AS LEIS ESTÃO PARA OS ADVOGADOS ASSIM COMO AS NORMAS TÉCNICAS ESTÃO PARA ENGENHEIROS E ARQUITETOS



Documentos relacionados
FOCO NO PROCESSO QUALIDADE. Cliente. Desenvolvimento do produto e projeto. Uso e operação. Gerenciamento e Execução de. Lançamento e vendas.

ABNT NBR NORMA DE DESEMPENHO

NBR UMA NOVA FERRAMENTA PARA A QUALIDADE ACÚSTICA NAS EDIFICAÇÕES.

ABNT NBR Edifícios habitacionais de até 5 (cinco) pavimentos Norma de Desempenho. Perícias judiciais

Evento ASBEA. Mauricio Linn Bianchi Eng. Civil Diretor da BKO CTQ Sinduscon SP

O impacto da Norma de Desempenho NBR na Indústria de materiais e componentes visando o atendimento do desempenho acústico

UFAL- Universidade Federal de Alagoas DEHA- Mestrado em Dinâmicas do Espaço Habitado Disciplina: DEH 204 -Acústica Arquitetônica

A EXPERIÊNCIA DA CONSTRUTORA TARJAB NA ADOÇÃO DA NORMA DE DESEMPENHO OUTUBRO 2014

COMUNICAÇÃO TÉCNICA Nº Sistemas construtivos inovadores X avaliação técnica com abordagem de desempenho X SINAT

PARÂMETROS PARA QUALIDADE ACÚSTICA NAS EDIFICAÇÕES CONFORME NBR

VIDA ÚTIL DE PROJETO COMO PREMISSA PARA O DESEMPENHO DE EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS ABNT NBR 15575/2013 EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS - DESEMPENHO

Sistema Construtivo em PAREDES DE CONCRETO PROJETO

ISOLAMENTO ACÚSTICO DAS VEDAÇÕES VERTICAIS EXTERNAS. Como escolher a esquadria da sua obra e atender a NBR

Painel Inspeção Predial e Inspeção em Manutenção. Engº Civil MARCELO SUAREZ SALDANHA Esp.

NORMAS DE DESEMPENHO: Alinhamento da Arquitetura Brasileira aos Padrões Mundiais de Projeto

Sistema Construtivo em PAREDES DE CONCRETO. Um sistema com bom desempenho MITOS E VERDADES

SISTEMA CONSTRUTIVO EM PAREDES DE CONCRETO:

REVESTIMENTO CERÂMICOS

Aula 7 : Desenho de Ventilação

II SEMINÁRIO DE ENGENHARIA DIAGNÓSTICA EM EDIFICAÇÕES

ASPECTOS JURÍDICOS DA NORMA APLICADOS À INDÚSTRIA DE ESQUADRIAS

PAULUZZI BLOCOS CERÂMICOS

CHRONOS RESIDENCIAL CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO:

ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DA CONSTRUÇÃO CIVIL. Iniciativa: SINDUSCON GOIÁS E FIEG

Steel frame - fechamento (parte 3)

CICLO DE PALESTRAS OBRAS EM CONDOMÍNIOS: PRECAUÇÕES E RESPONSABILIDADES

A OBRIGATORIEDADE DA INSPEÇÃO PREDIAL. Eng Antonio Carlos Dolacio

Administração Central Unidade de Ensino Médio e Técnico - CETEC. Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO PARANÁ CÂMARA TÉCNICA DE ARQUITETURA DE INTERIORES

PANTHEON - ROMA. Construído em d.c. (1887 anos atrás) Cúpula de toneladas Altura e o diâmetro do interior do Óculo é de 43,3 metros.

Impacto da Norma de Desempenho na Contratação de Projeto de Arquitetura

O FUTURO NÓS CONSTRUÍMOS

A cobertura pode ser feita com telhas que podem ser metálicas, de barro ou ainda telhas asfálticas tipo shingle.

CAPÍTULO 3 PLANO DE MANUTENÇÃO

Paredes Maciças as de Concreto

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Departamento de Arquitetura e Urbanismo

OS REQUISITOS DE DESEMPENHO TÉRMICO DA NBR E A ETIQUETAGEM ENERGÉTICA DO PROCEL SOB O PONTO DE VISTA DO PROJETO DE ARQUITETURA

EMBRACON Empresa Brasileira de Administração de Condomínio Ltda.

PROCEDIMENTOS TÉCNICOS DE OBRAS. Eng o Civil Octavio Galvão Neto

VIABILIDADE DA IMPLEMENTAÇÃO DA NORMA DE DESEMPENHO NBR15575

INSPEÇÃO PREDIAL. Eng. Civil Flávia Zoéga Andreatta Pujadas

Norma de Desempenho. Conceitos e Histórico NBR 15575:2013

Tabela 1- Intensidades sonoras características em db(a)

TENDÊNCIA DA INDUSTRIALIZAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

II Workshop de Desempenho

Encontro Secovi PQE "AVCB: o que é, obrigatoriedade e revalidação"

ANEXO VI CHAMAMENTO PÚBLICO 001/2011 TERMO DE REFERÊNCIA

Instalações Prediais. Manutenção

ME-38 MÉTODOS DE ENSAIO ENSAIO DE COMPRESSÃO DE CORPOS-DE-PROVA CILÍNDRICOS DE CONCRETO

DIRETRIZES TÉCNICAS AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES 05/2015 DT 007/15 DTPC

PROPOSTA # 17 REPARAÇÃO E MELHORAMENTO DO ESTABELECIMENTO ESCOLAR DO 1.º CICLO DE RIBAFRIA

Painéis de concreto pré-moldados e soluções complementares para o segmento econômico. Otávio Pedreira de Freitas Pedreira Engenharia Ltda

SEMINÁRIO DE PERÍCIAS

Indústria da Construção Civil

COMUNICAÇÃO TÉCNICA Nº ABNT NBR 15575:2013: edificações habitacionais, desempenho.

AFAP- PVC - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS FABRICANTES DE PERFIS DE PVC PARA CONSTRUÇÃO CIVIL TECNOLOGIA E QUALIDADE DE SISTEMAS EM ENGENHARIA

Associação ProAcústica Office Solution

Projeto de revisão da NBR Diretrizes para elaboração de manuais de uso,

Sistema Integrado de Licenciamento - SIL

PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS DA QUALIDADE DE CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND

Wood Frame CONCEITO. O Wood-Frame é um sistema composta por perfis de madeira que em conjunto com placas estruturais formam painéis

Rio de Janeiro, 13 de março de Of. Circ. Nº 088/13. Ref.: Lei nº DE 05/03/2013 (Estadual - Rio de Janeiro) Senhor Presidente,

Relatório técnico nº Avaliação de Desempenho Acústico de Sistemas de Pisos NBR 15575:2013 parte 3

Mesa Redonda Obrigatoriedade da Inspeção Predial: ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS

Reforma e Manutenção de Edificações ou Condomínios. Marcos Velletri

PLANO DE MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DE EDIFICAÇÕES DA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS DE GUARANTÂ DO NORTE

FCH Consultoria e Projetos de Engenharia Escritório: São Paulo Atuação: Nacional

Gerenciamento de Riscos Risco de Liquidez

Engenharia Diagnóstica

Eixo Temático ET Gestão de Resíduos Sólidos

Certificação ISO. Dificuldades, vantagens e desvantagens. Marcelo Henrique Wood Faulhaber, Med. Pat. Clin., MBA

O GUIA TERMOS DE REFERÊNCIA: EXEMPLO DE APLICAÇÃO

CONSULTORIA e PERÍCIAS em ENGENHARIA CIVIL

/estudo preliminar pesquisa de materialidades: o steel framing e seus componentes

Novos Rumos da Inspeção Predial

Vistoria Cautelar de Vizinhança. Eng..o Civil José Fidelis Augusto Sarno

Má execução de obras de Engenharia com estudo de casos

Mantas de Isolamento termoacústico

Minha Casa Minha Vida Momento Atual - Ciclo de Qualidade

Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura

Vícios e Garantias. Responsabilidades na construção civil. Carlos Pinto Del Mar

10 anos de atuação para oferecer blocos de concreto de qualidade ao mercado.

Relatório de reforma. Edifício XXXXX

Parede de Garrafa Pet

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO / DIURNO PROGRAMA DE DISCIPLINA

ABNT NBR :2006 AVALIAÇÃO DE CUSTOS UNITÁRIOS DE CONSTRUÇÃO PARA INCORPORAÇÃO IMIBILIÁRIA E OUTRAS DISPOSIÇÕES PARA CONDOMÍNIOS EDIFÍCIOS

ALVENARIA ESTRUTURAL: DISCIPLINA: MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II PROF.: JAQUELINE PÉRTILE

ANÁLISE DAS PATOLOGIAS EXISTENTES NO CONJUNTO HABITACIONAL MONTE CARLO PRESIDENTE PRUDENTE

Painel da Construção Civil

Portaria n.º 5, de 8 de janeiro de 2013.

Manual de Conversão para PDF Envio de Arquivos ao Diário Oficial

SISTEMA DA QUALIDADE Procedimento

A importância dos projetos no processo (executivo de paredes de concreto)

MANUAL DO USO DE ELEVADORES ÍNDICE: I Procedimentos e Cuidados

Projeto de Sistemas I

Ambientes acessíveis

CAMARA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS Ver. Jose Luis Rabello / PSDB

ELEVADOR DE TRAÇÃO A CABO E CREMALHEIRAS

Seminário: Engenharia da Avaliação em Desapropriação

Autores: Deputado SAMUEL MALAFAIA, Deputado LUIZ PAULO A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RESOLVE:

Transcrição:

PAINEL 2 As perícias Judiciais em edificações e a ABNT NBR15575:2010 Edifícios Habitacionais de até 5 pavimentos - Desempenho Apresentação PAULO GRANDISKI Eng. Civil IBAPE/SP 1 AS LEIS ESTÃO PARA OS ADVOGADOS ASSIM COMO AS NORMAS TÉCNICAS ESTÃO PARA ENGENHEIROS E ARQUITETOS O NCC, O CDC, O CÓDIGO DE ÉTICA E VÁRIAS LEIS TORNAM OBRIGATÓRIO O USO DAS NORMAS TÉCNICAS Há exceções 2

Se as normas técnicas são de uso compulsório, então... DESOBEDER ÀS SEIS PARTES DA NBR15575 EQUIVALE A DEIXAR A IMPRESSÃO DIGITAL NO LOCAL DO CRIME! 3 Peritos atuam na interface entre advocacia e engenharia Neste módulo do seminário são enfatizadas as implicações resultantes da introdução da NBR15575 nas perícias judiciais, que ficam na interface entre engenharia e advocacia. 4

A REVOLUÇÃO SILENCIOSA DESENCADEADA PELAS NOVAS NORMAS DE DESEMPENHO 5 6

NOME: EDIFÍCIOS HABITACIONAIS DE ATÉ CINCO PAVIMENTOS - DESEMPENHO Parte 1 Requisitos gerais Parte 2 Requisitos para os sistemas estruturais Parte 3 Requisitos para os sistemas de pisos internos Parte 4 Requisitos para os sistemas de vedações verticais internos e externos Parte 5 Requisitos para os sistemas de coberturas Parte 6 Requisitos para os sistemas hidrosanitários Obs:Não cobrem Sistemas elétricos de edificações habitacionais obedecer à NBR5410. 7 Mudança de paradigma -1 NORMAS PRESCRITIVAS: abordagem de prescrição, em que se define a solução NORMAS DE DESEMPENHO: perspectiva de desempenho, em que se define o resultado 8

COBERTURA EXEMPLOS Não se prescreve se deve ser com manta asfáltica, telhado ou cerâmica, mas sim que garanta a estanqueidade SISTEMAS DE VEDAÇÃO INTERNOS E EXTERNOS Não se prescreve se deve ser com tijolos cerâmicos, de concreto ou dry-wall, mas sim que seu desempenho garanta a isolação acústica e térmica, a tolerância às movimentações aceitáveis da estrutura sem fissurar o revestimento, etc. 9 Mudança de paradigma - 2 DIFERENCIAÇÃO ENTRE PRAZO DE GARANTIA E VIDA ÚTIL 10

DEFINIÇÕES 3.29 VIDA ÚTIL Período de tempo durante o qual o edifício, ou seus sistemas mantém o desempenho esperado, quando submetidos apenas às atividades de manutenção prédefinidas em projeto 3.24 PRAZO DE GARANTIA Período de tempo em que é elevada a probabilidade de que eventuais vícios ou defeitos em um sistema, em estado de novo, venham a se manifestar, decorrentes de anomalias que repercutam em desempenho inferior àquele previsto. 11 Mudança de paradigma - 3 Introdução dos padrões de acabamento, com diferentes prazos de garantia: M, de mínimo I, de intermediário S, de superior Se não for identificado, será considerado como padrão M (mínimo) 12

Mudança de paradigma - 4 A Parte 1, embora em anexo informativo (não obrigatório) pela 1ª. vez, em norma, divulga listagem de prazos de garantia para vários sistemas. É de se prever que esses prazos sejam adotados nas perícias 13 Manual do proprietário atual 14

NBR15575:1 Anexo D 15 Item 14.2 Requisito Durabilidade do edifício e dos sistemas que o compõem TABELA 4 Vida útil de projeto (VUP) SISTEMA Estrutura 40 Pisos internos 13 Vedação vertical externa 40 Vedação vertical interna 20 Cobertura 20 Hidrosanitário 20 VUP mínima, em anos 16

Final de 14.2.1.1 da NBR15575 Caso os requisitos de desempenho desta Norma tenham sido atendidos e não surjam patologias significativas nos sistemas nela previstos depois de decorridos 50% dos prazos de vida útil de projeto (VUP) conforme TABELA 4, contados a partir do auto de conclusão da obra, considera-se atendido o requisito de vida útil de projeto (VUP), salvo prova objetiva em contrário. 17 Cobrimento de 2,5cm e fck =25MPa ~40 anos para carbonatar 18

LAJE-ZERO Economiza o contra-piso Agrava o problema de isolação acústica 19 20

21 22

ACÚSTICA NBR 10151 NBR10152 23 24

ACÚSTICA NBR10151:2000 Acústica - Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade - Procedimento No exterior, usando normas genéricas, deste tipo, a Prefeitura determina o nível de ruído externo em cada local 25 ACÚSTICA NBR10151:2000 Acústica - Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade - Procedimento 4 páginas - com errata de 2003 26

ACÚSTICA NBR10152:1987 Níveis de ruído para conforto acústico Procedimento Esta norma é a que tem causado maior polêmica. Passou por consulta nacional, mas a Comissão de Estudos demorou muito para se manifestar, e por isso, deverá passar por nova Consulta Nacional. 27 28

29 30

31 NBR14653-3 Pisos (internos) 32

Arquiteto deixou a impressão digital no local do crime 33 Arquiteto deixou a impressão digital no local do crime Trombada de janelas 34

Arquiteto deixou a impressão digital no local do crime Falha de segurança no uso 35 36

37 38

39 INCORPORADORA Desempenho das partes Definir o produto e as premissas do projeto conforme requisitos e critérios normativos PROJETISTAS Atender aos requisitos, critérios e características das normas de desempenho e prescritivas FABRICANTES Caracterizar seus produtos e características ensaios de desempenho, controle de produção, certificação e declaração de conformidade CONSTRUTOR USUÁRIO Atender especificações dos incorporadores, projetistas, das normas técnicas e regulamentos administrativos e orientar o usuário final quanto aos requisitos de uso e manutenção Utilizar a unidade adequadamente, fazendo manutenção conforme os manuais de uso e utilização 40

Obrigado pela atenção. 41 42

43 44

Valores de isolação acústica Fonte: Fulvio Vitorino 45 46

47 48

Diferenciação entre - o que é direito - o que é justo Estória da diferença entre o que é direito e o que é justo Direito obediência a uma determinação legal Justo: obediência a um raciocínio lógico Exemplo prático dessa diferença: 49 Dois advogados se encontram na porta de um MOTEL, cada um acompanhado da esposa DO OUTRO O 1º. Advogado diz: Situação constrangedora, não... O 2º. Advogado repete: É, situação constrangedora... 50

O 1º. Advogado sugere: Vamos fazer o que é DIREITO, e destrocar imediatamente as parceiras... 51 O 2º. Advogado retruca: Isso pode ser DIREITO, MAS NÃO É JUSTO porque V. está saindo do motel, e e eu estou entrando!!! 52

53 NBR10151:1998 EM VIGOR 54