Artigo. Triagem de infecções urinárias em pacientes atendidos em uma unidade básica de saúde

Documentos relacionados
EXAME DE URINA TIPO I: FREQÜÊNCIA PERCENTUAL DE AMOSTRAS QUE SUGEREM INFECÇÃO URINÁRIA

EXAME DE URINA TIPO I: FREQUÊNCIA PERCENTUAL

TÍTULO: INCIDÊNCIA DE INFECÇÃO URINÁRIA ENTRE HOMENS E MULHERES NO MUNICÍPIO DE AGUAÍ EM PACIENTES QUE UTILIZAM O SUS

A CORRELAÇÃO DAS UROCULTURAS E EAS DE URINA PARA O DIGNÓSTICO DE INFECÇÃO URINÁRIA

FREQUÊNCIA DE LEVEDURAS ENCONTRADAS EM URINA TIPO I DE PACIENTES DE UM HOSPITAL PRIVADO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP

ENFERMAGEM EXAMES LABORATORIAIS. Aula 4. Profª. Tatiane da Silva Campos

Infecção do Trato Urinário na Infância

INFECÇÃO URINÁRIA UMA ABORDAGEM DA LITERATURA

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

UrináliseSedimentoscopia

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO EM MULHERES NA CIDADE DE UBERLÂNDIA

Prof. Ms. Elton Pallone de Oliveira. Exames laboratoriais: definição, tipos, indicação, cuidados pré e pós exame. Urinálise

PREVALÊNCIA DE INFECÇÃO URINÁRIA EM IDOSOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS (ILPI) DE PONTA GROSSA, PARANÁ

Alterações no Trato Urinário

NORMAS COMPLEMENTARES AO EDITAL SEI Nº 103/2018

COMPARAÇÃO DE AGENTES INFECCIOSOS DO TRATO URINÁRIO DE PACIENTES AMBULATORIAIS VERSUS PACIENTES HOSPITALIZADOS

Módulo 1 INFEÇÕES URINÁRIAS: RECOMENDAÇÕES E NOC DGS ABORDAGEM DE PATOLOGIAS UROLÓGICAS FREQUENTES NA URGÊNCIA DE MGF: INFEÇÕES URINÁRIAS

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO TESTE DO PEZINHO

Célia Fagundes da Cruz

As dúvidas mais comuns sobre a infecção urinária

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MATO GROSSO DO SUL UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE DOURADOS CURSO DE ENFERMAGEM

Diretrizes Assistenciais

J. Health Biol Sci. 2017; 5(1):31-36 doi: / jhbs.v5i1.902.p

INFECÇÃO URINÁRIA EM ADULTO

Acurácia do Exame de Urina para Diagnóstico de ITU em Menores de 2 Meses

VI Jornadas ANCI Combater a infeção e as resistências: Problema e Desafio BUNDLE DO CATETER URINÁRIO

PREVENÇÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR ASSOCIADA A CATETER VESICAL

ANÁLISE MICROBIOLÓGICA EM UNIDADES DE SAÚDE

PREVALÊNCIA BACTERIANA NAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO

PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE PGRSS IPTSP/UFG

das queixas Urinárias em Gestantes

Biossegurança. Odontológico: para você!

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PATOLOGIA CLÍNICA CONVÊNIO Nº 40/2014 RELATÓRIO ANUAL

Infeções do trato urinário na rede médicos sentinela dados preliminares de 2016

DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE NOS LABORATÓRIOS DE ANÁLISE CLÍNICA DO MUNICÍPIO DE CRUZ DAS ALMAS, BAHIA

20º Congresso de Iniciação Científica TRIAGEM NUTRICIONAL DE PACIENTES ADULTOS INTERNADOS EM UM HOSPITAL DO INTERIOR PAULISTA

Drª. Maria Auxiliadora Dias Médica do Trabalho

COORDENAÇÃO DO NÚCLEO CURRICULAR FLEXÍVEL PRÁTICAS EDUCATIVAS FICHA DE OBSERVAÇÃO - 1

INFORMATIVO CIEVS 005/2018

ENFERMAGEM EXAMES LABORATORIAIS. Aula 3. Profª. Tatiane da Silva Campos

CONCEITO Consiste na coleta de uma amostra de urina com técnica asséptica em um coletor de plástico estéril.

Palavras-chave: Corrimento vaginal. manejo clínico. diagnóstico.

Prevenção de Infecção do Trato Urinário (ITU) relacionada á assistência á saúde.

Atenção farmacêutica especializada. Atenção Farmacêutica e Farmácia Clínica. Para poder... Objetivos dos tratamentos

ANÁLISE DA FASE PRÉ-ANALITICA DO EXAME DE URINA DE ROTINA EM LABORATÓRIO DE CEILÂNDIA DF

Incidência de bactérias causadoras de Infecções do Trato Urinário em um hospital de Ilha Solteira no ano de 2010

IMPACTO DA ARTROPLASTIA TOTAL DE QUADRIL SOBRE A QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS PORTADORES DE ARTROSE INCAPACITANTE.

PLANO DE APRENDIZAGEM

INFORMATIVO CIEVS 008/2017

EBOLA COMUNICADO N 1. prefeitura.sp.gov.br/covisa. 01 de setembro de 2014

INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO

A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA E O APOIO ÀS NECESSIDADES BÁSICAS DA FAMILIA

INFORMATIVO CIEVS 003/2018

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO PARA MANIPULAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS E AMOSTRAS BIOLÓGICAS

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO RIO. Dra. Joelma Gonçalves Martin Departamento de pediatria Faculdade de Medicina de Botucatu- UNESP

PERFIL DOS PACIENTES IDOSOS USUÁRIOS DE TABACO ATENDIDOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO EM CAMPINA GRANDE

Módulo 1 ABORDAGEM E OPÇÕES TERAPÊUTICAS NO DOENTE COM LITÍASE RENAL AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA CÓLICA RENAL 3 OBSERVAÇÃO 4 OPÇÕES TERAPÊUTICAS

RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE: CONHECIMENTO DOS AGENTES DE LIMPEZA

CONCURSO 2006 PARA RESIDÊNCIA MÉDICA. Universidade Federal Fluminense. Centro de Ciências Médicas. Hospital Universitário Antônio Pedro

PREVALÊNCIA DE SÍFILIS ADQUIRIDA EM HOMENS E MULHERES NO MUNICÍPIO DE XANXERÊ, SC

PERFIL DA AUTOMEDICAÇÃO ENTRE IDOSOS USUÁRIOS DAS UNIDADES DE SAÚDES DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB INTRODUÇÃO

Pesquisa Institucional desenvolvida no Departamento de Estudos Agrários, pertencente ao Grupo de Pesquisa em Saúde Animal, da UNIJUÍ 2

PREVALÊNCIA DE POSITIVIDADE BACTERIANA EM EXAMES DE URINA DE UM LABORATÓRIO PARTICULAR EM ITAPEVI.

INFORMATIVO CIEVS 006/2017

Áquila Lopes Gouvêa Enfermeira da Equipe de Controle de Dor Instituto Central do Hospital das Clínica da Faculdade de Medicina da USP

Imagem da Semana: Ressonância nuclear magnética

DISCIPLINA PATOLOGIA CLÍNICA I PRO071-5º PERÍODO

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO: ACHADOS LABORATORIAIS DE EXAMES DE URINA EM HOMENS IDOSOS NO PRIMEIRO TRIMESTRE DO ANO DE 2016 NA CIDADE DE PARNAIBA-PI

Direitos e responsabilidades dos pacientes, familiares e acompanhantes

COLETA DE URINA PARA ELEMENTOS ANORMAIS E SEDIMENTOS ( EAS) Enfª( s): Sandra Chaves e Andreia Paz, Cilene Bisagni, Elisabeth Novello

Necessidade de eliminação vesical. Instrutora: Enf a Adriana Feliciana Melo

INTRODUÇÃO RECOMENDAÇÕES

NOTA TÉCNICA. Coleta, Acondicionamento e Transporte de Material para Diagnóstico de Influenza. ALERTA Recife, 15 de Maio de 2013.

Procedimentos Técnicos. NOME FUNÇÃO ASSINATURA DATA Dr. Renato de Lacerda Barra Filho Dr. Ivo Fernandes. Gerente da Qualidade Biomédico

Prevalência de candidíase vulvovaginal e tricomoníase na citologia cérvicovaginal. corada por harris-shorr e sua associação com os sistemas de saúde

ANEXO NORMAS ÉTICAS PARA A UTILIZAÇÃO DAS TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA

LABORATÓRIO ANÁLISE PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE APOIO. Código: POA.GQL.05 Versão: 05 Data da Revisão: 14/05/2018 Página 1 de 11

MA 3 DIAGNÓSTICO E TERAPEUTICA. Flávia Miranda Fabíola Raimundo

Interdisciplinar: Revista Eletrônica da UNIVAR ISSN X Ano de publicação: 2016 N.:15 Vol.1 Págs.

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

ENTENDIMENTO DO PROJETO

Departamento de Pediatria Journal Club. Apresentadora: Eleutéria Macanze 26 de Julho, 2017

PERFIL DE USUÁRIOS DE PSICOFÁRMACOS ENTRE ACADÊMICOS DO CURSO DE FARMÁCIA DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO DO SUL DO BRASIL

INFORMATIVO CIEVS 041/2016

DIAGNÓSTICO DAS UNIDADES DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA PB QUANTO AOS SEUS RESÍDUOS

COLETA DE MATERIAIS PARA EXAMES

PROCEDIMENTO PARA ACONDICIONAMENTO E SEGREGAÇÃO DE RESÍDUOS DOS GRUPOS A e E Prefeitura do Campus USP Fernando Costa (PUSP-FC)

INFORMATIVO CIEVS 046/2016

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

CIRURGIA SEGURA Enf. Daniella Honorio

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE DESENVOLVIMENTO E GESTÃO DE PESSOAL

INTOXICAÇÕES POR AGROTÓXICOS E DOMISSANITÁRIOS EM IDOSOS: DADOS EPIDEMIOLÓGICOS E CLÍNICOS ( )

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Lidiane de Oliveira Carvalho

Após um episódio de ITU, há uma chance de aproximadamente 19% de aparecimento de cicatriz renal

AVALIAÇÃO DO DESCARTE DE PERFURO CORTANTES POR PACIENTES USUARIOS DE INSULINA ATENDIDOS POR UMA DROGARIA DE VIÇOSA, MG

Rogério Muniz de Andrade Gisele Mussi Ricardo Baccarelli Carvalho Lys Esther Rocha

Não dá para confiar mais em nenhum outro exame pq todos foram feitos no mesmo aparelho.

Transcrição:

Triagem de infecções urinárias em pacientes atendidos em uma unidade básica de saúde Screening of urinary infections in patients seen in a basic unine hels Hanna Taisa Marinho de Oliveira Wanderley AlannaMichely Batista de Morais RESUMO - Denomina-se infecção de urina, amostra clinica contendo uma grande quantidade de bactéria mais conhecida como bacteriúria, sendo que muita das vezes o paciente não esta com a patologia, pois a amostra foi coletada de maneira errada.o exame microbiológico da urina é um dos mais freqüentes e mais difíceis de ser executado corretamente, pois existem vários interferentes relacionados à coleta, transporte e manipulação do material que refletem na elaboração do laudo. O presente estudo tem como objetivo fazer uma triagem de Infecções Urinárias em Pacientes atendidos em uma USF da cidade de Patos-PB fazendo análises de pacientes que procuram atendimento no referido local. Para a obtenção das amostras clínicas, serão entregues aos pacientes coletores para a realização da coleta do material, em seguida será feita o exame de urina tipo I e com os resultados obtidos fazer uma análise da prevalência de Infecção Urinária em alguns casos. Com a realização da pesquisa espera-se observar as principais alterações no exame físico, químico e microscópico da urina que causam Infecção Urinária e os fatores que facilita a ocorrência destas alterações, sendo assim, o paciente poderá evitar estes acontecimentos e caso já esteja, procurar tratamento adequado para evitar patologias mais graves. Palavras-chave: Infecção Urinária, Exame de urina tipo I, Amostras Clínicas, Alterações Urinárias. ABSTRACT - Is urine infection, clinical sample containing a large amount of bacteria better known as bacteriuria, and much of the time the patient is not with the pathology, because the sample was collected from the wrong way. The microbiological examination of urine is one of the more frequent and more difficult to run correctly, because there are several collection, transportation-related interference and manipulation of material that reflect in the drafting of the report. The present study aims to do a screening of urinary 173

infections in patients seen in a USF in the city of Patos-PB making analyses of patients seeking care in that location. For obtaining clinical samples, will be delivered to patients collectors for collecting the material, then will the urine test type I and with the results obtained make an analysis of the prevalence of Urinary Infection in some cases. With the completion of the survey is expected to observe the main changes in the physical, chemical and microscopic examination of urine that cause urinary tract infection and factors that facilitates the occurrence of these amendments, therefore, the patient will be able to avoid these events and the event is already, seek treatment suitable to avoid more severe pathologies. Keywords: Urinary tract infection, urine test type I, clinical specimens, Urinary Changes. INTRODUÇÃO A infecção urinária apresentar-se de várias formas clínicas, ela é assintomática e será diagnosticada com a realização de exames laboratoriais, apresentando grande presença de bactéria, mais conhecido como bacteriúria. Esta forma de infecção representa uma colonização das vias urinárias baixas. Por outro lado, as bactérias também podem penetrar nas camadas mais profundas da bexiga, levando à alguns sintomas, como, febre baixa, micção freqüente e dor na micção, isto é, disúria. Estas são as manifestações clínicas da cistite (KUNIN, 1997). Porém em alguns pacientes, as bactérias da bexiga podem atingir as vias urinárias altas produzindo a pielonefrite aguda, tendo como sintomas, calafrios, febre de até 40 C e dor intensa em um ou ambos os flancos (ROCHA, 2003). A infecção urinária é uma patologia bastante freqüente, pode ocorre em todas as idades, do neonato ao idoso. Durante o primeiro ano de vida, devido ao maior número de 174

malformações congênitas, especialmente válvula de uretra posterior, acomete preferencialmente o sexo masculino (BRANDINO et al., 2007). Os agentes causadores da infecção urinária são restringidos a poucos microrganismos de crescimento rápido. Escherichiacoli, Enterococcusspp, Klebsiellaspecies, Enterobacterspp, Proteusspp, Staphylococcussaprophyticuse Pseudomonasspprepresentam a maioria dos isolados tanto de pacientes hospitalizados quanto da comunidade (BRANDINOet al.,2007). O exame microbiológico da urina é um dos mais freqüentes e mais difíceis de ser executado corretamente, pois existem vários interferentes relacionados a coleta, transporte e manipulação do material que refletem na elaboração do laudo (MOURA, 1997). A fase pré-analítica inicia-se com a solicitação do exame, passando pela orientação ao usuário, obtenção da amostra biológica (coleta), acondicionamento, transporte até o laboratório de análise, triagem e digitação, chegando a fase instrumental da realização do exame, estes fatores pré-analíticos são difíceis de monitorar e controlar, devido a grande parte destes ocorrer fora do laboratório. Sendo assim, esta fase é tão delicada e exige uma atenção e dedicação constantes. (LOPES, 2003). A fase citada anteriormente é uma das mais importantes na realização de um exame laboratorial, caso ocorra erro, nesta fase, tudo o que se fizer daí em diante, estará comprometido, no que diz respeito ao resultado final. É nele onde se encontra a maior freqüência de erros, os maiores riscos à saúde dos profissionais e ainda é a fase que ocorre as mais elevadas taxas de erro humano. A fase pré-analítica de um exame laboratorial é extremamente importante para o sucesso do resultado final de uma análise de qualidade, muitos pacientes vão desacompanhados, e, talvez, por falta de conhecimento, acabam não 175

entendendo as explicações fornecidas pelo laboratório e têm a coleta do material feita, de maneira inadequada (TUMA, 2010). A grande maioria dos erros laboratoriais quando detectados, dentro ou fora do laboratório, irão gerar a rejeição da amostra e posterior recoleta da amostra biológica. Além de gerar prejuízo direto ao paciente, esses erros trazem insatisfação, ansiedade, transtornos e insegurança ao médico e ao paciente. Para o laboratório clínico, os erros geram custos desnecessários, demora na liberação do laudo, trabalho dobrado e ainda o mais importante, a perda da credibilidade, da confiança e da segurança. A principal razão para a alta predominância de erros nesta fase do processo está na dificuldade de controlar as variáveis pré-analíticas e de realizar melhoria nos processos, pois diversas variáveis encontram-se no preparo do paciente e no momento da coleta, nem sempre sob controle da supervisão do laboratório clínico (STANKOVIC, 2004). METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujo objetivo é fazer uma triagem em pacientes de uma UBS da cidade de Patos-PB, no período de Abril a Junho de 2014.A população será formada pelos habitantes da cidade de Patos no estado da Paraíba e a amostragem foi composta por 100% da população proposta. Após serem realizadas 20 coletas de urina dos primeiros voluntários para a realização do exame de urina Tipo I. Como critérios de inclusão se fazem necessário que as amostras para a realização do exame de urina Tipo I, sejam de pessoas que se interessarem pela pesquisa e terem assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram excluídas da pesquisa 176

pessoas que não se interessar pela pesquisa. O presente estudo tem como benefício observar o índice de Infecção Urinária e as principais alterações nos exames, Físico e Químico da urina que venham desenvolver a Infecção, levando ao paciente a um tratamento adequado e prevenir de patologias mais graves. Após o paciente fazer a coleta dentro dos coletores, será feito o exame físico da urina para observar, a cor, cheiro, densidade, aspecto, em seguida, colocar 12ml da amostra dentro de um tubo de ensaio de plástico para fazer o exame químico, coloca-se dentro da urina a fita reagente e retira para observar as alterações, após, levar para a centrifuga por 5 minutos em 2.500 rpm, depois de centrifugada, observar se tem presença de depósito, em seguida dá início ao preparo do esfregaço e analisar quais alterações que mais prevalece na Infecção Urinária. O processo de gerenciamento de resíduos seguira as diretrizes de biossegurança adotadas pelo laboratório onde será realizada a coleta de urina dos voluntários participantes da pesquisa. Sendo assim, os materiais descartáveis serão depositados em locais apropriados e os reutilizáveis, serão encaminhados ao expurgo para as devidas higienizações. Os materiais contendo fluidos biológicos, luvas descartáveis, máscaras e touca, serão descartados em saco de lixo branco, com advertência de material infectante. Já os materiais que não entram em contato com possíveis infecções, como por exemplo, o prontuário de identificação do participante da pesquisa, serão descartados em saco de lixo preto. A coleta seletiva para o material biológico será realizada por carros diferenciados de coleta de lixo, sendo a incineração o destino final dos materiais infectantes para descarte. Os dados da amostra serão analisados, tabulados e graficados utilizando o software Microsoft Excel. 177

RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram obtidas amostras de 20 pacientes, abrangendo tanto o sexo feminino quanto o masculino e sem restrição de idade. A análise destes 20 pacientes revelou que 06 (30%) apresentaram amostras sugestivas de infecção urinaria (Tabela 1) (Figura 1), sendo caracterizada por leucocitúrias em bacteriúria ou somente bacteriúria sem presença de leucócitos. As amostras obtidas pelos pacientes demonstraram os seguintes resultados. Tabela 1. Freqüência e percentual dos resultados encontrados. Resultados N F (%) Normal 14 60 Leucocitúria sem 2 16,66 bacteriúria Presença de bactéria 4 23,34 Proteinúria 0 0 Hematúria 0 0 Glicosúria 0 0 Presença de leveduras 0 0 Total 20 100 178

Figura 1.Freqüência Percentual de amostras sugestivas de infecção urinária. 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Positivo Negativo A Infecção Urinária é um processo patológico extremamente importante e deve ser diagnosticado o quanto antes em virtudes de suas complicações. Pois, com diagnóstico precoce consequentemente ocorrerá sucesso no medicamento empregado. Sendo assim a escolha de métodos rápidos e de baixo custo é fundamental para esse diagnóstico. De acordo com Amorim (2008) foi observada 19% de amostras positivas para infecção urinária dentre as 270 amostras analisadas, demonstrando portanto, a importância para triagem precoce das ITU, visando um tratamento eficaz que possa minimizar as complicações pertinentes a essa patologia. 179

Em virtude do sexo feminino ser o mais acometido desde a infância até a vida adulta, a indicação de tal exame foi maior entre as mulheres, o que perfez um total de 60%. Segundo Heilberg e Schor (2003), a ocorrência de infecção urinária tanto em homens como em mulheres aumenta com a idade. Vários fatores podem predispor as pessoas às ITU. Dentre elas, pode-se incluir nos homens o estreitamento uretral. Entre as mulheres, a menopausa é um dos fatores predisponentes. Dessa forma, a presente pesquisa demonstrou que a sugestividade de critérios para prováveis infecções urinárias foi mais frequente em mulheres com idade superior a 35 anos de idade. Além das amostras sugestivas de infecção urinária, foram obtidas amostras que sugerem outros resultados, como por exemplo, amostras de pacientes com bacteriúria somente. De acordo com Dachi (2000), tal achado não caracteriza fielmente uma ITU, pois alguns pacientes podem apresentar amostras contaminadas com bactérias que estão presentes na uretra ou na região periuretral. CONCLUSÕES Foram observadas no presente estudo alterações compatíveis com prováveis infecções urinárias em pacientes atendidos em uma UBS da cidade de Patos. Das 20 amostras analisadas através do exame de urina tipo I, pôde-se observar as seguintes alterações 20% dessas amostras foram positivas para provável infecção urinária, sendo que 16,66 para leucocitúria sem bacteriúria e 23,34 para presença de bactéria sem leucocitúria. Com base nesses dados, conclui-se que os resultados não foram conclusivos 180

para infecção urinária, já, que, esta só pode ser totalmente positiva se encontrar leucocitúria com bacteriúria. Além disso, para que houvesse uma confirmação dos casos, com relação à infecção urinária deveriam ter sido realizados exames de cultura em associação com os exames de urina Tipo I. Assim sendo, os exames de urina tipo I Servem apenas como exames de triagem para as infecções do trato urinário. REFERÊNCIAS AMORIM, A. E. Exame de Urina Tipo I:Frequência Percentual de Amostras que sugerem Infecção urinária. Anuárioda Produção de Iniciação Científica Discente.,v. XI, n. 12, p. 57-68, 2008. BRANDINO, BA.; PIAZZA, J,F,D.; PIAZZA, M. C.D.; CRUZ, LK.; OLIVEIRA, S. B.M. Prevalência e fatores associados à infecção do trato urinário. Revista Newslab, v.83, p. 166-176, 2007. DACHI,S.P. Infecção do trato urinário. Revista Brasileira de Medicina, v. 57, n.7, p.759-765, 2000. HEILBER G, I. P.; SHOR,N. Abordagem diagnóstica e terapêutica na infecção do trato urinário. ITU. Revista da Associação Médica Brasileira, v.49, n.1, p., 2003. KUNIN, C. M. Urinarytractinfection. 5. ed. Baltimore: Williams & Wilkins, 1997. LOPES, H.J.J. Garantia e controle da qualidade no laboratório clínico. Manual Gold Analisa Diagnóstica Ltda, Belo Horizonte, 2003. LOPES, H.V.; TAVARES, W. Diagnóstico das infecções do trato urinário. Revista da Associação Médica Brasileira, v.51, n. 6, p. 301-312, 2005. MOURA, R.A.; Técnicas de laboratório, 3 ed., São Paulo: Atheneu, 1997. 181

ROCHA, L.C.A.; CARVALHAL, G.F.; MONTI, P.R. Exames complementares nasociedade BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA LABORATORIAL. Gestão da fase pré analítica, 2010. Impresso especial. Disponível: http://www.sbpc.org.br/upload/publicacao/fb9d6b6cbb6dcb5b63309885a5b6e6f8.pdf. Acesso em: 14/08/2011 às 18 horas e 30 minutos. STANKOVIC AK. The laboratory is a key parter in assuring patient safety. ClinLabMed, 2004. TUMA U. Análises Clínicas: controle de qualidade na fase pré-analítica. Revista Pharmacia Brasileira. V. março/abril, p. 12-15, 2010. 182