?Causas Processos Alterações Clínica

Documentos relacionados
Introdução a patologia

Doutoramento em Actividade Física e Saúde

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA PLANO DE ENSINO

ESTRUTURA CURRICULAR 2014/2 Aprovada pela Resolução nº 15 CONSEPE, de 18 de junho de 2014.

SAÚDE conceitos. 30/1/06 (Liçãonº1) 6/2/06 (Liçãonº2) 1.2. OMS e a Saúde para Todos:

CURSO DE GRADUAÇÃO DE MEDICINA

PROGRAMA DE DISCIPLINA

PROGRAMA DE DISCIPLINA

Úlceras de Perna. Definição Epidemiologia Etiologia Manifestações Clínicas Diagnóstico Diferencial Tratamento 2015 ENF.

Doutoramento em Actividade Física e Saúde

Educação e Regulamentação Profissional dos Técnicos de Anatomia Patológica, Citológica e Tanatológica em Portugal. Carina Ladeira

Imunologia Aplicada. Sorologia

UNIPAC. Universidade Presidente Antônio Carlos. Faculdade de Medicina de Juiz de Fora PATOLOGIA GERAL. Prof. Dr. Pietro Mainenti

Envelhecimento e Doenças Reumáticas

1º SEMESTRE Carga horária. 96 h. 104 h. 146 h. 72 h. 72 h. 2º SEMESTRE Carga horária

Conceito saúde-doença. História natural das doenças

História Natural da doença

Campus de Botucatu PLANO DE ENSINO ( X ) OBRIGATÓRIA ( ) OPTATIVA. DOCENTE RESPONSÁVEL : Profa. Dra. Márcia Guimarães da Silva

QUÍMICA MEDICINAL. Em temos etimológicos pode considerar-se um ramo da farmacologia (de pharmakon + logos = estudo dos fármacos).

Bloco I - Apresentação da disciplina. Prática 2 h/a. Total 5 h/a. N o. de Créditos 4

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

Unidade Curricular: Processos Patológicos Gerais Período: 3º Currículo: Co-requisito: Grau: Bacharelado EMENTA

Programa Analítico de Disciplina BAN240 Patologia Geral

07/12/2015. Letícia Coutinho Lopes 1. Ossos e Articulações

Ementário do Curso Técnico em Massoterapia

REESTRUTURAÇÃO DAS ATIVIDADES DO CURSO MÉDICO CARACTERIZAÇÃO DAS DISCIPLINAS E ESTÁGIOS DA NOVA MATRIZ CURRICULAR

NORMAS COMPLEMENTARES AO EDITAL Nº 03 DE 2016 CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS DE PROFESSOR ASSISTENTE 1 DA UNIRV UNIVERSIDADE DE RIO VERDE

METODOLOGIA DO EXAME CLÍNICO

PROGRAMA DE DISCIPLINA

Fase Pré- Clínica. Fase Clínica HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

História Natural das Doenças

PEDIDO DE CREDENCIAMENTO DO SEGUNDO ANO NA ÁREA DE ATUAÇÃO NEFROLOGIA PEDIÁTRICA

Ministério da Saúde Conselho Nacional do Internato Médico Internato Médico Formação Geral

Enfermagem 1 SEMESTRE. Biologia 60h

PLANILHA GERAL - BASES BIOLÓGICAS DA PRÁTICA MÉDICA IV - 1º SEGUNDO SEMESTRE

FAMERV Faculdade de Medicina de Rio Verde Fazenda Fontes do Saber. Fone: (64) Campus Universitário. (64) Rio Verde - Goiás

CURSO: FARMÁCIA-BIOQUÍMICA - PERÍODO NOTURNO

CURSO: FARMÁCIA-BIOQUÍMICA - PERÍODO INTEGRAL

Bloco I - Apresentação da disciplina. Total 6 h/a. Prática 3 h/a. de Créditos 4. N o

CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS DE PROFESSOR ASSISTENTE 1 DA UNIRV UNIVERSIDADE DE RIO VERDE

Princípios Básicos da Genética Médica

* MÉTODOS DE PESQUISA E AVALIAÇÃO EM ODONTOLOGIA DISCIPLINA EM OFERTA VIRTUAL ( ). (*) ATENÇÃO PRÁTICAS quinzenais

Biologia da célula neoplásica e interacção com o hospedeiro (I)

ESCLEROSE MÚLTIPLA. Prof. Fernando Ramos Gonçalves

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE MEDICINA

Elementos Constitutivos da Estrutura Curricular por Semestre

Elementos Constitutivos da Estrutura Curricular por Semestre

UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE Av. Castelo Branco, 170 -CEP Lages - SC - Cx. P Fone (0XX49) Fax

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Epidemiologia, História Natural. Profª Ms. Raquel M. R. Duarte

PATOLOGIA E CLÍNICA CIRÚRGICA

ANEXO I (PROPOSTA) Forma de integralização curricular do Curso de Farmácia-Bioquímica - Período Integral

PLANO DE CURSO. CH Teórica: 60h CH Prática: - CH Total: 60h Créditos: 03 Pré-requisito(s): - Período: III Ano:

PROGRAMA INTEGRADO DA DISCIPLINA DE INTRODUÇÃO À PATOLOGIA GERAL E AOS MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA 2º Ano 2013


A. Ossos B. Articulações. 2 Letícia C. L. Moura

EMENTÁRIO E BIBLIOGRAFIAS BÁSICAS CURRÍCULO 2012 BASES ECOLÓGICAS PARA DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O Cancro - Aspectos gerais O termo Cancro é aplicado e utilizado genericamente para identificar um vasto conjunto de doenças que são os tumores malign

AVC EM IDADE PEDIÁTRICA. Fernando Alves Silva

Nomenclatura dos Microorganismos

PROCESSOS PATOLÓGICOS GERAIS. Prof. Archangelo P. Fernandes

Noções de Oncologia. EO Karin Bienemann

Alterações no Trato Urinário

PLANO DE CURSO 3º PERÍODO ANO: COMPONENTE CURRICULAR: Patologia Geral CARGA HORÁRIA TOTAL: 108 hs TEÓRICA: 90 hs PRÁTICA: 18 hs

OFERECIMENTO DE DISCIPLINAS OPTATIVAS - 2º SEMESTRE IBB. Área(s) (Se houver) Obrigatória de Área?

Referenciação à Consulta de Reumatologia

CICLO PRÉ-CLÍNICO (integração ciclos básico/profissional)

Cronograma das Atividades Didáticas FCFRP/USP 1º semestre de 2019 Integral / _X Noturno

MEDICINA. Estrutura Curricular. 1º SEMESTRE (680hs) Medicina Comunitária (160hs) História da Medicina e Epistemologia

EDITAL N.º 232/2015 RETIFICAÇÃO DO EDITAL Nº 230/2015

Sub-rede de pesquisa clínica e banco de tumores hereditários

DIRECÇÃO NACIONAL DE RECURSOS HUMANOS TÓPICO CARREIRA MÉDICA

Semiologia do aparelho osteoarticular. Professor Ivan da Costa Barros

Introdução. Profa. Dra. Enny Fernandes Silva

1º PERÍODO. Coordenação de Fisioterapia UFPB Telefone: (83) Visite nosso site:

COMISSÃO DE SISTEMATIZAÇÃO DA REFORMA CURRICULAR

* MÉTODOS DE PESQUISA E AVALIAÇÃO EM ODONTOLOGIA DISCIPLINA EM OFERTA VIRTUAL ( ). (*) ATENÇÃO PRÁTICAS quinzenais

CURSO DE FARMÁCIA-BIOQUÍMICA CÓDIGOS DAS DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS - INTEGRAL Núcleo Comum. Anatomia Biofísica

Cursos de Graduação em Farmácia e Enfermagem

DESCRIÇÃO DETALHADA DAS VARIÁVEIS

Conceitos básicos em epidemiologia

CURSO: ENFERMAGEM EMENTAS º PERÍODO

Diagnóstico Laboratorial A Indústria O seu Valor para a Saúde Antónia Nascimento

História Natural da Doença Professor Neto Paixão

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA PLANO DE ENSINO SEMESTRE 2014/1

Cronograma das Atividades Didáticas FCFRP/USP 1º semestre de 2018 Integral / _X _ Noturno

Programa Doutoral em Actividade Física e Saúde

FACULDADE INTEGRADA BRASIL AMAZÔNIA - FIBRA CURSO DE ENFERMAGEM BACHARELADO MATRIZ CURRICULAR 1ºSEMESTRE

A epidemiologia deve ser definida etimologicamente, como epi = sobre; demo = população; logos = tratado, em outras palavras o estudo que afeta a

parte 1 estratégia básica e introdução à patologia... 27

Enfermagem. Ementa: Visa desenvolver habilidades de raciocínio e de produção de textos, leituras e redação de relatórios técnicos e científicos.

1 2013/2014 NM FN ESA. 28-jan 3 3ª feira 9: Anatomia e Fisiologia I /2014 NM RE R, T ESA

Enfermagem em Saúde Ambiental 2-40 CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS. Leitura e Produção de Texto Anatomia Descritiva e Topográfica I

EPILEPSIA ALGUMAS PERGUNTAS ALGUMAS RESPOSTAS. EPILEPSIA: o que é?

PLANILHA GERAL - BASES BIOLÓGICAS DA PRÁTICA MÉDICA III - 2º 2014

Humano/ O Sistema de Saúde no Brasil Carga horária total do semestre 360

ANEXO II CONTEÚDO PROGRAMÁTICO EDITAL Nº. 17 DE 24 DE AGOSTO DE 2017

Transcrição:

Fisiopatologia Aulas Teórico-Práticas 2005/06 Definições Patologia = Doença Fisiopatologia= O estudo da doença Tecidos Órgãos saudáveis?causas Processos Alterações Clínica Tecidos Órgãos doentes 1

Fisiopatologia Base Lógica e Científica da Medicina A Árvore da Medicina Estudo da Doença Epidemiológico Populações Clínico Indivídual Fisiopatológico Orgãos Isolados Histopatológico Tecidos Citológico Células Bioquímico Organelos Celulares Biofísico Molécular Biologia Molecular Genes 2

Objectivos da Aula 1. Diferenciar o Conceito de Saúde e Normalidade do Conceito de Doença 2. Identificar as Bases para o conhecimento da Doença e Evolução de Doença - Patocronia 3. Compreender o Léxico Médico Conceito de Saúde Definição subjectiva: Segundo a OMS, não é só a ausência de doença, mas é a posse de um bem-estar físico, social e mental completo, que deve ser extensível a toda a sociedade. Critérios objectivos: Morfológicos: ausência de deformações anatómicas Funcionais: normalidade das constantes vitais Etiológicos: ausência de causas evidentes de doença (portadores) Utilidade: capacidade de cumprir actividades Comportamento e Conduta: Adaptação aos próprios objectivos 3

Conceito de Normal Impossível definir como um estado simples, em qualquer das características biológicas - Diferenças entre os indivíduos - O corpo humano altera-se naturalmente com a idade - Distinguir entre normal e usual: Ateroma no idoso é usual, mas não normal Ateroma no jovem não é normal Características biológicas quantificáveis Expressam-se, em termos estatísticos, segundo valores médios, distribuídos entre dois desvios standard. Exemplos: Peso Concentração sódica Conceito de Doença É a perda de saúde, por uma alteração estrutural ou funcional no organismo humano, que interrompe a autonomia e/ou a capacidade de adaptação de um indivíduo. 4

Intervenção Médica na Doença Sinais e Sintomas da Doença Avaliação Médica Hipóteses Diagnóstico Exames Complementares de Diagnóstico Diagnóstico Prognóstico Terapêutica Morte Sequelas Cura sem sequelas Noções Gerais de Patologia Bases para o conhecimento da Doença Evolução de Doença - Patocronia 5

Noções Gerais de Patologia Objectivos Bases para o conhecimento da Doença. Definir: Etiologia, Patogenia, Fisiopatologia, Sintomas, Síndromas e Nosografia. Evolução de Doença - Patocronia. Identificar: Tipos de Evolução - Agudo e Crónico. Identificar: Fases de Evolução - Período de Incubação/Período Pro-drómico/Fase de Aumento da Sintomatologia/Fase de Estado/Fase de Declínio/Período de Convalescência. Noção de Recaída e de Recidiva Bases de Estudo de uma Patologia Etiologia (Causa da Doença) Patogenia (Mecanismo da Doença) Morfologia Clínica e Patológica (Manifestações) Fisiopatologia (Alterações Funcionais do Organismo) Semiologia (Sintomas e Sinais) Patocronia (Evolução da Doença no Tempo) Complicações e Sequelas (Efeitos Secundários) Tratamento Prognóstico (Previsão da Evolução da Doença) 6

Modelo Representativo de um Processo Patológico Etiologia Acção Morfologia Fisiopatologia Patogenia Reacção Semiologia Patologia Geral - Fisiopatologia Patologia Clínica (Diagnóstico) Etiologia, Patogenia e Morfologia Hospedeiro Etiologia Multifactorial Meio Ambiente Etiologia Causa da Doença Primária Idiopática Essencial Espontânea Criptogénica Ausência de causa conhecida Patogenia Mecanismo através do qual a etiologia opera, de forma a produzir manifestações patológicas e clínicas. Exs: Doenças Inflamatórias, Degenerativas, Metabólicas, Neoplásicas, Congénitas e Hereditárias. Morfologia Manifestações da doença que originam alterações estruturais e funcionais. Exs: Histoquímica, Bioquímica, Anatomia Patológica, Imunologia. 7

Semiologia Estudo da doença, mediante a interpretação dos sintomas e sinais Sinais Sintomas Métodos de Exploração Directa Exames Complementares de Diagnóstico Objectivos Gerais, ou Específicos (Patognomónicos) Exs: Anatomo-clínicos, Etiológicos Aumento de Temperatura Pulso Irregular Síndroma Obtêm-se da História Clínica Subjectivos Gerais Exs: Dor, Náuseas Conjunto de Sinais e Sintomas, sem os quais uma doença pode não ser reconhecida, ou diagnosticada. Exs: Síndroma de Down; Síndroma de Imunodeficiência Adquirida Modelo de Patocronia Tipo Evolutivo Agudo Crónico Fase Evolutiva Exacerbação Fim da Doença Cura Invalidez Morte Acme, ou Estado Recrudescência Incubação, ou Latência Causa Período de Aumento Período Prodrómico Crise Período de Declínio Lise Recidiva Saúde Período de Convalescença Recaída 8

Diagnóstico Identificação da Doença Recolha de Dados Anamnese Exploração Física Provas Complementares Análise e Interpretação dos Dados Sensibilidade Especificidade Prognóstico Factores prognósticos Previsão da evolução da doença Hospedeiro Características da doença Interacção hospedeiro/doença Efeito do tratamento Utilidade do prognóstico Distinguir grupos, para aplicar tratamentos diferentes Estabelecer comparação entre ensaios clínicos Predizer a evolução individual da doença Conhecer a história natural da doença Analisar a forma de intervir ao longo da doença Avaliar as variações e interacções detectadas Parâmetro a valorizar Remissão e Recidiva Morbilidade (incapacidade vs recuperação funcional) e Mortalidade (esperança de vida) 9

Patologia Bases de Estudo de uma Doença Estudo da doença considerando os mecanismos causais e a sua relação com as alterações fisiopatológicas e expressão sintomática. Nosografia Estudo de cada doença de forma individual. Nosologia Classificação das doenças, segundo critérios anatómicos, etiológicos, fisiopatológicos e patocrónicos. Léxico Médico 10

Léxico Médico - Prefixos ana: ausência (ex: anafilaxia) hiper: excesso em relação ao normal (ex: hiperplasia) hipo: diminuição do normal (ex: hipotiroidismo) meta: alteração de um estado p/ outro (ex: metaplasia) dis: desordem (ex: displasia) Léxico Médico - Sufixos ite: processo inflamatório (ex: apendicite) oide: semelhante (ex: doença reumatóide) oma: tumor (ex: carcinoma) ose: estado ou condição, não necessariamente patológico (ex: osteoartrose) opatia: alteração do estado normal (ex: linfoadenopatia) 11

Léxico Médico - Sufixos paresia: atonia (ex: gastroparesia) pexia: fixação (ex: osteopexia) rafia: sutura (ex: pilororafia) megalia: grande (ex: esplenomegália) penia: falta (ex: trombocitopenia) citose: aumento do nº de células, normalmente no sangue (ex: leucocitose) Léxico Médico - Sufixos ectasia: dilatação (ex: bronquiectasia) ectopia: fora do local habitual (ex: gravidez) ectomia: escisão total ou parcial (ex: gastrectomia) ostomia: comunicação com outro órgão ou com a pele (ex: ileostomia, traqueostomia) tomia: incisão (ex: traqueotomia) 12