VIDA ÚTIL DE PROJETO COMO PREMISSA PARA O DESEMPENHO DE EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS ABNT NBR 15575/2013 EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS - DESEMPENHO

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "VIDA ÚTIL DE PROJETO COMO PREMISSA PARA O DESEMPENHO DE EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS ABNT NBR 15575/2013 EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS - DESEMPENHO"

Transcrição

1 VIDA ÚTIL DE PROJETO COMO PREMISSA PARA O DESEMPENHO DE EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS ABNT NBR 15575/2013 EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS - DESEMPENHO

2 VIDA ÚTIL DE PROJETO COMO PREMISSA PARA O DESEMPENHO DE EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS. Arq. Barbara Kelch Monteiro Gerente de Consultoria da PricewaterhouseCoopers Colaboradora do GTNormas AsBEA / SP O que veremos nesta apresentação: Legislação Norma de Desempenho Vida útil de Projeto Intervenientes

3 ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT Responsável pela normalização técnica no País. Normas técnicas: Procedimentos comprovados pelos profissionais como adequados e seguros para atingir um resultado eficaz. Como adquirir: A Norma está a disposição para compra no site da ABNT: :2013 partes 1 a 6 Norma Técnica é material de trabalho!

4 NORMATIZAÇÃO DE MATERIAIS.

5 PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE.

6 LEGISLAÇÃO PERTINENTE AOS PROJETISTAS. (NÃO EXAUSTIVA) Constituição da República Federativa do Brasil Código Civil Brasileiro Código de Defesa do Consumidor Código de Obras e Edificações Lei de Zoneamento Código de Ética Profissional Arquitetos / Engenheiros Código de Direitos Autorais Código Penal Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho Normas do Corpo de Bombeiros Normas da Vigilância Sanitária Normas Ambientais Normas Técnicas ABNT

7 CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR (Lei n 8.078, de 11 de setembro de 1990). As normas eram inicialmente melhores práticas recomendadas, mas o Código do Consumidor tornou obrigatório seu atendimento. SEÇÃO IV Das Práticas Abusivas Art. 39. VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);

8 EXIGÊNCIA DE ATENDIMENTO. Detalhe importante : Não podemos deixar de atender a uma norma/lei por alegar desconhecimento da mesma! Temos atualmente por volta de 900 Normas Técnicas voltadas á àrea de Engenharia e Construção. A :2013 remete a aprox. 230 outras normas, que já estavam em vigor na data de início de sua vigência. As normas citadas acima não são exclusivas para edificação habitacional Vários setores já estão se estruturando para atender à Norma de Desempenho

9 DUVIDAS SOBRE A NORMA Os códigos de obras municipais são leis acima da norma Se os códigos de obras apresentarem exigências que podem ser distintas, como agir? Na omissão das questões pendentes nas posturas Municipais, a justiça recorrerá à Norma de Desempenho. Quando dois documentos distintos apresentam exigências a um determinado ítem, deve ser considerada a informação mais restritiva, de modo a atender aos dois documentos.

10 Objetivo: ABNT NBR :2013. Objetivo: Alavancar tecnicamente a qualidade requerida e a oferta de moradias, ao estabelecer regras para avaliação do desempenho de imóveis habitacionais, auxiliando nas análises que definem o financiamento de imóveis e possibilitando adequações nos procedimentos de execução, uso e manutenção dos imóveis.

11 Norma de Desempenho ABNT NBR :2013 *define a vida útil de projeto dos sistemas da edificação, *visa atender aos requisitos dos usuários, *define sistemas, independente dos seus materiais constituintes e do sistema construtivo utilizado. *comportamento em uso e não na prescrição de como os sistemas são construídos. *requisitos (qualitativos), critérios (quantitativos ou premissas) e métodos de avaliação: mensuração clara do seu atendimento.

12 Norma de Desempenho Edificações habitacionais Segurança Incêndio Estanque Acústica Térmica Parte 1: Requisitos gerais Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários

13 NÍVEIS DE DESEMPENHO Para todos os requisitos foi estabelecido um patamar mínimo de desempenho (M), que deve ser obrigatoriamente atendido. Caso o projeto não especifique, considera-se mínimo. Para alguns requisitos, são indicados ainda o nível intermediário (I) e superior (S), que devem ser definidos no início do projeto, junto ao cliente.

14 DEFINIÇÕES DE VU E VUP

15 MANUTENÇÃO VU Vida útil real + manutenção realizada. (não é a garantia!) VUP Vida útil definida em projeto, caso sejam feitas as manutenções do Manual de Uso.

16 CADEIA DE RESPONSABILIDADES Incorporador : VUP, Escolha do Terreno, Diretrizes Gerais, Identificar riscos, Projetistas, Consultores: VUP, Normas, especificar materiais Fornecedor: Atestar o desempenho, Laudos, Testes; DEFINIÇÃO DO PRODUTO PROJETO Proprietário: Reduzir, reutilizar, reciclar! DEMOLIÇÃO CONSTRUÇÃO RETROFIT Proprietário: Reforma e adequação USO, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO Construtor: Execução, Fiscalização, Normas, Manual de Uso e manutenção Fornecedor: Desempenho,Testes; Usuário: Uso, Operação manutenção conforme manual

17 RESPONSABILIDADE Consultores Usuário Final Financiadora Incorporador Projetistas Fornecedores Empreiteiras Seguradora Construtora

18 PROJETO E OBRA Premissas Incorporador/ proprietário VUP Definicões de material: Testes e garantias Registro em projeto das definições e premissas Atendimento a normas técnicas diversas Co-responsável pelo atendimento a norma pelos demais envolvidos Projeto e obra Localização: 8 zonas bioclimáticas Coordenação entre disciplinas para atendimento a requisitos Memorial descritivo: Especificação por desempenho Visita a obra opcional para garantia de utilização do material especificado Auxílio na Especificação correta de uso e manutenção no memorial do proprietário

19 DOCUMENTAÇÃO DO PROJETO DEVE CONTER: Definições e premissas do incorporador / proprietário Dados do local: topográfico, dados acústicos, dados do entorno, etc. Projeto técnico executivo das diversas disciplinas Memorial descritivo das diversas disciplinas Informações fornecidas pelos diversos fornecedores de materiais e sistemas Registro das simulações, cálculos e premissas adotadas para definições do projeto

20 CONCEITOS O projeto já deve nascer com os conceitos da Norma de Desempenho incorporados!

21 ESTABELECIMENTO DA VUP Deve ser definida previamente pelo Incorporador ou seus prepostos junto aos Projetistas.

22 CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO VUP A Norma considera três conceitos (*): O efeito que uma falha no desempenho do subsistema ou elemento acarreta; A maior facilidade ou dificuldade de manutenção e reparação em caso de falha no desempenho; O custo de correção da falha, considerando-se inclusive o custo de correção de outros subsistemas ou elementos afetados (*) Fundamentados nas Normas Internacionais

23 EFEITO DA FA LHA Tabela C.1

24 FACILIDADE DE MANUTENÇÃO Tabela C.2 (Fonte:NBR ABNT:2013 p52)

25 CUSTO DE MANUTENÇÃO Tabela C.3 (Fonte:NBR ABNT:2013 p52)

26 DETERMINAÇÃO DA VUP Tabela C.4 - Critérios para o estabelecimento da VUP das partes do edifício Valor Sugerido de VUP para Sistemas, Elementos e Componentes Efeito da Falha (Tabela C.1) Categoria da VUP (tabela C.2) Categoria de Custos (tabela C.3) Entre 5% e 8% da VUP da estrutura F 1 A Entre 8% e 15% da VUP da estrutura F 1 B Entre 15% e 25% da VUP da estrutura E,F 1 C Entre 25% e 40% da VUP da estrutura D,E,F 2 D Entre 40% e 80% da VUP da estrutura Qualquer 2 D,E Igual a 100% da VUP da estrutura Qualquer 3 Qualquer NOTA 1: As VUP entre 5% e 15% da VUP da estrutura podem ser aplicáveis somente a componentes As demais VUP podem ser aplicáveis a todas as partes do edifício ( sistemas, elementos e componentes) NOTA 2: Existem internacionalmente diversas e variadas proposições para deteminação da VUP do edifício. (Fonte:NBR ABNT:2013 p52) noável convergência situando a No entanto, em relaão aos edifícios habitacionais, observa-se que elas apresentam VUP destes edifícios entre 50 e 60 anos.

27 DETERMINAÇÃO DA VUP Componente: Louça Sanitária 1. Efeito da falha no desempenho: E 2. Categoria de Vida Útil: 2 3. Custo da manutenção e Reposição: A 4. VUP > 5% a < 15% de VUP min 50 anos Louça Sanitária VUP = acima 2,5 anos

28 EXEMPLO DE MEMORIAL DESCRITIVO PORCELANATO 1. Local de aplicação: Cozinha 2. Requisitos de Desempenho: Produto cerâmico do tipo porcelanato, com índice de absorção d água de 0 a 0,5%, com resistência de abrasão PEI maior ou igual a 4, resistência em deslizamento em classe II (coeficiente de atrito entre 0,40 e 0,74), máxima resistência a manchas (classe 5 de resistência a manchas), classe A (máxima) de resistência ao ataque químico e resistência ao ataque químico e resistência a gretagem e ao impacto assegurados por garantia do fabricante. Os rejuntes devem ser impermeáveis, laváveis e com aditivos anti-fungos. 3. Características: 60X60cm, cor branca, acabamento bisotê. 4. Fornecedores de referência: AAA, BBB, CCC. 5. Normas aplicáveis: NBR / NBR / NBR Normas de execução: Conforme orientação do fabricante 7. Durabilidade: O fornecedor deverá apresentar documentação comprovando a durabilidade compatível com a Vida Útil de Projeto 8. Manutenção: Conforme orientações do fabricante

29 CONSEQUENCIAS DO NÃO ATENDIMENTO Riscos a saúde e integridade física dos usuários; Ações judiciais dos usuários e/ou contratantes; Imagem e reputação dos envolvidos; Impedimento do exercício da profissão.

30 FISCALIZAÇÃO A verificação de atendimento à Norma: Não cabe ao CREA, ao CAU, às Prefeituras ou aos demais órgãos competentes! A verificação será realizada pelo Usuário. A manutenção deve ser comprovadamente realizada conforme Manual de Uso, para que seja considerada a VUP de projeto no caso de reclamações, processos ou auditorias.

31 SOLUÇÃO DE CONFLITOS A incorporadora realiza verificação do fato real, e caso encontre o ponto, pode-se negociar com o proprietário Identificação pelo usuário O proprietário sente-se incomodado por algum aspecto, ou occore algum problema. Negociação com a incorporadora Deve-se realmente buscar a ajuda de advogados, em arbitagem ou disputa legal Apoio de terceiros independentes Pode-se utilizar um perito, ou mediador para um acordo amigável Não ao acordo amigável Prejuízos mútuos Incorporadora prejudica imagem pública, e proprietário demorará a finalizar o processo

32 METODOS DE AVALIAÇÃO 6.3 Métodos de avaliação do desempenho Os requisitos de desempenho devem ser verificados aplicando-se os respectivos métodos de ensaio previstos nesta parte Os métodos de avaliação estabelecidos nesta Norma consideram a realização de ensaios laboratoriais, ensaios de tipo, ensaios de campo, inspeções em protótipos ou em campo, simulações e análise de projetos. A realização de ensaios laboratoriais deve ser baseada nas Normas explicitamente referenciadas, em cada caso, nesta parte da ABNT NBR

33 RESPONSABILIDADE SOCIAL Projeto e obra Utilização/Manutenção NBR :2013 Usuário: Custo de construção + custo de utilização Sustentabilidade: Ciclo de Vida da edificação! Demolição

34 2 ANOS DE USO PRIMEIRAS UNIDADES COMEÇAM A SER ENTREGUES! OS USUÁRIOS ESTÃO CADA VEZ MAIS ESCLARECIDOS DE SEUS DIREITOS DE CONSUMIDOR AS INCORPORADORAS QUE ATENDEM À NORMA ESTÃO INSTRUINDO OS COMPRADORES AS ENTIDADES ESTÃO MOBILIZADAS NA DIVULGAÇÃO DA NORMA NO SETOR ALGUNS SETORES DE MATERIAIS JÁ ESTÃO SE ESTRUTURANDO PARA O ATENDIMENTO

35 OBSERVAÇÕES FINAIS A Norma vem para criar um padrão mínimo de qualidade, de modo a combater a competição predatória pelo menor preço; Vamos aprender a usar a norma como ferramenta de marketing dos nossos projetos e obras de qualidade, desenvolvidos atendendo a seus requisitos!

36 AsBEA/SP Grupo de Trabalho de Normas Técnicas Estamos a disposição para dúvidas e informações: AsBEA Arq. Barbara Kelch Monteiro barbara.kelch@br.pwc.com