MINISTÉRIO DO GÉNERO, CRIANÇA E ACÇÃO SOCIAL A SITUAÇÃO SOBRE OS CASAMENTOS PREMATUROS EM MOÇAMBIQUE E A LEGISLAÇÃO RELACIONADA Maputo, Dezembro de 2015
ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO 1. Introdução; 2. Situação actual dos Casamentos Prematuros em Moçambique; 3. Causas; 4. Consequências; 5. Legislação; 6. Acções em Curso; 7. Desafios. 2
INTRODUÇÃO Segundo as projecções do INE, existem, em Moçambique, 13.808.822 crianças, que correspondem a 53.7% da população, e o seu bem-estar constitui uma das prioridades do Governo; O compromisso com a protecção da criança está plasmado na Constituição da República e nos demais instrumentos que promovem e protegem os direitos da criança; Apesar dos progressos alcançados na protecção da criança registam-se preocupações quanto a: Existência de cerca de 1.800.000 crianças vivem em situação de vulnerabilidade devido a orfandade e violência entre outras causas; Prevalência de casamentos prematuros. 3
SITUAÇÃO ACTUAL Os dados do Inquérito Demográfico e de Saúde (INE, 2011) indicam que em Moçambique, 14% das mulheres, entre os 20 e 24 anos de idade, casaram-se antes dos 15 anos de idade e 48% casaram-se antes dos 18 anos; Estes dados colocam Moçambique entre os 3 países com a maior prevalência de casamentos prematuros em África e entre os 10 países mais afectados no mundo; Os casamentos prematuros ocorrem com maior incidência nas zonas rurais sendo as meninas as mais afectadas. 4
PAÍSES COM MAIOR PREVALÊNCIA DE CASAMENTOS PREMATUROS EM ÁFRICA 5
% DE CRIANÇAS SUBMETIDAS AO CASAMENTO PREMATURO POR ÁREA DE RESIDÊNCIA E SEXO (IDS, 2011). Feminino Masculino < 15 Anos < 18 Anos < 18 anos Total 14,3 48,2 8,7 Urbano 11,5 36,1 4,8 Rural 16,1 55,7 11,8 6
% DE CRIANÇAS SUBMETIDAS AO CASAMENTO PREMATURO POR PROVÍNCIA (IDS, 2011) 9 % 9 % 8 % 7% 18 % 9 % 24% Em termos de distribuição geográfica, as províncias das Zonas Centro e Norte são as mais afectadas destacando-se as Províncias de Nampula (24%), Zambézia (18%), Cabo Delgado, Tete e Manica(9%). 5% 5% 4% 2%
CAUSAS As causas dos casamentos prematuros são múltiplas das quais destacamos as seguintes: As práticas sociais e tradicionais relacionadas com as concepções sobre as crianças; A pobreza e vulnerabilidade das famílias; A violência e descriminação baseada no género. 8
CONSEQUÊNCIAS Os casamentos prematuros constituem violação dos direitos humanos e da criança e têm como consequências : A Perpetuação da pobreza; A Violência de género; Os problemas de saúde sexual e reprodutiva; A Perda de oportunidades de educação, formação por parte das crianças do sexo feminino; A maternidade precoce que tem impacto na saúde (Ex: fistula obstétrica), educação e desenvolvimento da mãe e do bebé. 9
LEGISLAÇÃO O País adoptou vários instrumentos no âmbito da Promoção e Protecção dos Direitos da Criança dos quais se destacam: A Constituição da República (Arts. 47, 120, 121) preconiza a protecção da criança pela família, sociedade e pelo Estado com vista ao seu desenvolvimento integral; A Lei de Promoção e Protecção dos Direitos da Criança (Lei Nº 7/2008, de 9 de Julho); 10
LEGISLAÇÃO A Lei da Família (N 10/2004, de 25 de Agosto) fixa no Artigo 30º a idade núbil em 18 anos. Contudo, o número 2 do mesmo artigo, define que a mulher ou homem com mais de dezasseis anos, a título excepcional, pode contrair casamento, quando ocorram circunstâncias de reconhecido interesse público e familiar e houver consentimento dos pais ou dos legais representantes. 11
LEGISLAÇÃO A nível internacional, Moçambique ratificou vários instrumentos dos quais se destacam: A Declaração Universal dos Direitos Humanos; A carta Africana Sobre os Direitos e Bem-Estar da Criança; A Convenção sobre os Direitos da Criança; A Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a mulher; Protocolo da SADC sobre Género e Desenvolvimento. 12
ACÇÕES EM CURSO O Governo provou a Estratégia Nacional de Prevenção e Combate aos Casamentos Prematuros, com o objectivo de criar um ambiente favorável à eliminação progressiva dos casamentos prematuros; A Estratégia define as acções prioritárias no âmbito da Comunicação e mobilização social; Educação; Empoderamento das crianças do sexo feminino; Saúde sexual e reprodutiva; Mitigação e recuperação; Quadro político legal; Lançou a Campanha Nacional de Prevenção e Combate dos Casamentos Prematuros, alinhada com o movimento da União Africana; 13
ACÇÕES EM CURSO A sensibilização das famílias, líderes religiosos, líderes tradicionais, comunidade, crianças e sociedade em geral para a prevenção dos casamentos prematuros, destacando-se a divulgação de spots, folhetos e a realização de palestras e debates em todo o Pais; A Prestação de assistência multiforme a cerca de 900.000 crianças em situação de vulnerabilidade e seus agregados familiares através dos Programas de Segurança Social Básica; A implementação de programas de saúde sexual e reprodutiva; A promoção da educação das raparigas incluindo a atribuição de bolsas de estudo. 14
DESAFIOS Constituem desafios na prevenção e combate aos casamentos prematuros: A divulgação e implementação da Estratégia Nacional de Prevenção e Combate aos Casamentos Prematuros; A Reforma Legal com o destaque para a Lei da Família, estabelecendo a idade núbil em 18 anos sem excepções; Prosseguir com as acções de sensibilização das famílias e comunidades para a protecção das crianças dos casamentos prematuros e de outras práticas sociais nocivas; 15
DESAFIOS A expansão dos programas de protecção social básica e outras acções visando a redução da vulnerabilidade das famílias; Prosseguir com as acções para o acesso e retenção das crianças nas escola em especial das raparigas; A implementação de acções de assistência e reabilitação das crianças envolvidas em casamentos prematuros. 16
A criança em primero lugar Muito Obrigado 17