O contexto Europeu dos séculos XVII e XVIII

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Transcrição:

O contexto Europeu dos séculos XVII e XVIII

Índice Da revolução científica aos ideais iluministas ; A difusão das ideias iluministas ; O despotismo esclarecido ; A herança do iluminismo ; Políticas de fomento comercial ; Políticas de fomento industrial ; Reforço do poder do Estado ; Submissão das ordens privilegiadas ; Reforma no ensino ; A cidade como imagem do poder: o urbanismo pombalino.

Da revolução científica aos ideais iluministas Nos séculos XVII e XVIII ocorreu, na Europa, uma revolução científica, que acabou por dar origem a um movimento de renovação intelectual - o Iluminismo. O Movimento das luzes surgiu em Inglaterra, na segunda metade do século XVII, mas foi em França, no século XVII, que teve maior desenvolvimento. O Iluminismo tinha por objectivo contribuir para o bem da Humanidade, libertando-a da ignorância e da superstição através do Saber e da Razão. O Iluminismo baseava no racionalismo. O Homem alcançava a felicidade e a verdade quando é iluminado pela razão e esclarecido pelo saber e pela instrução. As ideias de alguns iluministas contribuíram para o liberalismo. Voltaire defendeu a liberdade e a justiça social. Rousseau defendeu a igualdade de todos perante a lei e a soberania do povo. Montesquieu defendeu a separação dos poderes políticos, por diferentes órgãos de poder.

A difusão das ideias iluministas As ideias iluministas eram divulgadas em reuniões secretas da maçonaria, academias, salões, livrarias e cafés, e através da publicação de periódicos e da Enciclopédia. Estes meios de difusão da cultura foram muito importantes na formação da opinião pública.

O despotismo esclarecido Na segunda metade do século XVIII, alguns reis mostraram abertura e interesse pelas novas ideias dos pensadores iluministas e acabaram por levar a cabo reformas que visavam melhorar as condições de vida dos seus súbitos(fundaram escolas, academias, bibliotecas, asilos, etc.). Estes monarcas continuavam a ser senhores do poder absoluto, mas agora orientados pela Razão desejavam o progresso e o desenvolvimento cultural do seu país. Eram designados por déspotas iluminados ou esclarecidos. Exemplos de monarcas que seguiram o despotismo esclarecido: Maria Teresa, rainha da Austrália ; Frederico II, rei da Prússia ; D. Catarina, imperatriz da Rússia ; D. José I, rei de Portugal.

A herança do iluminismo O movimento iluminista defendia, contudo, ideias opostos á existência de um monarca absoluto, propondo a soberania popular e a separação dos poderes políticos. O Iluminismo propunha também uma nova sociedade, baseada em princípios como a igualdade, a liberdade e a tolerância. Passados mais de dois séculos, as ideias de igualdade, liberdade e tolerância são valores pelos quais ainda se luta em muitos Estados.

Políticas de fomento comercial D. José que nomeou para seu ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, Marques de Pombal. A sua governação seguiu as linhas do despotismo esclarecido ou iluminado, o qual associava ao poder absoluto as ideias de progresso e modernização. O Marques de Pombal desenvolveu uma politica económica de regresso ás ideias mercantilistas, procurando assim recuperar a economia portuguesa. O Marques começou por controlar o comercio metropolitano e colonial, criando companhias comerciais monopolistas. Estas companhias eram financiadas com dinheiro de accionistas, na sua maioria burgueses, que ficavam com monopólio da venda dos produtos. O objectivo era fazer frente á concorrência de outras potencias coloniais europeias.

Políticas de fomento industrial Como o comercio colonial não dava os lucros desejados, o Marques empreendeu, uma politica de desenvolvimento da indústria : Reorganizou as fábricas reais de lanifícios e outras já existentes; Fundou e renovou fábricas de vidros, louças, cutelarias e de fundição entre outras; Fundou a primeira fábrica de refinação de açúcar; Reorganizou a Real Fábrica das Sedas; Contratou técnicos estrangeiros para melhorarem a produção. Centenas de fábricas e oficinas passaram a satisfazer as necessidades nacionais, restringindo-se as importações e aplicando-se medidas proteccionistas para os produtos nacionais. As politicas do Marques de Pombal contribuíram para a formação de uma burguesia mais activa.

Reforço do poder do Estado O Marques de Pombal empreendeu em Portugal uma série de reformas com o objectivo de reforçar o poder do rei. A reorganização da administração central, com a criação do Erário Régio, que passou a controlar as finanças públicas; A criação da Intendencia-Geral da Policia de Lisboa, que separou as funções as funções judiciais (dos tribunais) das da polícia; A criação da Real Mesa Censória para censurar livros e publicações contra o regime, limitando os poderes da Inquisição.

Submissão das ordens privilegiadas O plano de reforço do poder do Estado passou também por retirar poder aos grupos sociais privilegiados: clero e nobreza. Em 1758, o rei D. José sofreu um atentado; este acontecimento foi aproveitado para implicar poderosas famílias nobres entre os quais os Távoras que, foram julgados, condenados á morte e os seus bens confiscados. Os membros do clero, os Jesuítas, também foram perseguidos.

Reforma no ensino Em meados do século XVIII, muitos estrangeiros criticavam o atraso cultural e científico de Portugal propondo a modernização e a laicização do ensino. Marques de Pombal, que pôs em prática reformas em todos os sectores do ensino, destacando-se : A fundação do Colégio dos Nobre e da Aula do Comércio para reformar os jovens na nobreza e da burguesia para os cargos do Estado; A reforma a Universidade de Coimbra, que foi dotada de um ensino mais prático e experimental.

A cidade como imagem do poder: o urbanismo pombalino No dia 1 do Novembro de 1755, um forte terramoto seguido por um maremoto e vários incêndios destruíram uma grande parte da cidade de Lisboa. Após a catástrofe, O marques tomou medidas rápidas para recuperar a cidade : Mandou enterrar os mortos e socorrer os feridos ; Ordenou que todos os palácios e igrejas fossem vigiadas para evitar que as suas riquezas fossem roubadas ; Planificou cuidadosamente a reconstrução da cidade, proibindo as pessoas de reconstituíram as casas sem respeitar esse plano.

A cidade como imagem do poder: o urbanismo pombalino A reconstrução da cidade foi entregue ao engenheiro Manuel da Maia e aos arquitectos Carlos Mardel e Eugénio dos Santos, os quais, orientados pelo Marques, conceberam um plano revolucionário para a época. As principais características desse plano eram: Avenidas largas para facilitar a circulação de carros e cavalos, alternando com ruas mais estreitas:; Construção de passeios para peões ; Distribuição dos ofícios por ruas para facilitar o comércio ; Instalação de esgotos ; Construção de casas com a mesma altura e com fachadas iguais ; Utilização de formas de construção mais resistentes aos sismos ; Construção de uma grande praça central (a actual Praça do Comércio). A nova cidade era reflexo de uma nova concessão de Estado e de espaço urbano, orientada para o bem estar das populações.

Fim Trabalho realizado por: José Neves nº11 8ºD