CONCEPÇÕES ALTERNATIVAS DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO SOBRE BACTÉRIAS

Documentos relacionados
CINEBIO: UMA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR ENTRE CINEMA E BIOLOGIA NA ESCOLA

ENSINO DE MICROBIOLOGIA: VISÃO DOS ALUNOS DE UMA TURMA DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

O ENSINO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA: PERCEPÇÃO DE ALUNOS DO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA ATENDIDA PELO PIBID BIOLOGIA

AULA PRÁTICA SOBRE MORFOLOGIA E HISTOLOGIA VEGETAL: UM INCENTIVO PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

DESENVOLVENDO O PENSAMENTO BIOLÓGICO: O MÉTODO CIENTÍFICO NA ABORDAGEM DA VIDA MICROSCÓPICA

TRILHANDO A CÉLULA EUCARIÓTICA: O LÚDICO NO ENSINO DE CITOLOGIA

A IMPORTÂNCIA DAS AULAS EXPERIMENTAIS PARA O ENSINO DE FÍSICA

Palavras-chave: Ensino de Biologia. Experimentação Científica. Microbiologia.

ENSINO DE ZOOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO: AULA DE CONTRATURNO COMO ESPAÇO DE APRENDIZAGEM

MICROBIOLOGIA NA PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO: QUAIS OS DESAFIOS?

XI Encontro de Iniciação à Docência

A TABELA PERIÓDICA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA

OFICINAS PEDAGOGICAS: COMO FORMA DE AUXILIO NO APRENDIZADO DOS EDUCANDOS NAS AULAS DE GEOGRAFIA

UTILIZAÇÃO DA MASSA DE MODELAR COMO FERRAMENTA PARA O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DO CONTEÚDO DE DIVISÃO CELULAR

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DAS FUNÇÕES INORGÂNICA EM UMA ESCOLA ESTADUAL DO MUNICÍPIO DE ESPERANÇA- PB

2 Os microorganismos sempre fazem mal à saúde? Por quê?

Ministério da Educação Universidade Federal do Rio Grande do Norte Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID)

APLICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE MODELOS DIDÁTICOS: UMA PROPOSTA PARA O ENSINO DE CÉLULA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Ingrid Janaína dos Santos Ferreira 1 ; Paulo Cézar Pereira Ramos 2 ; Maria Aparecida dos Santos Ferreira 3 INTRODUÇÃO

O PIBID E OS JOGOS LÚDICOS COMO METODOLOGIA ALTERNATIVA DO ENSINO-APRENDIZAGEM DA QUÍMICA NO NÍVEL MÉDIO: JOGO DAS TRÊS PISTAS

EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA: UMA ANÁLISE SOBRE PERCEPÇÃO DOS ALUNOS

CIENTISTA POR UM DIA: PERSPECTIVA DO LICENCIANDO

EXPERIMENTAL SOBRE MICRORGANISMOS USANDO ABORDAGEM DE ENSINO POR INVESTIGAÇÃO

APRENDENDO A ENSINAR MATEMÁTICA POR MEIO DOS RECURSOS DIDÁTICOS: MONITORIA, JOGOS, LEITURAS E ESCRITAS E LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA.

O NÚCLEO AUDIOVISUAL DE GEOGRAFIA (NAVG) TRABALHANDO A GEOGRAFIA COM CURTAS: EXPERIÊNCIA DO PIBID SUBPROJETO DE GEOGRAFIA.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UEG UNIDADE DE QUIRINÓPOLIS

A INTERDISCIPLINARIDADE COMO EIXO NORTEADOR NO ENSINO DE BIOLOGIA.

UTILIZAÇÃO DE JOGOS COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE BIOLOGIA

A CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS NO ENSINO FUNDAMENTAL: CITOLOGIA EM DESTAQUE

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE BIOLOGIA NO CAMPO SOCIAL E CIENTÍFICO. ÁREA TEMÁTICA: Ensino de Ciências

RELAÇÃO ENTRE A CONTEXTUALIZAÇÃO E A EXPERIMENTAÇÃO ACERCA DAS QUESTÕES DO ENEM EM QUÍMICA

RACHA A CUCA DA MICROBIOLOGIA: PROPOSTA DIDÁTICA EM CONTEÚDOS DE VÍRUS E BACTÉRIAS NO ENSINO MÉDIO

Eixo: 5 - Ciências Biológicas

A EXPERIMENTAÇÃO APLICADA NO ENSINO DE MICROBIOLOGIA: PRÁTICA DE CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS EM UMA ESCOLA DE ENSINO MÉDIO

O IMPACTO DA VISITA TÉCNICA COMO RECURSO DIDÁTICO NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE FÍSICA E MATEMÁTICA

A CONTEXTUALIZAÇÃO COMO AGENTE FACILITADOR NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

1-INTRODUÇÃO. O Projeto PIBID Diversidade da UFCG possui subprojetos nas áreas de: Linguagens e

QUALIFICAÇÃO DOS DOCENTES: ANÁLISE DE UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DE BARRA DE SANTA ROSA, PB

UMA REFLEXÃO SOBRE O LÚDICO NO ENSINO DA MATEMÁTICA NAS AÇÕES DO PIBID

A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DOS EXPERIMENTOS DEMONSTRATIVOS NAS AULAS DE QUÍMICA

Materiais e métodos:

As contribuições das práticas laboratoriais no processo de Ensino-Aprendizagem na área de Química

Será que todos os micróbios são iguais?

O DIÁLOGO ENTRE DOIS MUNDOS: O PIBID COMO MEDIADOR DO ESPAÇO ACADÊMCO E DAS INSTIUIÇÕES DE ENSINO BÁSICO

CONSTRUÇÃO/DESCONSTRUÇÃO: REELABORANDO NOÇÕES CARTOGRÁFICAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA NO NÍVEL MÉDIO.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PROPOSTA DE CURSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

ANÁLISE DOS CONHECIMENTOS PRÉVIOS DOS ALUNOS DO DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE O TEMA MICROORGANISMOS

A CONCEPÇÃO DO BOM PROFESSOR PARA OS BOLSISTAS DO PIBID SUBPROJETO EDUCAÇÃO FÍSICA

PERCEPÇÃO DOS DISCENTES DA LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DO CES/ UFCG QUANTO AO SEU PRÓPRIO DESEMPENHO ACADÊMICO

EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

PLANO DE CURSO DISCIPLINA: Ciências ÁREA DE ENSINO: FUNDAMENTAL I SÉRIE\ ANO: 4º ANO DESCRITORES CONTEÚDOS SUGESTÕES DE PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

COMO OS ALUNOS VEEM A MATEMÁTICA? Educação Matemática nos Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio (EMAIEFEM) GT 10

ENCARTE DE APOIO AO PROFESSOR. 1. Titulo: Por dentro da célula. 2. Resumo:

A APLICAÇÃO DO JOGO LÚDICO COMO FACILITADOR DO ENSINO DE TERMOQUÍMICA

O ENSINO DE BOTÂNICA COM O RECURSO DO JOGO: UMA EXPERIÊNCIA COM ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS.

BIOLOGIA NA PRÁTICA: ULTILIZAÇÃO DE MATERIAIS DE BAIXO CUSTO NAS PRÁTICAS NO ENSINO MÉDIO

DIFICULDADES RELATADAS POR ALUNOS DO ENSINO MÉDIO NO PROCESSO DE ENSINO DE QUÍMICA: ESTUDO DE CASO DE ESCOLAS ESTADUAIS EM GRAJAÚ, MARANHÃO 1

USO DO LÚDICO PARA DEMONSTRAÇÃO DIDÁTICA DE MUDANÇAS ESTRUTURAIS DOS COMPOSTOS INTERMEDIÁRIOS DA GLICÓLISE

ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO INVESTIGATIVO COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO EXPERIMENTAL DE QUÍMICA

Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ. Campus Santa Helena PLANO DE ENSINO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA CAMPUS SÃO GABRIEL

ATIVIDADE LÚDICA "CRUZADA DOS PROTOZOÁRIOS": UMA ALTERNATIVA DIDÁTICA NO ENSINO DE BIOLOGIA.

O DESPERTAR DA SUSTENTABILIDADE NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

O JOGO DAS TRÊS PISTAS COMO PROPOSTA DIDÁTICA NO ENSINO DE ZOOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO

Formação inicial de professores de matemática do curso de licenciatura em Pedagogia: estudos e reflexões

A PERCEPÇÃO DOS ALUNOS NO ENSINO MÉDIO E SUPERIOR SOBRE O USO DE JOGOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DO QUÍMICA

A AULA DEMONSTRATIVA E A AULA PRÁTICA COMO MEIOS DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA PARA ALUNOS DE ENSINO BÁSICO REALIZADAS POR PIBID DE BIOLOGIA

SEQUÊNCIA DIDÁTICA BIOLOGIA. TÍTULO: ABP e ensino por investigação, como forma de investigar a fotossíntese endossímbiótica em animal

O PAPEL DO LABORATÓRIO NO PROCESSO DE ENSINO- APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

2. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DO LICENCIANDO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS: ANSEIOS E DIFICULDADES

Uso da massa de modelar como alternativa didática para construção de modelo atômicos.

A UTILIZAÇÃO DE JOGOS LÚDICOS COMO AUXÍLIO NA ABORDAGEM DE TEMÁTICAS AMBIENTAIS NO ENSINO DE QUÍMICA

O PIBID INCLUSO NA LUTA CONTRA O AEDES AEGYPTI

REINO MONERA. Capítulo 8 Sistema Poliedro de Ensino Professora Giselle Cherutti

DOMINÓ ORGÂNICO: UMA PROPOSTA DINAMIZADA PARA O ENSINO DE QUÍMICA NA ESCOLA EUGÊNIO BARROS DO MUNICÍPIO DE CAXIAS-MA.

O ESTÁGIO EM ENSINO DE BIOLOGIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: fitoterapia e chás naturais

CONTRIBUIÇÃO DO PIBID NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM REFERENTE AO CONCEITO CÉLULA

Microbiologia Básica. Aula 01 Profº Ricardo Dalla Zanna

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE PROGRAMAÇÃO:

Pensando por este lado, o trabalho tem objetivo principal de contribuir na formação desses alunos de uma forma que chame mais a atenção e lhe traga

CURSO BIOTECNOLOGIA. Aplicada à Agropecuária. 9 a 20 de julho de Embrapa Cerrados Auditório Roberto Engel Aduan. 4 a edição

ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA ATRAVÉS DE MAPAS CONCEITUAIS 1 Ricardo Emanuel Mendes Gonçalves da Rocha. Graduando em Licenciatura em Matemática

A IMPLANTAÇÃO DO LÚDICO AO ENSINO DA TABELA PERIÓDICA (TP)

TABELA PERIÓDICA: OS ALIMENTOS E SUAS COMPOSIÇÕES QUÍMICAS- MITOS E VERDADES

ANÁLISE REFLEXIVA DA RELIZAÇÃO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONDO NO ENSINO FUNDAMENTAL: A INFLUÊNCIA DO PIBID NESTE PROCESSO

A INFLUÊNCIA DOS JOGOS LÚDICOS NO ENSINO DE QUÍMICA: UMA ABORDAGEM DO PIBID SOBRE TABELA PERIÓDICA

APRENDENDO E ENSINANDO NO ESTAGIO SUPERVISIONADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

QUIZ MICROBIOLÓGICO: JOGO COMO ALIADO NO PROCESSO DE ENSINOAPRENDIZAGEM DE MICROBIOLOGIA

FORMAÇÃO DE PROFESSORES: IMPORTÂNCIA DA EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA

ENSINO DE QUÍMICA: UMA AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS DISCENTES INGRESSANTES NOS CURSOS DE QUÍMICA DA UEPB

UMA ABORDAGEM SOBRE COMO TRABALHAR COM IMAGENS DOS LIVROS DIDÁTICOS, ENQUANTO RECURSO PEDAGÓGICO NO ENSINO DE HISTÓRIA

Milla Nunes de Sousa ¹; Natacha Oliveira de Souza ²; Elite Lima de Paula Zarate³.

INTRODUÇÃO. 15. CONEX Resumo Expandido - ISSN

PIBID: Química no ensino médio- a realidade do ensino de química na escola Estadual Professor Abel Freire Coelho, na cidade de Mossoró-RN.

ISSN do Livro de Resumos:

Palavras chave: Ensino de física, Robótica educacional, Energias renováveis.

Microbiologia de Alimentos

A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS COMO ALTERNATIVA NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

Transcrição:

CONCEPÇÕES ALTERNATIVAS DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO SOBRE BACTÉRIAS Fernanda Freitas Souza (1); José Jailson Lima Bezerra (1); Jorge Xavier de Almeida Neto (2); Michelle Gomes Santos (3) (1) Discentes. Licenciatura em Ciências Biológicas. Centro de Educação e Saúde (CES), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). nanda_nx182@hotmail.com (2) Docente. Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio José Luiz Neto (EEEFMJLN). netobiologia2@gmail.com (3) Docente. Licenciatura em Ciências Biológicas. Centro de Educação e Saúde (CES), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). profamichellepibidbio@gmail.com RESUMO: O ensino de Microbiologia passa por constantes problemas quanto à forma como os professores de Ciências e Biologia ministram este conteúdo na educação básica, na qual, muitas vezes, a ausência de aplicabilidade do assunto acaba sendo determinante para que os alunos não aprendam significativamente. Neste sentido, objetivou-se avaliar as concepções dos alunos de segundo ano do ensino médio sobre Bactérias. O presente trabalho foi realizado pela equipe do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) subprojeto Biologia, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio José Luiz Neto (E.E.E.F.M.J.L.N.), localizada no município de Barra de Santa Rosa, Paraíba, onde aplicou-se um questionário estruturado em quatro turmas do segundo ano do ensino médio. Em cada turma, foram escolhidos aleatoriamente 10 alunos para responder o referido questionário, totalizando 40 discentes. As respostas foram analisadas qualitativamente, levando em consideração todos os aspectos ligados com o conhecimento prévio dos estudantes a respeito do tema. Durante a análise dos resultados, percebeu-se que algumas das respostas atribuídas pelos estudantes foram consideradas vagas, com frases fragmentadas. É necessário que haja uma discussão sobre quais alternativas didáticas seriam necessárias para ajudar os discentes na compreensão desse conteúdo. Portanto, é importante que sejam realizadas mais pesquisas acerca da temática em enfoque, para que proporcione uma melhor compreensão e debates sobre a prática docente no âmbito escolar, as quais influenciam de forma significativa no processo do ensino e aprendizagem. Palavras-chave: Análise qualitativa, conhecimentos prévios, microbiologia, melhoria do ensinoaprendizagem. INTRODUÇÃO O ensino de Biologia caracteriza-se pela sua necessidade de aplicar o conteúdo de forma significativa para os estudantes de Ensino Médio, promovendo uma contextualização entre os conteúdos das aulas teóricas, ou expositivas, com o dia a dia dos estudantes. Malafaia e colaboradores (2010) reforçam que há uma grande necessidade de se dar maior atenção ao papel do professor de Biologia, no sentido de que ele possa conduzir uma aula mais atraente e lúdica, desenvolvendo atividades práticas que promovam maior aproximação entre a teoria e a prática, culminando assim numa aprendizagem significativa.

Neste sentido, o professor tem papel fundamental na observação de como os estudantes estão assimilando as informações dos conteúdos trabalhados em sala de aula, pois, existem alunos que se preocupam apenas com os resultados de seus estudos traduzidos pelas notas ou conceitos. Estes se relacionam de forma superficial com os conteúdos. Mas há, também, os que buscam esclarecimentos profundos com o estudo e passam a analisá-lo para atingir uma visão ampla do conhecimento (ROSSASI e POLINARSKI, 2011). Para Silveira (2011), cabe ao professor estar sempre buscando formas de ensino que instiguem a curiosidade dos alunos incluindo o sentido histórico (e prático) da produção do conhecimento. E neste processo, questione a visão que o aluno tem da Biologia. Somente desta forma o ensino das Ciências Biológicas propiciará ao professor e ao aluno, na ação de ensinar e aprender, a real vivência dos procedimentos de investigação teórica e prática dos conteúdos biológicos. Possibilitando assim ao aluno avançar rumo à interpretação da realidade e, principalmente, reter o conhecimento gerado de forma relevante. É nesta perspectiva de instigar a visão do aluno sobre determinados temas, que surgem o estudo e as análises das concepções discentes, que se expressam como um diagnóstico do processo de ensino-aprendizagem, um ponto de checagem, fornecendo informações valiosas sobre possíveis falhas nesse processo, permitindo que o professor avalie sua didática, e repense sobre seus métodos de ensino (CARVALHO et al., 2012). Ainda, sob a visão de Teixeira (2012), muitas fontes de concepções alternativas são, na melhor das hipóteses, especulativas. Mas variadas pesquisas sugerem que a visão de mundo do aluno é fortemente influenciada pelo seu ambiente social, contribuindo de forma direta para a formulação de conceitos incorretos. Resultam, muitas vezes, da interpretação de novas experiências à luz das anteriores, sendo novos conceitos enxertados em noções prévias. Os conhecimentos anteriores do aluno interagem ativamente com os aqueles estudados formalmente na escola, criando um leque de resultados de aprendizagem não intencionais, onde insere-se novamente o papel do professor em analisar estas possíveis eventualidades. Tendo em vista determinar explicações sobre este evento frequente nas diversas instituições de ensino do Brasil e do mundo, pesquisas realizadas em vários países nas últimas décadas têm mostrado a importância de se considerar no ensino às chamadas concepções alternativas que os estudantes trazem para sala de aula (BRUM e SCHUHMACHER, 2014). Desta forma, na disciplina de Biologia ministrada na educação básica, deve-se procurar

identificar e desconstruir ideias errôneas sobre determinados assuntos, e ao mesmo tempo reformular os saberes dos alunos por meio de processos de ensino-aprendizagem. Um dos exemplos de temas biológicos, no qual se deve adotar medidas eficientes de modo a contribuir para o melhor aprendizado dos alunos, é a Microbiologia. Apesar de abranger conteúdos relacionados com os seres microscópicos (bactérias, fungos, vírus, entre outros), permite inúmeras possibilidades de relação com o cotidiano dos estudantes. No entanto, contraditoriamente ao interesse que possa despertar, o seu estudo continua sendo executado de maneira tradicional, levando os estudantes a um aparente distanciamento entre o estudo de microrganismos e o seu dia-dia (AZEVEDO e SODRÉ, 2014; CÂNDIDO et al., 2015). Ainda, segundo Cândido e colaboradores (2015) e Pelckzar (1996), não se deve negligenciar os conteúdos de microbiologia, pois as áreas práticas da mesma no cotidiano são, entre outras, saúde, higiene, e biotecnologia. Estudos recentes desenvolvidos para analisar as concepções alternativas dos estudantes em relação às bactérias tem mostrado que, o conhecimento dos estudantes se relaciona com o seu cotidiano, recebendo forte influência dos meios de comunicação e do conhecimento adquirido pelo meio escolar. As bactérias são, portanto, reconhecidas como seres associados a doenças. Esse fato intensifica a influência do cotidiano para o conhecimento científico assimilado pela estrutura cognitiva dos estudantes (BRUM, 2014; BRUM e SILVA, 2015). Assim, o desenvolvimento de atividades didáticas e aulas dinâmicas sobre as bactérias auxiliam diretamente na resolução de problemas no âmbito escolar, permitindo uma maior absorção do conteúdo pelos alunos. Neste sentido, objetivou-se avaliar as concepções dos alunos de segundo ano do ensino médio sobre bactérias, numa perspectiva de entender as possíveis falhas no processo de ensino-aprendizagem durante as aulas de Biologia de uma determinada escola pública da Paraíba. METODOLOGIA a) Local da aplicação dos questionários: O presente trabalho foi realizado pela equipe do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) subprojeto Biologia na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio José Luiz Neto (E.E.E.F.M.J.L.N.), localizada no município de Barra de Santa Rosa, Paraíba.

b) Público alvo: Foi aplicado um questionário estruturado em quatro turmas do ensino médio da referida escola, sendo essas 2ª A, 2ºB, 2ºC e 2ºD. Foram escolhidos aleatoriamente 10 alunos por turma totalizando 40 alunos participantes desta pesquisa. A escolha das turmas do segundo ano do ensino médio baseou-se no seguinte critério: turmas que estão cursando ou que já cursaram o conteúdo de Microbiologia, dentro do qual as bactérias estão inseridas. Pois, sabe-se que este conteúdo é visto em capítulos de livros didáticos de Biologia do segundo ano e, consequentemente, ministrado pelos professores da referida disciplina. c) Coleta de dados: Pensando na forma sob como os alunos enxergam as bactérias, foi elaborado um questionário estruturado contendo cinco questões discursivas, onde os alunos poderiam comentar sobre as diferentes concepções que tinham sobre estes seres unicelulares. d) Análise dos dados: As respostas atribuídas pelos alunos referentes às indagações propostas no questionário foram analisadas qualitativamente, levando em consideração todos os aspectos ligados com o conhecimento prévio dos estudantes a respeito do tema. As questões foram identificadas em formas de códigos, visando desta forma, facilitar na discussão dos resultados. Foi utilizada a letra Q (questão), na qual são seguidas por uma sequência de números, por exemplo: Q1 Questão 1. A identificação dos alunos seguiu o mesmo padrão, com a utilização da letra A (aluno), por exemplo: A1 Aluno 1. RESULTADOS E DISCUSSÃO Com base nas respostas dos discentes, foi possível analisar os conhecimentos prévios referente as bactérias, pois sabe-se que, na maioria das vezes, essas informações são utilizadas de forma errônea, comprometendo o aprendizado dos mesmos. No primeiro questionamento (Q1 O que são bactérias?) analisou-se inúmeras respostas distintas, onde se observou uma fragmentação de ideias. Os alunos expressaram suas diferentes opiniões como se pode verificar em algumas das respostas a seguir: A1: Únicos seres vivos com células procariontes ; A2: É um ser unicelular, que tanto pode ter boas qualidades, como também ruins ; A5: São seres vivos que podem nos prejudicar ; A16: São microorganismos causadores de doenças, mais também tem as bactérias do bem. A qual encontramos em alguns alimentos e produção de medicamentos ; A28: Bactérias são seres que podem causar doenças.

Diante disso, foi possível notar que a maioria dos discentes associam bactérias a doença, quando citam que são prejudiciais e que uma pequena quantidade são benéficas. Ou seja, o conhecimento dos alunos sobre as bactérias está associada a importância dos referidos microorganismos, sejam ela benéfica ou maléfica, no seu cotidiano. Nesse sentido, Toledo et al. (2015) dizem que construir com o aluno um entendimento sobre a importância do estudo da microbiologia e sua relação com o cotidiano tem o objetivo de romper valores e atitudes que se colocam como obstáculos para o enfrentamento de hábitos e crenças relacionados ao tema. Em relação ao segundo questionamento (Q2 Qual a função destes seres no ambiente?) foram recorrentes as respostas semelhantes a primeira pergunta, podendo-se considerar que os discentes tem pouco conhecimento sobre as bactérias. Constatou-se ainda, muitas respostas relacionadas a decomposição da matéria orgânica. Dentre as respostas dos alunos, destacam-se: A6: A função é causar doenças, estragar alimentos ; A14: São utilizadas na produção de decomposição da matéria orgânica, onde desenvolvem os compostos químicos para o solo ; A25: A decomposição da matéria orgânica e controle biológico ; A29: Causar doenças, mas também trazer benefícios ; A32: Tem função de trazer doenças para o ser humano. Ainda que sejam frequentemente lembrados pelas doenças que causam, a grande maioria das bactérias não são patogênicas e realizam alterações no ambiente que são essenciais para a manutenção da vida na Terra (OVIGLI e SILVA, 2009). Dessa forma, faz-se necessário a busca por alternativas que facilitem o entendimento dos discentes acerca da temática. No terceiro questionamento (Q3 Na sua opinião, as bactérias podem nos beneficiar? De que forma?) verificou-se mais uma vez que a decomposição da matéria orgânica foi a expressão mais citada pelos estudantes quando relacionaram os benefícios causados por estes microrganismos para o ambiente. Inúmeras respostas distintas foram analisadas, conforme a seguir: A3: Pode nos beneficiar no combate das bactérias que tem a função de causar doenças ; A7: Sim, as bactérias agem como decompositores de restos de alimentos e de restos de animais ;A10: Sim, ajudam na digestão alimentar, servem como decompositores,

colaboram na fabricação de alimentos como vinho, queijo, iogurte, etc ; A13: Sim, porque são utilizadas na indústria para fabricar: bebidas alcóolicas, lacticínios, iogurtes, panificação, etc ; A21: Sim, porque todos os seres vivos precisam de bactérias para sobreviver. Essas respostas demonstram, de forma geral, que os alunos entenderam a importância das bactérias para a sobrevivência do homem e consequentemente seus diversos benefícios. Trata-se de uma consideração particularmente importante visto que, no estudo dessa temática, predominam concepções que levam em conta apenas as doenças e decomposição causadas por microrganismos (OVIGLI e SILVA, 2009). O quarto questionamento (Q4 A partir do seu ponto de vista, onde podemos encontrar as bactérias?) objetivou verificar se os alunos identificam os possíveis lugares capazes de encontrar as bactérias. Desta forma, foi possível evidenciar as seguintes respostas: A1: No iogurte, no nosso corpo, nas sujeiras, alimentos que ingerimos ; A17: As bactérias encontram-se em todos as partes principalmente em local sujo, em locais públicos, pois, não tem uma higiene adequada ; A23: Em todos os lugares ; A36: Podemos encontrar as bactérias no ar, no solo, no nosso corpo e em todas as cavidades ; A40: Em todos os lugares, estamos cercados por bactérias e vírus. Vale ressaltar que é importante apresentar aos alunos os vários lugares em que estão presentes estes microrganismos, para que, desta forma, seja possível compreender que esses seres não visíveis a olho nu, estão presentes em todos os ambientes. Nessa perspectiva, Toledo et al., (2015) relatam que, por se tratar de organismos de difícil visualização a olho nu, o aluno pode apresentar dificuldade para internalizar os conceitos, assim, cabe ao professor buscar estratégias que possam facilitar a compreensão acerca do tema e que promovam a aprendizagem dos alunos. No último questionamento (Q5 O que você aprendeu nas aulas de ciência e Biologia sobre as bactérias?) objetivou perceber se os alunos conseguiram compreender sobre o conteúdo de microbiologia que foi ministrado em sala de aula pelo professor, de modo que seja possível analisar se esses conhecimentos apreendidos foram significativos ou não. As respostas dos discentes foram as seguintes:

A4: Que tanto pode fazer mal, mais também é importante para que a vida continue, porque os animais precisam de bactérias para sobreviver e nós precisamos delas, de diversas formas; A16: Que as bactérias são prejudiciais ao ser humano ; A28: Que são seres unicelulares, procariontes, podem viver em colônias, possuem citoplasma, membrana celular, parede celular, fimbrias, flagelos bacterianos e cromossomo ; A31: Que nem sempre são prejudiciais, podem existir algumas que não causam doenças ; A37: Suas características, a importância, as estruturas das bactérias e suas formas de reprodução. Percebe-se que algumas das respostas foram vagas, com frases fragmentadas, não apresentando um contexto elaborado. Para isso, é necessário que haja uma discussão sobre quais alternativas didáticas seriam necessárias para ajudar os discentes na compreensão do conteúdo, e que fosse significativo para melhorar o aprendizado. Neste contexto, consideram-se relevantes a elaboração de materiais que contribuam para os processos de ensino e aprendizagem desta temática e que incorporem a dimensão lúdica (CANDEIAS; HIROKI; CAMPOS, 2007). No entanto, o ensino de Microbiologia na maioria das escolas é ministrado apenas de forma conceitual, de modo que muitos questionamentos e ideias vão surgindo por parte dos alunos, e acabam sendo mal interpretadas ou se tornando abstratas para eles. CONCLUSÃO Diante do exposto pode-se enfatizar que é necessário que o professor tenha compreensão sobre a importância de reconhecer os conhecimentos prévios dos discentes, para assim, tomar iniciativas eficazes visando o aprendizado dos mesmos. Muitos desses alunos têm dificuldades na interligação de ideias, sendo estas, fragmentas, deixando-as difíceis de organizalas e posteriormente formular uma resposta. Por fim, é importante que sejam feitas pesquisas acerca da temática estudada, para que proporcione uma melhor compreensão sobre a prática docente no âmbito escolar, as quais influenciam de forma significativa no processo do ensino e aprendizagem.

REFERÊNCIAS AZEVEDO, Thamara Medeiros; SODRÉ, Luiz. CONHECIMENTO DE ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA SOBRE BACTÉRIAS: SABER CIENTÍFICO E CONCEPÇÕES ALTERNATIVAS. Revista de Educação, Ciências e Matemática, v. 4, n. 2, 2014. BRUM, Wanderley Pivatto. O Tema Bactéria no Ensino Fundamental: concepções alternativas dos estudantes sobre as implicações na saúde humana. Revista de Ensino de Ciências e Engenharia, v. 5, n. 2, p. 29-44, 2014. BRUM, Wanderley Pivatto; SCHUHMACHER, Elcio. O tema solo no ensino fundamental: concepções alternativas dos estudantes sobre as implicações de sustentabilidade. Revista Experiências no Ensino de Ciências, v. 9, n. 1, 2014. BRUM, Wanderley Pivatto; SILVA, Sani de Carvalho Rutz. AS CONCEPÇÕES DE ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE BACTÉRIAS E SUAS RELAÇÕES COM A SAÚDE HUMANA. Revista Ciências & Ideias ISSN: 2176-1477, v. 6, n. 2, p. 60-70, 2015. CANDEIAS, João Manuel Grisi; HIROKI, Kátia Aparecida Nunes; CAMPOS, Luciana Maria Lunardi. A utilização do jogo didático no ensino de microbiologia no ensino fundamental e médio. Disponível on line, 2007. CÂNDIDO, Mirilene dos Santos Casado; SANTOS, Michelle Gomes; AZEVEDO, Thamara de Medeiros; SODRÉ NETO, Luiz. Microbiologia no Ensino Médio: analisando a realidade e sugerindo alternativas de ensino numa escola paraibana. Ensino, Saúde e Ambiente, v8 (1) pp. 57 73, 2015. CARVALHO, Julio Cesar Queiroz; COUTO, Sheila Gonçalves; BOSSOLAN, Nelma Regina Segnini. Algumas concepções de alunos do ensino médio a respeito das proteínas. Ciência & Educação (Bauru), v. 18, n. 4, p. 897-912, 2012. MALAFAIA, Guilherme; BÁRBARA, Viníciu Fagundes; RODRIGUES, Aline Sueli de Lima. Análise das concepções e opiniões de discentes sobre o ensino da biologia. Revista Eletrônica de Educação, v. 4, n. 2, p. 165-182, 2010. OVIGLI, Daniel Fernando Bovolenta; SILVA, Emanuela Batista. Microrganismos? Sim, na saúde e na doença! Aproximando universidade e escola pública. I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 2009. PELCKZAR, Michel. Microbiologia. Vol 1, 2ª ed. Makron Books, 1996. ROSSASI, Lucilei Bodaneze; POLINARSKI, Celso Aparecido. Reflexões sobre metodologias para o ensino de biologia: uma perspectiva a partir da prática docente. Porto Alegre: Lume UFRGS, 2011. SILVEIRA, Felipa Pacífico Ribeiro de Assis. A educação ambiental no ensino de biologia. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 2, n. 2, 2011.

TEIXEIRA, Ana Mafalda Mendes Baía. Concepções alternativas em ciência: um instrumento de diagnóstico. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências e Tecnologia. 2012. TOLEDO, Adrieli Gorlin; POERSCH, Kelly Mayara; NASCIMENTO, Jéssica Engel; LIMA, Bárbara Grace Tobaldini. ESTUDO DA MICROBIOLOGIA E SUA RELAÇÃO NO COTIDIANO DO ALUNO A PARTIR DA TEMÁTICA SAÚDE. Ensino, Saúde e Ambiente, v. 8, n. 2, 2015.