FÉ E RAZÃO MUNDO MEDIEVAL

Documentos relacionados
Filosofia e Religião.

ALBERTO MAGNO E TOMÁS DE AQUINO

Razão e fé. Filosofia MedievaL. Douglas Blanco

Aula 09. Gente... Que saudade!!!! Filosofia Medieval Patrística Sto. Agostinho

Patrística e Escolástica

Capítulo 10 Religião e Filosofia, fé e razão (p.73) 1ª série Ensino Médio Filosofia Prof.º Tiago Fontanella.

IDADE DAS TREVAS? Problemas da Filosofia Medieval: a realidade, a alma, a verdade, os direitos humanos, a essência do Estado etc.

FÍSICA FILOSOFIA. Resumex JáEntendi 1. A FILOSOFIA NA IDADE MÉDIA. Características Fundamentais da Idade Média

Filosofia na Idade Média. Patrística e Escolástica

FILOSOFIA CRISTÃ. Jesus Cristo Pantocrator, Uma das mais antigas imagens de Jesus (séc. VI-VII). Monastério Sta. Catarina, Monte Sinai.

FILOSOFIA MEDIEVAL E OUTROS TEMAS PROFESSOR DANILO BORGES FILOSOFIA 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II

Aula 08 Terceiro Colegial.

Um dos símbolos da religião é o Ichthys ou peixe estilizado (a palavra Ichthys significa peixe em grego, sendo também um acrônimo de Iesus Christus

Pré Socráticos aos Medievais 1

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ - ESALQ/USP

DATA: VALOR: 20 PONTOS NOTA: ASSUNTO: TRABALHO DE RECUPERAÇÃO FINAL NOME COMPLETO:

Prof. Talles D. Filosofia do Direito O Direito e o tema da Justiça

As provas da existência de Deus: Tomás de Aquino e o estabelecimento racional da fé. Colégio Cenecista Dr. José Ferreira

TOMÁS DE AQUINO SÉC. XIII AS PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS

FILOSOFIA Introdução à Filosofia Prof. Dr. Álvaro Maia AULA SEGUNDA: O PENSAMENTO MEDIEVAL. 1. Entre Aristóteles e a Patrística

FILOSOFIA. Dos Gregos à Idade Média

A criação da filosofia está ligada ao pensamento racional. Discutir, pensar e refletir para descobrir respostas relacionadas à vida.

Filosofia Medievil: TomásadeaAquino

FILOSOFIA MEDIEVAL: ESCOLÁSTICA 3ªSÉRIE DO ENSINO MÉDIO DRUMMOND 2017 PROF. DOUGLAS PHILIP

Roteiro de estudos para recuperação trimestral

ESCOLÁSTICA A M A T R I Z A R I S T O T É L I C A A T É D E U S

Curso TURMA: 2101 e 2102 DATA: Teste: Prova: Trabalho: Formativo: Média:

Sócrates: após destruir o saber meramente opinativo, em diálogo com seu interlocutor, dava início ã procura da definição do conceito, de modo que, o

SANTO AGOSTINHO - INFLUÊNCIAS

FILOSOFIA MEDIEVAL: ESCOLÁSTICA 3ªSÉRIE DO ENSINO MÉDIO DRUMMOND 2017 PROF. DOUGLAS PHILIP

DA IDADE MÉDIA À IDADE MODERNA. Prof. Adriano R. 1º Anos

Sumário. Prefácio, 13. Primeira parte - Fundamentação, 15

O homem é composto de substância corporal e de substância espiritual, sendo esta por via da sua subsistência, incorruptível.

FILOSOFIA IDADE MÉDIA

Virtudes: conceito e classificação

UNIDADE 2 FILOSOFIA MEDIEVAL

Clique para editar o título mestre

AGOSTINHO O FILÓSOFO

O ARGUMENTO COSMOLÓGICO KALAM EM WILLIAM LANE CRAIG: UMA CONCEPÇÃO SOBRE A EXISTÊNCIA DO UNIVERSO

Tema 2 - Um panorama histórico da física II

Unidade 2: História da Filosofia. Filosofia Serviço Social Igor Assaf Mendes

Clóvis de Barros Filho

Slide 2

Filosofia / Sociologia 3ª Série do Ensino Médio Prof. Danilo Arnaldo Briskievicz SANTO AGOSTINHO. Entre a cidade dos homens e a cidade de Deus

TEMA DA SESSÃO. Patriarcado de Lisboa JUAN AMBROSIO / PAULO PAIVA 1º SEMESTRE ANO LETIVO Instituto Diocesano da Formação Cristã

RESPONSÁVEL CONSTRUTOR DE SEU PRESENTE SEM ESQUECER SEU PASSADO E DESAFIADOR DO DESTINO

Casamentos no Brasil 1/3 dos casamentos acabam em divórcio. 15 anos é o tempo médio de duração do casamento

COPYRIGHT TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - SABER E FÉ

Você sabe por que vamos à escola? Ensino é responsabilidade do Estado e de que todos têm direito à educação ideias novas.

TRABALHO DE RECUPERAÇÃO BIMESTRAL DE FILOSOFIA

Fil. Gui de Franco. Monitor: Leidiane Oliveira

[ÉÅxÅ? VâÄàâÜt x fév xwtwx

AQUINO. T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos políticos de São Tomás de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado).

TEMPO, MEMÓRIA E FILOSOFIA

FILOSOFIA BREVE PANORAMA GERAL FILOSOFIA ANTIGA

Formas incorretas de se entender a Trindade

Introdução A concepção clássica do homem A concepção do homem na filosofia pré-socrática A Transição socrática...

FILOSOFIA. DISCIPLINA: História da Filosofia Antiga

Disciplina: Filosofia Série: 10 Unidade: Primeira Content Area: Philosophy Grade 10 Quarter I

Livrai-nos do mal : o problema do mal segundo Santo Agostinho NUNES, R. O. ¹, SILVA, R. DA S.²

O CONHECIMENTO E SEUS NÍVEIS

DEUS NÃO ESTÁ MORTO : PROVAS DE SUA EXISTÊNCIA ALBANO, A. DA S. ¹, LOPES, M. S.², NUNES, RAFAEL O.³

M Ó D U L O S C O N T E M P L A D O S

Sumário. Prefácio... 13

FILOSOFIA. A Época Contemporânea

FILOSOFIA. Professor Ivan Moraes, filósofo e teólogo

L E G A L E 1.ª FASE

AVERRÓIS. Catarina Belo. O essencial sobre IMPRENSA NACIONAL-CASA DA MOEDA

Síntese da formação do Pensamento Ocidental

Recuperação Final FILOSOFIA 7º ano do EF

A TRANSMISSÃO DA REVELAÇÃO DIVINA Catequese com adultos Chave de Bronze

COPYRIGHT TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - SABER E FÉ

SANTO AGOSTINHO E O CRISTIANISMO

Metafísica & Política

Religião e Regulação. Felipe Inácio Zanchet Magalhães

Controvérsias entre Fé e Razão

A REVOLUÇÃO CARTESIANA. Apresentação baseada principalmente em Friedrick Copleston: History of Philosophy, vol. IV.

CAPORALINI, José Beluci. Reflexões sobre O Essencial de Santo Agostinho. Maringá: Clichetec Gráfica Editora, 2007, 132 p.

A VIDA CULTURAL NA BAIXA IDADE MÉDIA (Séc. XI-XIV) História da Igreja I

1) Santo Agostinho: Intellige ut Credas, Crede ut Intelligas

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Aula Véspera UFU Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Professor Uilson Fernandes Uberaba 16 Abril de 2015

Fil. Lara Rocha (Leidiane Silva)

LIÇÃO 7 A NECESSIDADE DO NOVO NASCIMENTO. Prof. Lucas Neto

Assim, costumamos dizer que o Pai foi o Criador, o Filho, o Redentor e o Espírito Santo o Santificador, por Apropriação.

2º ano Ensino médio FILOSOFIA MEDIEVAL

AULA Nº 2 METODOLOGIA CIENTÍFICA A NATUREZA DO CONHECIMENTO: TIPOS DE CONHECIMENTO. Prof. MSc. Fernando Soares da Rocha Júnior

Nestas palavras o profeta, Isaías indicou os Dons que devia possuir o Messias.

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CURSO DE DIREITO DIREITO DAS MINORIAS 21/8/ :54. Profª: Kátia Paulino dos Santos

Prova Global Simulado 6º. Filosofia 2014/2 Devolutiva das questões

O cristianismo é uma religião monoteísta baseada na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, tais como estes se encontram recolhidos nos

O primeiro e o último Adão

Teorias éticas. Capítulo 20. GRÉCIA, SÉC. V a.c. PLATÃO ARISTÓTELES

Santo Agostinho, o idealizador da revelação divina

1 Coríntios 15,4: E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé.

Aristóteles, Ética a Nicômaco, X 7, 1177 b 33.

Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória. Reunião com Professores da Escola Dominical 10 de outubro de 2014

FILOSOFIA DA CIÊNCIA. A filosofia e a ciência no mundo medieval

O CONCEITO DE HÁBITO EM TOMÁS DE AQUINO: ESTUDO NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO (SÉC. XIII)

Transcrição:

FÉ E RAZÃO MUNDO MEDIEVAL Santo Agostinho séc. IV São Tomás de Aquino séc. XIII

PATRÍSTICA e ESCOLÁSTICA Platão séc. IV a.c. Aristóteles séc. III a.c

A RELAÇÃO ENTRE FÉ E RAZÃO

Questões fundamentais para a compreensão da Filosofia Medieval

Cristianismo A verdade como revelação a verdade não é uma construção humana, mas revelação divina àqueles que creem; a condição para o conhecimento da verdade está em Deus, o conhecimento racional deve ser subordinado ao conhecimento revelado. Assim, ocorre um primeira tentativa de conciliação (unir) entre o conhecimento sobrenatural [como revelação divina] e conhecimento natural [que surge da razão humana]

RAZÃO e FÉ São verdades. Uma é racional [humana] e a outra é revelação divina [sobrenatural/espiritual] são sinônimas; Não se contradizem, apesar de serem formas de conhecimentos diferentes; Cada uma delas tem autonomia em seus objetivos e áreas do saber

A GRANDE QUESTÃO PARA OS PENSADORES MEDIEVAIS: Problema principal Conciliar FÉ (pensamento cristão) e RAZÃO (pensamento grego) COMO ISTO SERIA POSSÍVEL? QUAIS MECANISMOS UTILIZAR PARA TAL INTENTO? QUAIS SERIAM AS FONTES FILOSÓFICAS QUE CONCORDARIAM COM A FÉ CRISTÃ?

Embora o cristianismo não seja uma filosofia, ele afeta de forma profunda o pensamento filosófico da época, uma vez que o filósofo cristão se depara com o problema da sua realidade diante da realidade de Deus.

O que é necessário? Assim, é necessário a filosofia (razão) para entender a realidade de Deus e do mundo, bem como a fé (cristã) é necessária para compreender a razão humana e seus atos.

RAZAÕ E FÉ NÃO SÃO OPOSTAS Cristianismo Homem e Universo foram criados por Deus. Razão sozinha não consegue resolver os questionamentos sobre Deus, Universo e homem. Fé com a ela, a razão é iluminada e compreende os fenômenos da existência.

RAZAÕ E FÉ NÃO SÃO OPOSTAS A razão é vista como uma qualidade inata, criada por Deus um dom, uma luz concedida ao homem para que ele possa discernir o conhecimento do bem e do mal.

RAZAÕ E FÉ NÃO SÃO OPOSTAS O cristianismo (a fé) busca na razão uma compreensão mais ampla e elaborada dos mistérios da fé

AS VERDADES DA FÉ NECESSITAM SER DEMONSTRADAS PELA LÓGICA Não basta crer as verdades professadas pela fé precisam ser demonstradas pela filosofia baseada em princípios lógicos da razão.

Ler: O mundo de Sofia pág. 18/19

ss

Fontes históricas apontam que a Filosofia Patrística iniciou-se a partir das pregações dos apóstolos Paulo e João. Patrística fornecer argumentos racionais para a fé e as ideias cristãs e defender o cristianismo contra o paganismo e as heresias.

Principal expoente da Filosofia Patrística Santo Agostinho séc. IV

Santo Agostinho Influenciado pelo maniqueísmo [teoria dualista que divide o mundo em Bem e Mal] pelo neoplatonismo (de Plotino), ou seja de origem platônica

Santo Agostinho foi o primeiro pensador cristão a estabelecer um diálogo entre fé e razão. Tal relação estabelecida vai impulsionar todo o pensamento medieval.

Para Santo Agostinho A razão não elimina a fé, pelo contrário, ela a fortalece, ajudando a compreender a verdade revelada. Disto resulta a máxima agostiniana: Credo ut intteligan, intteligo ut credam Crer para compreender, compreender para crer

A RAZÃO Relaciona-se profundamente com a fé. A Filosofia é apenas um instrumento voltado para a compreensão das verdades da fé

A QUESTÃO DA LIBERDADE RAZÃO e VONTADE (pág. 25/26)

LIBERDADE capacidade consciente que tem o espírito de determinar por si a querer e preferir, acima de tudo, o Bem absoluto. alguns são iluminados pela graça de Deus. O Livre-arbítrio causa do pecado:

O LIVRE-ARBÍTRIO pela perversão da vontade, o homem escolhe a privação do ser. Escolhe o mal ao invés do bem. esse quando só encontra redenção em Jesus Cristo, o mediador ente Deus e os homens. o homem precisa se livrar das paixões (pathos) tudo aquilo que (co)move a alma.

A fé chama a razão para algo além dela própria, para o mistério. À razão cabe investigar os conteúdos da fé. Para entender, uma condição é crer. Mas o que é entendido, o que é inteligível, exige novamente a fé, e assim por diante. (...) O homem precisa crer para compreender. Este entendimento é feito racionalmente, mas o conhecimento da razão divina ultrapassa em muito a finitude da razão humana e por isso o homem precisa novamente da fé para alcançar o conhecimento. (pág. 26)

A medida para amar Deus é amá-lo sem medida (Regras, 34, 4, 7) Não há razão para o homem filosofar, senão para que seja feliz; e o que o faz com que este seja feliz é o fim bom; não há, por conseguinte, nenhuma causa para o filosofar, salvo a meta do bem. (Sobre a Cidade de Deus)

Por fim, vale lembrar que, diferentemente do que veremos a seguir com São Tomás de Aquino, Santo Agostinho opta muito mais pela fé do que pela rãzão. Por que ele pensa assim? Porque Fides praecedit intellectum (A fé precede a razão) Se não credes não entendereis.

TEMAS BÁSICOS questões concernentes a Deus e à religião cristã; bem como questões metafísicas da filosofia aristotélica;

A FILOSOFIA TORNA-SE DOCENTE E ESCOLÁSTICA O termo escolástica` significou inicialmente o conjunto o saber, tal como era transmitido nas escolas do tipo clerical. O escolástico era o mestre das Sete Artes Liberais` ou chefe das escolas monásticas ou catedrais. (...) Mais tarde se deu o mesmo nome aos que escolarmente se dedicavam à Filosofia e à Teologia. (LARROYO, 1986, p. 85)

Principal expoente da Filosofia Escolástica São Tomás de Aquino séc. XIII

São Tomás de Aquino O doutor angélico, como ficou conhecido, é um dos grandes autores de destaque da Escolástica. Foi um profundo estudioso dos fundamentos da filosofia de Aristóteles. Com o auxilio da filosofia aristotélica, Tomás de Aquino buscava argumentos racionais capazes de alicerçar as ideias do cristianismo.

O empenho de São Tomás de Aquino Promover a síntese do cristianismo com a visão aristotélica de mundo. A Igreja passa a ter uma teologia [fundada na revelação] e uma filosofia [baseada no exercício da razão humana] que se fundem numa versão definitiva: Fé e Razão com orientação comum rumo a Deus

São Tomás representa o apogeu da escolástica medieval na medida em que conseguiu estabelecer o perfeito equilíbrio nas relações entre Fé e Razão, a teologia e a filosofia, distinguindo-as mas não as separando necessariamente. Ambas, com efeito, podem tratar do mesmo objeto: Deus, por exemplo. Contudo, a filosofia utiliza as luzes da razão natural, ao passo que a teologia se vale das luzes da razão divina manifestada na revelação. (COSTA, 1996, p. 81)

As provas racionais da existência de Deus PARA PROVAR: utiliza-se de argumentos lógicos e ontológicos da filosofia de Aristóteles. recorre ao conceito de quatro causas (c. eficiente, c. formal, c. material e c. final) de Aristóteles. a partir das Cinco Vias da existência de Deus.

CINCO PROVAS [CINCO VIAS] EXISTÊNCIA DE DEUS

1ª Via argumento do movimento 2ª Via causa eficiente 3ª Via argumento cosmológico 4ª Via argumento dos graus de existência 5ª Via argumento teológico

1ª Via argumento do movimento. Constata-se de que no universo existe movimento;. Tudo que se move é movido por outra força ou motor;. Existe o primeiro motor imóvel ;. Um motor que move (tudo) sem ser movido por algo DEUS

2ª Via causa eficiente.todas as coisas ou são causas ou são efeitos;. Não se pode conceber que alguma coisa seja causa de si mesma;. É necessário uma causa primeira causa não causada DEUS

3ª Via argumento cosmológico conceitos de necessidade e possibilidade. Alguns seres são gerados, outros se decompõem e deixam de existir;. Impossível que estes seres existam sempre;. Mas se todos os seres deixassem de existir, nada existiria;. A existência dos seres contingentes implica o ser necessário DEUS

4ª Via argumento dos graus de existência. Baseia-se nos graus hierárquicos de perfeição;. Nenhum ser é perfeição absoluta;. Mas existe algo que é perfeitíssimo causa de todas as (outras) perfeições (menores) DEUS

5ª Via argumento teológico. Fundamenta-se na ordem das coisas;. Todas as coisas seguem uma finalidade um curso;. O curso de todas as coisas foi definido por um ser primordial;. Portanto, existe algo que ordena todas as coisas;. Uma inteligência ordenadora um ser inteligente (ordena a natureza para o seu curso) DEUS