Mercado de capitais. Mercado Financeiro - Prof. Marco Arbex. Mercado de capitais



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Transcrição:

Mercado de capitais Mercado de capitais Prof. Marco Arbex marco.arbex@live.estacio.br www.marcoarbex.wordpress.com O mercado de capitais é um conjunto que envolve bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. Seu objetivo é direcionar o capital e a poupança da sociedade para as empresas e para o governo, fazendo girar a economia (fluxo circular da renda). Comissão de Valores Mobiliários Comissão de Valores Mobiliários A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem a finalidade de disciplinar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários, aplicando punições àqueles que descumprem as regras estabelecidas. A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda. Site: http://www.cvm.gov.br/ A CVM é um órgão do Conselho Monetário Nacional (CMN) - organismo maior do mercado monetário brasileiro, presidido pelo ministro da Fazenda. O CMN define as diretrizes de atuação do sistema. Diretamente ligados a ele estão o Banco Central do Brasil, que atua como seu órgão executivo, e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que responde pela regulamentação e fomento do mercado de valores mobiliários. 1

Estrutura do SFN Estrutura do SFN SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN) SUBSISTEMA NORMATIVO SUBSISTEMA DE INTERMEDIAÇÃO SUBSISTEMA NORMATIVO Responsável pelo funcionamento do mercado financeiro e de suas instituições. CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL (CMN) BANCO CENTRAL (BACEN) (CVM) COMISSÃO VALORES MOBILIÁRIOS INSTITUIÇÕES ESPECIAIS Comissões Consultivas B.B. BNDES CEF Comissão de Valores Mobiliários A CVM tem as seguintes atribuições: Incentivar a poupança no mercado acionário. Estimular o funcionamento das bolsas de valores e das instituições operadoras do mercado acionário. Assegurar a lisura nas operações de compra/venda de valores mobiliários. Promover a expansão dos negócios do mercado acionário. Proteger aos investidores do mercado acionário. O mercado de ações Para ter suas ações negociadas na Bolsa, as empresas precisaram abrir o capital. Empresa de Capital Aberto é aquela que pode ter seus valores mobiliários, tais como ações, debêntures e notas promissórias (commercial papers), negociados de forma pública. 2

Alguns títulos negociados no mercado de capitais Ações: menor parte do capital social de uma empresa (será abordado com mais detalhes posteriormente) Debêntures - títulos de longo prazo emitidos por sociedades anônimas, tendo por garantia seus ativos. Os recursos gerados por esta emissão se usam para o financiamento do capital de giro e o capital fixo das empresas. Notas promissórias (commercial papers): títulos de curto prazo emitidos pelas sociedades anônimas para financiar seu capital de giro. Por que uma empresa abre capital? O primeiro procedimento para a empresa abrir o capital é entrar com o pedido de registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é o órgão regulador e fiscalizador do mercado de capitais brasileiro. Dentre as motivações, a mais comum é o acesso a recursos para financiar projetos de investimento. Por que uma empresa abre capital? Via de regra, a empresa pode se financiar de 3 formas: a) Recursos gerados pelo próprio negócio: essa alternativa restringe os projetos da empresa ao montante de recursos que esta é capaz de gerar, o que pode levar ao desperdício de oportunidades e à limitação das perspectivas de crescimento. Por que uma empresa abre capital? b) Capital de terceiros: A empresa pode recorrer ao capital de terceiros por meio de dívida. Além da forma mais tradicional como empréstimos bancários, há duas opções: Emissão de títulos de renda fixa (debêntures ou notas promissórias) Securitização de recebíveis (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios FIDCs): aplicação em que a maior parte dos recursos é destinada à aquisição de direitos creditórios (créditos que uma empresa tem a receber, como duplicatas, cheques, contratos de aluguel). A empresa cede a terceiros o direito ao recebimento desses créditos. 3

Por que uma empresa abre capital? c) Abertura de capital: financiamento por meio da emissão de ações, ou seja, do aumento do capital próprio e admissão de novos sócios. É o processo pelo qual a propriedade de uma empresa é transferida, total ou parcialmente, para um grande número de pessoas que desejam dela participar e que não mantêm, necessariamente, relações entre si ou com o grupo controlador. É o processo pelo qual uma empresa torna-se Sociedade anônima de capital aberto Por que uma empresa abre capital? A abertura de capital representa redução de risco para a empresa, devido aos seguintes fatores: Os recursos dos sócios investidores não têm prazo de amortização ou resgate O retorno dos investidores depende do desempenho da empresa. O custo de capital é reduzido Liquidez: Os sócios podem transformar, a qualquer tempo, parte das ações que possuam na empresa em dinheiro. Os sócios podem querer diversificar os investimentos para diluir riscos. Cuidados na abertura do capital A companhia aberta deve garantir um nível de prestação de informações muito superior ao de uma empresa fechada. Pressupõe-se que a empresa, representada por seus executivos e grandes acionistas, esteja culturalmente aberta para o pronto atendimento e a prestação de contas ao mercado, e tenha estrutura organizacional e mecanismos de controle que permitam aos sócios majoritários e minoritários acompanhar e fiscalizar seu desempenho e gestão. Governança corportativa na BM&FBovespa Governança corporativa é um sistema pelo qual as sociedades são geridas a partir do relacionamento entre acionistas, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal. Boas práticas de governança corporativa visam aumentar o valor da empresa, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para sua perenidade. Para adequar-se a essa tendência, a BM&FBOVESPA criou segmentos especiais para a listagem de companhias abertas, cada um deles com diferentes exigências relativas aos direitos dos acionistas e à prestação de informações. 4

Governança corportativa na BM&FBovespa Uma empresa que adota boas práticas de governança está estruturada de tal forma que não há distinção entre acionista controlador e acionista investidor. A sua adoção cria valor para a empresa, pois contribui para profissionalizar e disciplinar a gestão. Hoje, grande parte dos investidores aceita participar apenas de operações de abertura de capital de companhias que se registrem nos segmentos especiais de governança corporativa da BM&FBOVESPA, como o Novo Mercado. Governança corportativa na BM&FBovespa O Novo Mercado abriga companhias que emitem exclusivamente ações com direito a voto (ON). Além disso, exige a publicação de informações segundo padrões internacionais ou norte-americanos e a adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para a resolução de conflitos entre acionistas. Isso significa maior transparência da empresa e maior alinhamento entre os interesses de todos os acionistas. Esses compromissos estão estabelecidos em um contrato assinado com a BM&FBOVESPA. A oferta de ações no mercado As pessoas compradoras das ações são proprietárias apenas de uma parte ideal (indeterminável e indivisível) da empresa e respondem por dívidas assumidas pelo corpo diretivo da empresa somente em função do valor monetário da parte ideal quantificada pelas ações sob sua posse. Os acionistas têm a responsabilidade limitada proporcionalmente ao valor de emissão das ações adquiridas. Ações Ações: títulos de renda variável, emitidos por sociedades anônimas, que representam a menor fração do capital da empresa emissora. O investidor de ações é um coproprietário da sociedade anônima da qual é acionista, participando dos seus resultados. As ações são conversíveis em dinheiro, a qualquer tempo, pela negociação em bolsa ou no mercado de balcão (títulos negociados fora do ambiente das bolsas normalmente papéis de empresas de menor porte). 5

Tipos de ações Ações Ordinárias: Proporcionam participação nos resultados da empresa e conferem ao acionista o direito de voto em assembleias gerais. Preferenciais: Garantem ao acionista a prioridade no recebimento de dividendos (algumas vezes em percentual mais elevado que o atribuído às ações ordinárias) e no reembolso de capital, em caso de dissolução da sociedade. Porém não conferem ao acionista o direito de voto em assembleias gerais. Rentabilidade das ações A rentabilidade de ações é variável: Parte da rentabilidade é composta de dividendos (ou participação nos resultados): Quando uma empresa obtém lucro, em geral é feito um rateio que destina parte deste lucro para pagamento de dividendos. Outra parte da rentabilidade advém do eventual ganho de capital na venda da ação (valorização da ação). Riscos Mercado primário e secundário Risco econômico: inerente a própria atividade e às características do mercado em que a empresa opera (setorial). Risco financeiro: reflete o risco associado ao endividamento da empresa, ou seja a capacidade da companhia de liquidar seus compromissos. Risco de mercado: diz respeito às variações imprevistas no comportamento do mercado, determinadas por mudanças ocorridas na economia. Mercado Primário: é onde se negocia a subscrição (undewriting) de novas ações ao público (oferta pública inicial de ações - IPO). Ou seja, os valores mobiliários circulam pela primeira vez e a empresa obtém o capital para seus empreendimentos, pois o dinheiro da venda vai para a empresa. Mercado Secundário: não representa um fluxo de novos recursos para as empresas, e sim a negociação de títulos já existentes entre investidores através de um pregão de bolsa de valores. 6

Mercado secundário Bolsa de Valores No mercado secundário, as ações são negociadas principalmente nas Bolsas de Valores: associações civis sem fins lucrativos, supervisionadas pela CVM, cujo objetivo básico é o de manter um local em condições adequadas para a realização, entre seus membros, de operações de compra e venda de títulos e valores mobiliários. As bolsas de valores também têm como objetivo proporcionar liquidez ao mercado de ações através da realização de uma grande quantidade de negociações, onde as empresas podem oferecer seus papéis para financiar seus projetos sem a necessidade do capital de terceiros (empréstimos). Pregão: local onde são realizadas as diversas transações de compra e venda de ações. Opera de 09:00 à 13:00 horas, em dias úteis. O pregão viva-voz, onde operadores das corretoras de valores negociavam ações com telefones e blocos de papel nas mãos foi encerrado em setembro de 2005. Desde então, todos os negócios são feitos através de uma rede eletrônica, em silêncio. A Bolsa de Valores de São Paulo Papel da Bolsa de Valores A Bolsa de Valores de São Paulo - Bovespa era a bolsa oficial do Brasil, até iniciar um processo de fusão com a BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) que culminou na criação de uma nova instituição, denominada BM&FBovespa no dia 8 de maio de 2008. Sua sede localiza-se no centro da cidade de São Paulo e seu principal índice econômico é o IBOVESPA. Na Bolsa, há companhias listadas desde 1910. Preservar valores éticos nas negociações. Divulgação rápida e eficiente dos resultados das transações. Promover segura e eficiente liquidação das operações. Desenvolver sistema de registro e liquidação. Desenvolver sistema de negociação que proporcione segurança e liquidez aos títulos e valores. Fiscalizar o cumprimento das normas e disposições que disciplinam as operações em bolsas de valores. 7

Papel da Bolsa de Valores As bolsas são locais que oferecem as condições e os sistemas necessários para a realização de negociação de compra e venda de títulos e valores mobiliários, e de outros ativos, de forma transparente. É por meio das bolsas que se pode viabilizar o incentivo à poupança do grande público e ao investimento em empresas em expansão, que, diante desse apoio, poderão assegurar as condições para seu desenvolvimento. O papel das corretoras Corretoras são instituições financeiras credenciadas pelo Banco Central do Brasil, pela CVM e pela Bolsa, habilitadas a negociar valores mobiliários em pregão. As corretoras podem ser definidas como intermediárias especializadas na execução de ordens e operações por conta própria e determinadas por seus clientes, além da prestação de uma série de serviços a investidores e empresas, tais como: diretrizes para seleção de investimentos; operações de câmbio, assessoria a empresas na abertura de capital, emissão de debêntures, renovação do registro de capital etc. Mercado de Ações Mercado de Ações Mercado à vista É a compra ou venda de uma determinada quantidade de ações, a um preço estabelecido em pregão. O pagamento da operação é efetuado em até 3 dias após o fechamento do negócio. Nesse tempo a corretora recebe os títulos e os repassa ao investidor. Mercado Futuro de Ações Uma operação no Mercado Futuro de Ações da BOVESPA compreende a compra ou a venda de ações listadas em Bolsa, a um preço acordado entre as partes, para liquidação em uma data futura específica, previamente autorizada. Prazos de 30, 60, 90 e 120 dias são permitidos atualmente. 8

Mercado de Ações Mercado de Ações Mercado de Opções As opções dão ao contratante a opção de comprar ou vender uma determinada ação por um preço préestabelecido dentro de um prazo estipulado. Quando termina esse prazo, as opções vencem, e é nessas datas de vencimento, que o principal índice da Bovespa, o Ibovespa, pode sofrer influência devido ao grande número de ações que trocam de mãos. As operações de mercado futuro ou opções (para ações ou outros ativos) são conhecidas como derivativos. Exemplo: A ação da empresa ABC fechou cotada hoje a R$ 50. O investidor X compra de Y uma opção que dá o direito a ele de comprar a ação por R$ 52 em 22/05, e paga R$ 4 por esse contrato. Primeiro cenário: em 22/05 a ação da XYZ vale R$ 60. O investidor X exerce sua opção, compra de Y a ação da ABC por R$ 52 e vende a um terceiro investidor por R$ 60. Como ele gastou um total de R$ 56 (R$ 4 da opção em si e R$ 52 para comprar a ação), ele embolsa um lucro de R$ 4. Y tem um prejuízo de R$ 4, pois vendeu por R$ 52 uma ação que agora vale R$ 60 (prejuízo de R$ 8), mas havia recebido R$ 4 pela opção. Segundo cenário: em 22/05 a ação da XYZ vale R$ 48. X não exerce sua opção, pela qual já pagou R$ 4; Y tem um lucro de R$ 4. Mercado de ações Clube de investimentos: Grupo de pessoas físicas (máximo de 150) que aplica recursos em uma carteira diversificada de ações, administrada por instituição financeira autorizada. Instrumento de participação de pequenos e médios investidores no mercado de ações, que pode ser administrado por uma corretora, distribuidora, banco de investimento ou banco múltiplo com carteira de investimento. A participação é feita pela aquisição de cotas iguais, representativas de uma parcela do patrimônio do clube, e sua rentabilidade depende do desempenho dos títulos componentes de sua carteira. Índice Ibovespa Criado em 1968, o objetivo do Ibovespa é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro (conhecidas no mercado como blue chip ). Blue chip: Em geral, ações de empresas tradicionais e de grande porte, com liquidez e procura no mercado de ações. Metodologia para composição do índice Ibovespa: http://www.bmfbovespa.com.br/indices/download/ibov- Metodologia-pt-br.pdf 9

Índice Ibovespa Análise de ações Para se analisar o valor de ações, procura-se projetar o seu comportamento futuro, formulando previsões com relação às variações de seus preços no mercado. Os empresários ou investidores podem desejar saber o valor de uma ação no presente ou prever o comportamento futuro dessa ação. Para saber o valor de uma ação hoje (por exemplo, em casos de empresas que pretendem abrir capital e precisam estimar o valor da empresa para definir o valor da ação): utiliza-se métodos que estimam a rentabilidade futura da empresa, como o método do fluxo de caixa descontado (FCD). Análise de ações Para estimar o comportamento futuro de uma ação, existem dois tipos de análise: Análise técnica: chamada análise gráfica, estabelece projeções sobre o comportamento das ações a partir de padrões observados no desempenho passado no mercado. Se usam gráficos que descrevem as oscilações nas cotações e tendências nos preços das ações. Análise fundamentalista: avalia o valor da ação com base nos resultados apurados pela empresa emitente. Se usam os demonstrativos financeiros e dados setoriais, do mercado acionário e conjuntura. Análise de Ações Vantagens da análise fundamentalista O investidor opera mais embasado e fica menos sujeito a tomar decisões precipitadas. Aponta empresas que tenham diferenciais competitivos relevantes. Faz o investidor acompanhar de perto o movimento das empresas. Visão de longo prazo é garantia de ganhos no futuro. Desvantagens da análise fundamentalista A ilusão de descobrir pechinchas e acabar comprando ações de empresas ruins. É necessário muito tempo e dedicação para conseguir distinguir boas opções de grandes ilusões. A análise fundamentalista não serve para curto prazo. 10

Análise de Ações Vantagens da análise técnica O investidor pode se aproveitar melhor da volatilidade do mercado. Ao saber o que já aconteceu com o ativo, auxilia a traçar estratégias. Indica tendências e números importantes no curto prazo. Desvantagens da análise técnica A analise técnica não olha as empresas e sim os movimentos dos investidores. A ilusão de adivinhar o futuro pode levar a operar certezas, o que pode terminar em grandes prejuízos. Perde para a análise fundamentalista quando se pensa no longo prazo. DICA - simulador do mercado de ações: http://folhainvest.folha.com.br/ Textos base: ASSAF NETO, A. Mercado Financeiro. 11ed. São Paulo: Atlas, 2012 BM&F Bovespa. Como e por que tornar-se uma companhia aberta: http://www.bmfbovespa.com.br/pdf/guiaaber.pdf BM&F Bovespa: Introdução ao mercado de capitais: http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/a-bmfbovespa/download/merccap.pdf 11