazonal, quase todos os flebotomíneos (97,58%) foram coletados de outubro a março (primavera e verão). A espécie Ny. neivai esteve presente todo o ano. Pi. fischeri e Mg. migonei não foram encontradas no outono e inverno, com exceção da última espécie, em maio. Identificação de espécies foi realizada na EVRV/CGVS - Foto: Edmilson dos Santos DISCUSSÃO Os resultados mostram o predomínio, o alto grau de antropofilia e a domiciliação de Ny. neivai e ressaltam a sua importância na veiculação da LTA na área. Apesar das espécies Pi. fischeri e Mg. migonei terem sido capturadas no interior da casa e no galpão, elas demonstram hábitos mais silvestres do que a Ny. neivai. A maior quantidade e variedade de flebotomíneos no peridomicílio podem ser explicadas pela grande disponibilidade de matéria orgânica dos dejetos animais e pela oferta de alimento. CONCLUSÃO Ny. neivai pode ser considerada a principal espécie responsável pela transmissão da LTA na área. Pi. fischeri e Mg. migonei podem atuar como vetores secundários. Para fins de prevenção e controle, o manejo ambiental deve ser intensificado nos meses de primavera e verão. Caso necessário, o controle químico deve ser feito em outubro, com possível reaplicação do inseticida em janeiro seguinte. Frequência absoluta das espécies de flebotomineos ESTUDO DA FAUNA DE FLEBOTOMÍNEOS (DIPTERA: PSYCHODIDAE) DO BAIRRO BELÉM VELHO - PORTO ALEGRE - RS Meses de coleta Local foi escolhido para conhecer espécies dos flebotomineos RESULTADOS Nas armadilhas luminosas, tipo CDC, foram coletados 4.799 exemplares e identificadas seis espécies: Nyssomyia neivai (68,66%), Pintomyia fischeri (13,63%), Migonemyia migonei (10,56%), Psathyromyia lanei (7%), Brumptomyia sp. (0,08%) e Pintomyia monticola (0,06%), conforme Gráfico 1. No método de Shannon, 135 espécimes foram capturados, pertencentes a duas espécies: Ny. neivai (97,04%) e Pi. fischeri (2,96%). No peridomicílio, foi capturado o maior número de flebotomíneos e obtida a maior riqueza de espécies Gráfico 1: Frequência absoluta das espécies de flebotomíneos coletadas com armadilhas tipo CDC na residência monitorada Tabela 1: Frequência absoluta e relativa das espécies de flebotomíneos coletadas em três ambientes da residência monitorada 05

Tabela comparativa dos casos notificados e investigados que constam no SINAN - Sistema de Informação dos Agravos de Notificação de Porto Alegre, diagnosticados nos anos de 2013 e 2014.* Agravos Total de Casos Casos Residentes em POA Investigados Confirmados Investigados Confirmados 2013 2014 2013 2014 2013 2014 2013 2014 Acidentes com animais peçonhentos 49 40 49 40 17 15 17 15 Aids 1744 1555 1744 1555 1357 1261 1357 1261 >13 anos 1723 1530 1347 1245 < 13 anos 21 25 10 16 Portadores de HIV 1217 1209 1217 1209 1086 1061 1086 1061 >13 anos 1210 1198 1080 1054 < 13 anos 7 11 6 7 Atendimento anti-rábico 6325 5782 6325 5782 6297 5742 6297 5742 Botulismo 0 0 0 0 0 0 0 0 Carbunculo ou Antraz 0 0 0 0 0 0 0 0 Caxumba 8 13 NA NA 8 12 NA NA Cólera 1 0 0 0 1 0 0 0 Coqueluche 316 101 140 74 158 55 91 17 Dengue 1331 320 239 23 1187 260 219 17 Autóctone Porto Alegre 149 5 Difteria 0 0 0 0 0 0 0 0 Doença de Chagas (casos agudos) 1 1 0 1 1 0 0 0 Doença de Creutzfeld-Jacob 2 5 0 1 0 3 0 0 Doença Exantemática 8 8 0 0 7 6 0 0 Rubéola 6 6 0 0 5 5 0 0 Sarampo 2 2 0 0 2 1 0 0 Esquistossomose 0 0 0 0 0 0 0 0 Eventos Adversos Pós-vacinação 517 484 517 484 517 484 517 484 Febre Amarela 2 0 0 0 2 0 0 0 Febre do Nilo Ocidental 0 0 0 0 0 0 0 0 Febre Maculosa 0 0 0 0 0 0 0 0 Febre Tifóide 0 0 0 0 0 0 0 0 Gestantes HIV + e Criança Exposta 579 564 579 564 379 389 379 389 Hanseníase 58 68 58 68 15 24 15 24 Hantavirose 0 1 0 0 0 0 0 0 Hepatites Virais 2077 2300 2022 2196 1588 1689 1550 1620 Hepatite A 58 51 48 43 Hepatite B 283 307 220 231 Hepatite C 1672 1822 1277 1333 Hepatite B+C 8 12 4 11 Hepatite B+D 0 1 0 0 Hepatite A/B ou A/C 1 3 1 2 Influenza com SRAG 1189 1403 160 115 780 854 102 66 Leishmaniose Tegumentar Americana 4 0 0 0 3 0 0 0 Leishmaniose Visceral ** 0 1 0 0 0 0 0 0 Leptospirose 242 217 84 72 150 125 50 33 Malaria** 12 14 8 10 7 11 6 9 Meningites 631 718 447 491 318 401 224 296 Doença meningocócica 31 47 15 26 M. bacteriana 73 74 23 41 M. outras etiologias 59 57 31 34 M. haemophilus 0 2 0 1 M. não especificada 86 46 43 24 M. pneumococo 25 22 15 18 M. tuberculosa 38 32 32 23 M. viral 135 211 80 129 Peste 0 0 0 0 0 0 0 0 Poliomielite/Paralisia Flácida Aguda 12 14 0 0 6 3 0 0 Raiva Humana 0 0 0 0 0 0 0 0 Sífilis Adquirida 962 1544 962 1544 902 1436 902 1436 Sífilis Congênita 502 559 502 559 365 412 365 412 Sífilis em Gestante 276 314 276 314 242 269 242 269 Síndrome do Corrimento Uretral Masculino 96 70 96 70 91 66 91 66 Síndrome da Rubéola Congênita 0 0 0 0 0 0 0 0 Tétano Acidental 5 8 4 7 1 3 0 3 Tétano Neonatal 0 0 0 0 0 0 0 0 Tuberculose (todas as formas clínicas) 2848 2857 2848 2857 2221 2198 2221 2198 Casos Novos 1897 1921 1513 1502 Tularemia 0 0 0 0 0 0 0 0 Varicela 3303 1241 NA NA 2974 1123 NA NA Varíola 0 0 0 0 0 0 0 0 Total 24325 21419 20687 17908 NA: Não se aplica / considerado caso pela notificação * dados sujeitos a revisão **casos confirmados importados 06

Tabela comparativa dos casos notificados e investigados que constam no SINAN - Sistema de Informação dos Agravos de Notificação de Porto Alegre, diagnosticados nos anos de 2014 e 2015 até a SE 8.* Agravos Total de Casos Casos Residentes em POA Investigados Confirmados Investigados Confirmados 2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015 Acidentes com animais peçonhentos 11 12 11 12 5 6 5 6 Aids 306 280 306 280 235 223 235 223 >13 anos 298 278 231 223 < 13 anos 8 2 4 0 Portadores de HIV 140 220 140 220 120 191 120 191 >13 anos 137 219 118 191 < 13 anos 3 1 2 0 Atendimento anti-rábico 1044 1105 1044 1105 1095 755 1095 755 Botulismo 0 0 0 0 0 0 0 0 Carbunculo ou Antraz 0 0 0 0 0 0 0 0 Caxumba 1 0 NA NA 0 0 NA NA Cólera 0 0 0 0 0 0 0 0 Coqueluche 17 8 13 8 8 6 1 0 Dengue 100 64 6 9 83 51 3 6 Autóctone Porto Alegre 1 1 Difteria 0 0 0 0 0 0 0 0 Doença de Chagas (casos agudos) 0 1 0 0 0 1 0 0 Doença de Creutzfeld-Jacob 0 0 0 0 0 0 0 0 Doença Exantemática 2 0 0 0 1 0 0 0 Rubéola 1 0 0 0 1 0 0 0 Sarampo 1 0 0 0 0 0 0 0 Esquistossomose 0 0 0 0 0 0 0 0 Eventos Adversos Pós-vacinação 67 79 67 79 67 79 67 79 Febre Amarela 0 0 0 0 0 0 0 0 Febre Chikungunya 0 4 0 1 0 3 0 1 Febre do Nilo Ocidental 0 0 0 0 0 0 0 0 Febre Maculosa 0 0 0 0 0 0 0 0 Febre Tifóide 0 0 0 0 0 0 0 0 Gestantes HIV + e Criança Exposta 97 94 97 94 78 57 78 57 Hanseníase 10 7 10 7 4 3 4 3 Hantavirose 0 1 0 0 0 0 0 0 Hepatites Virais 320 291 304 277 227 206 217 198 Hepatite A 12 3 11 3 Hepatite B 33 47 27 31 Hepatite C 259 227 179 164 Hepatite B+C 0 0 0 0 Hepatite B+D 0 0 0 0 Hepatite A/B ou A/C 0 0 0 0 Influenza com SRAG 51 117 1 0 347 77 1 0 Leishmaniose Tegumentar Americana 0 0 0 0 0 0 0 0 Leishmaniose Visceral ** 0 1 0 0 0 0 0 0 Leptospirose 52 43 18 9 32 32 9 4 Malaria** 2 0 1 0 2 0 1 0 Meningites 125 116 84 91 59 69 46 55 Doença meningocócica 4 5 2 4 M. bacteriana 15 16 8 11 M. outras etiologias 9 4 5 1 M. haemophilus 1 0 1 0 M. não especificada 11 17 6 10 M. pneumococo 1 2 1 1 M. tuberculosa 7 9 4 2 M. viral 36 38 19 26 Peste 0 0 0 0 0 0 0 0 Poliomielite/Paralisia Flácida Aguda 3 5 0 0 1 3 0 0 Raiva Humana 0 0 0 0 0 0 0 0 Sífilis Adquirida 163 424 163 424 157 380 157 380 Sífilis Congênita 82 118 82 118 62 86 62 86 Sífilis em Gestante 41 62 41 62 36 50 36 50 Síndrome da Rubéola Congênita 0 0 0 0 0 0 0 0 Tétano Acidental 1 0 1 0 0 0 0 0 Tétano Neonatal 0 0 0 0 0 0 0 0 Tuberculose (todas as formas clínicas) 519 458 519 458 392 337 392 337 Casos Novos 348 300 269 227 Tularemia 0 0 0 0 0 0 0 0 Varicela 97 53 NA NA 76 43 NA NA Varíola 0 0 0 0 0 0 0 0 Total 3253 3563 3088 2658 NA: Não se aplica / considerado caso pela notificação * dados sujeitos a revisão **casos confirmados importados 07

Calendário das Campanhas de Imunização Porto Alegre 2015 1. Estratégia de Vacinação do HPV (1ª etapa) Início dia 9 de março 2. Campanha de Vacinação contra Influenza (Gripe) Início em POA dia 27/04 Dia de Mobilização Nacional: 9 de maio 3. Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite e Mul vacinação para Atualização de Caderneta de Vacinação 15 a 31 agosto Dia de Mobilização Nacional: 15 agosto 4. Estratégia de Vacinação do HPV (2ª etapa) Setembro E X P E D I E N T E SECRETÁRIO MUNICIPAL DA SAÚDE Fernando Ritter COORDENADOR DA COORDENADORIA GERAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE Anderson Araújo Lima CHEFE DA EQUIPE DE VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS Benjamin Roitman Prefeitura de Porto Alegre Secretaria Municipal de Saúde Editoração e Impressão: Gráfica Erechim Ltda BR 153 - Km 52, 430 - Frinape Erechim/RS - CEP: 99700-000 Fone: (54) 3519-4886 MEMBROS DA EQUIPE DE VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS Adelaide K. Pustai / Ana Salete de G. Munhoz / Andréia R. Escobar / Benjamin Roitman Ceura B. C. Souza / Elisangela da S. Nunes / Fabiane Saldanha B Demenghe Isete M. Stella / Laís H. Lanziotti / Letícia P. Muller / Lisiane M. W. Acosta / Marcelo Rodrigues Márcia C. Sant anna / Maria da Graça S. De Bastos / Maria de Fátima P. de Bem / Marilene R. Mello / Maristela Fiorini / Maristela L. de Aquino / Melissa S. Pires / Olino Ferreira Patrícia C. Wiederkehr / Patrícia Z. Lopes / Raquel C. Barcella / Rosane S. Gralha / Selane C. da Silva / Sandra R. da Silva / Simone Sá B. Garcia Sonia Eloísa O. Freitas / Sonia R. Coradini / Sonia V. Thiesen / Vera L. Ricaldi JORNALISTA RESPONSÁVEL Patrícia Costa Coelho de Souza MTb 5691 DRT/RS TIRAGEM: 2.000 Exemplares Periodicidade trimestral. Sugestões e colaborações podem ser enviadas para: Av. Padre Cacique n 372 Bairro Menino Deus - Porto Alegre - RS PABX: (51) 3289.2400 E-mail: epidemio@sms.prefpoa.com.br Esta publicação encontra-se disponível no endereço eletrônico: www.portoalegre.rs.gov.br/cgvs 08