Tratamento de Resíduos Sólidos Orgânicos e seus Impactos Ambientais. Angélica S. Gutierrez



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Transcrição:

Tratamento de Resíduos Sólidos Orgânicos e seus Impactos Ambientais Angélica S. Gutierrez

OBJETIVO Compreender o impacto causado pelos resíduos sólidos orgânicos no solo e na água subterrânea. Leis ambientais relacionadas a contaminação do solo e da água subterrânea; Como ocorre a contaminação do solo e da água subterrânea; Forma de identificar e caracterizar áreas contaminadas; Medidas de controle e prevenção de contaminação do solo e da água subterrânea.

CRIME AMBIENTAL Lei n 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 Lei de crimes ambientais - Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Tipos de crimes ambientais: 1. Contra a fauna (arts. 29 a 37) 2. Contra a flora (art. 38 a 53) 3. Poluição e outros crimes ambientais (art. 54 a 61) 4. Contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural (art. 62 a 65) 5. Contra a administração ambiental (art. 66 a 69)

POLUIÇÃO E OUTROS CRIMES AMBIENTAIS (art. 54 a 61) Todas as atividades humanas produzem poluentes (lixo, resíduos, e afins), no entanto, apenas será considerado crime ambiental passível de penalização a poluição acima dos limites estabelecidos por lei. Além desta, também é criminosa a poluição que provoque ou possa provocar danos à saúde humana, mortandade de animais e destruição significativa da flora. Aquela que torne locais impróprios para uso ou ocupação humana, a poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público e a não adoção de medidas preventivas em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.

ÁREAS CONTAMINADAS Resolução Conama n 420, de 28 de dezembro de 2009 Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. Lei n 13.577, de 8 de julho de 2009 Dispões sobre diretrizes e procedimentos para a proteção da qualidade do solo e gerenciamento de áreas contaminadas, e dá outras providências correlatas. Decreto n 59.263, de 5 de junho de 2013 - Regulamenta a Lei nº 13.577, de 8 de julho de 2009, que dispõe sobre diretrizes e procedimentos para a proteção da qualidade do solo e gerenciamento de áreas contaminadas, e dá providências correlatas Valores orientadores CETESB e normas ABNT.

O QUE É UMA ÁREA CONTAMINADA Contaminação: presença de substância(s) química(s) no ar, água ou solo, decorrentes de atividades antrópicas, em concentrações tais que restrinjam a utilização desse recurso ambiental para os usos atual ou pretendido, definidas com base em avaliação de risco à saúde humana, assim como aos bens a proteger, em cenário de exposição padronizado ou específico. (CONAMA 420). Área Contaminada: área, terreno, local, instalação, edificação ou benfeitoria que contenha quantidades ou concentrações de matéria em condições que causem ou possam causar danos à saúde humana, ao meio ambiente ou a outro bem a proteger. (Lei 13.577 e Decreto 59.263)

PORQUE DEVEMOS PROTEGER O SOLO E A ÁGUA SUBTERRÂNEA?

IMPORTÂNCIA DA ÁGUA SUBTERRÂNEA Água elemento fundamental para manutenção da vida. Disponibilidade - 70% da superfície da Terra: 97,5% salgada e 2,5%doce Distribuição da água doce na Terra: 68,9% calotas polares, geleiras e neves eternas; 29,9% água subterrânea; 0,9% umidade do solo e pântanos; 0,3% rios e lagos. Fonte: MMA, 2007

ÁGUA SUBTERRÂNEA NO BRASIL Reserva estimada: 112.000 km 3 ; Profundidade: até 1000m; Recarga: 3.500 km 3 anuais. 55% dos distritos são abastecidos por água subterrânea (IBGE, 2000). Cidades 100% água subterrânea: Ribeirão Preto (SP), Maceió (AL), Mossoró (RN) e Manaus (AM). Uso da água subterrânea: Abastecimento Humano; Indústria; Irrigação (agricultura), Lazer, etc.. Fonte: MMA, 2007

PROTEÇÃO DO SOLO Proteção da água subterrânea; Restrição quanto ao uso do solo; Desvalorização imobiliária.

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS FONTES DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA SUBTERRÂNEA?

PRINCIPAIS FONTES DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA SUBTERRÂNEA Existe uma enorme quantidade de tipos de fontes potenciais de contaminação do solo e da água subterrânea. Na maioria das atividades humanas são geradas substâncias, resíduos e/ou efluentes com potencial para contaminar diferentes compartimentos do meio ambiente.

PRINCIPAIS FONTES DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA SUBTERRÂNEA Fetter (1993) classificou as fontes de contaminação da água subterrânea, também estendidas para o solo, em seis categorias: 1. Fontes projetadas para descarga de substâncias no solo Tanques sépticos e fossas negras; poços de injeção de substâncias perigosas e água salobras; disposição no solo de lodo ETE, efluentes municipais e industriais, resíduos oleosos. 2. Fontes projetadas para armazenar tratar e/ou dispor substâncias no solo Áreas de disposição de resíduos, pilhas de resíduos de mineração, tanques de armazenamento de substâncias e lagoas de tratamento e armazenamento de efluentes. 3. Fontes projetadas para reter substâncias durante o transporte Oleodutos, tubulação de efluentes, transportes de substâncias químicas por caminhões e trens.

PRINCIPAIS FONTES DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA SUBTERRÂNEA 4. Fontes utilizadas para descartar substâncias como consequência de atividades planejadas Irrigação de lavouras, aplicação de pesticidas e fertilizantes, percolação de poluentes atmosféricos. 5. Fontes que funcionam como um caminho preferencial para que os contaminantes entrem em um aquífero Poços de produção de petróleo e poço de monitoramento com falhas de construção e projetos. 6. Fontes naturais ou fenômenos naturais associados às atividades humanas Interação água subterrânea e superficial contaminada, gases tóxicos da atmosfera, intrusão salina.

QUAL O POTENCIAL DOS RESÍDUOS ORGÂNICOS GERAREM CONTAMINAÇÃO DO MEIO?

DEPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS A disposição, tratamento ou beneficiamento inadequado de resíduos sólidos orgânicos pode: Contaminar o solo; Contaminar a água subterrânea e superficial; Agravar a poluição do ar (metano, mercaptano e gás sulfídrico); Poluição visual; Problemas relacionados à de saúde pública.

DEPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS Quando depositados em céu aberto sobre decomposição anaeróbica (falta de oxigênio) gerando: Gases (metano, mercaptano e gás sulfídrico) odor desagradável; inflamável (metano) podendo gerar risco de explosão; são gases do efeito estufa. Chorume líquido de cor negra; com altas concentrações de matéria orgânica e inorgânicos; elevado potencial de contaminar o solo e a água subterrânea. Existe também o potencial de contaminação por bactérias.

CHORUME Faixa de variação dos teores de substâncias contaminantes dissolvidas no chorume de aterros sanitários (Fonte: Feitosa, 1997)

DEPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS Destino final dos resíduos sólidos (%) ATERRO INCINERAÇÃO RECICLAGEM COMPOSTAGEM SEM SERVIÇO Pais Início década de 90 2011 Início década de 90 2011 Início década de 90 2011 Início década de 90 2011 Início década de 90 2011 Alemanha 74 1 24 37-45 2 17 - - Áustria 64 3 20 35-28 16 34 - - Grã-Bretanha 88 49 11 12 1 25-14 - - Polônia 99,9 71-1 - 11 0,1 17 - - Brasil 23 100 - - - - - - 76 8 Fonte: Dados da década de 90 Carra et al 1990 e IPT (1994) in Hassuda (1997). Dados de 2011 (ABREUPE, 2012)

COMO ACONTECE A CONTAMINAÇÃO?

ESTRUTURA DA TERRA

Resíduo sólido Nível D água Compostos dissolvidos Zona saturada Zona não saturada Infiltração Direção de fluxo da água Subterrânea

COMO IDENTIFICAR E DIMENCIONAR A CONTAMINAÇÃO?

GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS Com o objetivo de otimizar recursos técnicos e econômicos, a metodologia de gerenciamento de áreas contaminadas baseia-se em uma estratégia constituída por etapas sequenciais, onde a informação obtida em cada etapa é a base para a execução da etapa posterior. O conhecimento da área proporciona os instrumentos necessários para tomada de decisão quanto às formas de intervenção mais adequadas. Trata-se de procedimento para a identificação, priorização e investigação destas áreas e de procedimento para o cadastramento das informações coletadas. Essas informações visam subsidiar a definição do planejamento e da implantação de medidas de remediação, de controle institucional, de engenharia ou emergenciais.

GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS SÃO PAULO Área com potencial de contaminação (AP): São aquelas onde estão sendo ou foram desenvolvidas atividades potencialmente contaminadoras Área com suspeita de contaminação (AS): São aquelas nas quais, durante a etapa de avalição preliminar, foi observado indicio ou constatação de impactos ambientais Área contaminada sob investigação (AI): São Aquelas nas quais, durante a etapa de investigação confirmatória foi detectada a presença de contaminação. Essa classificações permanece até a avaliação de risco Área contaminada (AC): São aquelas onde foi constatada a presença de risco, ou na ausência dessa análise existe um bem de relevância a ser protegido Área em processo de monitoramento para reabilitação (AMR): São aquelas que estão que após o monitoramento para encerramento pode ser consideradas aptas para o uso declarado Áreas reabilitadas para uso declarado (AR): São aquelas que após o monitoramento de encerramento foram consideradas aptas Fonte: DD n o 103/2007 - CETESB

AVALIAÇÃO AMBIENTAL PRELIMINAR Objetivo: Verificar evidências, indícios ou fatos que permitam suspeitar da existência de contaminação na área, por meio do levantamento de informações disponíveis sobre o uso atual e passado. Estabelecer o modelo conceitual inicial de cada área em avaliação Verificar a necessidade da adoção de medidas emergenciais nas áreas ABNT NBR 15515-1:2007

INVESTIGAÇÃO AMBIENTAL CONFIRMATÓRIA Objetivo: tem como objetivo principal confirmar ou não a existência de contaminação nas suspeitas (AS) e potenciais (AP). ABNT NBR 15515-2:2011

INVESTIGAÇÃO AMBIENTAL DETALHADA Objetivos de detalhar: A geologia e a hidrogeologia local e regional A natureza e extensão da contaminação A evolução da contaminação no tempo e espaço As rotas de migração dos contaminantes, vias de exposição e receptores de risco Visa subsidiar a avaliação de risco e ações e medidas de intervenção.

SONDAGEM Sondagens: ABNT NBR 15492 18/06/2007 Sondagem de reconhecimento para fins de qualidade ambiental Procedimento Trado Mecanizada

COLETA DE AMOSTRA DE SOLO

INSTALAÇÃO DE POÇOS DE MONITORAMENTO Instalação de poço de monitoramento: ABNT NBR 15495-1 Poços de monitoramento de águas subterrâneas em aquíferos granulares Parte 1: Projeto e construção 18/06/2007

INSTALAÇÃO DE POÇOS DE MONITORAMENTO

AMOSTRAGEM DE ÁGUA SUBTERRÂNEA

AVALIAÇÃO DE RISCO À SAÚDE HUMANA EPA, 1989 é o processo qualitativo e/ou quantitativo para determinação das chances de ocorrência de efeitos adversos à saúde, decorrentes da exposição humana a áreas contaminadas por substâncias perigosas. A identificação e quantificação de risco subsidiará a definição dos objetivos das medidas de intervenção a serem adotadas e no caso de remediação das concentrações a serem atingidas.

PLANO DE INTERVENÇÃO Todo e qualquer Plano de Intervenção tem como objetivo o Gerenciamento do Risco associado a contaminação e ocupação da área. Visa a eliminação de perigo ou sua redução a níveis toleráveis, inerentes à segurança pública, à saúde humana e ao meio ambiente. Medidas Emergenciais Controle Institucional Controle de Engenharia Remediação

ORDEM DE GRANDEZA OS CUSTOS DOS TRABALHOS AMBIENTAIS Avaliação e Investigação Ambientais dezenas a centenas de milhar de reais. Remedição e medidas de intervenção centenas de milhar a milhões de reais.

QUAIS MEDIDAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO PODEM SER ADOTADAS PARA MINIMIZAR A CONTAMINAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA SUBTERRÂNEA?

Avaliar a qualidade ambiental da área a ser utilizada para disposição e/ou tratamento do resíduo sólido; Aplicar medidas construtivas que atendam as legislações vigentes e impeçam o contato de potenciais poluentes com o solo e a água subterrânea; Minimizar a geração de lixiviados (chorume); Adotar monitoramento ambiental do solo e da água subterrânea visando identificar a presença de impactos ambientais e proteção de potenciais receptores.

CONCLUINDO 1. É crime ambiental contaminar o solo e a água subterrânea. 2. A disposição incorreta ou tratamento sem controle dos resíduos sólidos orgânicos podem gerar alterações da qualidade do solo e da água subterrânea. 3. Existe hoje uma metodologia respaldada por leis e normas para identificação, caracterização e delimitação das contaminações de solo e água subterrânea. 4. Existem medidas de intervenção que podem ser aplicadas para mitigação e eliminação dos riscos provenientes de contaminações por resíduos sólidos. 5. Os custos de investigação e de remediação das áreas contaminadas é alto. Literalmente, é Melhor Prevenir que Remediar.

Angélica S. Gutierrez angelica@cgageo.com.br Rua Dr. Luiz Migliano, 1986, 27º andar - CJ 2708 Morumbi São Paulo/SP CEP 05711-001 Tel.: +55 (11) 3740-2600 (11) 3739-3379 www.cgageo.com.br