A PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL NA ESCOLA RESPONSÁVEL PELA QUALIDADE NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS



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Transcrição:

A PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL NA ESCOLA RESPONSÁVEL PELA QUALIDADE NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS MORO, Daniele Ribas Précoma CIAR daniele_precoma@yahoo.com.br Resumo Área Temática: Formação de Professores Agência Financiadora: Não contou com financiamento. Este trabalho traz uma reflexão sobre a prática da Psicomotricidade Relacional nas escolas. O tema deste trabalho aponta para a Psicomotricidade Relacional como ferramenta de intervenção na educação, podendo ser utilizada nas diferentes etapas escolares, abordando tanto os aspectos referentes ao desenvolvimento das potencialidades individuais e do grupo, quanto voltado à elevação da qualidade das relações interpessoais entre as crianças. O que instigou a elaboração desta pesquisa foram alguns questionamentos previamente levantados com relação ao modo que a Psicomotricidade Relacional pode facilitar o desenvolvimento da socialização dos indivíduos, bem como, promover qualidade nas relações interpessoais no âmbito escolar. Buscou-se identificar primeiramente, conteúdos da Psicomotricidade Relacional que favorecem as relações interpessoais; possibilitaram-se vivências que fortalecessem a socialização dos indivíduos; e frente aos autores pesquisados, verificou-se a validade desta prática nas escolas. A fundamentação teórica do presente trabalho foi elaborada a partir da organização de um breve histórico da Psicomotricidade Relacional, da pesquisa e organização teórica de autores da Psicomotricidade Relacional, bem como, do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil e dos Parâmetros Curriculares Nacionais, do primeiro ao quarto ciclos do Ensino Fundamental que apontam a importância da socialização nos âmbitos escolares. A pesquisa de campo foi composta por 19 vivências em Psicomotricidade Relacional junto a um grupo composto por 18 alunos da 5ª Série do Ensino Fundamental, com crianças entre 10 e 12 anos de idade. Toda metodologia foi baseada nas obras de André Lapierre, sendo que as sessões desenvolvidas foram analisadas tendo também como pressuposto os RCN s e os PCN s. Verifica-se que as relações interpessoais se completam na Psicomotricidade Relacional, na medida em que os materiais disponibilizados possibilitam inúmeras formas de relação com o outro, nesse espaço de liberdade e de segurança, ou mesmo, quando o grupo e o psicomotricista relacional se permitem viver, sentir e experimentar conteúdos diferentes. Palavras-chave: Psicomotricidade Relacional; Educação; Relações interpessoais; Socialização. Introdução O tema deste trabalho aponta para a Psicomotricidade Relacional como ferramenta de intervenção na educação, podendo ser utilizada nas diferentes etapas escolares, abordando

1038 tanto os aspectos referentes ao desenvolvimento das potencialidades individuais e do grupo, quanto voltado à elevação da qualidade das relações interpessoais entre as crianças. O que instigou a elaboração desta pesquisa foram alguns questionamentos previamente levantados com relação ao modo que a Psicomotricidade Relacional pode facilitar o desenvolvimento da socialização entre os indivíduos, bem como, promover qualidade nas relações interpessoais no âmbito escolar. Sabe-se que na maior parte das escolas estaduais, todos os alunos que ingressam na 5ª Série do Ensino Fundamental são oriundos de escolas diferentes, que possuem muitas vezes uma rotina escolar diferenciada. O número de professores nas séries anteriores era menor, e até mesmo, a grade hora/aula favorecia o vínculo e as relações entre os alunos, bem como, aluno/professor. A partir da 5ª Série, esta realidade se modifica, havendo um professor para cada disciplina, e estes entram e saem das turmas a cada 45, 50 minutos de aula. A quantidade de conteúdos a serem trabalhados em sala, bem como, essa nova rotina escolar dificulta as relações entre os alunos. Dentre os objetivos para este trabalho, buscava-se identificar os conteúdos da Psicomotricidade Relacional que favorecem as relações interpessoais; possibilitar vivências que fortalecessem a socialização dos indivíduos; bem como, frente aos autores pesquisados, verificar a validade da prática da Psicomotricidade Relacional nas escolas. Supôs-se que a prática da Psicomotricidade Relacional nas escolas vem contribuir para a elevação da qualidade das relações interpessoais entre os alunos, favorecendo assim a socialização. As vivências em Psicomotricidade Relacional aconteceram no primeiro semestre letivo no ano de 2008, ou seja, de fevereiro a julho compreendendo um encontro por semana, de aproximadamente 50 minutos cada, totalizando 19 sessões. O grupo de crianças era composto por 18 alunos da 5ª Série do Ensino Fundamental, com idades entre 10 e 12 anos, de um Colégio da rede estadual de ensino, situado no município de São José dos Pinhais. Relações Interpessoais na Escola A Psicomotricidade Relacional foi criada pelo francês André Lapierre na década de 70, juntamente com sua filha Anne Lapierre, vindo para o Brasil em 1982, durante o primeiro Congresso organizado pela Sociedade Brasileira de Terapia Psicomotora, realizado no Rio de Janeiro, por intermédio de Beatriz Saboya, Regina Morizot e outros fundadores da Sociedade

1039 Brasileira de Psicomotricidade (VIEIRA; BATISTA; LAPIERRE, 2005), e difundida a partir de então por José Leopoldo Vieira, discípulo de André Lapierre e diretor do CIAR Centro Internacional de Análise Relacional, com sedes em Curitiba e Fortaleza. A inclusão por André Lapierre, do adjetivo Relacional ao termo Psicomotricidade, segundo os mesmos autores foi para diferenciar suas concepções e sua prática em relação a outras técnicas que também têm o nome de psicomotricidade, que mais se diferenciam, pois consideram o corpo da criança prioritariamente sob seus aspectos cognitivos. Ele se refere à Psicomotricidade Relacional, acreditando que o corpo não é essencialmente cognição, mas também o lugar de toda sensibilidade, afetividade, emoção da relação consigo e com o outro. É visto como lugar de prazer, de desejo, de frustração e de angústia. Lugar de lembranças de todas as emoções positivas e negativas vividas pela criança em relação com os outros, particularmente, com as figuras parentais. (Ibid., p. 27) O CIAR (2006) acrescenta que a PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL é a vertente da Psicomotricidade que dá ênfase aos aspectos afetivo-emocionais e relacionais do ser humano. Em Psicomotricidade Relacional, o papel do inconsciente e suas interferências psíquicas sobre as diversas formas de relações humanas norteiam uma intervenção diferenciada, baseada na leitura e decodificação simbólica de ações vividas através de atividades lúdicas. Utiliza-se do jogo simbólico como recurso para desencadear o desenvolvimento do potencial cognitivo, emocional, social e motriz do ser humano. Neste jogo é priorizada a linguagem infra-verbal, que ocorre através da comunicação tônica. A Psicomotricidade Relacional é utilizada em escolas como alternativa de profilaxia mental às crianças, pois oferece um espaço, onde se potencializam as competências e habilidades de comunicação, aprendizagem e socialização, necessidades estas essenciais para atender às demandas da sociedade em que vivemos. Guerra (2006, p. 12) aponta como objetivos do trabalho com a Psicomotricidade Relacional nas escolas:

1040 promover a ação espontânea da criança através do jogo simbólico; estimular a criação de vínculos afetivos entre as crianças; enriquecer as experiências psicomotoras; prevenir dificuldades de expressão motora, verbal e gráfica; desenvolver a espontaneidade e a criatividade; colaborar no processo de construção dos limites; desenvolver as potencialidades individuais e do grupo; despertar a criança para o desejo de aprender contribuindo para o desenvolvimento dos processos de aprendizagem; propiciar à criança o prazer no brincar espontaneamente; estimular a percepção corporal; promover a afirmação do eu; descobrir o corpo, através dos movimentos, como unidade de prazer; promover a autonomia; estimular o ajuste positivo da agressividade; elevar a qualidade das relações interpessoais entre as crianças promovendo a socialização. Dentre estes vários aspectos apontados pela autora, o foco deste trabalho é voltado principalmente aos objetivos que dizem respeito ao desenvolvimento das potencialidades individuais e do grupo, e outro, voltado à elevação da qualidade das relações interpessoais entre as crianças promovendo a socialização. Cabe ressaltar, que este trabalho não acontece somente em escolas, mas em diferentes âmbitos como sugerem Vieira; Batista e Lapierre: [...] esse método de trabalho, tem se estabelecido como uma poderosa ferramenta de intervenção, desenvolvendo-se como um processo eficaz de ajuda nas relações pessoais e interpessoais nos âmbitos familiares, escolares, da clínica, da empresa, entre outros. (2005, p. 32) A dinâmica do trabalho da Psicomotricidade Relacional utiliza-se do corpo e do movimento espontâneo, como mediadores para atingir da melhor forma possível as relações inter e intrapessoais, ajudando a viver em grupo, ensinando a respeitar regras, a sensibilizar-se com o outro, perceber-se no tempo e espaço que está inserido e atuar conscientemente sobre este, quando necessário. Moro (2007, p. 10) identifica que a prática da Psicomotricidade Relacional envolve o auto-conhecimento (físico e emocional), a socialização, a afetividade, a cognição, gerando indivíduos capazes de se articular intra e interpessoalmente. Assim, ao facilitar essas relações interpessoais, é possível consolidar o vínculo afetivo na relação entre os indivíduos, resultando numa socialização que permita o desenvolvimento do grupo. Essa socialização se constrói por meio das relações com o outro, que muitas vezes possibilitam trocas autênticas entre os sujeitos. Os Referenciais Curriculares Nacionais abordam que o desenvolvimento da autonomia e da identidade, estão intimamente vinculados ao processo de socialização das crianças

1041 O desenvolvimento da identidade e da autonomia estão intimamente relacionados com os processos de socialização. Nas interações sociais se dá a ampliação dos laços afetivos que as crianças podem estabelecer com as outras crianças e com os adultos, contribuindo para que o reconhecimento do outro e a constatação das diferenças entre as pessoas sejam valorizadas e aproveitadas para o enriquecimento de si próprias. (RCN s, 1998, p. 11) Sabe-se que é também finalidade da educação escolar que os alunos aprendam conviver em grupo, respeitem-se e estabeleçam boas relações com quem se relacionam, bem como, que estas relações sejam permeadas de cooperação e produtividade. Nessa perspectiva educacional, os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p. 63) acordam que são fundamentais as situações em que possam aprender a dialogar, a ouvir o outro e ajudá-lo, a pedir ajuda, aproveitar críticas, explicar um ponto de vista, coordenar ações para obter sucesso em uma tarefa conjunta, afirmando como essencial a aprendizagem de procedimentos dessa natureza. Lapierre e Lapierre (2005, p. 70) por sua vez, acreditam que o confronto entre as crianças é necessário para que se possa estabelecer entre elas uma verdadeira socialização, uma verdadeira convivência, na qual a mediação autoritária do adulto já não é constantemente necessária. A prática da Psicomotricidade Relacional proporciona dentre vários conteúdos, a possibilidade de viver sem culpa, por meio do brincar espontâneo e do jogo simbólico, relações permeadas de conflito, disputa, confronto, de agressividade. Todas as crianças guardam em si essas fantasias esses desejos agressivos, mas para que possam exprimi-los é preciso que o adulto os compreenda e os aceite. As tensões agressivas vão então se resolver num jogo que se tornará cada vez mais simbólico, e a criança vai por isso adquirir progressivamente uma independência que não é submissão cega nem oposição sistemática, mas aceitação ponderada, procura de um compromisso e, se possível, de uma harmonização entre seus próprios desejos com os desejos do outro. (Ibid., p. 67) Diversas são as formas de relações interpessoais que podem ser estabelecidas no setting da Psicomotricidade Relacional, muitas delas que favorecem a socialização entre as crianças. Núria Frank apud Guerra (2006, p. 18), em sua Definição de Categorias apresenta dentre outras, a categoria de relação interpessoal, que poderá envolver situações como ignorar o outro, prescindir, rechaçar, evitar, fixar-se em alguém, complementar, relação verbal, aproximação, aceitação, passividade, agressividade, dominação, relação corporal, obsessão, relação de afirmação e/ou submissão. A autora acrescenta ainda as relações interpessoais

1042 permeadas pela afetividade, possessão, pela participação através dos demais, pela participação paralelamente ou ativamente na atividade, e ainda, relações de troca-intercâmbio, e finalmente, relações basicamente duais, triangulares ou uma pluralidade de relações. As relações que cada criança estabelece com o outro no setting da Psicomotricidade Relacional são relações permeadas por escolhas, no qual cada um tem a possibilidade de escolher ou ser escolhido para viver uma relação permeada de autenticidade, espontaneidade e de prazer com o outro. De acordo com Lapierre e Aucouturier (2004), o prazer estabelecido com o outro e o entendimento envolvem muitas vezes a compreensão, a aceitação e o respeito, resultando na socialização dos indivíduos, o que nesta relação, o outro pode ser encarado como um instrumento de ajuda nas demais relações. As relações inter e intrapessoais convergem para a construção do sujeito enquanto pessoa, e sujeito inserido na coletividade como afirma os PCN s Exercer o convívio social no âmbito escolar favorece a construção de uma identidade pessoal, pois a socialização se caracteriza por um lado pela diferenciação individual e por outro pela construção de padrões de identidade coletiva. (1998, p. 43) Vieira; Batista e Lapierre (2005, p. 27) afirmam que André Lapierre, criador da Psicomotricidade Relacional acredita que o corpo não é essencialmente cognição, mas também o lugar de toda sensibilidade, afetividade, emoção da relação consigo e com o outro. Desta forma, acrescentam que nesta relação consigo mesmo e com o outro, a Psicomotricidade Relacional proporciona um espaço de legitimação dos desejos e dos sentimentos no qual o indivíduo pode se mostrar na sua inteireza, com seus medos, desejos, fantasias e ambivalências o que facilitará as relações afetivas e sociais. (Ibid., p. 39-40) A função do psicomotricista relacional no setting envolve a capacidade de decodificar, intervir e responder de forma a proporcionar possibilidades de desenvolvimento e evolução em direção à autonomia e socialização. (Ibid., p. 100) No que se refere à socialização, a prática da Psicomotricidade Relacional na escola, portanto, favorece a integração em grupos sociais, eleva a qualidade das relações interpessoais, potencializa o desejo de participar de atividades grupais, além de aumentar da capacidade dos alunos para enfrentar situações novas.

1043 Ainda a respeito da socialização, os PCN s tratam da importância em desenvolver as capacidades de relação interpessoal entre os alunos. A partir do reconhecimento das diferenças existentes entre os alunos, fruto do processo de socialização e do desenvolvimento individual, a escola irá potencializar as capacidades dos alunos, [...] de modo a auxiliá-los a desenvolver, no máximo de sua possibilidade, as capacidades de ordem cognitiva, afetiva, física, ética, estética e as de relação interpessoal e de inserção social, ao longo do ensino fundamental. (1998, p. 73) A Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, reunida pela UNESCO na década de 90, percebendo a necessidade no modo de ver e pensar a educação no novo século que se iniciava, destacou quatro pilares como base da educação, sendo eles: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser. A respeito do terceiro pilar tem-se: O terceiro pilar é aprender a viver juntos, desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências, no sentido de realizar projetos comuns e prepararse para gerir conflitos. Em contraposição à competitividade cega, a qualquer custo, do mundo de hoje, cabe à escola transmitir conhecimentos sobre a diversidade da espécie humana e, ao mesmo tempo, tomar consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres humanos. Para isso, não basta colocar em contato grupos e pessoas diferentes, o que pode até agravar um clima de concorrência, em especial se alguns entram com estatuto inferior. É preciso, para isso, promover a descoberta do outro, descobrindo-se a si mesmo, para sentir-se na pele do outro e compreender as suas reações. E, além disso, tender para objetivos comuns, trabalhando em conjunto sobre projetos motivadores e fora do habitual, cuja tônica seja a cooperação. (UNESCO, 2008, grifo meu) Na Psicomotricidade Relacional todo o espaço e o tempo são vivenciados em conjunto, pelo grupo que participa e interage neste setting, e essa vivência segundo Lapierre e Aucouturier (2004, p. 85) do nosso e do nós, é envolvido principalmente, pelo prazer proporcionado pelo prazer do outro. Os mesmos autores acrescentam: O que nos parece essencial é a relação interindividual, de pessoa para pessoa (Ibid., p. 26), e Lapierre e Lapierre confirmam que no setting da Psicomotricidade Relacional as relações que se estabelecem são relações de pessoa a pessoa, poderíamos dizer, de igual para igual. (2002, p. 77)

1044 É importante ressaltar que nessa prática, não é somente o trabalho na coletividade que interessa, mas também a individualidade de cada criança que forma esse grupo em que está inserido. A esse respeito Lapierre e Aucouturier comentam que A evolução da criança depende de sua inserção no grupo, de sua aceitação ou de sua rejeição, das possibilidades de comunicação que ela consegue estabelecer, mas também da estrutura, mais ou menos patogênica ou que proporcione equilíbrio, do grupo em que convive e das individualidades que o compõem. (2004, p. 21) Lapierre e Lapierre nesse contexto de valorizar a individualidade em meio a coletividade e perceber cada criança como única, relatam que os profissionais da Psicomotricidade Relacional não se interessam pelo grupo mas sim pela criança, na individualidade da sua vivência. O que não impede que em certos momentos formem-se espontaneamente grupos em torno de uma atividade que popularizou a atenção de várias crianças ou até do grupo inteiro. (2002, p. 82) Durante as sessões de Psicomotricidade Relacional busca-se valorizar as potencialidades das crianças, para que se fortaleça a auto-estima, a confiança em si mesma e no grupo. Por meio do jogo espontâneo, bem como, pelo prazer na relação que cada criança estabelece com os outros e com o psicomotricista relacional, é possível identificar as dificuldades e as facilidades de cada criança. Assim, procura-se trabalhar com aquilo que há de positivo na criança, já que nós nos interessamos por aquilo que ela sabe fazer, e não pelo que ela não sabe fazer. (LAPIERRE; AUCOUTURIER, 2004, p. 19) Segundo esta premissa, de perceber e valorizar as potencialidades individuais pode-se perceber o quanto se estreita o vínculo entre as próprias crianças, como também com o adulto após algumas sessões de Psicomotricidade Relacional. Os PCN s trazem indicações para que o trabalho nas escolas favoreça o desenvolvimento dessas potencialidades: ensino que favoreça não só o descobrimento das potencialidades do trabalho individual, mas também, e sobretudo, do trabalho coletivo. Isso implica o estímulo à autonomia do sujeito, desenvolvendo o sentimento de segurança em relação às suas próprias capacidades, interagindo de modo orgânico e integrado num trabalho de equipe e, portanto, sendo capaz de atuar em níveis de interlocução mais complexos e diferenciados. (1997, p. 28)

1045 Portanto, verifica-se que as relações do grupo, as relações interpessoais se completam na Psicomotricidade Relacional, na medida em que os materiais disponibilizados possibilitam inúmeras formas de relação com o outro, nesse espaço de liberdade e de segurança, ou mesmo, quando o grupo e o psicomotricista relacional se permitem viver, sentir e experimentar conteúdos diferentes. Considerações Finais Com o trabalho em Psicomotricidade Relacional na escola, no caso deste trabalho, especificamente com o grupo de 18 alunos da 5ª Série do Ensino Fundamental, de um Colégio da rede estadual de ensino, situado no município de São José dos Pinhais, foi possível constatar um progresso considerável no que diz respeito a qualidade nas relações interpessoais. Existe a referência dos Parâmetros Curriculares Nacionais do terceiro e quarto ciclo, para que sejam propostas atividades em grupo, proporcionados momentos para discussão e elaborações de trabalhos coletivos, porém não há momentos em que os alunos possam realmente conhecer uns aos outros, ou momentos em que os laços e os vínculos afetivos tornem-se parte da realidade escolar, ou ainda, momentos que se favoreçam as relações interpessoais e conseqüentemente a socialização, o que dificulta a execução e realização de propostas coletivas. Nas vivências em Psicomotricidade Relacional, pôde-se perceber que com as intervenções do psicomotricista relacional, favoreceu-se a socialização e a relação entre os alunos, por meio principalmente da aproximação corporal, estabelecida pela disponibilidade do adulto no setting, que facilitou o contato entre as próprias crianças, como também, com próprio adulto. Os materiais também se tornaram meios para favorecer as relações, como por exemplo, as bolas, presentes em muitos jogos cooperativos ou competitivos; os arcos que possibilitaram a relação do grupo, acolhendo várias crianças nesse espaço circular; as cordas que uniram, prenderam e amarraram; os bastões nas relações de agressividade dual, triangular ou uma pluralidade de relações; as caixas e as construções coletivas; os tecidos e a identificação com o feminino e o masculino; os jornais e a desculpabilização do corpo, numa aproximação corporal efetiva, autêntica, são alguns exemplos do que pôde ser vivido com as crianças no setting.

1046 Por ser uma prática não diretiva, que se efetiva nas relações espontâneas e no desejo de cada um ao se envolver com os materiais, bem como, com os demais indivíduos na sala, conteúdos como a maternagem, a afetividade e a agressividade puderam ser vividos com muita intensidade pelo grupo com o psicomotricista relacional. A agressividade pôde ser canalizada para os momentos de confronto entre as próprias crianças e também, momentos de confronto com o adulto, o que gerou muitos momentos de disputa com os materiais ou as disputas corporais, que por conseqüência, em diversas vivências, proporcionou a união do grupo para a dominação do adulto. O material que foi utilizado com maior freqüência pelo grupo nas vivencias com conteúdos de dominação foram às cordas e os tecidos, como forma de imobilizar o corpo deste adulto, podendo assim afirmar o poder individual, de cada menino ou menina no grupo e estabelecer um vínculo ainda maior entre os participantes da sessão. A afetividade esteve presente nos momentos de maternagem, no desejo de ser cuidado pelo outro, como também, nos momentos de contenção afetiva quando no tapete ou nas demais construções elaboradas pelo grupo, uma ou mais crianças se entregavam corporalmente para viver relações afetivas. O prazer estabelecido nas relações foi identificado constantemente, vivido nos momentos de identificação com o feminino ou com o masculino, nas relações de parceria por meio do brincar espontâneo, ou mesmo, as parcerias em jogos mais estruturados. Nos momentos de relaxamento, o prazer em descansar no corpo do adulto ou do colega, de se entregar e estar próximo num momento de aconchego e tranqüilidade também foi percebido já desde as primeiras sessões. Os momentos de parceria e cumplicidade aconteceram nas sessões em que as construções individuais e coletivas surgiram. Nas sessões onde houve o encontro com o feminino, ao estabelecer a identificação, a escolha dos tecidos para se enfeitar e ainda, organizar o espaço para um desfile que pôde ser vivenciado, também a parceria e a cumplicidade esteve presente, como também, nas sessões de confronto, ao escolher o espaço e os materiais que seriam utilizados para viver relações com o outro por meio desse conteúdo, vivido principalmente pelas figuras dos meninos, que se utilizaram muito da identificação masculina. O psicomotricista relacional no setting se apresenta ao grupo de crianças que participam das vivências, como um símbolo de lei e segurança, porém, não deixa de ser

1047 também o parceiro nas relações, estabelecendo muitas vezes um contato de igual para igual, por meio do olhar, da voz, do gesto, do toque, das diferentes formas de comunicação que estabelece com cada participante do grupo. Estas relações de igual para igual, na qual não há hierarquia de poder, de fazer, de saber, toda criança pode se mostrar na sua inteireza, com suas dificuldades e suas potencialidades, podendo por meio das relações com o adulto, ou com os demais indivíduos do grupo conquistar seu espaço, demonstrar e viver seus desejos, sempre sabendo que não haverá culpa ou julgamento em suas ações. Cada um será aceito como é, como ser humano, ser de relações. REFERÊNCIAS BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais. Volume 1. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental Brasília: MEC/SEF, 1997. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental. Volume 1. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental Brasília: MEC/SEF, 1998. BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Volume 2. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental Brasília: MEC/SEF, 1998. CIAR. Centro Internacional de Análise Relacional. Psicomotricidade Relacional. Disponível em: http://www.ciar.com.br/serv/pos.htm Acesso em 27 mai. 2008. GUERRA, Ana Elizabeth Luz. A relevância da supervisão e dos estágios do curso de Pós- Graduação Lato-Sensu: formação especializada em psicomotricidade relacional, na formação pessoal e profissional do psicomotricista relacional. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Psicomotricidade Relacional) Centro Internacional de Análise Relacional em convênio com a Faculdade de Artes do Paraná. Curitiba: 2006. LAPIERRE, André; AUCOUTURIER, Bernard. A simbologia do movimento. Psicomotricidade e educação. 3. ed. Curitiba: Filosofart / CIAR, 2004. LAPIERRE, André; LAPIERRE, Anne. O adulto diante da criança de 0 a 3 anos: psicomotricidade relacional e formação de personalidade. 2 ed. Curitiba: UFPR / CIAR, 2002 MORO, Daniele Ribas Précoma. et. al. A psicomotricidade relacional como propulsora do vínculo afetivo na educação infantil. In: VII Congresso Nacional de Educação - EDUCERE - Saberes Docentes. Anais, PUCPR, Curitiba: 2007 UNESCO. Os quatro pilares da educação: o seu papel no desenvolvimento humano. Disponível em:

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