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Transcrição:

1 de 6 20/06/2016 14:57 DIREITO DE FAMÍLIA Tese se baseia em artigo do Código Civil que trata da fidelidade recíproca. Apesar de tendência indicar que a Justiça não irá mais entrar na questão da traição no matrimônio, ainda há decisões em prol da reparação por multa ou indenização Joana Neitsch [16/06/2016] [08h21]

2 de 6 20/06/2016 14:57 14h45 Cervejaria Itaipava foi sócia do banco da... 14h27 Um grave atentado, diz Janot sobre pacto de... 12h58 Maranhão recua e retira da CCJ consulta que poderia beneficiar... 12h56 Número de processos se multiplicou 80 vezes em 27 anos, diz... 12h46 Ministro do TCU diz ter alertado Dilma sobre dificuldade de... 12h12 Geleia, gravata, toalha e CD sertanejo: os mimos que Moro recebe dos... 11h48 Assembleia vota reajustes a servidores com impacto de R$ 126... 11h09 VEJA TODAS AS ÚLTIMAS Hélio Gambiarra pede comando da Itaipu para...

3 de 6 20/06/2016 14:57 Foto: Bigstock

4 de 6 20/06/2016 14:57 O fim de um casamento traz desgaste psicológico e pode ter litígio na divisão de bens. Se o motivo da separação envolver um adultério, há uma vertente de juristas que defende que a pessoa traída tem direito a pleitear indenização por danos morais. A interpretação para essa tese tem como base tanto a legislação vigente quanto a jurisprudência. O Código Civil cita, no artigo 1566 da parte que se refere ao Direito de Família, a fidelidade recíproca como um dos deveres de ambos os cônjuges. O mesmo Código define, na sua parte geral, artigo 186, que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência comete ato ilícito, viola direito e causa dano a outrem. A advogada e presidente da Associação de Direito de Família e das Sucessões, Regina Beatriz Tavares da Silva, considera que a parte geral do Código Civil deve ser aplicada a todas as outras partes. O dever de um é o direito do outro, diz a advogada sobre o dever de fidelidade. No casamento e na união estável existem deveres que uma vez descumpridos geram danos. Regina Beatriz é autora da tese de Reparação Civil na separação e no divórcio, publicada em 1998 e que, segundo ela, foi acolhida pelos tribunais. Corrente de juristas entende que dano moral pode ser aplicado em caso de infidelidade. devido ao constrangimento de ter que lidar com comentários dos colegas. Em uma decisão de 2008, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que uma mulher pagasse R$ 200 mil reais de indenização ao marido que descobriu, após 25 anos, que os filhos por ele criados não eram dele. Em decisão mais recente, de 2012, o Tribunal de Justiça de São Paulo, condenou um marido a indenizar a esposa traída. Os dois trabalhavam na mesma escola e ela teria entrado em depressão

5 de 6 20/06/2016 14:57 presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFam) A separação conjugal, em razão de novo relacionamento não configura o dever de indenizar o outro cônjuge, todavia, o ato cometido com desrespeito ao cônjuge, mediante conduta manifestamente ofensiva, gera a obrigação de indenizar o dano moral suportado, diz o voto do relator do caso, desembargador Pedro de Alcântara. Para o advogado e presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFam), Rodrigo da Cunha Pereira, não cabe mais indenização em caso de traição. O direito sofreu uma grande evolução desde a Emenda Constitucional 66 de 2010. Isso [indenização] não interessa mais para o Estado, explica Pereira. Na opinião do advogado, o amor entre adultos é uma via de mão dupla e os envolvidos devem assumir os riscos do relacionamento. O direito não tem que entrar nessas questões, afirma o presidente do IBDFam. Segundo ele, a interpretação de que deve haver ressarcimento acabava por recair sobre as mulheres. Pereira reconhece que a interpretação de caber ou não indenização fica a critério dos magistrados e, segundo ele ainda existe uma linha conservadora no direito, mas predomina a jurisprudência de que não cabe mais esse tipo de ressarcimento. presidente da Associação de Direito de Família e das Sucessões Em um julgamento do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, por exemplo, a juíza Íris Helena Medeiros de Nogueira se posicionou da seguinte maneira: Inicialmente, ressalto que, evidentemente, a ruptura de uma relação matrimonial ocasiona mágoa, frustração e dor, independentemente

6 de 6 20/06/2016 14:57 do fato motivados. Entretanto, entendo que tais sentimentos são fatos da vida. Em outra decisão, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, há o entendimento de que embora a traição importe violação dos deveres do casamento, esta decorre da deteriorização da relação conjugal e não é capaz, por si só, de gerar compensação por danos morais à parte ofendida. Para Pereira, com o afastamento do Estado da deliberação sobre o ressarcimento de dano moral sobre traição, uma alternativa seria firmar contratos com cláusulas sobre traição. A prática é comum nos Estados Unidos, especialmente entre famosos, mas no Brasil ainda é novidade. Segundo o advogado, ele fez o primeiro contrato desse tipo no país. Tratava-se de uma mulher que havia sido traída pelo marido, mas não quis se separar. No acordo, ficou previsto que se ele a traísse novamente teria de pagar uma multa. Em caso de separação, ao invés de ficar com 50% do patrimônio, como prevê a lei, o marido ficaria com apenas 30%. Mas não é preciso esperar ser traído, um contrato com cláusulas sobre traição já pode ser firmado no início do casamento.