Roteiro Previc de Licenciamento da Previdência Complementar do Servidor Público



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Transcrição:

Roteiro Previc de Licenciamento da Previdência Complementar do Servidor Público

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Roteiro Previc de Licenciamento da Previdência Complementar do Servidor Público Brasília - DF Novembro/2014 3

Sumário 1 - Introdução... 6 2 - A Previdência Complementar Fechada do Servidor Público... 6 3 - A Superintendência Nacional de Previdência Complementar - Previc... 7 3.1 - A Educação Financeira e Previdenciária... 8 3.2 - A Supervisão Baseada em Risco - SBR... 9 3.3 - O Processo de Licenciamento... 10 4 - Da Implementação do Sistema de Previdência Complementar... 11 4.1 - Da Legislação... 11 4.1.1 - Do Sistema de Previdência Complementar do Ente Federado... 12 4.1.2 - Da Entidade de Previdência Complementar... 13 4.1.2.1 - Da Criação e Funcionamento... 13 4.1.2.2 - Da Organização da Entidade... 14 4.1.2.3 - Das Disposições Gerais... 16 4.1.3 - Da Educação Financeira e Previdenciária... 16 4.1.4 - Do(s) Plano(s) de Benefícios... 17 4.1.4.1 - Das Considerações Iniciais... 17 4.1.4.2 - Das Condições de Inscrição e Manutenção do Participante... 18 4.1.4.3 - Dos Benefícios... 18 4.1.4.3.1 - Dos Benefícios Programados... 18 4.1.4.3.2 - Dos Benefícios Não Programados... 19 4.1.4.4 - Das Contribuições... 19 4.1.4.5 - Dos Institutos... 21 4.1.4.6 - Dos Recursos Garantidores... 21 4

4.1.4.7 - Dos Perfis de Investimento... 21 4.1.4.8 - Das Disposições Especiais... 22 4.1.5 - Do Controle e Fiscalização... 22 4.1.6 - Das Disposições Finais e Transitórias... 23 4.2 - Dos Documentos para o Licenciamento Previc... 25 4.2.1 - Do Estatuto... 25 4.2.2 - Do(s) Regulamento(s) do(s) Plano(s) de Benefício... 27 4.2.3 - Do(s) Convênio(s) de Adesão... 29 5 - Considerações Finais e Recomendações... 30 6 - Legislação Correlata... 31 5

1 - Introdução O Roteiro Previc de Licenciamento da Previdência Complementar do Servidor Público tem por objetivo esclarecer os servidores públicos, entes federados, dirigentes, participantes, assistidos, patrocinadores e demais interessados quanto à implementação do sistema de previdência complementar dos servidores públicos titulares de cargo efetivo da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. O Roteiro oferece contribuições à elaboração e estruturação da legislação que trata do sistema de previdência complementar, bem como aos processos de licenciamento do estatuto da Entidade Fechada de Previdência Complementar - EFPC, dos convênios de adesão de patrocinadores e dos regulamentos dos planos de benefícios. Adicionalmente divulga, de forma simplificada, a previdência complementar fechada do servidor público e as melhores práticas aplicadas ao assunto, bem como as principais diretrizes e a estrutura de supervisão e fiscalização da previdência complementar fechada no Brasil. A Superintendência Nacional de Previdência Complementar Previc incentiva e recomenda aos usuários deste Roteiro a buscar maior compreensão e aprofundamento técnico sobre as matérias aqui tratadas, tanto na legislação quanto na bibliografia disponível. A utilização e a interpretação deste material são de inteira responsabilidade dos usuários. Os textos podem ser reproduzidos, integral ou parcialmente, sem alteração e sem fins comerciais. Este Roteiro está resguardado pela lei de direitos autorais. 2 - A Previdência Complementar Fechada do Servidor Público A Constituição Federal permite que o ente federado possa adotar para o pagamento dos benefícios do regime próprio dos servidores o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral, desde que implante sistema de previdência complementar para os respectivos servidores titulares de cargo efetivo e membros dos poderes. 6

O sistema de previdência complementar, operado por intermédio de Entidade Fechada de Previdência Complementar EFPC, gozará de autonomia administrativa, financeira e gerencial em relação ao ente federado na qualidade de patrocinador. A EFPC organizar-se-á sob a forma de fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos, tendo por objetivo a administração e a execução de planos de benefícios de natureza previdenciária. Os planos de benefícios administrados por estas EFPC deverão ser estruturados na modalidade de contribuição definida, nos quais os benefícios programados têm seus valores permanentemente ajustados em função do volume dos recursos acumulados decorrentes das contribuições do servidor público, do respectivo ente público, e da rentabilidade obtida. Os planos podem ter benefícios não programados, definidos em regulamento, sendo assegurados, pelo menos, os benefícios decorrentes dos eventos de invalidez e morte, com custeio específico para sua cobertura. Outros benefícios não programados poderão ser incluídos no regulamento. Ao servidor público que promova sua adesão a planos de benefícios no sistema de previdência complementar, na modalidade de contribuição definida, é facultada a opção pelos regimes de tributação progressivo ou regressivo, de acordo com a legislação vigente. 3 - A Superintendência Nacional de Previdência Complementar - Previc A Superintendência Nacional de Previdência Complementar - Previc é uma autarquia de natureza especial, dotada de autonomia administrativa e financeira e patrimônio próprio, vinculada ao Ministério da Previdência Social, com sede e foro no Distrito Federal e atuação em todo o território nacional. A Previc atua como entidade de fiscalização e de supervisão das atividades das EFPC e de execução das políticas para o regime de previdência complementar operado pelas EFPC, observadas as disposições constitucionais e legais aplicáveis. Integrante da estrutura de supervisão e fiscalização do Sistema Financeiro Nacional, a Previc 7

possui representação no Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiro, de Capitais, de Seguros, de Previdência e Capitalização Coremec. O Coremec possui a finalidade de promover a coordenação e o aprimoramento da atuação das entidades da administração pública federal que regulam e fiscalizam as atividades relacionadas à captação pública da poupança popular. Além da Previc, integram o Coremec o Banco Central do Brasil - Bacen, a Comissão de Valores Mobiliários CVM e a Superintendência de Seguros Privados Susep. No âmbito do referido comitê, participa da instituição e da gestão da Estratégia Nacional de Educação Financeira Enef, cuja finalidade é promover a educação financeira e previdenciária no país. A Enef é um esforço do Governo Brasileiro que reconhece a educação financeira e previdenciária como ferramenta de inclusão social, de melhoria da vida do cidadão e de promoção da estabilidade, concorrência e eficiência do sistema financeiro do país. A Enef é conduzida pelos membros do Coremec Bacen, Previc, CVM e Susep. Além da educação financeira e previdenciária, a Supervisão Baseada em Risco SBR é uma das principais diretrizes do órgão supervisor e fiscalizador. 3.1 - A Educação Financeira e Previdenciária Os Programas de Educação Financeira e Previdenciária decorrem da necessidade de compatibilização das atividades de previdência complementar com as políticas previdenciárias e de desenvolvimento sócio-econômico e busca assegurar aos participantes e assistidos o pleno acesso às informações sobre a gestão de seus planos de benefícios. Os Programas de Educação Financeira e Previdenciária devem contemplar três níveis de atuação: informação, formação e orientação. Os dados devem ser divulgados de modo claro e acessível, para que o participante ou o assistido tenha compreensão da situação econômica, financeira e patrimonial do seu plano de benefícios e a quantidade e a qualidade das informações recebidas devem ser suficientes para sua tomada consciente de decisão financeira e previdenciária. As ações e programas de educação financeira e previdenciária, na ênfase financeira, devem habilitar os indivíduos a promover as escolhas adequadas na gestão de suas finanças, colaborar 8

com a avaliação do impacto das decisões ecônomicas e financeiras individuais, aprimorar a compreensão sobre planejamento financeiro, entre outros. As ações e programas de educação financeira e previdenciária, na ênfase previdencial, devem fomentar a adesão aos planos de benefícios, ampliar o nível de cobertura da previdência complementar, estimular a cultura de poupança a longo prazo e a prevenção financeira ante o envelhecimento populacional, adequar o conhecimento, postura e ações dos membros estatutários dos fundos de pensão ao alto nível de responsabilidade exigida na gestão das entidades e dos planos de benefícios, entre outros. No âmbito do sistema de previdência complementar do servidor público, os programas de educação financeira e previdenciária devem ser destinados aos servidores públicos, dirigentes, empregados, áreas de pessoal e de recursos humanos dos órgãos do serviço público, patrocinadores, participantes e assistidos, com abordagens por meio da informação, da instrução e da orientação de temas gerais ou específicos para cada público. As atividades da Previc também são orientadas visando estimular os programas de educação financeira e previdenciária nas EFPC. 3.2 - A Supervisão Baseada em Risco - SBR A análise e avaliação das adversidades e das oportunidades, ou seja, dos riscos e dos retornos, contribuem para a formação de uma visão ampla do regime de previdência complementar fechado e do ambiente em que este se insere, visando à estabilidade e à solidez do sistema. A SBR é a atividade do órgão fiscalizador, em todas as suas atribuições, de supervisionar de forma direta e indireta o regime de previdência complementar operado pelas EFPC quanto a sua exposição a riscos. A SBR verifica a exposição a riscos e os controles sobre eles exercidos, estimula a ação prudencial sobre as origens dos riscos e induz uma gestão proativa das EFPC. A figura a seguir ilustra como será a atuação da Previc no modelo de SBR, em função da probabilidade de ocorrência do risco e do impacto por ele causado. 9

No eixo horizontal da matriz, tem-se a probabilidade de ocorrência do evento, enquanto no eixo vertical, o possível impacto. Os eventos analisados correspondem aos riscos de governança, atuariais, de investimento, legais, operacionais, entre outros, que podem afetar a solvência atual e futura dos planos de benefícios. Neste escopo, o objetivo da SBR é estimular a gestão eficiente dos recursos no regime de previdência complementar fechado, identificando os maiores riscos e agindo proativamente de forma a minimizar o impacto negativo nos planos de benefícios e ampliar a proteção dos direitos e interesses dos participantes e assistidos. 3.3 - O Processo de Licenciamento O licenciamento é a prévia e expressa autorização da Previc para o conjunto de regras que tornam viável o funcionamento dos planos de benefícios e das EFPC no Brasil. São submetidos ao licenciamento os instrumentos contratuais e os atos constitutivos das EFPC, como os convênios de adesão entre a entidade e seus patrocinadores, o estatuto da entidade, os regulamentos dos planos de benefícios e suas respectivas alterações, entre outros. O licenciamento constitui um dos pilares de atuação de fiscalização prévia da Previc e leva em consideração a conformidade às regras e também à SBR, por meio da avaliação dos riscos das operações submetidas à aprovação. 10

Os principais riscos identificados e avaliados referem-se a questões relativas à governança, aos investimentos, aos impactos atuariais e legais, além de aspectos operacionais que poderiam afetar a solvência atual e futura dos planos de benefícios. A parte legítima para encaminhar os pedidos de licenciamento é a EFPC ou, em casos específicos, como o de criação desta, o patrocinador proponente. É passível de penalidade o funcionamento de EFPC, de planos de benefícios e de suas alterações, entre outros, sem autorização prévia e expressa da Previc. 4 - Da Implementação do Sistema de Previdência Complementar O Regime de Previdência Complementar no Brasil está fundamentado na Constituição Federal, na Lei Complementar nº 109, de 2001, que dispõe sobre as regras gerais do regime de previdência complementar e na Lei Complementar nº 108, de 2001, que dispõe sobre a relação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e outras entidades públicas e suas respectivas EFPC. Os sistemas de previdência complementar de Estados, Distrito Federal e Municípios são fundamentados em leis próprias de competência dos respectivos entes federados, observada a Constituição Federal, bem como as leis e demais normativos federais relacionados com o assunto. 4.1 - Da Legislação A lei que trata do sistema de previdência complementar do servidor público titular de cargo efetivo, de iniciativa do respectivo Poder Executivo do ente federado, não está submetida a licenciamento prévio da Previc. O ente federado poderá elaborar e estruturar a legislação referente ao sistema de previdência complementar do servidor público titular de cargo efetivo de acordo com suas intenções e especificidades, no entanto, deverá observar o ordenamento legal e normativo que rege o regime de previdência complementar, visando evitar disposições conflitantes. 11

A abordagem pela Previc deste tópico é voltada ao oferecimento de contribuição e visa subsidiar os entes federados na elaboração de suas respectivas legislações. Ressalta-se que as informações constantes neste tópico, além de oferecerem contribuições para elaboração da legislação, trazem esclarecimentos para a instituição da entidade, a elaboração do estatuto, do(s) plano(s) de benefícios e do(s) convênio(s) de adesão, entre outros. 4.1.1 - Do Sistema de Previdência Complementar do Ente Federado O sistema de previdência complementar para os servidores públicos titulares de cargo efetivo do ente federado, suas autarquias e fundações decorre de lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, inclusive podendo estender o referido sistema para os membros do Poder Judiciário, Poder Legislativo, Ministério Público, Tribunal de Contas, observada a legislação vigente. Devem ser definidos, em detalhes, todos os servidores ou membros aos quais será destinado o referido sistema, respeitados os preceitos legais. Os conceitos básicos da previdência complementar fechada devem ser definidos, nos termos da lei, como o patrocinador, o participante, o assistido, entre outras conceituações que o ente federado julgar relevante para o entendimento de sua própria legislação. O Patrocinador é o ente federado, seus respectivos poderes, autarquias e fundações, em decorrência da aplicação da lei. O Participante é o servidor público titular de cargo efetivo do ente federado, inclusive o membro do Poder Judiciário, do Poder Legislativo, do Ministério Público e do Tribunal de Contas, que aderir aos planos de benefícios administrados pela EFPC. O Assistido é o participante ou o seu beneficiário em gozo de benefício de prestação continuada. Deve ser aplicado o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social às aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo respectivo Regime Próprio de Pre- 12

vidência Social - RPPS, aos servidores e membros que tiverem ingressado no serviço público: - a partir do início da vigência do sistema de previdência complementar de que trata a respectiva lei, independentemente de sua adesão ao plano de benefícios; e - até a data anterior ao início da vigência do sistema de previdência complementar de que trata a respectiva lei, nele tenham permanecido sem perda do vínculo efetivo e mediante sua prévia e expressa opção. 4.1.2- Da Entidade de Previdência Complementar Aos entes federados é facultada a criação de entidades fechadas de previdência complementar. Recomenda-se, no entanto, a observância aos princípios da eficiência e economicidade, ao porte e estrutura necessários, podendo o ente federado inclusive autorizar o compartilhamento de sua EFPC com outros entes federados, para administrar seus respectivos planos de benefícios, ou seja, não é obrigatória para a implementação do sistema de previdência complementar de determinado ente federado a criação de sua respectiva EFPC. A linha de orientação a seguir foi direcionada em função da constituição de somente uma EFPC. 4.1.2.1 - Da Criação e Funcionamento O ente federado deve autorizar a criação da EFPC com a finalidade de administrar e executar planos de benefícios para o seu servidor público titular de cargo efetivo, de acordo com a legislação vigente. A EFPC do servidor público será estruturada na forma de fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos, com denominação, sede e foro, e gozará de autonomia administrativa, financeira e gerencial em relação ao ente federado que a instituiu. 13

A administração da EFPC observará os princípios que regem a administração pública, especialmente os da eficiência e da economicidade, devendo adotar mecanismos de gestão operacional que maximizem a utilização de recursos, de forma a otimizar o atendimento aos participantes e assistidos e reduzir as despesas administrativas. As despesas administrativas serão custeadas na forma definida nos respectivos planos de custeio dos planos de benefícios, observada a legislação vigente, e ficarão limitadas aos valores estritamente necessários à sustentabilidade do funcionamento da EFPC. O custeio destinado à cobertura das despesas administrativas deverá ser revisto ao final de cada ano. A EFPC será mantida integralmente pelas receitas oriundas das contribuições de patrocinadores, participantes e assistidos dos respectivos planos de benefícios, dos resultados financeiros de suas aplicações e de doações e legados de qualquer natureza. O regime jurídico de pessoal da EFPC será o previsto na legislação trabalhista. 4.1.2.2 - Da Organização da Entidade A estrutura organizacional da entidade deve ser constituída de Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal e Diretoria Executiva, observada a legislação vigente. O Conselho Deliberativo é a instância máxima da EFPC, responsável pela definição das políticas gerais de administração da entidade e de seus planos de benefícios. O Conselho Fiscal é o órgão de controle interno da EFPC. Cabe ao Conselho Fiscal elaborar relatórios semestrais que destaquem a opinião sobre a suficiência e a qualidade dos controles internos referentes à gestão dos ativos e passivos, e à execução orçamentária. 14

A Diretoria Executiva é o órgão responsável pela administração da entidade, em conformidade com a política de administração traçada pelo Conselho Deliberativo. Esses órgãos atuarão em conjunto para o pleno funcionamento da EFPC, observando e respeitando o estatuto da entidade, o(s) regulamento(s) do(s) plano(s) de benefícios e o(s) convênio(s) de adesão. A composição do Conselho Deliberativo deve ser paritária, entre representantes do(s) patrocinador(es) e de participantes e assistidos, com no máximo 6 (seis) membros. A composição do Conselho Fiscal deve ser paritária, entre representantes do(s) patrocinador(es) e de participantes e assistidos, com no máximo 4 (quatro) membros. A presidência do Conselho Deliberativo será exercida por membro indicado pelo patrocinador, na forma prevista no estatuto da EFPC. A presidência do Conselho Fiscal será exercida por membro indicado pelos participantes e assistidos, na forma prevista no estatuto da EFPC. A Diretoria Executiva será composta, no máximo, por 6 (seis) membros, nomeados pelo Conselho Deliberativo da EFPC. A remuneração e as vantagens de qualquer natureza dos membros da Diretoria Executiva da EFPC serão fixadas pelo Conselho Deliberativo, observada a legislação vigente. Os membros da Diretoria Executiva, do Conselho Deliberativo e Fiscal da EFPC devem atender aos requisitos mínimos de ingresso e permanência previstos na legislação vigente. A EFPC poderá criar, observado o disposto no estatuto e regimento interno, comitês de assessoramento técnico, comitês de gestão, entre outros, de caráter consultivo, para cada plano de benefícios por ela administrado, com representação preferencialmente paritária entre os patrocinado- 15

res e os participantes e assistidos, sendo estes eleitos pelos seus pares, com as atribuições de apresentar propostas e sugestões quanto à gestão da entidade, política de investimentos, à situação financeira e atuarial dos respectivos planos de benefícios e de formular recomendações prudenciais a elas relacionadas. 4.1.2.3 - Das Disposições Gerais É recomendável a instituição de código de ética e de conduta, que terá ampla divulgação, especialmente entre os participantes, assistidos e demais envolvidos, cabendo ao Conselho Fiscal da EFPC assegurar o seu cumprimento. É recomendável a instituição de regimento interno, regulamento eleitoral, entre outros. 4.1.3 - Da Educação Financeira e Previdenciária É recomendável que a EFPC promova programa de educação financeira e previdenciária destinado aos empregados, dirigentes, servidores públicos, áreas de pessoal e recursos humanos dos órgãos do serviço público, patrocinadores, participantes e assistidos, com os seguintes objetivos: - fomentar a adesão de servidores públicos aos planos de benefícios por ela administrados; - elaborar estratégias, firmar parcerias e participar de projetos com o(s) órgão(s) responsável (is) pela administração de pessoal dos entes federados, suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e outras entidades públicas objetivando ampliar a cobertura da previdência complementar; - melhorar a qualidade da gestão; - oferecer aos dirigentes e empregados a possibilidade de desenvolver habilidades e conhecimentos necessários ao desempenho de suas funções; 16

- oferecer aos participantes e assistidos ferramentas úteis para o planejamento e o controle de sua vida econômica e financeira; - oferecer aos participantes e assistidos capacitação para o exercício da fiscalização e acompanhamento do seu patrimônio previdenciário. 4.1.4 - Do(s) Plano(s) de Benefícios 4.1.4.1 - Das Considerações Iniciais O(s) plano(s) de benefícios deve(m) ser estruturado(s) na modalidade de Contribuição Definida. Nos planos de benefícios constituídos na modalidade de Contribuição Definida, seus benefícios programados têm seus valores permanentemente ajustados ao saldo de contas mantido em favor do participante, inclusive na fase de percepção de benefícios, considerando o resultado líquido de sua aplicação, os valores aportados e os benefícios pagos. Os recursos de um plano de benefícios não respondem por obrigações de outro plano de benefícios operado pela mesma EFPC ou por qualquer outra entidade. Cada plano de benefícios possui independência patrimonial em relação aos demais planos de benefícios e à EFPC, bem como identidade própria quanto aos aspectos regulamentares, cadastrais, atuariais, contábeis e de investimentos. Admitir-se-á solidariedade entre patrocinadores com relação aos respectivos planos de benefícios, desde que expressamente prevista no convênio de adesão. O regulamento do plano de benefícios poderá estipular regras que permitam ao participante optar, a seu exclusivo critério e sob sua responsabilidade, por uma das carteiras de investimento (multiportfólio) eventualmente disponibilizadas pela EFPC. 17

4.1.4.2 - Das Condições de Inscrição e Manutenção do Participante Os requisitos para aquisição, manutenção e perda da qualidade de participante, assim como os requisitos de elegibilidade e a forma de concessão, cálculo e pagamento dos benefícios, deverão constar dos regulamentos dos planos de benefícios, observada a legislação vigente. Os servidores titulares de cargo efetivo com remuneração inferior ao limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social poderão aderir ao(s) plano(s) de benefícios administrado(s) pela EFPC, sem contrapartida do patrocinador, cuja base de cálculo para estabelecimento do valor da contribuição será definida nos regulamentos. Poderá permanecer filiado aos respectivos planos de benefícios o participante: - cedido a outro órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, inclusive suas empresas públicas e sociedades de economia mista; - afastado ou licenciado do cargo efetivo temporariamente, com ou sem recebimento de remuneração; e - que optar pelo benefício proporcional diferido ou autopatrocínio, na forma do regulamento do plano de benefícios. 4.1.4.3 - Dos Benefícios 4.1.4.3.1 - Dos Benefícios Programados Os Benefícios Programados são aqueles em que a data de seu início é previsível, conforme as condições estabelecidas no regulamento. A aposentadoria por tempo de contribuição é um exemplo de benefício programado. Considerando a modalidade de contribuição definida inerente aos planos de benefícios da previdência complementar do servidor público, o valor do benefício programado será calculado de acordo com o montante do saldo de conta acumulado, devendo o valor do benefício ser permanentemente ajustado ao referido saldo, na forma prevista no regulamento do plano. 18

Os benefícios programados terão custeio específico para sua cobertura. 4.1.4.3.2 - Dos Benefícios Não Programados Os Benefícios Não Programados, ou benefícios de risco, são aqueles que decorrem de eventos não previsíveis, como a morte e a invalidez. O(s) Plano(s) de Benefícios pode(m) ter benefícios não programados, definidos em regulamento, sendo assegurados, pelo menos, os benefícios decorrentes dos eventos invalidez e morte. Os benefícios não programados terão custeio específico para sua cobertura. Os compromissos assumidos decorrentes dos benefícios não programados poderão ser contratados junto a sociedade seguradora autorizada a funcionar no país, ou administrados nos próprios planos de benefícios. A concessão dos benefícios não programados de invalidez e morte aos participantes ou assistidos pela EFPC poderá estar condicionada à concessão do benefício pelo regime próprio de previdência social. Outros benefícios não programados poderão ser incluídos no regulamento, observado custeio específico para sua cobertura. 4.1.4.4 - Das Contribuições Os regulamentos dos planos de benefícios disciplinarão as regras para a manutenção do custeio do plano de benefícios, observada a legislação aplicável. O Plano de Custeio discriminará o percentual da contribuição do participante e o do patrocina- 19

dor, conforme o caso, para cada um dos benefícios previstos no plano de benefícios, observada a legislação vigente. As contribuições do patrocinador e do participante incidirão sobre a parcela da base de contribuição que exceder o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social às aposentadorias e pensões, observada a legislação vigente. Considera-se base de contribuição a definida no âmbito da legislação aplicável ao ente federado. O participante pode optar pela inclusão de parcelas remuneratórias percebidas em decorrência do local de trabalho e do exercício de cargo em comissão ou função de confiança, desde que permitida pela legislação do ente federado. A alíquota da contribuição normal do patrocinador, destinada ao custeio do plano de benefícios, não poderá exceder a do participante, observado o disposto no regulamento do plano de benefícios e na legislação aplicável. O ente federado poderá estabelecer o percentual máximo de contribuição normal, de sua responsabilidade, para custeio do plano de benefícios. Alternativamente, poderá estabelecer percentual máximo de contribuição normal, de sua responsabilidade, para custeio dos benefícios programados, acrescido de percentual estabelecido no plano de custeio para os benefícios não programados e as despesas administrativas. O percentual de contribuição do participante, para custeio dos benefícios programados, será por ele definida anualmente, ou periodicamente, observado o disposto no regulamento do plano de benefícios. É recomendável que o plano de custeio estabeleça um percentual mínimo da contribuição destinada ao custeio dos benefícios programados. 20

Além da contribuição normal, o participante poderá contribuir facultativamente, sem contrapartida do patrocinador, na forma prevista no regulamento do plano. O ente federado, suas autarquias e fundações são responsáveis, na qualidade de patrocinadores, pelo aporte de contribuições e pelas transferências à EFPC das contribuições descontadas dos seus servidores, observada a lei de constituição, seu estatuto e seu(s) regulamento(s). As despesas administrativas poderão ter outras fontes de custeio, de acordo com a legislação vigente. 4.1.4.5 - Dos Institutos Os regulamentos dos planos de benefícios deverão assegurar os institutos previstos na legislação vigente. 4.1.4.6 - Dos Recursos Garantidores A aplicação dos recursos garantidores correspondentes às reservas, às provisões e aos fundos dos planos de benefícios da EFPC obedecerá às diretrizes e aos limites prudenciais estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional - CMN. A gestão dos recursos garantidores dos planos de benefícios administrados pelas entidades poderá ser realizada por meio de carteira própria, carteira administrada ou fundos de investimento. As entidades contratarão, para a gestão dos recursos garantidores, administradores de carteiras ou fundos de investimento que estejam autorizados e registrados na CVM. 4.1.4.7 - Dos Perfis de Investimento O regulamento do plano poderá admitir a opção do participante por perfis de investimento, sem 21

no entanto descrever a composição da carteira de aplicação de cada perfil, considerando que cabe aos órgãos estatutários a definição dos critérios e condições para o estabelecimento dos perfis. Os planos de benefícios que possuem Perfis de Investimento permitem ao participante escolher uma carteira mais compatível com seus objetivos de rentabilidade, associados a sua tolerância ao risco. Nestes tipos de planos de benefícios, as carteiras de investimento pré-selecionadas pela EFPC para a gestão dos recursos acumulados e provenientes das contribuições em nome dos participantes geralmente possuem os perfis conservador, moderado e agressivo. Considerando que a escolha do perfil de investimento influencia o valor do benefício futuro, a entidade deve promover programas de educação previdenciária e financeira, de modo a possibilitar que as opções realizadas pelos participantes sejam amparadas por informações qualificadas sobre o tema. O participante deve formalizar sua escolha, assinando termo de responsabilidade e ciência das condições da opção, fazendo constar inclusive os períodos para mudança de perfil. No caso de omissão da opção pelo participante, o texto regulamentar poderá remeter o enquadramento para os órgãos estatutários da EFPC, que deverão levar em consideração as características dos participantes e o quão próximos estão da elegibilidade ao benefício programado. Na execução dos perfis de investimento, a EFPC deverá atentar para os controles internos e de avaliação de riscos, bem como para os limites de alocação de ativos previstos na legislação. 4.1.4.8 - Das Disposições Especiais A entidade manterá o controle das reservas constituídas em nome do participante, registrando contabilmente as contribuições deste e as do patrocinador. 4.1.5 - Do Controle e Fiscalização Todos os riscos que possam comprometer a realização dos objetivos da EFPC devem ser continuamente identificados, avaliados, controlados e monitorados. 22