A ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO NA APURAÇÃO DOS REQUISITOS DO ART. 14 DO CTN PARA RECONHECIMENTO DA IMUNIDADE E A POSIÇÃO DOS TRIBUNAIS PÁTRIOS

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Porém, esta competência não é plena, pois, encontra limitações na própria Constituição Federal.

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Transcrição:

A ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO NA APURAÇÃO DOS REQUISITOS DO ART. 14 DO CTN PARA RECONHECIMENTO DA IMUNIDADE E A POSIÇÃO DOS TRIBUNAIS PÁTRIOS

Das limitações do poder de tributar na Constituição Federal Art. 150, VI - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; (...) 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas..

Requisitos para fruição da Imunidade - CTN Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas (art. 150, VI, CF): I não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. O procedimento administrativo para fruição da imunidade pelas entidades definidas na Constituição Federal no âmbito do Município de Belo Horizonte é formal e está disciplinado no Decreto Municipal 4.195/82.

Apelação Cível 1.0702.06.320573-7 Relator(a): Des.(a) Eduardo Andrade Julgamento: 15/07/2008 TJMG -1ª Câmara Cível LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR. IMUNIDADE. INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL BENEFICENTE. ISSQN. ART. 150, VI, 'c' da CF/88 e ART. 14 do CTN. A remuneração, sem exorbitância, dos funcionários e administradores, por funções exercidas em unidades mantidas pela instituição educacional beneficente, não afasta a imunidade, desde que seja equivalente aos serviços por eles prestados. O fato de uma entidade beneficente participar como sócia de uma empresa comercial não afasta a imunidade tributária prevista no art. 150, VI, ""c"" da Constituição, desde que as rendas auferidas nesta atividadeinvestimento, sejam inteiramente destinadas às suas atividades institucionais. Cobrança indevida do ISSQN pelo município.

TRIBUTÁRIO. FUNDAÇÃO. ATIVIDADE NÃO ESSENCIAL. IMUNIDADE RECÍPROCA. NÃO CONFIGURAÇÃO. LEGITIMIDADE DA COBRANÇA DO IPTU.- Clube Desportivo TJMG - 03.06.2002 (Fazenda Pública de BH) Importa a distinção entre bens e rendas vinculadas às atividades fundamentais de cada pessoa de direito público interno, dentro das atribuições de suas competências, como instrumentos desta, e bens ou renda de todo alheios a essa competência, porque de caráter puramente especulativo ou patrimonial, sem a menor conexão com o interesse comum das demais esferas do governo. TRIBUTÁRIO - ISSQN - FUNDAÇÃO (...) - ATIVIDADES ESSENCIAIS - IMUNIDADE RECÍPROCA - CONFIGURAÇÃO. TJMG 24.08.04 FPBH Demonstrado nos autos que os serviços prestados pela Fundação estiveram vinculados às suas finalidades essenciais, ou às delas decorrentes, não revertendo, ainda, em proveito econômico para a Fundação, revela-se ilegítima a cobrança do ISSQN, por força da imunidade recíproca, tratada no art. 150, VI, 2º, da C F.

REsp 1360819 / RJ STJ - Data do Julgamento 19/02/2013 PATRIMÔNIO DA UNIÃO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA INCONDICIONADA. DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. É inquestionável a imunidade (não-incidência constitucional) em relação ao IPTU sobre os bens de propriedade da União, exata hipótese aqui tratada. Assim, não há que se comprovar a afetação do patrimônio às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes, eis que tal exigência se destina às autarquias e fundações instituídas pelo Poder Público, não aos entes federativos". É desnecessário produzir prova da afetação de bens às finalidades essenciais, visto que tal exigência se destina às autarquias e fundações, e não à União, que goza de imunidade tributária incondicionada.

ARE 708404 AgR / RS - RIO GRANDE DO SUL Relator(a): Min. LUIZ FUX Julgamento: 11/06/2013 - Primeira Turma - STF TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA. ARTIGO 150, VI, A, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DE FUNDAÇÃO PÚBLICA RECONHECIDA PELO TRIBUNAL A QUO. NATUREZA DOS SERVIÇOS PRESTADOS. SITUAÇÃO JURÍDICA QUE DEPENDE DE REEXAME DO CONJUNTO PROBATÓRIO PARA A DESCONSTITUIÇÃO. DESPROVIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. A imunidade tributária, reconhecida à fundação ora recorrida no Tribunal a quo e o debate sobre a natureza jurídica exclusivamente pública dos serviços prestados pela agravada são questões fáticas e que dependem do reexame do conjunto probatório para a respectiva desconstituição.

Templos de Qualquer Culto AI 690712 AgR / RJ - RIO DE JANEIRO AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI Julgamento: 23/06/2009 - Órgão Julgador: Primeira Turma STF CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. IPTU. IMUNIDADE DE TEMPLOS. PRÉDIOS SEPARADOS DAQUELE EM QUE SE REALIZAM OS CULTOS. FUNCIONAMENTO E FINALIDADES ESSENCIAIS DA ENTIDADE. RECURSO PROTELATÓRIO. MULTA. AGRAVO IMPROVIDO. I - A imunidade prevista na Constituição que tem como destinatário os templos de qualquer culto deve abranger os imóveis relacionados com a finalidade e funcionamento da entidade religiosa.

Templos de Qualquer Culto Apelação Cível TJMG - Data de Julgamento: 11/06/2013 TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. SEMINÁRIO. EQUIPARAÇÃO A TEMPLO. ENQUADRAMENTO NA HIPÓTESE CONSTITUCIONAL. ART. 150, VI, 'B', CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ANÁLISE TAMBÉM SOB O ASPECTO DE ENTIDADE ASSISTENCIAL (ALÍNEA 'C'). CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS PREVISTOS NA CONSTITUIÇÃO. IMUNIDADE RECONHECIDA. SENTENÇA MANTIDA. 1.Os templos de qualquer culto têm direito à imunidade tributária estabelecida na alínea no art. 150, VI, 'b', da Constituição Federal, abrangendo patrimônio, renda e serviços vinculados às finalidades essenciais das respectivas entidades. 2. - A imunidade tributária abrange não apenas os locais de culto, como também seus anexos, onde são realizadas atividades vinculadas aos objetivos da entidade, hipótese na qual, também analisado o enquadramento do embargante como entidade assistencial sem fins lucrativos - alínea 'c' do inciso VI, art. 150, CF.

Templos de Qualquer Culto Apelação Cível TJMG Data de Julgamento: 07/02/2012 EXECUÇÃO FISCAL - IMUNIDADE TRIBUTÁRIA - ART. 150, 'b', DA CR/88 - IPTU - MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE - TEMPLO RELIGIOSO - ÔNUS DA PROVA - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE QUE O IMÓVEL É UTILIZADO PARA ESSES FINS OU DE QUE O GANHO É REVERTIDO PARA A IGREJA. 1.Os templos religiosos de todo culto gozam de imunidade em relação aos impostos, desde que o patrimônio, renda ou serviços sejam utilizados ou aplicados em suas próprias finalidades, nos termos do art. 150, IV e 1º da CF/88. 2. A CDA goza de presunção de certeza e liquidez, razão porque compete ao executado comprovar o preenchimento dos requisitos necessários ao reconhecimento da imunidade tributária.

Templos de Qualquer Culto RE 578562 / BA - BAHIA RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. EROS GRAU Julgamento: 21/05/2008 - Órgão Julgador: STF - Pleno CONSTITUCIONAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. IPTU. ARTIGO 150, VI, "B", CB/88. CEMITÉRIO. EXTENSÃO DE ENTIDADE DE CUNHO RELIGIOSO. 1. Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no artigo 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da incidência de IPTU em relação a eles. 2. A imunidade aos tributos de que gozam os templos de qualquer culto é projetada a partir da interpretação da totalidade que o texto da Constituição é, sobretudo do disposto nos artigos 5º, VI, 19, I e 150, VI, "b". 3. As áreas da incidência e da imunidade tributária são antípodas. Recurso extraordinário provido.

Templos de Qualquer Culto RECURSO EXTRAORDINÁRIO STF - Pleno Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES Imunidade tributária de templos de qualquer culto. Vedação de instituição de impostos sobre o patrimônio, renda e serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades. Artigo 150, VI, "b" e 4º, da Constituição. Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade que se encontram alugados. A imunidade prevista no art. 150, VI, "b", CF, deve abranger não somente os prédios destinados ao culto, mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços "relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas". O 4º do dispositivo constitucional serve de vetor interpretativo das alíneas "b" e "c" do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. Equiparação entre as hipóteses das alíneas referidas.

ARE 694453 AgR / DF - DISTRITO FEDERAL - Min. RICARDO LEWANDOWSKI - 25/06/2013: STF- Segunda Turma IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ENTIDADE RELIGIOSA. IMÓVEL DA RESIDÊNCIA DE MINISTRO RELIGIOSO. INCIDÊNCIA ART. 150, VI, B, DA CONSTITUIÇÃO. APLICABILIDADE DAS RAZÕES QUE DERAM ENSEJO À EDIÇÃO DA SÚMULA 724 DESTA CORTE. I Este Tribunal, no julgamento do RE 325.822/SP, Relator o Ministro Gilmar Mendes, assentou que a imunidade prevista no art. 150, VI, b, da Constituição impede a incidência de IPTU sobre imóveis de propriedade de entidade religiosa mas locados a terceiros, na hipótese em que a renda decorrente dos aluguéis é vertida em prol das atividades essenciais da entidade. II Se a circunstância de a entidade religiosa alugar o imóvel de sua propriedade a terceiro, sem qualquer vínculo com ela, não afasta a imunidade mencionada, nada justifica o óbice ao gozo do benefício na hipótese de o bem em questão ser destinado à residência dos seus ministros religiosos. III Agravo regimental improvido.

APELAÇÃO CÍVEL N 1.0024.00.013306-6/001 RELATOR: EXMO. SR. DES. EDUARDO ANDRADE APELANTE(S): FAZENDA PÚBLICA MUNICÍPIO BELO HORIZONTE JULGAMENTO: 22/06/2010: TJMG- 1ª CÂMARA CÍVEL IPTU. IMUNIDADE - ENTIDADE ASSISTENCIAL - PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DO ART. 14 DO CTN - COMERCIALIZAÇÃO EDITORIAL - UTILIZAÇÃO DA RECEITA ÀS FINALIDADES ESSENCIAIS. - O fato da entidade assistencial, alcançada pela imunidade tributária, estabelecida no art. 150, IV, c, da CF, efetuar comercialização editorial com terceiros, não lhe retira tal condição, se comprovado nos autos que os valores advindos de tal atividade são revertidos à consecução de suas finalidades.

Apelação Cível. Número do 1.0024.04.255813-0/001 Relator: Des.(a) Batista Franco Data do Julgamento: 31/01/2006 APELANTE: FAZENDA PÚBLICA MUNICÍPIO BELO HORIZONTE EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - ISSQN - INSTITUIÇÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - IMUNIDADE TRIBUTÁRIA COBRANÇA INDEVIDA. 1 - Conferida a imunidade tributária à instituição de assistência social, nos termos do art. 150, inciso VI, alínea "c", da Constituição da República, fica afastada a possibilidade do Poder Tributante instituir obrigações fiscais, inclusive a cobrança de ISSQN, quando satisfeitos os requisitos legais definidos no art. 14, do CTN. Neste caso, não importa a obtenção de lucro no serviço de exploração de estacionamento de sua propriedade, mas se este lucro está sendo empregado na sua finalidade essencial, conforme previsto no Estatuto, cuja prova deve ficar a cargo do Fisco, para que possa ser imposta a cobrança do referido imposto. 2 - Recurso improvido.

RE 363842 / MG - MINAS GERAIS RECURSO EXTRAORDINÁRIO - UNIÃO Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO Julgamento: 26/05/2003 IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 150, VI, C, DA CONSTITUIÇÃO. INSTITUIÇÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. EXIGÊNCIA DE IMPOSTO SOBRE SERVIÇO CALCULADO SOBRE O PREÇO COBRADO EM ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS NO PÁTIO INTERNO DA ENTIDADE. A aplicação em renda fixa ou variável, a locação de imóveis e a exploração de estacionamento não têm necessariamente de estar de acordo com suas finalidades de assistência social, e sim o resultado obtido com tais atos, o qual deve estar aplicado no desempenho de suas finalidades estatutárias;

Abrangência do termo instituições de educação A Imunidade concedida às instituições privadas de ensino tem como propósito promover a educação assegurada pelo texto constitucional. Busca-se, no caso, incentivar a cooperação entre o Estado e a iniciativa privada, de modo a garantir maior efetividade àquele direito social. Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições: I - cumprimento das normas gerais da educação nacional; II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público. Apelação Cível TJMG Julgamento em 20.03.2012 COBRANÇA DE IPTU - CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS DO ART. 14 DO CTN -INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO - DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADE DESPORTIVA - APLICABILIDADE DO ART. 150, VI, C, DA CF/88 - IMUNIDADE CONSTITUCIONAL RECONHECIDA - - A expressão educação utilizada para qualificar as associações deve ser utilizada como sinonímia de ensino, dentro da interpretação que se dá ao art. 150 da Carta Federal.

Educação RMS 24283 AgR-/ DF - DISTRITO FEDERAL Relator(a): Min. JOAQUIM BARRBOSA - Julgamento: 21/09/2010 Órgão Julgador: STF -Segunda Turma CONSTITUCIONAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. INSTITUIÇÃO DE ENSINO. ENSINO DE LINGUA ESTRANGEIRA (INGLÊS). CARACTERIZAÇÃO. 1. O ensino de línguas estrangeiras caracteriza-se como atividade educacional para aplicação da imunidade tributária (art. 150, VI, c da Constituição). 2. A distinção relevante para fins de aplicação da imunidade tributária é o conceito de "atividade assistencial", isto é, a intensidade e a abrangência da prestação gratuita ou altamente subsidiada do ensino da língua inglesa a quem necessitar.

Ap Cível/Reex Necessário - 1.0382.06.064519-1/001 Relator (a): Bitencourt Marcondes Julgamento: 12/01/2012: TJMG 8ª Câmara Cível TRIBUTÁRIO. ISSQN. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. INSTITUIÇÃO DE APOIO À EDUCAÇÃO SUPERIOR. FUNDAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS. ART. 150, VI, C, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. COMPROVAÇÃO DOS REQUISITOS ESTABELECIDOS NO ART. 14, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. I - A imunidade tributária genérica prevista no art. 150, VI, ""c"", da Constituição Federal afasta a incidência de imposto sobre o patrimônio, renda e serviços de instituições de ensino e assistência social, sem fins lucrativos, desde que atendidos os requisitos estabelecidos em lei. II - Comprovada a satisfação das exigências previstas no art. 14, do Código Tributário Nacional, a Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão - FAEPE - faz jus à imunidade tributária sobre suas rendas, patrimônio e serviços, apresentando-se ilegítima a cobrança de impostos perpetrada pelo Município.

Imóvel Locado E 369872 AgR / MG - MINAS GERAIS Relator(a): Min. EROS GRAU Julgamento: 22/06/2005 : STF- Primeira Turma AGTE. MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. INSTITUIÇÃO DE ENSINO. IMUNIDADE. Entidade de ensino e de assistência social sem fins lucrativos. Impostos. Imunidade tributária que abrange o patrimônio e a renda, ainda que advinda de seus bens dados em locação, porque destinada ao cumprimento da finalidade da instituição. Precedente do Tribunal do Pleno. Agravo regimental não provido.

Apelação Cível 1.0024.01.595893-7 Relator(a): Des.(a) José Francisco Bueno Julgamento: 05/02/2009 TJMG - 4ª Câmara Cível Tributário. Embargos à Execução Fiscal. Notificação. Validade. Instituição de Educação. Imóvel não relacionado às atividades essenciais da entidade. IPTU. Imunidade. Inocorrência. A emissão de guias de IPTU constitui notificação válida, cabendo ao executado o ônus de prova em contrário. A imunidade constitucional encontra restrições na disposição constante do 4º, do artigo 150 da CF, que estabelece limitar-se a vedação de instituição do tributo 'somente ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades nela mencionadas.'

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 378.666/DF Relator: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI 03.04.2012 Imunidade das instituições de educação. Art. 150, VI, c, da CF.Necessidade de observância dos requisitos constitucionais para a atuação da iniciativa privada na área de ensino. Previsão do art. 209, II, CF. Impossibilidade de o texto constitucional incentivar atividades que não atendam os ditames por ele estipulados. Estender o benefício em questão às instituições de ensino não autorizadas a funcionar pelo Poder Público equivaleria a admitir-se que o texto constitucional estaria a fomentar o desempenho de atividade realizada em desconformidade com as suas próprias disposições.

Apelação Cível 1.0024.02.684059-5/001 Apelante: Município de Belo Horizonte TJMG Julgamento: 11/08/2005 Relator: Des. Edgar Penna Amorim TRIBUTÁRIO - IMUNIDADE CONSTITUCIONAL - INSTITUIÇÃODE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL - ART. 150, VI, ""C"" DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA - ART. 14 DO CTN - IPTU - NÃO COMPROVAÇÃO DE REVERSÃO DAS RECEITAS PARA FINALIDADES ESSENCIAIS. - Cabe à entidade que pleiteia o reconhecimento da imunidade com base no art. 150, VI, ""c"" c/c art. 150 4º da CR/88, comprovar que o imóvel tributado ou a renda dele advinda são aplicados na manutenção de suas finalidades essenciais, nos termos do art. 14, do CTN.